ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Honestidade

O senhor sabe: tanta pobreza geral, gente no duro ou no desânimo. Pobre tem de ter um triste amor à honestidade. São árvores que pegam poeira. A gente às vezes ia por aí, os cem, duzentos companheiros a cavalo, tinindo e musicando de tão armados – e, vai, um sujeito magro, amarelado, saía de algum canto, e vinha, espremendo seu medo, farraposo: com um vintém azinhavrado no conco da mão, o homem queria comprar um punhado de mantimento; aquele era casado, pai de família faminta.

página 88 de "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa, Editora Nova Fronteira

Esta última semana de junho guarda comemorações especiais para nós, brasileiros. Há exatos 50 anos, o Brasil vencia a França por 5 a 2 e se classificaria para a sua segunda final de Copa do Mundo de Futebol Masculino. Oito anos depois de perder uma Copa do Mundo, num Maracanã lotado, para o rival Uruguai, a seleção brasileira repetiria o placar de 5 a 2, desta vez contra os anfitriões suecos, e se sagraria pela primeira vez campeã do mundo. Em 1958, vivíamos outra época, principalmente no mundo futebolístico. Era uma época em que havia possibilidade de jogar futebol por amor a uma nação e não para preencher egos supervalorizados. E no dia 27 de junho de 2008, próxima sexta-feira, celebraremos os 100 anos de nascimento de João Guimarães Rosa, autor do grande clássico da Literatura "Grande Sertão: Veredas".

Vocês são chatos pra caramba, mas têm talento

Ciro Gomes em entrevista ao programa "CQC", da TV Bandeirantes, no dia 23 de junho de 2008, por volta das 22h e 30min, ao comentar a proibição do Congresso Nacional à equipe do programa de fazer coberturas jornalísticas na instituição

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Enquanto Brasil e Argentina não entram em campo...

Jornalismo é publicar o que alguém não quer que seja publicado; todo o resto é publicidade - George Orwell

"Marketing é o jeito mais fácil de desvio de verba", Carlin Moura (PCdoB), deputado estadual, durante Audiência Pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, no Plenarinho II, da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que debatia, em 09 de abril de 2008, irregularidades em demissões de professores da Universidade Fumec, em Belo Horizonte.

Manchete do "Jornal de Notícias" (www.jornaldenoticias.com) de hoje: "Professores prometem greve geral para julho". "Com o slogan 'Sem Educação, Minas Não Tem Saída', aproximadamente 400 servidores da Rede Pública de Educação do Estado de Minas Gerais participaram na tarde de terça-feira, 17 de junho, de uma manifestação pacífica que fechou a BR-251 por quase uma hora. Os educadores protestaram contra a política educacional do Governo Estadual, exigindo mais qualidade na educação, melhores condições de trabalho e melhores salários. Os professores prometem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 02".

"A manifestação se concentrou na Praça Pio XII, área central de Montes Claros, Norte de Minas, e de lá partiu de ônibus até a BR-251, em frente ao antigo 'Leite na Pista'. Os professores e serviçais da Educação reclamam a falta de diálogo do governo mineiro com relação às reivindicações da categoria. José Gomes Filho, coordenador da sub-sede no Norte de Minas do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), explicou que a concentração foi simultânea em todo o Estado, inclusive na capital mineira".

Outra argumentação para a paralisação é a reclamação de que o Governo de Minas investe pouco em Educação e muito em Publicidade. Isso é verdade não só para governos estaduais, mas também para o federal e os municipais. Para ficar só no "exemplo" mineiro, em 2006, os gastos iniciais com Publicidade foram orçados em 13 milhões de dólares. O gasto real foi de 19 milhões e 950 mil dólares. Em 2007, até julho, o Governo Estadual desembolsou quase 25 milhões de dólares.

Ninguém aqui é contra tornar público o trabalho de alguma administração municipal, estadual ou federal. Mas também ninguém é a favor de gastos exorbitantes com Publicidade. Antes era ação nobre priorizar investimentos nas áreas da Educação e da Saúde. Hoje parece que vivemos a Era da Divulgação excessiva.

O poeta, advogado, professor e publicitário, Décio Pignatari, já nos alertou para essas "fugas" de capital para a Publicidade. Já o alemão Jürgen Habermas é outro teórico que esclarece os conceitos de uma publicidade meramente aclamativa e de uma publicidade crítica. Basta decidir em qual lado cada um deseja ficar. Mas estudar cada caso sempre é produtivo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Entre a barbárie

"É trágico. São perseguições com tiros, seqüestros, roubos de automóveis até mesmo com crianças dentro deles. É o pão nosso de cada dia. Por isso eu o aconselho: não vá".

Ao ler essa descrição, cogitamos logo que ela se refere à realidade social de alguma cidade da América do Sul, como Rio de Janeiro (Brasil) ou Bogotá (Colômbia). Contudo, o surpreendente é que ela diz respeito a Newark, Nova Jersey, Estados Unidos, e a declaração é de Philip Roth, eterno candidato ao Prêmio Nobel da Paz, em entrevista concedida a Jésus Ruiz Mantilla e publicada no encarte cultural "Mais" do jornal "Folha de São Paulo", de domingo, 08 de junho de 2008, com tradução de Clara Allain. A íntegra dessa entrevista saiu no jornal espanhol "El País".

sábado, 7 de junho de 2008

Inflação

A percepção popular atual é a de que os preços do feijão, do arroz, do óleo de cozinha, ou seja, dos produtos da cesta básica, subiram bastante, apesar do índice de inflação continuar “baixo” - palavra entre aspas para designar dúvida, porque o que é baixo para algumas pessoas, é alto para outras, principalmente no caso da realidade social brasileira. E numa tentativa de conter essa elevação de preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, na quarta-feira, 04 de junho de 2008, para 12,25% ao ano a taxa Selic. Vamos um pouquinho ao economês. “Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros básica iniciado na reunião de abril, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano, sem viés”.

Essa decisão do Banco Central do Brasil confirma alguns conceitos sobre inflação que aprendi no segundo semestre de 1999 nas aulas de Economia, ministradas pelo professor Fernando Nogueira. “Inflação é o aumento dos preços com a diminuição do poder de compra da moeda. É um fenômeno monetário”. Um tipo de inflação é a “clássica ou ortodoxa”, definida como “o aumento da atividade econômica, da moeda, da demanda e dos preços. A solução para esse tipo de inflação seria o aumento dos juros”. Por esses conceitos, parece que o governo agiu certo nessa medida e aprender o economês, por mais difícil que seja para qualquer pessoa, é essencial para entender esse fenômeno chamado mercado.


- texto escrito por João Renato Diniz Pinto -

> acesse www.bcb.gov.br

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Fila de Banco

“Seu moço, vou sentar aqui que minhas pernas tão doendo demais”. Acreditava que não existia concorrência para as filas desumanas da agência do Banco Bradesco, no centro comercial de Montes Claros, Norte de Minas Gerais, Brasil. Nesta sexta-feira, 06 de junho de 2008, vi outra desumanidade com cidadãos do Unibanco, também na área central de MOC. E o pior é que o caixa reservado a pessoas com necessidades especiais, como idosos, gestantes, deficientes físicos, etc, encontrava-se em uma situação entristecedora. A fila para o caixa reservado não possuía o moderno sistema de senha e as pessoas idosas, as grávidas e os portadores de necessidades especiais permaneciam em pé à espera de atendimento.

Tenho mesmo é que me acostumar a viver neste sistema e esquecer que, para qualquer pessoa, não apenas para determinados seres humanos, ficar em pé durante muito tempo pode ser prejudicial à saúde. O sistema financeiro só está interessando em lucrar e não tem preocupação com a saúde dos outros - à exceção da financeira. O jeito é crer que, para a falta de ética que existe no moderno sistema de senha para o atendimento oferecido pelos bancos, criou-se a solidariedade: a pessoa que está na fila do banco pega várias senhas, mas pensa em compartilhá-las com outras pessoas. Neste caso, ser esperto e levar vantagem em tudo até foi possível, desde que se partilhe esta esperteza e esta vantagem com o próximo.


- texto escrito por João Renato Diniz Pinto -