ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

segunda-feira, 29 de março de 2010

A Igreja tem profetas

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Palavra de Deus deve ser proclamada oportuna e inoportunamente (Cf. 2 Tm 4, 2). Isto quer dizer que deve ser sempre anunciada a todo o Povo de Deus. Este precisa de pessoas que anunciem esta Boa Notícia: Deus ama toda a humanidade. Estas pessoas são os Profetas. A liturgia nos apresenta dois Profetas que sentiram na própria carne a rejeição e o desprezo, porque eles foram fiéis à missão cristã.

No Livro de Jeremias, é narrado o seu chamado a ser “Profetas das Nações”, embora, em um primeiro momento, ele tentou recusar e fala que era apenas uma criança (...), mas Deus não desiste dele e diz. “Antes de te formar no ventre materno, eu te conhecia; antes de saíres do seio de tua mãe, eu te consagrei e te fiz Profeta das Nações. Não tenhas medo. Não conseguirão te vencer. Estarei contigo para te livrar" (Cf. Jr 1, 4-5.17-19).

O Profeta é alguém consagrado por Deus. Este o capacita e envia-o para dizer que Deus tem um projeto de salvação. Esse enviado por Deus também tem a missão de denunciar toda injustiça, os desvios da verdade, os abusos de poder e tudo aquilo que tira a liberdade do homem e da mulher. O profeta é sinal de sofrimento, de solidão, de risco, mas também de esperança, de paz. A sua missão é mostrar que Deus está atento e caminha na nossa história humana.

O Evangelho de Lucas apresenta o Profeta Jesus. Ele está na sua terra de Nazaré. Lá, Ele é rejeitado pelos seus conterrâneos e até pelos seus próprios parentes. Então, o próprio Jesus fala. "Nenhum profeta é bem recebido na sua terra" (Lc 4, 24). Eles não conheceram quem era Jesus, viram n’Ele apenas o filho do carpinteiro José. Não tiveram a experiência profunda da Fé de acreditar no que Ele falou: hoje se cumpriu esta escritura.

Isto é a passagem do Profeta Isaías, que ele acabara de ler. Jesus quer estar em nossa vida, mas, para aderir ao seu projeto, precisamos estar com Ele, ouvindo sua Palavra, comprometendo-a com a nossa vida. Jesus não age para fazer um espetáculo, mas quer mostrar que é solidário aos que mais precisam e que não têm vez na sociedade moderna de consumo e egoísta do nosso tempo.

Nesta cidade, Jesus não faz nenhum milagre porque eles são insensíveis em acreditar que Jesus é Filho de Deus. Em outros lugares, Jesus manifestou o seu poder porque acreditaram que Ele era enviado para fazer a vontade de seu Pai. Jesus lembra que, no passado, diante dessa incredulidade de então, Ele nos recorda Elias e Eliseu, que realizaram prodígios entre estrangeiros que acreditaram neles (Cf. Lc 4, 21-30).

A reação deles é rápida e violenta: rejeitam Jesus e tentam matá-lo, jogando-o num precipício... mas Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho (Cf. Lc 4, 29-30). Cada cristão é chamado a ser profeta no mundo de hoje, e o que o credencia é a graça que vem de Deus, dando-lhe força e coragem, mesmo na perseguição e rejeição. São Paulo nos lembra que o amor é a condição de ser discípulo de Cristo, porque ele nos transforma, nos faz humildes e solidários aos que mais sofrem em nossa sociedade. Só o amor dá sentido à vida e à experiência cristã (Cf. 1 Cor 12, 31; 13, 13).

O Profeta deve “deixar-se guiar pelo Amor” e nunca pelo próprio interesse. O verdadeiro profeta é aquele que faz uma profunda experiência do amor de Deus em sua vida. Nós seguimos Jesus porque Ele é nosso salvador e nos faz compreender que somos amados por Ele. Em todos os momentos, Ele está conosco e nos anima a trabalhar a favor do seu reino de justiça, paz e liberdade para todos.

“Ait autem: Amen dico vobis: Nemo propheta acceptus est in patria sua.” (Lc 4, 24)

“Nenhum profeta é bem recebido na sua terra." (Lc 4, 24)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

domingo, 28 de março de 2010

Solenidade da Anunciação do Senhor

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Na última quinta-feira, 25 de março, toda a Igreja celebrou a Solenidade da Anunciação do Senhor. O Mensageiro de Deus vai até a casa onde Maria morava. Ele era portador da proposta de Deus a ela. Esta estava aberta à graça de Deus. Ouviu atentamente tudo o que Deus propunha. Tentava entender este mistério e perguntou ao Anjo como que isto aconteceria. O Anjo respondeu. “O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus” (Cf. Lc 1, 26-38).

Quando Deus decidiu se tornar homem no seu Filho, ele precisava do “sim” de uma criatura livre. Deus não age contra nossa liberdade. E sucede uma coisa verdadeiramente extraordinária. Deus se faz dependente da liberdade, do “sim” de uma criatura e espera este “sim”. São Bernardo de Claraval, em uma de suas homilias, explicou de modo comovente este momento decisivo da história universal, quando o céu, a terra e o próprio Deus esperam a palavra desta criatura, ressaltava o Santo Padre, o Papa Bento XVI em 12 de agosto de 2010.

A coragem de Maria vai nos ensinar que devemos estar prontos para Deus. Ela soube ouvir e ver os sinais que vêm do Deus Altíssimo. Não vacilou em responder a Deus quando Ele fez uma grande proposta dela ser a Mãe do Salvador. Desse modo, o Verbo de Deus se encarna e vai habitar conosco, ensinado o bom caminho e regatando-nos novamente para a Eternidade.

“Spiritus Sanctus superveniet in te, et virtus Altissimi obumbrabit tibi: ideoque et quod nascetur sanctum, vocabitur Filius Dei.” (Lc 1, 35)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Hosana ao Filho de Davi

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Com a liturgia do Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa. Vamos reviver a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém que marca o fim daquilo que Jerusalém representava para o Antigo Testamento e assinala o início da nova Jerusalém. Nesse lugar dará o inicio de um novo tempo e a Igreja será o sinal para o mundo da redenção de Cristo.

Na Igreja primitiva, a celebração deste domingo focalizava aspectos diferentes. Em Roma, o tema central era a Paixão do Senhor e, em Jerusalém, era a Entrada triunfal de Jesus, destacando a Procissão dos Ramos.

Atualmente, as duas tradições se integram numa única celebração. Atualmente podemos chamar Domingo de Ramos e da Paixão de Jesus Cristo. Podemos perceber que a primeira parte da celebração se faz fora com as bênçãos de Ramos e a procissão festiva para atualizar a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém.

A segunda parte se faz dentro da Igreja com a proclamação da Paixão de Cristo e todos participam da Eucaristia. O povo alegre canta Hosana ao Filho de Davi, mas os fariseus reclamam da euforia contagiante do Povo a Ele, mas Jesus diz. "Se eles se calarem, as pedras gritarão...”. Temos aí o Cristo Rei Servidor montado em um jumento. É a presença d’Ele como Príncipe da Paz.

O Profeta Isaías narra para nós a missão do Servo Sofredor que vem até nós e traz a salvação. Apesar de tudo, do sofrimento e de toda forma de ingratidão, mesmo assim Ele se mantém firme na sua missão. Ele é o Profeta que confiou em Deus e realizou o Plano de Deus (Cf. Is 50, 4-7). A Igreja primitiva viu nesse servo sofredor a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Paulo, na sua Carta aos Filipenses, mostra-nos um Hino que apresenta o "despojamento" de Jesus. Ele, mesmo sendo Deus, humilhou-se até a morte de cruz como o Servo de Javé. Por causa disso, foi glorificado como Filho de Deus na Ressurreição (Cf. Fl 2, 6-11).

O Evangelista Lucas narra para nós a PAIXÃO E MORTE DE JESUS. Toda sua vida na terra tinha uma finalidade de cumprir a missão que o Pai lhe determinou. Anunciou a todos a boa nova, curou os doente, libertou os cativos e fez ressurgir nas pessoas a Esperança de um Reino onde existe justiça, partilha, solidariedade e inclusão total para a vida.

A Cruz é sinal do amor doação total de um Deus que ama e nos faz sermos seguidores de Cristo, transformando a nossa realidade, onde a economia esteja a serviço da vida e direitos iguais para todos. O seu projeto de salvação contrariou os orgulhosos e os autoritários da época, mas eles não sabiam que condenando Jesus à morte, estavam confirmando a Bondade de Deus que vem em socorro ao homem, libertando-o de toda forma de escravidão. Tudo conclui na frase de Jesus: Tudo está consumado. A Cruz de Cristo vai levar a Luz da Sua Ressurreição, pois a morte não vai ter a última palavra (Cf. Lc 22, 1-49).

“Dominus Deus aperuit mihi aurem; ego autem non rebellavi, retrorsum non abii.” (Is 50, 5)

“O Senhor Iahweh abriu-me os ouvidos e eu não fui rebelde, não recuei.” (Is 50, 5)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O perdão de Deus mostra seu coração misericordioso

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Deus é amor e o seu coração é grande que cabe o perdão a toda a humanidade. Ele é infinitamente Bom, e está sempre disposto a nos acolher com carinho, dando o seu perdão. A maior prova de seu perdão é permitir que seu filho único assumisse a nossa culpa morrendo na cruz. A cruz para o cristão é sinal de redenção e salvação da humanidade dada por Cristo.

Jesus para mostrar o coração misericordioso de Deus narra parábola evangélica do “filho pródigo”. Nela nos mostra e “tem o poder de nos falar de Deus, de fazer-nos conhecer a sua face, ou melhor ainda, o seu coração”. Foi o que recordou o Papa Bento XVI ao meditar sobre o Evangelho proposto no quarto Domingo de Quaresma.

Na relação do filho com o pai, explicou o Papa, podemos ler também momentos do caminho do homem na relação com Deus. Há a fase da infância, uma religião movida pela necessidade, pela dependência. Depois, o homem quer deixar essa submissão e se tornar livre, adulto, “pensando inclusive de poder viver sem Deus”. Uma fase, comentou Bento XVI, que pode levar ao ateísmo, “mas também este, não raramente, esconde a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus”.

Felizmente, Deus jamais deixa de ser fiel e, mesmo que nós nos afastemos, continua a seguir-nos com o seu amor, perdoando os nossos erros e chamando-nos a Ele. “Somente vivendo o perdão”, concluiu o Papa, “reconhecendo-nos amados de um amor gratuito, entramos finalmente em uma relação realmente filial e livre com Deus”.

Assim conclui que “depois que Jesus nos contou do Pai misericordioso, as coisas não são mais como antes. Agora conhecemos Deus: Ele é o nosso Pai, que por amor nos criou livres e dotados de consciência, que sofre se nos perdemos e fica feliz se regressamos” (artigo tirado H2Onews – Newsletter, 15/03/2010).

Com estas palavras do Papa Bento XVI, nós podemos ver Deus sempre como um Pai que espera o retorno do filho ausente que abandona a vida de família, da comunidade e do mundo. Deus nos quer sempre em família e em comunhão com Ele na sua palavra e na Eucaristia onde seu Filho se dá em alimento do seu corpo e sangue para nós. A nossa vida não pode ser levada de qualquer jeito, pois somos preciosos aos olhos de Deus. Quando a humanidade afasta de Deus, então ela caminha na escuridão do erro e da morte. Se trilhar o caminho da luz, então a humanidade encontra vida e a promove em abundância.

A fraternidade, o amor, a solidariedade e o perdão nos fazem ser filhos amados de Deus que cria um mundo mais justo e de paz para todos. Assim experimentamos na nossa vida o perdão de Deus que mostra o seu coração misericordioso por todos os seus filhos. Deus nos quer sempre com Ele na terra e até um dia eternamente no céu.

“eum autem, qui paulo minus ab angelis minoratus est, videmus Iesum propter passionem mortis gloria et honore coronatum, ut gratia Dei pro omnibus gustaverit mortem” (Hb 2, 9)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quarta-feira, 24 de março de 2010

MOC clama por melhoria de vida

(pelo menos esta é a minha opinião)

Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Na tarde da última sexta-feira (19), alguns moradores do Bairro Santa Rita se reuniram para avaliar a situação da região que, apesar de ser um lugar central da cidade, também se sente esquecido pelo Poder Público Municipal. A Rua Professora Maria Machado, no Bairro Santa Rita, está com enormes rachaduras e ameaça até abrir uma “cratera” com as fortes chuvas que têm caído em MOC neste mês.

Um dos moradores já avisou a Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização (Esurb) e nenhuma providência foi tomada, o que trouxe muita revolta para os moradores do Santa Rita de Cássia, que dizem ter ajudado a eleger o atual prefeito de MOC. E este hoje mostra desrespeito e falta de compromisso com os seus munícipes.

Os moradores ainda advertem que o Programa Saúde da Família (PSF) local não tem nenhuma estrutura para atender a comunidade. Apesar de se ter muitos comércios no Grande Santa Rita, como em todo qualquer lugar de MOC, aqui é um bairro onde se encontra muitas famílias carentes.

Uma das moradoras do Bairro é Rosilda Pinto Tavares. Ela acredita que, com a estrutura da cidade em um estágio caótico, investir em esporte, como no time de vôlei, não seja uma boa obra do Poder Público Municipal. Este é obrigado a priorizar o atendimento às necessidades básicas do contribuinte desta cidade.

Sai governante, entra governante e MOC continua maltratada. Pelo jeito, continuará ou ficará em uma situação ainda pior. Pelo que comentam na cidade, o dinheiro que deveria ser investido em saúde, educação e esporte é economizado, otimizado e guardado em um cofre secreto para ser usado na campanha política do filho do prefeito, o inexperiente Tadeuzinho Leite, que, de fato, ainda está com cheiro de leite, e leite podre, pois, nos rincões de Montes Claros, fala-se de um rombo de R$ 800 mil na Prefeitura.

Aonde iremos com tantos golpes? É notável a tristeza no olhar, sobretudo nos rostos cansados dos usuários do transporte coletivo. Ao invés de melhorar a dignidade da vida da população, esta administração faz é prejudicá-la. Quase todos os bairros de MOC fazem manifestações desnecessárias para a melhoria no transporte coletivo. Falo desnecessárias porque o prefeito de Montes Claros se mostra insensível diante dos problemas deste município.

Ele mora em um “palácio”. Em suas férias, também desnecessárias, viaja para fora do Brasil com sua linda família, mantida no luxo com o dinheiro do povo sofrido e descontente com este sistema que escraviza e domina a sociedade montes-clarense que, por medo, cala-se e, por inocência, confia em políticos corruptos e incompetentes.


Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros.

NOTA DA ADMINISTRAÇÃO DESTE DIÁRIO VIRTUAL Apenas neste mês, três protestos foram programados e postos em prática (um no Eldorado e dois no Grande Maracanã) pela Assembleia Popular de Montes Claros para reivindicar por um transporte “público de qualidade e com tarifa justa”. No Bairro Jardim Eldorado, após a manifestação do dia 04, as empresas concessionárias e licitadas pelo transporte coletivo municipal recolocaram cinco ônibus à disposição da população, inclusive a tão esperada linha que leva os moradores ao Hospital Alpheu Gonçalves de Quadros. Sabemos que, diante da infinidade de problemas concentrados em MOC, três protestos em apenas um mês, são realmente muito poucos. É preciso mais. Moradores do Bairro Monte Carmelo já estão insatisfeitos com o serviço prestado no transporte coletivo e prometem agir com firmeza. É esperar, organizar e protestar para ver no que vai dar.

ACESSE www.apmoc.blogspot.com
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terça-feira, 23 de março de 2010

Ser sacerdote por vocação

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A vocação é um dom que Deus suscita naquele que vai cumprir a missão e de ser mais próximo de Cristo, sendo também outro Cristo para outras pessoas. Jesus é quem faz o chamado e capacita a pessoa através da sua graça santificante. Todo cristão é chamado para ser profeta, rei e sacerdote comum. Alguns têm chamado especial, que é a vocação ministerial. Os sacerdotes são aqueles que recebem o mandato de Cristo através da ordenação sacerdotal para ser a presença deste Cristo que vem a nós pela Palavra e Eucaristia.

O mundo carece de Deus porque o secularismo nos deixa cegos e não enxergarmos a presença de Deus no meio de nós. O sacerdote é o profeta do nosso tempo. Ele nos alerta para não sairmos do caminho do Senhor que traz vida para todos. O Papa Bento XVI nos lembra que a vocação do sacerdote é uma vocação ainda mais preciosa em um mundo que se distancia de Deus. Foi o que reafirmou Bento XVI, no discurso dirigido aos 500 participantes do encontro organizado nestes dias pela Congregação para o Clero.

Há uma grande necessidade de sacerdotes que falem de Deus ao mundo e que apresentem a Deus o mundo, disse o Papa, que ainda nos recordou que os sacerdotes são homens não sujeitos a efêmeros modos culturais, mas capazes de viver autenticamente a liberdade, que somente a certeza da pertença a Deus é capaz de doar. Os nossos limites e as nossas fraquezas, disse ainda o Papa, devem nos levar a viver e preservar com profunda fé tal dom precioso, com o qual Cristo nos configurou a Si, tornando-nos partícipes da sua Missão salvífica.

Estas poucas palavras do Santo Padre nos fazem refletir que o sacerdote é um homem que tem uma missão sublime de conduzir o povo para o caminho seguro que leva ao céu. Esse céu nós conquistamos com a graça de Deus e na convivência com a comunidade cristã. Ele acontece já na terra, quando experimentamos a presença de Deus que nos liberta e salva. Tornamo-nos novas criaturas resgatadas pelo sacrifício de Cristo na Cruz que se doa totalmente para a nossa salvação.

Esse sacrifício é sempre atualizado em todas as nossas missas que participamos. Porque o sacerdote faz acontecer no meio de nós este mistério da Paixão, da Morte, da Ressurreição e da Ascensão de Cristo. Que a graça possa inundar sempre os nossos sacerdotes, que cada cristão seja dócil na escuta da Palavra de Deus e que viva em conformidade com a vontade de Deus.

“Eratis enim sicut oves errantes, sed conversi estis nunc ad pastorem et episcopum animarum vestrarum.” (1 Pd 2, 25)

“Pois, estáveis desgarrados como ovelhas, mas agora retornastes ao Pastor e Supervisor das Vossas Almas.” ( 1 Pd 2, 25)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Como deve ser morar na rua?

Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Outro dia, passava pela rua quando, de repente, fui abordado por um morador de rua que me implorou alguns minutos e eu rapidamente sentei perto dele. Ele começou a me contar que estava muito triste com a situação do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) que, segundo ele, negou-se a atendê-lo, o que me trouxe espanto e indignação.

Ele ainda continuou a falar que era morador de rua por opção. Tinha família, mas não queria morar com ela, pois, bebia muito e brigava com suas filhas e, sendo assim, preferiu sair e tentar a vida como catador de material reciclável. Imediatamente, eu falei pra ele procurar a Associação de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Montes Claros (Ascamoc) que possui uma certa estrutura para ajudá-lo.

Por sua vez, o andarilho se interessou muito no assunto. Logo passei o contato da assistente social Sônia Gomes de Oliveira que, desde antes da criação da entidade, realiza um trabalho muito bonito com os catadores. Ele me prometeu que ia procurar e tentar mudar de vida, pois estava muito triste e desanimado com a vida que leva. Depois da conversa que tive com esse morador de rua, cheguei em casa e coloquei-me a imaginar como seria a vida de um morador de rua e cheguei à conclusão de que ele tem direito à vida, e isto está previsto na Constituição Brasileira, a nossa lei maior, mas que, infelizmente, as nossas autoridades públicas fazem muito pouco para aplicá-la e transformar a realidade dura e cruel de muitos trabalhadores brasileiros.

Como é que temos coragem de dar o nosso voto de confiança para políticos que dizem ser nossos representantes e que fazem muito pouco para oferecer saúde, educação, moradia, transporte público de qualidade para todos.

Hoje eu sei que, se nós nos reunirmos na fé e na coragem, construiremos um Estado-Verdade que reflita a sociedade brasileira. Não é a sociedade que deve refletir e reproduzir o Estado. Somos contribuintes fiéis, pagamos muitos impostos e recebemos de volta muita insegurança e uma infinidade de ofertas de produtos que preenche momentaneamente o nosso vazio existencial, mas que não é capaz de trazer a paz certa para a nossa vida.

Cristo nos ensina que nós podemos vencer este mal. Não podemos ter medo. O que vale a pena é trabalhar sério e honestamente. Aí vamos ver quem, de fato, pode dominar de maneira correta este nosso País lindo e quase todo destruído e marginalizado.


NOTA: A Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Montes Claros pode perder a sua sede no Bairro Vera Cruz, perto do Villefort Atacadista. A Prefeitura Municipal apresenta sinais de que não pretende renovar contrato com a Ascamoc.

Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros.

sexta-feira, 19 de março de 2010

O sacerdote é homem do serviço e da oração

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Igreja por vocação é missionária. Ela está a serviço do Reino de Deus. Ela aponta o caminho, a direção e o norte para todos os cristãos. A meta é Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida. Chegamos ao Pai pelo Cristo e Ele nos dá força para estar com Ele sempre. São Domingos “nos recorda que no coração da Igreja deve sempre queimar um fogo missionário”. É “Cristo, de fato, o bem mais precioso que os homens e as mulheres de cada tempo e de cada lugar têm o direito de conhecer e de amar”. É o que aconselha o Santo Padre, o Papa Bento XVI.

Sublinhando as qualidades espirituais de São Domingos, nascido na Espanha por volta de 1170, o Sumo Pontífice convidou todos aqueles “que têm um papel de animação e de governo na Igreja” a não ceder à “tentação da carreira e do poder”. “Não buscamos poder, prestígio, estima para nós mesmos”, insistiu o Papa, louvando o exemplo de São Domingos que “falava sempre com Deus e de Deus”. “Na vida dos santos, o amor do Senhor e pelo próximo, a busca da glória de Deus e da salvação das almas caminham sempre juntas”.

Com o pensamento dirigido ao Ano Sacerdotal e à fúlgida figura de São Domingos, o Papa, enfim, convidou seminaristas e sacerdotes a “cultivarem a dimensão cultural da fé”, mergulhando frequentemente na oração. Assim, o sacerdote é um homem do serviço às pessoas que mais precisam, que são os doentes, os pobres, os excluídos e todos aqueles que buscam ter um encontro pessoal com Cristo. O sacerdote deve ser o homem de oração para poder transmitir a mensagem genuína da Salvação trazida por Cristo a toda a humanidade.

A oração nos faz próximos de Deus e nos cristianiza para ser irmãos uns dos outros. O tempo que empregamos no cultivo da amizade com Cristo, na oração pessoal e litúrgica, concretamente na dedicação de um tempo determinado e quotidiano à meditação e na fiel recitação da Liturgia das Horas, é um tempo de atividade autenticamente pastoral. A orientação agora é do Cardeal Dom Cláudio Hummes que anima os sacerdotes brasileiros com aquelas mesmas palavras de São Paulo.

“Estai sempre alegres. Orai continuamente. Em todas as circunstâncias, daí graças, porque esta é a vontade de Deus, em Cristo Jesus, a vosso respeito...”. Este trecho foi tirado da Carta de Dom Cláudio Hummes que pode ser lida, na integra, no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - www.cnbb.org.br/site/images/stories/arquivos/mensagemcongclero13enp.pdf.

Deus quer fazer morada em nós. Portanto, não podemos ter medo de estar com Ele sempre e em todos os lugares. Assim o amor reinará, a partilha será uma realidade entre nós e a solidariedade fará de nós pessoas mais humanas.

“Ipse autem Deus pacis sanctificet vos per omnia, et integer spiritus vester et anima et corpus sine querela in adventu Domini nostri Iesu Christi servetur.” ( 1 Ts 5, 23)

“Que o próprio Deus da paz vos santifique inteiramente, e que todo o vosso ser - o espírito, a alma e o corpo - seja guardado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!” (1 Tes 5, 23)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A reconciliação nos dá vida nova

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Liturgia nos ajuda a reconciliar conosco, com os irmãos e com Deus. Deus nos quer feliz e que a salvação seja alcançada por todos. Quando pecamos, afastamos de Deus, mas Ele vem ao nosso encontro, dando perdão e nos resgatando de novo para a Vida da Graça.

No Livro de Josué é mostrado que Deus reconcilia com o seu povo. Nessa leitura, percebemos que Deus se reconcilia com o seu povo. Israel celebra pela primeira vez a Páscoa na Terra Prometida. Antes, os nascidos no deserto, ainda não circuncidados, deveriam passar pela circuncisão, como sinal da Aliança e de pertença ao Povo Eleito. Assim Todos poderiam celebrar a Páscoa, como início de uma vida nova (Cf. Js 5, 9a.10-12).

Desse modo, na Quaresma, somos chamados a reconciliar, sair do deserto do pecado e da escravidão dos vícios e abraçar com alegria a libertação. Assim podemos celebrar a Páscoa, a Vida Nova que nos dá a Ressurreição de Cristo.

O Apóstolo São Paulo, na sua carta aos Coríntios, nos mostra um Hino que enaltece a Misericórdia de Deus, que nos deu a vida em Cristo e nos exorta, dizendo. “DEIXAI-VOS RECONCILIAR com Deus” (Cf. 2 Cor 5, 17-21). O cristão deve aceitar essa Reconciliação com Deus, em Cristo. Ela passa pela comunhão com Deus e com os irmãos.

No Evangelho, Lucas narra a passagem que o Pai se reconciliou com o filho e convidou os filhos a se reconciliarem entre eles (Cf. Lc 15, 1-3.11-32). Assim como o Pai da parábola, Jesus nos mostra que Deus é um Pai que quer os filhos de volta, perdoa os pecados e ainda dá vida nova a todos que querem estar em plena comunhão com Ele e com os irmãos. Jesus se mostra solidário a todos, principalmente, os que estão afastados.

Podemos notar esta predileção de Jesus, quando Ele narra para nós as parábolas da Ovelha e moeda perdida e do filho pródigo. Deus se mostra como Pai bondoso e misericordioso e sempre procura os que estão perdidos para que voltem à liberdade que leva vida em abundância. O orgulho e desprezo que damos aos outros nos fazem afastar das pessoas que mais gostamos, e saímos à procura da falsa liberdade que leva ao pecado e à morte.

Mas, quando refletimos nesta nossa atitude equivocada e se nos reconhecemos pecadores e pedimos perdão dos nossos pecados, por causa disso, nós podemos retornar e voltar à vida que traz alegria para todos.

Na parábola do filho do pródigo, o pai que sempre esperava a volta do filho, quando o avista de longe, vai ao seu encontro e dá o abraço da acolhida. Nesse abraço, fica todo o perdão e o retorno à casa traz alegria e a festa do encontro acontece. A Igreja se abre a todos na festa do perdão através do sacramento da reconciliação que integra o pecador à comunidade, pois, com a confissão sincera, os nossos pecados são perdoados e a vida nova acontece, de fato, em nós.

Desse modo, acolhendo os apelos de conversão da Quaresma e da Palavra de Deus, a nossa celebração será sempre um verdadeiro banquete para celebrar na alegria a volta ao Pai e à comunidade dos filhos pródigos que estavam perdidos, mas que voltaram à vida pela Bondade de Deus e pela Acolhida dos irmãos.

Si quis ergo in Christo, nova creatura; vetera transierunt, ecce, facta sunt nova (2 Cor 5, 17)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

terça-feira, 16 de março de 2010

"A mais barata de Minas Gerais"

Antes das eleições, o discurso é um. “No transporte coletivo, vamos fazer lá uma auditoria para conhecer aquilo que existe hoje porque nós suspeitamos que o poder público municipal não está administrando o sistema, não está exercendo o papel de fiscalizador e, com isso, a qualidade do serviço caiu muito e também as passagens de ônibus subiram muito de preço. Quando fui prefeito até 12 anos atrás, a passagem de ônibus lá era a mais barata de Minas Gerais. Hoje é uma das mais caras. Então a população tem pago muito caro pelo serviço do transporte coletivo da cidade", afirmava Luiz Tadeu Leite (PMDB) durante o período eleitoral de 2008.

Prefeito de Montes Claros pela terceira vez, o peemedebista mudou de opinião. Em 13 de abril de 2009, mandou subir o vale transporte de R$ 1,55 para R$ 1,90. E há indicações de que a passagem do lotação em MOC aumentará este ano para R$ 2,40 e fará chorar o bolso do contribuinte do município mais uma vez. Em Comunidade de Orkut, Sidinei faz uma análise muito consistente e real sobre a situação social de Montes Claros e, mais especificamente, a respeito do transporte coletivo e do recente Projeto “Integração”.

“Alguém que se diz povão, deveria muito bem saber que a maioria das pessoas na cidade não dispõe de carro ou moto e que depende do transporte coletivo para se deslocar até o trabalho e que, com este aumento absurdo do preço das passagens do transporte coletivo, inúmeras destas pessoas mais simples, com certeza, tiveram uma piora significativa na sua qualidade de vida”, afirma Sidinei. “Bom, dizem que o que já é muito ruim não tem como piorar, mas este ditado parece que não vale muito para o caso do transporte coletivo aqui em Montes Claros”, acrescenta.

Diminuição nas linhas de ônibus e aumento no tempo de espera

“Novamente a atual administração conseguiu tornar um pouco pior a vida das pessoas que moram na periferia implantando o tal do sistema de integração. Como sempre acontece nas administrações do sr. Tadeu, as coisas parecem ser feitas na base do improviso e esta mudança no transporte coletivo não foi diferente”, prossegue Sidinei o seu relato. “Tomo como exemplo minha situação: eu, antes, próximo da minha casa, tinha disponível cinco linhas de ônibus e assim o máximo que eu esperava o ônibus para ir para o meu trabalho era algo em torno de 10 minutos. Com esta mudança hoje, às vezes, fico até 40 minutos no ponto e sem a garantia de que conseguirei pegar um ônibus para chegar no horário do meu trabalho”, protesta e compara o preço do vale-transporte em MOC com uma das maiores cidades do mundo.

“O preço do transporte coletivo aqui em Montes Claros é tão desproporcional que vou usar como exemplo a maior cidade do país para fazer uma comparação (estive em São Paulo há um mês e o bairro que tomei como exemplo é onde meu irmão mora). Em São Paulo, o preço do ônibus é R$ 2,70. Então se você pega um ônibus na extrema periferia da cidade (Jardim Educandário - divisa com Taboão da Serra), você vai andar mais ou menos uns 25 km para chegar no Vale do Anhangabaú, que fica bem no centro da cidade. Ou seja, o usuário paga R$ 0,108 por quilômetro rodado na maior cidade do país”.

“Aqui, em Montes Claros, o preço do ônibus é R$ 1,90. Se você pega um ônibus, por exemplo, no Bairro Olga Benário, vai andar aproximadamente 7 km para chegar na Praça Doutor Carlos, ou seja, o usuário vai pagar aproximadamente R$ 0,271 por quilômetro rodado aqui em nossa cidade. Fazendo a conta, pode-se perceber que aqui em Montes Claros pagamos uma tarifa aproximadamente 2,5 mais cara do que a tarifa paga pelos usuários do transporte coletivo em São Paulo que é muito, mas muito maior mesmo do que Montes Claros”. São Paulo tem 10 milhões de pessoas. MOC cerca de 366 mil habitantes.

"Muito caro"

“Se este valor abusivo fosse compensado com um transporte coletivo de qualidade onde o usuário não precisasse esperar muito tempo nos pontos, não pegasse ônibus entupidos de gente nos horários de pico e um salário decente para os trabalhadores destas duas empresas que têm o monopólio deste serviço há mais de 30 anos, eu poderia até dizer que vale a pena pagar estes R$ 1,90. Mas, com esta qualidade que vemos hoje, penso que, se a gente pagasse 2,5 vezes a menos o que pagamos hoje, ainda assim este transporte coletivo seria muito caro”, é a opinião de Sidinei.

Montes Claros que eu Amo
www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=490531

segunda-feira, 15 de março de 2010

Jesus dá sentido ao caminhar da Igreja

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Igreja é um organismo vivo que tem como cabeça Cristo e o povo de Deus como seus membros. Ela tem a missão de guardar a Fé e defendê-la dos desvios. O chefe da Igreja na terra é Pedro, que teve a missão de guiá-la por Cristo. Hoje para nós Pedro é Bento XVI. A Igreja é visível na comunhão de todos os que nascem de novo e participam da vida de Cristo e, consequentemente, estão unidos uns aos outros pelo Espírito-Santo. É uma simples comunhão de pessoas sem caráter de instituição humana. Então a Igreja não é uma instituição simplesmente, mas uma unidade viva e divina.

Podemos dar alguns títulos para a Igreja que vai reforçar o seu significado para nós: Um Rebanho (João 10, 16); Lavoura de Deus (1 Cor 3, 9); Edifício de Deus (1 Cor 3, 9); O Templo de Deus (1 Cor 3, 16); Corpo de Cristo (Ef 1, 22-23); Um Novo Homem (Ef 2, 15); Morada de Deus (Ef 2, 22); Casa de Deus (1 Tm 3, 15); A Coluna e Firmeza da Verdade (1 Tm 3, 5); A Noiva de Cristo (Ef 5, 25-27; 2 Cor 11, 2).

Desse modo, o que vai dar sentido ao agir da Igreja é Cristo, como pode se notar que “somente Jesus” é tudo aquilo que é dado à Igreja de todos os tempos, é o que satisfaz o caminhar da Igreja. Foi o que disse o Papa Bento XVI em uma manhã de domingo, antes da oração do Ângelus, na Praça São Pedro, analisando o episódio evangélico da Transfiguração de Jesus, que domina a liturgia do segundo domingo de Quaresma.

Ele é a única voz a se ouvir, explicou Bento XVI, o único que, subindo rumo a Jerusalém, doará a vida. É belo se comprazer como Pedro das consolações do Senhor, acrescentou o Papa… Mas a Transfiguração nos recorda que as alegrias semeadas por Deus na vida não são pontos de chegada, mas são luzes que Ele nos doa na peregrinação terrena para que "somente Jesus" seja a nossa Lei e a sua Palavra seja o critério que guia a nossa existência.

Com estas palavras do Papa, nós podemos dizer que caminhamos com Cristo juntos com todo o povo de Deus para se transfigurar em criaturas novas, onde a pessoa humana é restaurada por inteiro. Essa transformação molda o nosso coração ao de Cristo, o Bom Pastor que nos conduz a um caminho seguro que leva ao Pai. Desse modo, praticamos a justiça, a fraternidade e o bem comum entre todos. Ninguém fica excluído e todos se tornam irmãos.

“Et alias oves habeo, quae non sunt ex hoc ovili, et illas oportet me adducere, et vocem meam audient et fient unus grex, unus pastor.” (Jo 10, 16)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sábado, 13 de março de 2010

A Igreja Católica é sinal de unidade

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Ao olharmos a história da Igreja nestes quase dois mil anos de existência, verificamos que realmente ela tem o seu fundamento em Cristo e coloca Pedro na direção da Igreja, através da sua profissão de Fé: tu és o Cristo, o Filho de Deus Vivo (Mt 16, 16-19); e que tem palavra de vida eterna (Cf. Jo 6, 68). Assim, a Igreja sempre teve e tem na sua chefia um sucessor de Pedro, hoje para nós é o Santo Padre, o Papa Bento XVI.

O Brasil, no seu descobrimento, teve a sua primeira Missa na presença de uma cruz, que é o sinal da redenção. As cidades, vilarejos e aldeias dos países do Novo Mundo nascem com a presença da Igreja que anuncia a Cristo, o salvador do mundo. Se olharmos bem atentamente a história cristã, vemos que a Igreja estava firme na sua unidade por uns 1500 anos. Nesse período, somente houve o Cisma do Oriente (em 1054 e que resultou na Igreja Ortodoxa). Até então a Igreja Católica era sinal da unidade dos cristãos.

Ela teve papel muito importante no desenvolvimento dos povos e na sua evangelização. Ela contribui muito na difusão do conhecimento, pois ela foi responsável pela educação nos colégios, nas universidades criadas pela Igreja e nos mosteiros. Infelizmente, houve rupturas e separações que desfiguram a Igreja na sua unidade. Outras religiões cristãs surgiram. Há um esforço grande hoje para o diálogo ecumênico. Hoje, esse diálogo, a comunicação e a busca dos verdadeiros valores do homem e da fé em Cristo, que são perenes, trazem concórdia e paz e servem para um humanismo cristão e para um convívio fraterno.

Bento XVI presidiu celebração na tarde de 24 de janeiro de 2010, véspera da Solenidade da Conversão de São Paulo, na Basílica de São Paulo, “fora dos muros”, em Roma, Itália. Nesse dia, o Sumo Pontífice frisou ainda o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que este ano é “Vós sois as testemunhas destas coisas” (Lc 24, 48). O Papa reforçou o chamado a ser missionários do Evangelho. O encontro entre o Apóstolo Paulo e Jesus no Caminho de Damasco é o início de uma incansável atividade missionária, na qual o apóstolo empregará todas as suas energias para anunciar a todos os povos aquele Cristo que ele encontrou pessoalmente.

Bento XVI comentou ainda sobre o tema da Semana. Ele recordou a Conferência Missionária de Edimburgo, realizada em junho de 1910. Durante essa Conferência, mais de mil expoentes do protestantismo e do anglicanismo se reuniram nessa cidade escocesa para refletir sobre a necessidade de buscar a unidade dos cristãos a fim de tornar mais eficaz e crível o anúncio do Evangelho.

“Um século depois do evento de Edimburgo, a intuição daqueles corajosos precursores é ainda atual. Em um mundo marcado pela indiferença religiosa e por uma crescente aversão à fé cristã, é necessária uma nova e intensa atividade de evangelização, não somente entre os povos que nunca conheceram o Evangelho, mas também naqueles em que o Cristianismo se difundiu e faz parte de sua história", frisou o Papa.

O Santo Padre sublinhou que “enquanto caminhamos rumo à plena comunhão, somos chamados a dar um testemunho comum diante dos desafios sempre mais complexos de nosso tempo, como a secularização e a indiferença, o relativismo, o diálogo com outras confissões religiosas”. O nosso testemunho de cristão é promover o bem a todos que necessitam da nossa solidariedade.

“Cada um de nós é chamado a dar a sua contribuição em favor da comunhão plena entre todos os discípulos de Cristo. A força que promove a unidade e a missão dos cristãos surge do encontro com Cristo Ressuscitado”, concluiu o Papa. Este sinal da unidade que a Igreja quer ser no mundo é por causa da Palavra de Cristo que nos diz. “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4-5).

“Respondit ei Simon Petrus: ‘Domine, ad quem ibimus? Verba vitae aeternae habes.’” (Jo 6, 68)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 12 de março de 2010

A justiça é para todos

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Na Quaresma, fazemos o caminho da esperança. Esta chegará ao seu ápice com a Ressurreição do Senhor. A nossa vida deve ser transformada em Deus. Não podemos ficar na busca apenas de bens materiais. Se ficarmos no materialismo, tornamo-nos cegos e não vemos o irmão que sofre e precisa de nossa ajuda. Devemos sair de nós mesmos para o amor que implanta a justiça para todos. A justiça não vem apenas da aplicação da lei, mas também da aplicação de um coração mais generoso e solidário que se abre a todos.

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, afirma, em sua mensagem para a Quaresma, que “aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei. Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar”. O Bento XVI conclui no primeiro ponto de sua reflexão que o ser humano, mais do que pão, “de fato precisa de Deus”.

Em outro ponto da mensagem, Bento XVI nos faz pensar na injustiça do mal, ali onde se substituiu “a lógica de confiar no Amor” por “aquela da suspeita e da competição”; “a lógica do receber, da espera confiante do Outro”, pela lógica “ansiosa do agarrar, do fazer sozinho” (Cf. Gn 3, 1-6), “experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza”. Algumas passagens depois, o Papa nos ensina que, “para entrar na justiça, é, portanto, necessário sair daquela ilusão de auto–suficiência, daquele estado profundo de fechamento, que é a própria origem da injustiça”. Em outras palavras, “é necessário um ‘êxodo’ mais profundo do que aquele que Deus efetuou com Moisés, uma libertação do coração, que a palavra da Lei, sozinha, não tem o poder de realizar”.

Inclusive, o Papa afirma que “converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto-suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência - indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade”. Ao final da mensagem, Bento XVI diz que, “precisamente fortalecido por esta experiência, o cristão é levado a contribuir para a formação de sociedades justas, em que todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade humana e onde a justiça é vivificada pelo amor”.

Nestas poucas palavras de grande profundidade do nosso Papa, Bento XVI nos impulsiona a viver com autenticidade o Cristianismo. Devemos ser novas criaturas e nos tornar cristãos e pessoas que fazem a diferença no mundo. O mundo se torna melhor porque nos tornamos bons e seguidores do Cristo que é o amor de Deus entre nós. Assim, a nossa realidade se torna uma grande família, onde todos têm lugar e vez. Portanto, a ressurreição de Cristo terá efeito imediato em nós, na nossa prática da justiça, da solidariedade e da partilha entre todos. Que Deus seja a nossa meta e que o procuremos sempre para termos vida nova.

“Respondit Iesus et dixit ei: ‘Si quis diligit me, sermonem meum servabit, et Pater meus diliget eum, et ad eum veniemus et mansionem apud eum faciemus.” (Jo 14, 23)

“Respondeu-lhe Jesus: ‘Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada.” (Jo 14, 23)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quinta-feira, 11 de março de 2010

A vida é importante

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Nós somos amados por Deus desde a nossa concepção e sempre por toda a eternidade. No ventre materno, Deus já nos chama a partilhar da vida e nos dá uma missão. Cada um vai descobrindo o seu papel na Igreja, na família, na sociedade e onde a pessoa se situar. Cada um vai fazendo a sua história de vida.

Nada pode substituir a vida. Por isso devemos defendê-la desde a sua concepção. O aborto é um atentado à vida. Esta estória que vou contar é apenas uma ilustração, mas nos questiona e nos faz ver que a vida deve ser protegida. Cada pessoa deve procurar meios necessários para que ela desenvolva a sua integridade física, espiritual e mental. É preciso ainda dar à toda criança o melhor para que ela seja uma pessoa da terra e do céu. O título desta estória é “O melhor ginecologista”. Segue esta estória para pensar e refletir...:

“Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz:

- Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e já estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre um e outro...

O médico então perguntou:

- Muito bem. O que a senhora quer que eu faça?

A mulher respondeu:

- Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.

O médico então pensou um pouco e, depois de algum tempo, em silêncio, disse para a mulher:

- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.

A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido. Ele então completou:

- Veja bem, minha senhora. Para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco...

A mulher apavorou-se e disse:

- Não, doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime.

- Também acho, minha senhora, mas me pareceu tão convencida disso que, por um momento, pensei em ajudá-la.

O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno. O crime é exatamente o mesmo.”

Graças a Deus é apenas uma estória, mas mexe com o nosso coração. A vida deve ser protegida sempre, e que não haja a cultura da morte em nosso meio social. Você sabe desde quando Deus nos ama? Desde o ventre da sua mãe! Podemos confirmar na Palavra de Deus. Nela está escrito. “Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constitui profeta entre as nações” (Jr 1, 4-10).

“Et factum est verbum Domini ad me dicens: Priusquam te formarem in utero, novi te et, antequam exires de vulva, sanctificavi te et prophetam gentibus dedi te. Et dixi: Heu, Domine Deus! Ecce nescio loqui, quia puer ego sum. Et dixit Dominus ad me: Noli dicere: Puer sum, quoniam, ad quoscumque mittam te, íbis et universa, quaecumque mandavero tibi, loqueris. Ne timeas a facie eorum, quia tecum ego sum, ut eruam te, dicit Dominus. Et misit Dominus manum suam et tetigit os meum; et dixit Dominus ad me: Ecce dedi verba mea in ore tuo; ecce constitui te hodie super gentes et super regna, ut evellas et destruas et disperdas et dissipes et aedifices et plantes.”


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Protesto no Grande Maracanã termina com Hino Nacional

Acabou agora a pouco, por volta das 20h, debaixo de muita chuva, manifestação na Praça Beato Francisco Coll, Bairro Maracanã, MOC, em frente à Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Montes Claros e Beato José de Anchieta. Provenientes da Vila Greice, Santo Inácio, São Judas Tadeu, dentre outros bairros da cidade, os cerca de 80 manifestantes começaram a chegar a partir das 16h e 30min. Com faixas que reivindicavam melhor transporte público coletivo urbano para os contribuintes deste município, moradores do Grande Maracanã, estudantes e agentes de pastorais e movimentos sociais desejavam apenas “transporte coletivo de qualidade e tarifa justa”. ”Merecemos respeito”, assinava a Paróquia Nossa Senhora de Montes Claros e Beato José de Anchieta.



Em um dado momento da manifestação, três linhas de ônibus foram paradas. As duas primeiras foram liberadas para seguir o seu percurso diário. Mas, como ensina o ditado popular, um é pouco, dois é bom e três é demais. A terceira linha que passou, e que serve o Grande Maracanã, foi bloqueada pelos mobilizadores populares por volta das 18h e 30min. Cantos de liberdade, de fé e de vida eram entoados pelos manifestantes a todo instante contra, sobretudo, o projeto “Integração Temporal no Transporte Coletivo Urbano”, implantado recentemente na cidade. Um palanque do trabalhador e da trabalhadora foi improvisado debaixo do ponto de ônibus. Ali os participantes confrontavam o aumento abusivo do vale-transporte que, desde o dia 13 de abril de 2009, está em R$ 1,90. Antes a lotação em MOC era R$ 1,55.



O Ministério Público de Minas Gerais já provou que este aumento na tarifa descumpre a legislação específica sobre o tema. E há indícios de que a atual administração municipal subirá, ainda este ano, o preço da passagem da lotação para R$ 2,40. Este protesto na Praça do Maracanã transcorria sem maiores atropelos e terminou sem dificuldades. A linha de ônibus foi liberada mais ou menos às 20h. Pena que a Polícia Militar sempre tem que fazer o papel dela de protetora do Estado e cumpridora de uma ordem pré-estabelecida, que é legal, mas não é legítima. Aos poucos, durante o protesto, policiais militares iam também ocupando o cenário da manifestação com seus carros oficiais de sirenes vermelhas acesas para uma possível intimidação e dispersão dos populares. Bem no final desta ação sociável, pois atraía a curiosidade de outras pessoas da região, de repente chega a Tropa de Choque do Governo do Estado de Minas Gerais.

O automóvel das Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) fortalece os guardas com escudos e outras armas. Os manifestantes já haviam encerrado o ato e guardavam os equipamentos de som que foram levados para o local. Para demonstrar autoridade, os policiais militares se enfileiram de modo a tomar conta da rua e iniciaram uma espécie de desfile. O jeito foi as pessoas, que ainda se encontravam na praça, cantar o Hino Nacional Brasileiro para os militares, em uma cena bem mais bonita do que qualquer Desfile da Independência. Não se sabe se essa é uma prática simbólica ou costume cultural dos militares se perfilarem e marcharem para a população. Se fosse dentro do quartel, seria melhor e menos constrangedor. A sensação que fica é que militares estão a serviço de um determinado patrão: o Estado. E este está cada dia mais divorciado, se algum dia houve casamento, dos trabalhadores e das trabalhadoras desta nação.



Esta fase confusa que o País atravessa exige muita sabedoria para autoridades e movimentos sociais. Mas, desta vez, os movimentos sociais venceram. Terminar uma manifestação cantando, em coro, o Hino Nacional e, em plena praça pública, foi uma maneira irônica de dizer que a credibilidade das autoridades anda baixa, e muito baixa. Neste protesto do Bairro Maracanã, nenhuma emissora de rádio ou de televisão pôde comparecer. Talvez porque possuam poucas equipes de reportagem para cobrirem a infinidade de ações contra a atual administração municipal que começam a surgir timidamente pela cidade.

Refletir a realidade social é preciso. E se a população estiver com qualidade de vida digna, a análise fica mais fácil. E literalmente sob as bênçãos de Nossa Senhora de Montes Claros e Beato José de Anchieta, mais este protesto, incentivado pela Assembleia Popular, pôs fim a mais um capítulo da história, não muito cheia de flores, deste município norte-mineiro.


TEXTO joão renato diniz pinto

terça-feira, 9 de março de 2010

A tentação deve ser enfrentada sempre

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O cristão é sempre convidado a se reunir em comunidade. Nela as pessoas encontram o sentido da vida e comprometem-se com o Reino de Deus, seguindo Jesus. Este nos convoca a sair do egoísmo, como Ele mesmo nos diz: renuncie a si mesmo, pegue a sua cruz e segue-me. Seguir Jesus é viver os valores do Reino, que é o amor, o perdão, a partilha, a justiça, a solidariedade, etc. (Cf. Mt 10, 38-39).

A liturgia nos ensina como devem ser enfrentadas as tentações deste mundo. Assim seremos pessoas colaboradoras do Reino de Cristo para que Ele aconteça no nosso meio. O Livro do Deuteronômio nos lembra que Deus vem em socorro do seu povo, tirando-o da escravidão que o tolhia a liberdade e que provocava sofrimento e opressão. Levou-o a terras férteis, que produzem alimentos que dão vida.

Por causa disso, devemos ser gratos a Ele e, como o próprio Moisés, nos fala: “Conduziu-nos a este lugar e deu-nos esta terra, uma terra onde corre leite e mel. E agora venho trazer-Vos as primícias dos frutos da terra que me destes, Senhor. Então colocarás diante do Senhor teu Deus as primícias dos frutos da terra e te prostrarás diante do Senhor teu Deus” (Cf. Dt 26, 4-10).

São Paulo nos exorta que devemos confessar com nossas palavras que Jesus é o Senhor e acreditar n’Ele, pois Ele ressuscitou dos mortos e então seremos salvos. Pois, com o coração, acredita-se para obter a justiça e, com a boca, professa-se a fé para alcançar a salvação (Cf. Rom 10, 8-13).

O Evangelista Lucas nos mostra que Jesus foi impelido pelo Espírito Santo para o deserto. Lá, o Mestre ficou 40 dias e foi tentado pelo demônio. É a tentação do ter que não deixa o homem partilhar. É o poder extremo de um que não deixa que o outro participe das decisões políticas de uma nação. É o prazer que ignora o outro e o faz objeto. Jesus venceu todas essas tentações e Ele mesmo nos ensina como enfrentá-las.

Assim, em todas as provocações e tentações do demônio, Ele respondeu, como podemos notar. De transformar pedras em Pão, Jesus respondeu-lhe. “Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’”. De ter todo o reino, mas primeiro deveria prostar diante d’Ele, o demônio. Então Jesus lhe respondeu. “Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’. Ainda o leva no pináculo do Templo e manda a tirar-se de lá, pois os anjos o salvariam da queda. Então Jesus respondeu-lhe: ‘Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’” (Cf. Lc 4, 1-13).

Hoje o cristão é tentado neste mundo e, se não for assíduo na Escuta da Palavra, na Oração e na Eucaristia, fraqueja e cai. Devemos saber fazer bom uso do dinheiro, ter coerência na fé, ser solidário com os que precisam da nossa ajuda, ser ético nas nossas relações e viver como filhos de Deus. Assim podemos estar em harmonia, gerando vida e nos convertendo ao Deus que enviou seu Filho único, em um gesto de doação, para nos salvar e nos libertar de todas as armadilhas que nos impedem de ser livres.

“Et, qui non accipit crucem suam et sequitur me, non est me dignus. Qui invenerit animam suam, perdet illam; et, qui perdiderit animam suam propter me, inveniet eam.” (Mt 10, 38-39)

“Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.” (Mt 10, 38-39)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

CENTÉSIMO ANIVERSÁRIO

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Esta segunda-feira, 08 de março de 2010, não é só um dia ou uma data a mais no calendário cristão. Abrimos esta semana reverenciando a figura da mulher para dar a ela o seu devido valor. A mulher é a base da sociedade contemporânea e da família pós-moderna. Sua presença firme e meiga contagia a humanidade e mostra-nos a sua importância na educação dos filhos, a sua competência no trabalho e a sua coragem de enfrentar e conquistar espaços antes restritos ao gênero masculino. A presença da mulher no mundo não é para motivar a competição entre os sexos feminino e masculino.

Muito pelo contrário. As mulheres devem ser companheiras na luta por justiça social para toda a humanidade. O mundo se torna melhor com a valorização sincera e sem hipocrisia das mulheres. Então, que haja sempre esperança na vontade de que os direitos femininos sejam respeitados por todos. Parabéns não somente neste dia. Que todos os dias sejam mais femininos. As mulheres, ao mesmo tempo em que são força, são também singelas como uma rosa. Viva as mulheres!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Onde Deus nos quer...

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Cada pessoa tem um papel importante na família, na sociedade, na comunidade cristã, no mundo da política. Uma pergunta importante nós fazemos ao nosso interior. É difícil sabermos qual é o caminho que Deus tem para nós. A oração e a escuta da Palavra de Deus vão nos ajudar a descobrir que direção a tomar na nossa vida.

Muitas vezes, o que nós queremos não é da vontade de Deus. Ficamos atrapalhados se andarmos sem rumo ou sem a presença de Deus em nossos projetos. Como ser humano, nós não temos a clareza da realização do projeto de nossa vida confrontando com o projeto de Deus para nós.

Devemos sempre perguntar-nos será que estamos caminhando de acordo com a vontade de Deus para nós? O que fazemos está perfeito para os olhos de Deus? Deus nos quer felizes e realizados. Não adianta para a pessoa fazer as coisas sem um sentido para a vida.

Devemos buscar a perfeição no que fazemos e vermos se estamos sempre na presença de Deus que sempre vem em nosso socorro. Se algo deu errado ou equivocamos nos nossos projetos, não devemos ficar tristes, pois Deus tem sempre o melhor para nós. Tudo concorre para o bem para os que amam a Deus. Na cruz, Jesus nos ensinou o caminho certo para encontrar a verdadeira vida.

Devemos confiar e depositar toda confiança em Deus, pois Ele é fiel. Ele tem algo de bom para todos. Cabe a nos procurarmos com afinco, sem desanimar. Jesus Cristo é o nosso Pastor que nos conduz a caminhos de plena realização. Um caminho que traz vida em abundância.

Ele vem em nosso encontro, trazendo a verdadeira paz. Uma paz que dura para a vida inteira. Isto produz em nós uma alegria que contagia a todos. Deus nos quer sempre, e o lugar que Ele indica para nós será sempre de grande realização que traz vitória e transforma o mundo em que vivemos. O mundo é lugar que cada um tem que realizar a sua tarefa. A missão é de fazer este mundo mais fraterno e formar uma grande família.

Deus nos quer onde falta amor... Que levemos o amor... Onde falta justiça... Que levemos a justiça... Onde há falta de pão... Que levemos o alimento... Enfim, onde não existir nada... Que levemos a esperança de um mundo melhor. Assim, a fraternidade reinará em cada coração humano e a vida será vitoriosa porque o homem se tornou novo com Cristo.

“Si autem in luce ambulemus, sicut ipse est in luce, communionem habemus ad invicem, et sanguis Iesu Filii eius mundat nos ab omni peccato.” (1 Jo 1, 7)

“Mas, se caminharmos na luz, como Deus está na luz, estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado.” (1 Jo 1, 7)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Cristo é a verdadeira justiça

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A humanidade contemporânea do nosso tempo busca sentido da vida, da justiça e da paz. É uma busca constante. O Santo Padre, o Papa Bento XVI, nos ensina que “Cristo é a resposta à sede de justiça do homem”. Não há outro caminho alternativo de encontrar a justiça se não Cristo, pois só ele nos dá a rota segura para encontrá-la. Se acolhermos a Palavra de Cristo, narrada nos Evangelhos que trazem esta Boa Nova, transformaremos o homem e a mulher por completo. Esta mudança vem do interior da pessoa, no mais profundo do seu eu, sem nenhuma ressalva, deixando-a livre.

O Papa Bento XVI nos lembra que “o Evangelho de Cristo responde positivamente à sede de justiça do homem, mas de modo inesperado e surpreendente”. Para ser mais preciso, Bento XVI diz que o Filho de Deus “não propõe uma revolução de tipo social e político, mas de amor, que já realizou com a sua Cruz e a sua Ressurreição”. Pensando na Quarta-Feira de Cinzas, início da Quaresma, o Sumo Pontífice fez votos de que este tempo possa nos liberar da “ilusão da auto-suficiência”, permitindo-nos “reconhecer que temos necessidade de Deus e da sua misericórdia”.

O Papa falou das raízes cristãs da União Europeia. “Os valores cristãos propagados no nosso continente permanecem com fundamentados na força espiritual dos povos e da unidade” do Velho Continente. Com estas palavras de Bento XVI, com certeza não podemos esquecer das raízes cristãs da Europa e nem do Novo Mundo, que são as três Américas. Elas tiveram a marca de Cristo e a Igreja teve um grande papel na difusão da Boa Nova d’Ele.

Cabe a cada um de nós voltar para o Senhor, ser homem e mulher novos e que a Quaresma seja um tempo propício para uma revisão corajosa de vida. Devemos ter coragem de nos despir de todas as coisas que atrapalham de sermos pessoas à imagem de Deus. Vamos então fazer uma faxina espiritual e material, isto é, arrancar do nosso meio superstições, preconceitos, egoísmos, injustiças, desunião, indiferença, descompromisso, etc.

Assim, o homem e a mulher podem encontrar na Escola de Cristo o verdadeiro sentido da sua vida na sociedade construída com base da justiça e na fraternidade. A ganância, a imoralidade, o egoísmo e a injustiça não vão ter vez no nosso meio. O que vai imperar nas relações humanas será o verdadeiro amor, a comunhão, a solidariedade e a partilha em um reino construído nos alicerces seguros que é Cristo, o nosso verdadeiro salvador e libertador da humanidade.

“Si autem in luce ambulemus, sicut ipse est in luce, communionem habemus ad invicem, et sanguis Iesu Filii eius mundat nos ab omni peccato” (1 Jo 1, 7)

“Mas, se caminharmos na luz, como Deus está na luz, estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1, 7)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A vida deve ser protegida

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A vida humana é um dom que recebemos de Deus. Ela deve ser sempre protegida e respeitada por todas as pessoas. Deve haver uma política de garantia e proteção à vida desde a sua concepção e durante toda a vida que a pessoa viver. Não se justifica interrupção da vida por nenhum motivo. Deve sempre dar qualidade de vida às pessoas que sofrem e às que mais precisam.

Os direitos que garantem a dignidade da pessoa humana devem ser reconhecidos e aplicados durante a vida no seu natural desenvolvimento e nos estágios de maior fraqueza. Foi o que reafirmou o Santo Padre, o Papa Bento XVI, em discurso à Pontifícia Academia para a Vida. A vida humana, sublinhou Bento XVI, não deve ser objeto submetido ao arbítrio do mais forte e, quando se trata de âmbitos relativos ao ser humano, os cientistas não podem jamais pensar de ter entre as mãos somente a matéria inanimada e manipulável.

A lei natural, que a Igreja reafirma, é uma barreira a eventuais legislações estatais que lesam a dignidade da vida. Assim, a Igreja, na voz do Papa, nos orienta que a lei natural permite ir além das diferenças, porque afirma a existência de uma ordem impressa na natureza pelo Criador e reconhecida como instância de verdadeiro juízo ético racional para perseguir o bem e evitar o mal.

Desse modo, os cristãos devem imprimir no seu coração a caridade que tudo faz para que a dignidade da vida seja respeitada na sua integridade e que sejam respeitados todos os seus direitos humanos. Assim, nós temos o dever de ser guardiões da vida em todos os seus estágios e que ela não seja desrespeitada nunca.

A vida humana não é uma coisa que se pode jogar fora ou descartar, mas deve ser valorizada, defendida e ajudada para que seja, de fato, considerada um bem maior da humanidade. Se quisermos uma sociedade justa e desenvolvida, devemos colocar a vida como prioridade de toda ação humana.

Uma sociedade que guarda, preserva e deixa viver a pessoa desde a sua concepção até o envelhecer com qualidade até a morte natural se torna colaboradora da ação de Deus na história da humanidade. Não temos o direito de interromper a vida de ninguém. Jesus nos deixou um legado que nos anima na defesa da vida quando Ele nos diz.

“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10, 10)

"Fur non venit, nisi ut furetur et mactet et perdat; ego veni, ut vitam habeant et abundantius habeant." (Jo 10, 10)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

terça-feira, 2 de março de 2010

A felicidade custa pouco

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O ser humano, por vocação, quer ser feliz e procura a felicidade. Esta felicidade é estar em comunhão com Deus e com os irmãos. É uma busca constante para ser feliz. Está no coração do homem este desejo de ser feliz. Jesus vem mostrar qual é caminho certo para esta verdadeira felicidade.

Nesta procura de felicidade, muitas vezes, a pessoa se equivoca, buscando na riqueza, no prazer, no poder, no sucesso e no egoísmo pessoal a sua vida feliz. Por causa disso, ela perde a ética, mergulha na corrupção, na imoralidade pessoal e política, tudo isso para conquistar uma pseudo-felicidade, e a pessoa pensa que está levando vantagem.

A liturgia nos mostra o caminho correto que se deve percorrer para encontrar a verdadeira felicidade ou uma felicidade falsa. As leituras bíblicas apontam dois caminhos: um leva à plena realização da vida; o outro, geralmente, à decepção e à desgraça.

O profeta Jeremias inicia com uma afirmação. “Infeliz o homem que confia no homem”. Esta afirmação é um alerta, porque o homem é fraco, mas ele ainda afirma que o caminho certo é o Senhor Javé. Então ele nos diz. “Feliz o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor”. “É como a árvore plantada à beira da torrente... nunca deixa de dar frutos” (Cf. Jr 15, 5-8).

São Paulo nos fala: é feliz quem deposita sua fé e esperança no “Cristo Ressuscitado”. Isto porque é a Ressurreição de Cristo que dá sentido à nossa vida e confirma a nossa fé n’Ele. É Ele a garantia da nossa ressurreição (Cf. 1 Cor 15, 12.16-20). O Evangelista Lucas nos mostra Jesus que aponta o caminho verdadeiro e correto da felicidade. Jesus faz um discurso - o local é a planície. São quatro Bem-Aventuranças e quatro Advertências.

Jesus fala aos discípulos e para nós hoje também. Ele diz que os pobres são felizes porque são abertos ao Reino e podem possuí-lo. Isso quer dizer também que eles confiam em Deus, enquanto os ricos gananciosos já têm uma recompensa. Os pobres são disponíveis, partilham o que têm aos que mais precisam. São solidários aos necessitados. A fome deles é saciada, o choro deles é consolado e, se há perseguição aos ricos de espírito por causa de Cristo, estes serão recompensados.

Agora ricos egoístas, pobres de espírito que só pensam em si, não partilham e nem se solidarizam com os que sofrem, com os necessitados, estes estão comprometidos. As suas atitudes os deixaram sozinhos, isolados e abandonados (Cf. Lc 6, 17.20-26). Então é um alerta para todos: se for pobre, sem apego exagerado às tentações da vida, confia no Senhor e, se for rico, mesquinho, ganancioso, burguês, converta-se para a vida de fraternidade, de justiça e de partilha para que todos nós possamos encontrar sentido neste mundo.

Assim esta terra se torna mais irmã e o Reino de Deus começa a ser vislumbrado entre nós, seres humanos. Deus é fiel e nós queremos participar deste Reino que terá Plenitude na Eternidade. Desse modo, somos felizes porque temos um Deus parceiro que caminha conosco e nos dá coragem de realizar boas obras no mundo inteiro.

Et ipse, elevatis oculis suis in discipulos suos, dicebat: ‘Beati pauperes, quia vestrum est regnum Dei’ (Lc 6, 20)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A política é a arte da sabedoria

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A política está inserida na democracia e é a arte de governar para o bem do povo, para o povo e com o povo. O povo precisa de alguém sábio, ético, honesto e que faça o seu trabalho para o bem comum. Que o projeto político seja a favor da vida, da dignidade humana e dos direitos para todos, principalmente dos mais pobres e desvalidados da vida.

Não pode ser uma política assistencialista e populista, mas uma política que promova o homem e a mulher na sua integridade. Platão, grande filósofo do passado, se propôs a delinear como deve ser a política. Então “ele foi o primeiro e talvez o último a sustentar que o estado deve ser governado não pelos mais ricos, os mais ambiciosos ou os mais astutos, mas pelos mais sábios”. Sábio não quer dizer ter vasto conhecimento humano, mas atitude de sabedoria, de justiça no ato de governar.

Há uma necessidade muita grande no mundo que haja homens que dirijam a vida pública como algo precioso, pois os seus atos têm uma consequência para toda a humanidade. Não se pode ter vaidade política, autoritarismo e nem ideologias ultrapassadas que não asseguram a liberdade humana.

Para Platão, o primeiro e fundamental problema da política é que todos os homens acreditam-se capacitados para exercê-la, o que lhe parece um grave equívoco, pois ela resulta de uma arte muito especial. Distingue então três tipos de artes: 1 - aquela que ele chama de auxiliar (que podemos classificar como a de ordem técnica, como o artesanato, a marinhagem, o pastoreio, etc...); 2 - em seguida vem a arte produtora (o plantio, a tecelagem, o comércio, etc...); 3 – e, por último, a arte de saber conduzir os homens, que seria a política propriamente dita, superior a todas as outras.

O político, de modo algum, pode ser autoritário, pois a política é uma arte que o faz agir como agricultor, que espera a hora de planta e colher; como um tecelão, que pega, fio por fio, com maestria até produzir um bom trabalho; como um comerciante, que sabe colocar o seu produto no preço ideal e que atenda a necessidade do cliente e o seu, ao mesmo tempo; como o artesão, que sabe manusear o seu material sem danificá-lo e nem dar prejuízo; como o pastor, que conduz o rebanho a lugar certo e seguro, dando assistência e ajuda.

Por fim, política é conduzir o povo de modo justo, defendo os valores mais nobres da dignidade humana. Por isso, o político deve desenvolver habilidades, tais como saber conduzir o seu projeto de política que leva em conta toda a sociedade que produz e os que mais carecem de ajuda. É encontrar o equilíbrio entre os fortes e os poderosos, e os mais fracos e indefesos.

“Et nos, qui credidimus, novimus caritatem, quam habet Deus in nobis. Deus caritas est; et, qui manet in caritate, in Deo manet, et Deus in eo manet” ( 1 Jo 4, 16)

“Nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor” (1 Jo 4, 16)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.