ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Somos convocados pela Palavra de Deus

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A cada domingo, a comunidade se reúne pela Palavra e pela Eucaristia. A liturgia nos mostra a importância da Palavra na história do Povo de Deus. Nos momentos mais difíceis, a Palavra de Deus dá animo e esperança para o Povo. O Livro de Neemias narra que o Povo, reunido em assembleia, ouvia e escutava a Palavra de Deus. O contexto era o retorno do exílio da Babilônia. Neemias e Esdras procuram reconstruir o país, resgatar a memória do Povo e manter a sua identidade. Esta passagem bíblica nos mostra como que a Palavra de Deus é importante na vida de comunidade. Sem ela, com certeza, haveria dispersão e descompromisso com o outro.

Esse livro mostra a comunidade, que é convocada para escutar a Palavra. O local adequado foi encontrado para a leitura dela. O Livro tem um valor e o Povo o acolhe com respeito e fica de pé para acolhê-lo. Esta Palavra foi aclamada pela assembleia, proclamada pelos levitas e explicada de tal modo que todos entendessem. A escuta desta Palavra provoca no povo atitude de conversão. No final, todos ficam contentes e alegres (Cf. Ne 8, 2-4.5-6.8-10). Nossas celebrações devem gerar a alegria de estar presente, ser ouvinte da Palavra e praticante dela com entusiasmo.

São Paulo nos exorta que a Igreja é formada de muitos membros, mas todos, em Cristo, formamos uma unidade. Podemos comparar com o corpo que tem muitos membros, mas cada tem o seu lugar de importância e, sem eles, o corpo fica desfigurado. A cabeça da Igreja é Cristo e nós somos os seus membros. Cada um deve descobrir a sua missão e cumpri-la para que toda a Igreja resplandeça de paz e conhecimento. Como diz São Paulo: “Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros deste corpo. Cada um tem uma missão própria” (Cf. 1 Cor 12, 12-30).

O Evangelista Lucas nos mostra Jesus em uma sinagoga, no dia de sábado. Ele levanta, proclama a Palavra do Profeta Isaías e atualiza esta Palavra para o tempo Presente, dizendo que hoje foi cumprida esta escritura. O que nos chama atenção em primeiro lugar é que Lucas faz um estudo cuidadoso de toda a história dos ensinamentos a respeito de Jesus e, então, ele escreve, dá o testemunho da verdade, que é Cristo.

Jesus veio para nos libertar de toda forma de prisão. Isto é, do egoísmo, dos vícios e do desamor. Ele veio dar visão aos cegos que não querem ver a bondade de Deus. Este se solidariza com o homem e com a mulher, cura os doentes e faz os aleijados andar. Isto, muitas vezes, serve para nós, que ficamos paralisados diante dos desafios que este mundo propõe a cada um de nós. Ele nos quer livres de todas as amarras que não permitem que o seu Reino de Deus seja visível entre nós. O Espírito ungiu Cristo para esta missão (Cf. Lc 1, 1-4; 4, 14-21).

O Batismo nos faz novas criaturas. Tornamo-nos filhos de Deus, herdeiros do seu Reino e convocados para a Missão. O que vai dar força e coragem para cada cristão é a Palavra de Deus que ouvimos, estudamos e acolhemos na nossa vida, a Eucaristia que nos revigora para a missão. E que este mundo possa ser cristianizado pela nossa prática de justiça, amor e solidariedade na sociedade, na família e nas comunidades. Enfim, em todos os lugares que vivenciamos a fé em Cristo.

“Spiritus Domini super me; propter quod unxit meevangelizare pauperibus, misit me praedicare captivis remissionem et caecis visum, dimittere confractos in remissione, praedicare annum Domini acceptum. (Lc 4, 18-19)

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4, 18-19)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Desânimo nunca; coragem sempre

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O Batismo nos faz herdeiros do Reino de Deus, prometido por Cristo para todos que o seguem, vivendo e testemunhando que Deus está presente no mundo. Hoje, percebemos que a realidade da existência humana está marcada pela injustiça e desamor. O egoísmo, o preconceito, a falta de inclusão de muitas pessoas são obstáculos que não permitem a vida digna para todos.

Os direitos mais básicos do homem e da mulher devem ser defendidos e colocados à disposição de todos, que são: a vida, a moradia, a alimentação, a saúde, a educação e a liberdade. Se faltar que seja um direito humano, a vida da pessoa se desfigura e a deixa marginalizada. Não podemos desanimar nunca, mesmo nos momentos mais sofridos que atinjam a pessoa. Nós devemos ter coragem. Esta vai nos impulsionar para a solidariedade, a partilha e a fraternidade.

O desastre que ocorreu no Haiti, um dos países mais pobres do mundo, e outros desastres catastróficos que atingem a humanidade apontam para a ajuda humanitária. A mobilização solidária traz alívio e socorro às vítimas de desastres naturais. A dor e o sofrimento do outro nos fazem ter compaixão e solidariedade. Nesses momentos, as barreiras de egoísmo, de nações, de raças e de religiões se diluem e se tornam uma grande família de voluntários para prestar socorro àqueles que mais precisam.

A história humana tem muitos exemplos de pessoas que dão a própria vida para que outros tenham vida. Muitos são anônimos, mas outros são luzeiros que indicam caminhos para as pessoas se mobilizarem, e que as ações sejam para promoção da vida e dos direitos para todos. Há muitos exemplos de pessoas que agiram e agem assim, como Madre Tereza de Calcutá, Pastor Martin Luther King, Dra. Zilda Arns Neumann, Nelson Mandela, Papa João Paulo II e muitos outros que nos animam a entrar nesta luta.

A Escola da Solidariedade e da Fraternidade permite a pessoa sair do seu eu e ir ao encontro do outro. Este precisa sentir o companheirismo humano para promovê-lo na sua integridade. A Igreja é a voz profética que anuncia que Deus é fiel e está presente sempre na vida do homem e da mulher. Onde existe amor vai existir justiça. Que cada pessoa possa transparecer o Rosto de Deus e que valha a pena ser defensor dos valores perenes da vida digna para todos.

In corde Jesu et Mariae, persemper!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eleição na Unimontes

por Ricardo Soares de Oliveira
rickenfermeiromoc@yahoo.com.br

Este é um ano importante no calendário da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Por voto direto e secreto, professores, funcionários e estudantes escolherão, em data ainda a ser divulgada, o novo reitor e vice-reitor, ambos com mandato de quatro anos e com eleições distintas, com cargo desvinculado um do outro durante o processo eleitoral. Compondo uma lista tríplice, dos três mais votados, a escolha ficará a cargo do governador do Estado em nomear quem comandará, por quatro anos, os destinos desta instituição que se tornou referência internacional e um patrimônio imprescindível para Minas Gerais, especialmente para a região norte-mineira.

Dada a importância e a complexidade que alcançou, quem se propor a estar à frente da Unimontes terá que se eleger com bases sólidas, projeto relevante e exercer o cargo com muita responsabilidade. É um processo importantíssimo. Está em jogo o destino de uma das instituições com maior crédito no Estado. Alguns nomes já são especulados, tanto para o cargo de reitor, quanto para o de vice-reitor. Aquele que conseguir agregar maior número de correntes, leiam-se cursos, departamentos, etc, poderá ocupar o topo desta lista, sobretudo se estas correntes forem formadas, em sua maioria, por professores, os detentores de voto com maior peso.

Previamente a tudo isso, a Enfermagem viveu dois grandes momentos no ano passado. O primeiro foi a eleição da sua nova chefe de Departamento: a professora Simone Guimarães Teixeira, que tem trânsito livre tanto dentro do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), quanto na Unimontes propriamente dita. Ela ocupará o cargo por dois anos, em substituição à professora Elaine Cristina, que permaneceu no cargo por dois mandatos (quatro anos). A propósito, a professora Elaine deixa o cargo com gabarito e experiência suficientes que a habilita como forte candidata ao cargo de diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS).

O segundo momento da Enfermagem da Universidade Pública foi a eleição da professora Daniela Souto, representando o nosso Departamento para uma cadeira nos Conselhos Superiores da Unimontes (Consu), fato muito relevante dentro do meio universitário. Nunca se viu na história deste Departamento tamanha mobilização e poder de organização dos professores e funcionários para a eleição de seus representantes. Com forte poder de mobilização, o Departamento de Enfermagem, juntamente com os integrantes do Corpo de Enfermagem do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) e setores da Unimontes (Ambulatórios, Famed, etc), ocupará uma posição extremamente estratégica neste processo de escolha.

Tem ainda apoio de outros setores e departamentos, e crédito interno suficiente para disputar, com candidatura própria, o cargo de vice-reitor, além de poder ocupar posição de forte influência na escolha do novo reitor, pois possui, em seu Departamento, expressivo número de professores, funcionários, além dos alunos, com peso a ser levado em consideração. Sem falar no espírito de união nunca antes visto dentro desta categoria, aliado ainda ao fato de que a Enfermagem busca maior espaço, não apenas dentro da Unimontes, mas também em um contexto geral.


Ricardo Soares de Oliveira tem 34 anos, é casado com Edna e pai de um filho, Rafael. É enfermeiro com especialidade em Cardiologia. Formado em Filosofia, ele leciona na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Faz trabalhos voluntários na Pastoral do Menor da Paróquia Santa Rita de Cássia de Montes Claros e na Pastoral Catequética. É catequista da Perseverança, vice-coordenador da Pastoral do Menor Arquidiocesana e missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Maria está presente nas adversidades da humanidade

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Na história da humanidade, a presença de Maria, Mãe de Deus, sempre esteve nos momentos dificieis da humanidade. A sua intercessão é sempre para o homem e a mulher para que não desanimem na fé em Cristo e que sua mensagem de Salvação não é em vão. Maria se apresenta como ajuda a todos os que sofrem. È sempre nos momentos mais desesperadores que a sua proteção é bem-vinda.

Ao olharmos os momentos angustiantes em que a humanidade presenciou, a sua presença trouxe esperança, revigoramento na fé. Os pobres sempre são os destinatários das aparições de Maria. A fé é um abandono total nas mãos de Deus, sabendo que Ele é que tem o mundo em suas mãos. Maria, em Lourdes [França], fala para a menina simples Bernadete que ela é a Imaculada Conceição e, no lugar de sua aparição, há uma fonte de água que muitas vezes cura e alivia as dores do nosso povo.

Em Fátima [Portugal], ela surge no momento angustiante da história - o perigo do comunismo que muitas vezes foi obstáculo para os que quiseram viver a fé. Ela diz às três crianças que o seu coração triunfaria e que cada pessoa se converta e reze o rosário para que haja a conversão dos pecadores. Muitos vão até lá para pedir a sua intercessão e que haja paz no mundo, e que as religiões se respeitem mutuamente, e que as nações promovam a justiça e a paz.

Em Aparecida [São Paulo], a sua imagem encontrada foi sinal no Rio Paraíba que ela intercedeu para aqueles pobres pescadores, que se lançaram ao rio para pescarem, pois se não retornassem com uma boa pescaria, muitos iam sofrer represálias das autoridades da época. Ela os socorre na sua intercessão e permite uma grande pescaria, e o povo que rezava constatou que a intercessão de Maria junto a Jesus foi extraordinária. E hoje muitos recorrem ao Santuário de Aparecida, agradecendo e pedindo em romaria para que as lidas deste mundo sejam mais leves e que sua proteção nos oriente e guie sempre a Jesus, o Nosso Salvador e Libertador.

Em Banneux, um pequeno vilarejo na região de Ardenne, na Bélgica, Maria se apresentou como “Eu sou a Virgem dos pobres” para uma menina de 11 anos. Maria, a Mariette Beco, era a maior de sete filhos. Provinha de uma família católica muito modesta e não-praticante. Era, portanto, uma alma a ser convertida, uma alma pobre de fé que Maria buscou para mostrar sua proximidade a toda a humanidade. As aparições foram no período de 15 de janeiro a dois de março de 1933, em um momento tumultuado entre duas guerras mundiais.

Nesse lugar existe uma fonte para dar alívio aos doentes, como a própria Santa Virgem explicou a sua intenção, dizendo. “Esta fonte é reservada a todas as nações... para dar alívio aos doentes”. O Papa João Paulo II, durante sua peregrinação a este santuário, em 21 de maio de 1985, disse. “Não somente os doentes, mas o imenso povo dos pobres de hoje - há muitos modos de ser pobre! -, se sentem em casa em Banneux. Vêm aqui buscar conforto, coragem, esperança, união com Deus na provação. Encorajo os peregrinos que vêm aqui a rezar para aquela que, sempre e em todos os lugares na Igreja, reflete a face da misericórdia de Deus”.

Então, podemos, com a firmeza da fé, que em todos os títulos que se invocam Maria e também nesse último, “Maria, Virgem dos Pobres”, levam-nos a Jesus, fonte da graça, e vêm consolar o nosso sofrimento. Nós te imploramos com confiança: ajuda-nos a seguir o teu Filho, com generosidade, e a pertencer-Lhe sem reservas”.

Sancta Maria, Mater Dei ,Ora pro nobis, pecatoribus!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O homem sem Deus não é nada

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Olhando a história da humanidade, percebemos que há muito sofrimento, maldade, injustiça, intolerância política e religiosa. Existe muito desamor, ódio e falta de perdão. O Papa Bento XVI, no dia 11 de janeiro de 2010, fez um discurso aos membros do corpo diplomático acreditado à Santa Sé e lembrou a todos que há tanto sofrimento na humanidade, e o egoísmo humano danifica a criação de muitas maneiras. É por isso que a expectativa da salvação, que diz respeito a toda a criação, aparece ainda mais intensa e está presente no coração de todos, crentes e descrentes.

Neste contexto de tanta deformação no mundo físico, social, moral, ético e religioso, o Papa mais uma vez nos mostra qual o caminho seguro a seguir. Então ele diz: a Igreja indica que a resposta a esta aspiração é Cristo, “primogênito de toda a criatura, porque n’Ele foram criadas todas as coisas, no céu e na terra” (Col 1, 15-16).

O Papa Bento XVI fala aos representantes de cada país e vê no Cristo a razão da existência da criação e do mundo. “Fixando n’Ele o meu olhar, exorto todas as pessoas de boa vontade a trabalhar, com confiança e generosidade, pela dignidade e liberdade do homem. Que a luz e a força de Jesus nos ajudem a respeitar a ecologia humana, cientes de que esta beneficiará a ecologia ambiental, porque o livro da natureza é único e indivisível”.

Estas palavras do Papa nos dão segurança de fazer alguma coisa, mesmo que seja pouca, para que este mundo seja agradável e que ele nos mostre a bondade de Deus para com todas as coisas. Assim, esta harmonia do homem com a natureza consolida a paz para nós e vai continuar por gerações.

O Papa ainda disse aos membros do corpo diplomático acreditado à Santa Sé que “na encíclica Caritas in veritate, convidei a procurar as raízes profundas desta situação: em última análise, encontram-se numa mentalidade egoísta e materialista corrente, esquecida dos limites inerentes a toda a criatura”.

O Papa Bento XVI lembrou a todos os presentes que, há 20 anos, quando caiu o muro de Berlim, e quando desabaram os regimes materialistas e ateus que, durante vários decênios tinham dominado uma parte deste continente, não se pôde porventura medir as feridas profundas que um sistema econômico sem referências assentes na verdade do homem infligira não só à dignidade e liberdade das pessoas e dos povos, mas também à natureza, como a poluição do solo, das águas e do ar.

Ao olharmos a trajetória da história humana e as suas repercussões na ausência do divino, podemos dizer, com certeza, que o homem sem Deus não é nada. Desse modo, o Sumo Pontíficie nos exorta para a problemática que “a negação de Deus desfigura a liberdade da pessoa humana, mas devasta também a criação. Daqui resulta que a salvaguarda da criação não visa tanto responder a uma exigência estética, como, sobretudo a uma exigência moral, porque a natureza exprime um desígnio de amor e de verdade que nos precede e que vem de Deus”.

Portanto, não podemos perder de vista que somos responsáveis pelos nossos atos e que cada agir do homem deve ser para mudar, proteger e salvar o mundo em que vive. Que cada lar seja um lugar onde haja a luz que vem do Cristo e que seja o reflexo do Amor de Deus.

“Amen dico vobis: Quisquis non receperit regnum Dei velut parvulus, non intrabit in illud.” (Mc 10, 15)

“Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele” (Mc 10, 15)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sábado, 16 de janeiro de 2010

A obra que fica

por Wagner Rodrygo Lima Pereira
wagnerrodrygo@hotmail.com

O século XX foi marcado por duas grandes guerras mundiais, por uma guerra fria, por diversos conflitos étnicos e religiosos, dentre vários outros fatos publicados nas páginas dos nossos jornais, além dos não publicados. Mas foi também no século XX que aconteceu a ideia de se criar a Pastoral da Criança. Em 1983, o então diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Grunt, sugeriu a Dom Paulo Evaristo Arns que a Igreja Católica no Brasil organizasse uma ação para combater a mortalidade materna e infantil.

E o hoje Arcebispo Emérito de São Paulo, de batalhas incansáveis e memoráveis durante a Ditadura Militar Brasileira (1964-1985), transferiu a responsabilidade desta missão para Zilda Arns Neumann, médica-pediatra e sanitarista. E ela cumpriu esse trabalho missionário da melhor forma possível. Agora Drª. Zilda passa a ser um ícone para a humanidade. Como Dom Helder Pessoa Câmara (1909-1999), ela não ganhou o Prêmio Nobel da Paz pela Pastoral da Criança, talvez porque acreditasse que o maior prêmio já era as milhares de crianças recuperadas da desnutrição com o mínimo de apoio possível e a máxima doação de voluntários.

O século XXI começa. Termina a sua primeira década com o falecimento repentino, em um terremoto no Haiti, da fundadora da Pastoral da Criança. Fica então para nós, seres humanos sujeitos a fragilidades diversas, o exemplo concreto de serenidade, credibilidade, força, coragem e ousadia de uma médica de 50 anos de carreira, que não são cinco dias.

Já dizia alguém por este mundo afora: palavras são palavras. Palavras bonitas são mais palavras ainda. Mas, com obras, são eternas na mente e no coração das pessoas. A obra de Drª. Zilda fica aqui conosco. Resta a nós preservá-la e mantê-la sempre viva e ativa. Que a nossa fundadora e trabalhadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann, nossa querida mãe, seja acolhida por Deus e por Nossa Senhora na Glória Celestial Eterna. Amém!


Wagner Rodrygo Lima Pereira é um dos participantes da Escola de Formação de Fé e Política da Arquidiocese de Montes Claros, indicado pelo Pároco da Paróquia São Francisco de Assis de Montes Claros, Padre Antônio Alvimar Sousa. Tem 31 anos de idade. Durante cinco anos, foi Seminarista na Arquidiocese de Belo Horizonte. Wagner Pereira é engajado na Pastoral da Juventude Paroquial. É professor de Filosofia, mas, no momento, atua como assistente de campo do ‘Poupança Jovem’, programa do Governo do Estado de Minas Gerais em parceria com a Prefeitura Municipal de MOC. É também voluntário da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Montes Claros e da Pastoral da Comunicação Arquidiocesana. Trabalhará também voluntariamente no 6º Encontro Mineiro das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) que acontecerá em MOC de 22 a 25 de julho de 2010.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Caminhando e cantando e seguindo a canção...

por Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Juntos somos mais. Muitos acreditam que a fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns, morreu para sempre, o que não é verdade. Ela já deve estar gozando da vida eterna. Dra. Zilda foi e sempre será exemplo de lealdade e caridade. Os trabalhos da Pastoral da Criança, de agora pra frente, serão cada dia mais difíceis, mas não impossíveis.

Temos que unir forças e, com o exemplo de Zilda Arns, que morreu dando exemplo de missionariedade, construir uma sociedade justa e solidária. Nós, como pessoas de “carne e osso”, podemos nos envolver cada dia mais nas causas sociais. Eu me sinto muito feliz por fazer parte da Família da Pastoral da Criança, da Família da Pastoral da Comunicação, da Família da Arquidiocese de Montes Claros, porque, junto comigo, tenho pessoas extraordinárias realizando trabalhos lindos de alguma maneira e em algum lugar necessitado.

Outro dia refletia sobre as amizades que fiz dentro desta Igreja Particular e, pensando bem, só tenho amigo gente fina, como, por exemplo... Outro dia um amigo passava pelo centro da cidade altas horas da noite, quando se deparou com um casal de moradores de rua e, na sua mais profunda lealdade ao mundo, parou e fez uma entrevista, um bate-papo, com esse casal, tratando-o como amigo. Com certeza, ele colaborou para que aquele casal tivesse mais esperança. Na Igreja, faço muitos amigos bons, atentados sim, mas bons e companheiros.

Temos que viver na esperança de ser feliz. Vamos viver com emoção cada segundo de nossa vida. Abraços no coração de todos e todas...


Maicon Deivison Pinto Tavares é voluntário na Arquidiocese de Montes Claros com trabalhos missionários na Coordenação da Pastoral da Criança da Paróquia Santa Rita de Cássia de MOC e na Pastoral da Comunicação Arquidiocesana.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

"Mais estrela na constelação do Reino de Deus"

Falecida durante terremoto que abalou as estruturas do Haiti, país mais pobre da América, a médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora das pastorais da Criança e da Pessoa Idosa é agora "mais estrela na constelação do Reino de Deus. O seu exemplo nos anima a ser apóstolos missionários do Cristo aos que mais sofrem e precisam" de ajuda.

A Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros faz das palavras do teólogo José Benedito Schumann Cunha também palavras suas e lamenta a morte da coordenadora da Pastoral da Criança.

Que Deus e Nossa Senhora possam confortar familiares e amigos da missionária falecida nesta tragédia e a todas as outras milhares de pessoas que também sofrem com o ocorrido na terça-feira, 12 de janeiro de 2010. A esperança ainda vive.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Recomeçar com fé é sempre preciso

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Ano Novo não é só mudança de data no calendário e nem ficarmos nas mesmas coisas do Ano Passado. Devemos reavaliar o que valeu a pena, e as outras coisas que fizemos, ou fazem parte da nossa vida ou não; se não têm mais sentido ou não valem a pena ter elas presentes em nós ou em nossa vida, é preciso somente nos livrarmos delas logo. Devemos entender que esses acontecimentos que já não fazem parte da nossa existência, e se continuarem a fazer só atrapalham o nosso crescimento como pessoa, devem ser esquecidos.

Devemos fazer novas coisas que nos dão sentido na nossa vida e que sejam para o nosso progresso pessoal e comunitário. Os novos projetos de vida, os nossos sonhos e os planejamentos que fazemos para o Ano Novo que nasce nos dão a esperança de dias melhores, de um mundo mais humano, de vida para todos que professam que Cristo é o Senhor. Esta esperança rejuvenesce o nosso espírito, nos dá ânimo e nos fortalece nos ideais mais nobres que é o de levar a dignidade de filhos de Deus a todos e que eles possam saber que Deus os ama muito.

A novidade que devemos ter no Ano Novo é que somos responsáveis pelo planeta, pelo meio ambiente, que não podemos degradá-lo com nossas atitudes, poluindo-o, com lixos jogados na rua, materiais que levam anos para ser desintegrados pelo tempo. Cada um deve ver o que pode ser feito para que o meio ambiente e a vida sejam preservados. Uma maneira é usar sacolas recicláveis, de panos ou de outros materiais, que não agridam o meio ambiente.

Cada pessoa deve procurar fazer reciclagem dos materiais que poluem o meio ambiente. Estes, caso não cuidados, trazem prejuízos irreparáveis à Terra, à Humanidade e a todos os seres que povoam este planeta. O cristão é convidado a caminhar o Ano na Igreja que celebra o Mistério Pascal de Cristo e também o culto aos Santos, que são os que viveram a fé, acreditaram nela e deram o testemunho do Cristo Vivo. Muitas vezes, ofereceram a vida e morreram na defesa da fé.

A Igreja tem Maria, a Mãe de Cristo e Nossa, que bondosamente nos leva sempre a Jesus. Ela nos vai ajudar para que, cada propósito que fizemos na passagem do ano, nos impulsione para a verdade, a luz e a paz que Jesus nós dá sempre. Cada agir nosso no tempo presente em que vivemos esteja em sintonia com Deus e com Cristo. Ele é a luz do mundo. Este mundo se abre às novas conquistas que devem ser para o bem da humanidade.

Tudo que há segue para a eternidade e, lá, tudo se culmina porque, lá, está o fim de todas as coisas. Somos amados por Deus e Ele nos acompanha na trajetória que faremos neste ano de 2010, que há pouco tempo foi aberto inaugurou pela humanidade. Não podemos esquecer que Deus é a razão do nosso existir e é Ele quem dá o sentido da nossa vida. Vale a pena ter sonhos, fazer projetos e ter esperança, pois, com Maria, chegamos até Jesus, que é o nosso Libertador e Salvador. Ele é o caminho, a verdade e a vida, e ainda nos pede para entrar na Escola do Discipulado d’Ele que é viver o amor fraternalmente.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Batismo é início da missão

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Cada domingo celebra a Páscoa do Senhor, juntamente com assembleia reunida pela Palavra de Deus e pela Eucaristia. A mesa da Palavra é partilhada a todas as pessoas que devem acolhê-la no coração, refletir pela razão e depois agir com a vida, transformando a realidade de morte para realidade de vida para todos. A mesa da Eucaristia nos alimenta, nos dá força e nos faz ser irmãos uns dos outros e, desse modo, formar uma grande família.

A Igreja nos mostra que o início da missão de Jesus começa com o seu Batismo. João, ao batizar Jesus, inaugura um novo tempo, pois Jesus não precisa de conversão porque Ele é Deus. Nessa hora, em Jesus se faz a vontade de Deus e se confirma na força do Espírito Santo. O Evangelista Mateus narra para nós. “E, enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível como pomba. E, do céu, veio uma voz. “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem querer” (Lc 3, 21-22).

Aqui se percebe que Deus encerra o seu silêncio e volta a conversar com os homens com a vinda do Espírito Santo sobre Jesus. É a Trindade se apresentando aos homens e, desse modo, é a comemoração do grande acontecimento: inicia-se a missão de Jesus.

O Profeta Isaías nos lembra. Assim fala o Senhor. “Eis o meu servo - eu o recebo, eis o meu eleito - nele se compraz minh’alma; pus o meu espírito sobre Ele; Ele promoverá o julgamento das nações. A missão do que é enviado por Deus ao mundo dos homens é para instaurar em definitivo a justiça e a paz (Cf. Is 42, 1-4.6-7).

Na casa de Cornélio é anunciada a Boa Nova de Jesus. Revelam-se as verdades de Cristo que é o verdadeiro caminho que se deve seguir. É a catequese em família. Ali, nessa casa, tem-se o primeiro anúncio do Evangelho pelo Apóstolo Pedro. E toda a família é batizada. Isto quer dizer, para nós, que os adultos e as crianças também foram batizados. Pagãos e toda a família são admitidos ao Cristianismo, pois Jesus é para todos (Cf. At 10, 34-38).

O Batismo é o sacramento que insere as pessoas na Comunidade Igreja, tornando-as filhas de Deus e herdeiras do Céu. Dá-nos uma vida nova e lava-nos da mancha do pecado original. A partir daí, o cristão assume um compromisso com a sua Igreja, que é o de seguir os passos de Jesus, ser discípulo e missionário d’Ele. O Batismo é o início da missão para todos. O mundo se transforma quando o cristão toma posse dessas verdades e age no dia-a-dia no mundo da família, da escola, da sociedade e da Comunidade Igreja.

É preciso ser seguidor de Cristo, mas, para ser autêntico, deve-se conhecer, estudar, viver o amor, ouvir o que o Magistério da Igreja quer nos orientar, dar o perdão e realizar a fraternidade entre nós. O mundo não só terá cristãos em grandes quantidades. Terá mais do que isso: pessoas novas que querem que o mundo seja mais humano e que se possa fazer comunhão entre todos os povos e com Deus.

“Et ecce vox de caelis dicens: Hic est Filius meus dilectus, in quo mihi complacui.” (Mt 3, 17)

“E, do céu, veio uma voz que dizia: Este é meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado.” (Mt 3, 17)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Deus sabe tudo de nós

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Deus nos conhece por inteiro, sabe das nossas limitações, mas mesmo assim Ele está próximo de nós para cuidar, nos orientar e dar a sua mão, como um pai para uma criança indefesa que quer caminhar. Deus é um Pai Zeloso, fica contente quando nós O procuramos na sua Palavra que não falha e na Eucaristia que sempre nos alimenta e dá força.

Assim o Santo Padre, o Papa Bento XVI, expressou-se na Santa Missa da Solenidade da Epifania do Senhor, no dia 06 de janeiro de 2010: que possa o Senhor nos conceder ser crianças no coração, ver a estrela da sua misericórdia, caminhar sobre a Sua Estrada para encontrá-Lo e ser inundado pela grande luz e pela verdadeira alegria que Ele trouxe a este mundo.

A todos na Basílica de São Pedro, o Papa recordou a homenagem feita pelos Reis Magos ao Menino de Belém. “Um raio de amor e esperança que se dissipa ao longo da história da humanidade”. “Aqueles personagens provenientes do Oriente não são os últimos, mas os primeiros da grande procissão daqueles que, através de todas as épocas, sabem reconhecer a mensagem da estrela, sabem caminhar nas estradas indicadas pela Sagrada Escritura e sabem encontrar, assim, Aquele que aparentemente é fraco e frágil, mas que, ao invés, tem o poder de doar a alegria maior e mais profunda ao coração humano”.

Desse modo, o cristão deve procurar a razão da sua fé nas Escrituras Sagradas, no Magistério da Igreja e na tradição da Igreja Católica de mais de 20 séculos. A Igreja não se prende apenas ao passado, mas torna sempre presente o mistério do Deus encarnado que vem nos ensinar através de uma criança que irradia esperança e amor. O Papa Bento XVI ainda afirma: é precisamente nesta criança, de fato, que se manifesta a realidade estupenda de Deus, que nos conhece e nos é próximo; a sua grandeza e o seu poder não se exprimem na lógica deste mundo.

O Sumo Pontífice convidou todos a deixarem de lado a “segurança excessiva em si mesmos, de pretenderem conhecer perfeitamente a realidade”, deixando-se, ao invés, contagiar pela alegria da Verdade, do toque de um Deus que “nos espera entre os pobres, a estrada do amor que somente pode transformar o mundo”.

Com essas palavras do Papa, concluímos que, se queremos conhecer Deus, é preciso que O olhemos no rosto do humilde, do pobre. Eles revelam Deus para nós e nos ensinam onde há o amor. Entre os irmãos estão a partilha e a fraternidade humana. Muitas vezes os que não têm nada repartem e partilham da sua pobreza com os outros. O mundo carece desses gestos e de mãos estendidas de pessoas que diminuem a dor, a miséria, a carência de saúde, de moradia digna e de uma educação de qualidade para todos que precisam de ajuda.

Os presentes que os REIS MAGOS deram a Jesus devem se traduzir na nossa vida de cristãos em presentes de solidariedade, de ajuda mútua, de paciência, de ética, de honestidade. Há ainda no mundo gente que tem consciência, apesar das circunstâncias sociais, como, por exemplo, uma criança que cata latas para reciclagem e vive na maior pobreza, acha uma bolsa com muita coisa de valor, não meche em nada e a devolve. Nesse ato, ele mesmo diz: “aprendi que o que não é meu, não posso pegar”. Esse fato é luz e é o presente que Jesus quer receber de todos nós de abraços abertos na manjedoura do nosso coração: a espontaneidade e a sinceridade.

“Iesus et clamavit dicens: Si quis sitit, veniat ad me et bibat, qui credit in me. Sicut dixit Scriptura, flumina de ventre eius fluent aquae vivae.” (Cf. Jo 7, 37-38)

“Jesus, de pé, disse em alta voz: Se alguém tem sede, venha a mim e beba, aquele que crê em mim! Conforme a palavra da Escritura: de seu seio jorrarão rios de água viva.” (Cf. Jo 7, 37-38)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A morte não tem a última palavra

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Diante da morte, que atinge toda pessoa, nós ficamos quase paralisados e parece que ficamos sós e no profundo silêncio. Este silêncio vem lá de dentro do nosso ser para podermos entender este mistério que é a morte. Ela não tem a última palavra. Alguém venceu a morte: Jesus Cristo, o Senhor da Vida. Esta vitória foi conseguida com um preço muito alto. Na Cruz, Cristo se entregou totalmente a nós. Sua última palavra... “Tudo está consumado”... e, inclinando a cabeça, entregou o seu espírito”, a sua alma (Cf. Jo 19, 30).

Olhando toda a trajetória de Jesus no mundo até a sua morte, percebemos que foi por amor, por compaixão, por partilha, por vivência comunitária e por oração que Ele se sacrificou. Jesus se deu por completo pela humanidade. Sua força era a sua humildade. A sua simplicidade nos contagia. A sua sabedoria cala até os sábios e os prepotentes, porque Ele ensina com autoridade, como, de fato, Ele a tem.

Sabemos que a nossa vida está escondida na verdadeira vida que Cristo trouxe até nós pela sua cruz. E nós, para chegarmos a esta vida eterna, precisamos passar por esta cruz que é a morte. São João nos lembra no Livro do Apocalipse. “Eu, João, ouvi uma voz vinda do céu que dizia: felizes os mortos, os que desde agora morrem unidos ao Senhor. Sim, diz o Espírito, que eles descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham”. (Ap 20, 11-21).

Estas palavras são, para todos que já se encontram com Deus, luz na eternidade. Cabe a cada um dizer, com a firmeza da fé, que temos Cristo Vivo e Ressuscitado na alma. Um dia, nós vamos nos encontrar com todos que nos precederam aqui na terra lá no céu, onde Jesus e Maria e todos os santos estão para sempre ao nosso lado.

Na Carta aos Romanos, podemos verificar o que fala São Paulo. “Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor”. Paulo ainda nos exorta. “Cristo morreu e ressuscitou exatamente para isto: ser o Senhor dos Mortos e dos Vivos” (Cf. Rm 14, 7-9.10c-12).

A morte não tem primazia sobre a vida, embora fiquemos tristes e chocados por tantas mortes, das mais inconcebíveis às mais trágicas causadas por acidentes, assassinatos a sangue frio, catástrofes, guerras e outros fatos que costumamos ler nas páginas policiais dos nossos jornais diários. Algumas mortes são causadas pela maldade humana. Outras nem tanto. Outras são até inexplicáveis. Mas Jesus nos consola. “Quem vê o Filho e n’Ele crê, este tem a vida eterna e eu o farei ressuscitar no último dia” da sua vida (Cf. Jo 6, 40).

A existência de cada pessoa é a certeza de que ela vai ter a eternidade. A vida vence a morte. Deus ilumine a vida sempre ou até na eternidade.

“Sic enim dilexit Deus mundum, ut Filium suum unigenitum daret, ut omnis, qui credit in eum, non pereat, sed habeat vitam aeternam.” (Jo 3, 16)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Evangelizar sempre; e a paz será possível

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O mundo carece de adoradores que têm Jesus como Senhor da Vida e da História. Inicia-se um novo ano. Será 365 dias que permitem a cada pessoa fazer a experiência do Deus da Vida. A história de cada um vai ser traçada. As escolhas das pessoas podem ter êxitos ou fracassos. Muitas vezes não sabemos fazer as escolhas certas devido à nossa própria natureza humana que carece de conhecimento e maturidade.

A caminhada do homem e da mulher deve estar na sintonia da mensagem salvadora e libertadora que Cristo tem para cada pessoa. A verdade de Deus nos liberta porque nos deixa livres para dar uma resposta firme em vista da nossa maturidade diante dos desafios que são a nós propostos.

Hoje o mundo está carente de paz e de valores que permitam que a humanidade viva em plena harmonia. Cada vez mais é necessário evangelizar, mostrar ao homem deste mundo contemporâneo que, quando estamos com o Deus da Vida, o mundo vai ter rosto mais humano e divino irradiando a verdadeira paz que é possível entre nós.

Assim o Santo Padre, o Papa Bento XVI, nos bem lembrou no dia 1º de janeiro. “A paz começa por um olhar respeitoso e as pessoas serão capazes de respeitar os outros e o meio ambiente se levarem em seu espírito um sentido pleno da vida”. O Pontífice meditou sobre o mistério do rosto de Deus e do homem, enfocando “uma vida privilegiada que conduz à paz”.

A paz é fruto da presença de Deus na história humana. Deus nos contempla em cada rosto humano, independente de raça, religião ou ideologia. Desse modo, se formamos uma família, podemos construir um mundo habitável. O respeito à natureza se entrelaça com vida. Podemos então dizer com o Papa: a paz, “de fato, começa por um olhar respeitoso que reconhece no rosto do outro uma pessoa” humana.

Cada pessoa deve conhecer Deus e fazer uma experiência d’Ele na vida, como o próprio Papa nos aconselha. “Na realidade, só se temos Deus no coração, estamos em condições de detectar no rosto do outro um irmão de humanidade, não um meio, mas um fim, não um rival ou um inimigo, mas outro eu, uma faceta do infinito mistério do ser humano”.

Como o próprio Papa Bento XVI observou no primeiro dia deste ano, este mundo em que vivemos só terá transformações profundas se “nossa percepção do mundo e, em particular, de nossos similares” tornar-se dependente “essencialmente da presença em nós do Espírito de Deus”. Se estivermos em comunhão com Deus, vamos nos respeitar e também valorizar o meio ambiente no qual nos situamos. Em contrapartida, afirmou o Pontífice, “quanto mais estivermos habitados por Deus, seremos também mais sensíveis à sua presença no que nos cerca: em todas as criaturas e, especialmente, nas outras pessoas, ainda que às vezes o rosto humano, marcado pela dureza da vida e do mal, possa resultar difícil de apreciar e de acolher como Epifania de Deus”.

Deus quer que o adoremos em verdade e espírito. Isso vai acontecer quando todos nos sentirmos responsáveis um pelo outro, preservando a natureza, deixando-nos de nos encher do Deus da Vida que se manifesta na Vida de Comunidade, de Igreja, de Sociedade e da nossa Vida em Comunhão Planetária.

Segundo o Papa, “para nos reconhecermos e respeitarmos como realmente somos, quer dizer, irmãos, precisamos nos referir a um Pai comum, que nos ama a todos, apesar de nossos limites e nossos erros”.

“Sed venit hora, et nunc est, quando veri adoratores adorabunt Patrem in Spiritu et veritate; nam et Pater tales quaerit, qui adorent eum.” (Cf. Jo 4, 23)

"Mas vai chegar a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e verdade. Porque são estes os adoradores que o Pai procura.” (Jo 4, 23)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Deus se manifesta sempre

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Liturgia do Ciclo do Natal se encerra nesta Festa da Epifania do Senhor. A vinda dos Reis Magos a Belém, levando presentes preciosos a Jesus, demonstra e representa todas as pessoas que procuram Jesus, levando a Ele também os seus talentos. Estes são muito necessários em um mundo globalizado e reduzido a interesses particulares. Deus quer ser encontrado e deixa-se manifestar em todos. Ele é a luz que acende na noite do mundo.

No Livro do Profeta Isaías é anunciada esta Luz que sempre ilumina e anima toda a Humanidade. “Levante-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor” (Cf. Is 60, 1). Hoje a “Jerusalém” é a Igreja, pois ela tem a Luz de Cristo para os cristãos que aderiram à sua mensagem libertadora e salvadora. A Igreja é sinal de Jesus, missionária no mundo. Este continua, na maioria das vezes, tão indiferente e egoísta.

São Paulo, na sua Carta aos Efésios, lembra-nos que Jesus revela para todos o mistério de Deus que quis estar conosco. Como ele nos diz. “Este Mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de revelá-Lo agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas. Aos pagãos, é admitida a mesma herança. Eles integram o mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Cf. Ef 3, 2-3a.5-6). Assim, Deus não exclui ninguém e Jesus chama a todos.

São Mateus mostra que a promessa feita pelo Profeta Isaías se concretizou. Jesus, de fato, é a Luz perfeita que sempre ilumina os povos. Nesse Evangelho, vemos a diferença entre os que entendiam bem as Escrituras e o Rei Herodes, que as rejeita, temendo a diminuição do seu poder. Mas os Reis Magos estavam determinados em encontrar o novo rei, um Deus Menino de braços abertos com sua mãe e seu pai adotivo, na humildade e na simplicidade de uma manjedoura de Belém (Cf. Mt 2, 1-12).

Quer seguir Jesus? Procure-O nos mais pobres (entenda que o conceito de pobreza é bastante complexo na contemporaneidade), no serviço desinteressado aos outros e que caminhe com Ele na vida de comunidade. A fé será a condição de segui-Lo. Se prestarmos atenção, Deus sempre se manifesta. Os presentes serão a honestidade, o perdão e a solidariedade. É possível então ter esperança na vivência do amor e da fraternidade entre os povos.

“Dicentes: Ubi est, qui natus est, rex Iudaeorum? Vidimus enim stellam eius in oriente et venimus adorare eum” (Cf. Mt 2, 2)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Por que a Igreja venera os santos?

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Igreja foi fundada por Cristo e podemos constatar isso quando Pedro faz a sua profissão de fé. Então Deus confirma o fato dizendo: sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Podemos verificar o que narra o Evangelista Mateus no Capítulo 16, Versículos do 15 ao 18. “Jesus lhes disse: E vós, quem dizeis que eu sou? Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Retomando a palavra, Jesus então lhe declarou: Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, pois não foram a carne e o sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que estás nos céus. E eu te digo: Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja” (Cf. Mt 16, 15-17).

Então a Igreja de Cristo se prolonga através dos séculos através dos seus sucessores. Hoje, para nós, Pedro é o Papa Bento XVI. Ele guia a Igreja com a segurança que vem do Espírito Santo. No decorrer dos séculos, até hoje, muitos doaram suas vidas testemunhando Cristo que é o caminho, a verdade e a vida. Assim, a Igreja os venera como santos. “Quando a Igreja venera um Santo, anuncia a eficácia do Evangelho e descobre com alegria que a esperança de Cristo no mundo é capaz de transfigurar a vida do homem e produzir frutos de salvação para toda a humanidade”.

Foi o que sublinhou Bento XVI no discurso dirigido à Congregação para as Causas dos Santos. Ali ele recordava os 40 anos da instituição desejada pelo Papa Paulo VI, em 1969. Ainda nos lembrou o Papa nessa comemoração que aconteceu no dia 21 de dezembro de 2009. “Cada beatificação e canonização é, para os cristãos, um forte encorajamento a viver com intensidade e entusiasmo a sequela de Cristo, caminhando rumo à plenitude da existência cristã e à perfeição da caridade. Eis a particular importância do dicastério que recorda a todo fiel o quanto ele deve se comprometer para corresponder com a máxima generosidade possível ao desígnio do amor que o Pai tem sobre ele e sobre toda a humanidade”.

Essas palavras do Papa nos permitem crer que Deus conduz a Igreja, e os santos são “as testemunhas vivas” que nos animam na fé que vem de acreditar no Cristo que é Senhor da Humanidade e da História. Jesus nos convida a segui-Lo e também a dar testemunho d’Ele na sociedade e em todo lugar que ainda não conhece o Cristo Salvador e Libertador da Humanidade. Então, vamos dizer com o Papa: através dos santos se evangeliza.

”Et Ego dico tibi: Tu es Petrus, et super hanc petram aedificabo Ecclesiam Meam; et portae inferi non praevalebunt adversum eam.” (Cf. Mt 16, 18)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A criação do homem e da mulher nos mostra Deus

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Ao lermos o início do Livro do Gênesis, nós podemos constatar que Deus criou todas as coisas e tudo era bom e tinha o seu sentido para que o homem desfrutasse das coisas criadas de modo harmônico e com sabedoria. Depois que Ele fez tudo, criou o homem e a mulher à sua imagem (Cf. Gn 1-2). Podemos, com certeza, experimentar a presença de Deus na História.

Bento XVI lembrou, na audiência pública de quarta-feira, 30 de dezembro de 2009, que Deus “criou a Eva de uma costela de Adão e não, por exemplo, de sua cabeça, para que fosse não uma dominadora nem uma escrava do homem, mas sua companheira”. Como a costela foi retirada do lado de Adão enquanto ele dormia, “assim os sacramentos da salvação começaram a fluir do lado de Jesus dormindo na Cruz”.

Mas por causa da auto-suficiência do ser humano, do seu egoísmo e do seu desejo de querer ser igual a Deus, veio o pecado. Este teve consequência muito grande à humanidade: a morte. O ser humano degradado, a humanidade decaída não conseguiria se libertar. Tudo isso culmina então com Cristo, Nosso Senhor e Salvador.

Então Deus, em um processo de revelação progressiva, mostra ao homem que Deus é bom e misericordioso, faz alianças para que a humanidade encontre o caminho que a faz ser livre e possa estar em comunhão com Ele.

O Papa Bento nos exorta que “Deus quis uma mulher que fosse companheira do homem, não sua escrava nem sua” dominadora. O Papa citou o teólogo medieval Pietro Lombardo que, na narração bíblica do nascimento da mulher, via “uma prefiguração do mistério de Cristo e da Igreja”.

O Papa recomendou aos fiéis que aproveitem o catecismo e os seus compêndios para “conhecer e aprofundar na verdade da fé que aparecerá como uma sinfonia”. “Queria encorajar cada um dos fiéis e a comunidade cristã a aprofundar em nossa fé harmoniosa e na vida sacramental, porque os sacramentos constituem uma força que sai do corpo de Cristo”, explicou.

Bento XVI pediu aos sacerdotes para fazer o mesmo e, além disso, “levar uma vida com dignidade e decoro, assinalada por um recolhimento pessoal que favoreça a vida comunitária”. Com essas palavras do Papa e com a narração da criação, percebe-se que Deus nunca erra e o seu plano é sempre voltado para a criação que deve estar em harmonia com o humano.

Por isso, a natureza, a criação e a própria pessoa humana se integram e tornam-se unidade. Esta não pode ser desprezada pelas partes que a compõem. Caso contrário, o seu desprezo provocará uma destruição progressiva. Que cada pessoa reflita o seu papel na criação e a sua responsabilidade nela. Que Deus oriente a todos e que a Igreja sempre seja a porta voz das verdades que nunca mudam. A Igreja é sinal visível da bondade de Deus.

“Et creavit Deus hominem ad imaginem suam; ad imaginem Dei creavit illum; masculum et feminam creavit eos.” (Gn 1, 27)

Feliz Ano Novo!!!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e Dia Mundial da Paz

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A liturgia do primeiro dia do ano novo nos coloca diante de duas celebrações importantes: a primeira é a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e a segunda o Dia Mundial da Paz. È muito bom para nós, cristãos, contemplarmos a figura de Maria. Ela que soube responder sim ao projeto de Deus e, desse sim, pôde nos dar o Cristo, que vem ser o Nosso Salvador e Libertador. Ela é a Mãe de Deus, porque se tornou Mãe do Verbo Encarnado.

O mundo contemplou Deus... A terra e o céu se encontraram pela singeleza de uma mulher que foi escolhida e estava cheia de graça. Podemos dizer que Deus é fiel e cumpriu a promessa feita a Abraão. Deus enviou o seu Filho amado (Mc 1, 11). Assim, cremos e professamos que Jesus nasceu da Virgem Maria em um determinado tempo histórico. Pelo Espírito Santo, podemos professar que Jesus é o Senhor, Filho de Deus e podemos chamar Deus de Pai (Cf. Gl 4, 4-7). E nós somos chamados a anunciar Cristo que deixou a Igreja pela fé de Pedro.

Os pobres, na figura dos pastores, foram os primeiros destinatários: visitaram e conheceram o Messias, o Príncipe da Paz. (Cf. Lc 2, 16-21). Iniciamos mais um ano e, neste início, dedicamos ao Dia Mundial da Paz sob o olhar de Maria e a presença de Cristo que nasce sempre no coração dos que desejam e promovem a verdadeira paz, e não aquela paz hipócrita, “que eu não quero seguir admitindo”. Esta paz é fruto da justiça social e do amor sincero e despojado.

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, exorta-nos para a harmonia da vida, em uma linda reflexão sobre o tema deste 43º Dia Mundial da Paz - “Se Queres Cultivar A Paz, Protege A Criação”. A paz passa também pela preservação do meio ambiente. Todos nós dependemos da natureza para sobreviver. O Papa nos lembra para o enfrentamento do problema ecológico na perspectiva assustadora que é a degradação do mundo, como a construção de casas em lugares de preservação ambiental. Isso esboça que essa batalha pela preservação da natureza deve se traduzir, principalmente, em uma forte motivação para cultivar a paz.

Todos devemos nos sentir responsáveis pela Terra e viver na busca do entendimento harmônico e da paz que vem do coração transformado pelo espírito cristão e divinamente humano.

Feliz Ano Novo!!!

Maria, auxilium christianorum, ora pro nobis!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Os Santos Inocentes

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Herodes soube do nascimento de Jesus Cristo pelos Reis Magos. Estes vieram do Oriente para visitar um outro Rei. Eles eram guiados por uma estrela. O coração de Herodes estava cheio de orgulho, de inveja e de medo de perder o poder. Ele tenta enganar os Magos, dizendo a eles que quando encontrá-Lo, avisem-no que ele também queria visitá-Lo. O Rei Herodes queria enganar os três Magos do Oriente. Ele queria destruir esse rei que acabara de nascer para que Ele não tomasse o seu lugar. Só que esse novo rei era diferente. Ele vem como servo sofredor, o Messias. Ele assumirá o nosso viver cheio de pecados para nos libertar e trazer-nos a salvação.

A Providência Divina age... Então os Reis Magos, após encontrarem Jesus em Belém, onde estava com sua mãe e José, deram presentes preciosos: ouro, incenso e mirra. Avisados pelo Anjo do Senhor, os Reis Magos foram embora por outro caminho. Quando Herodes percebeu que os Reis Magos não viriam, ele, com toda a maldade, mandou exterminar todas as crianças masculinas até dois anos, pensando que eliminaria este bebê rei.

Mas Deus enviou um anjo para avisar em sonho a José. Este deveria sair bem depressa com o menino, juntamente com sua mãe, para o Egito. Isto confirma o que foi predito em (Os 11, 1). Desse modo, Jesus foi salvo e aquelas crianças morreram e são consideradas os Santos Inocentes que deram as suas vidas para o Salvador (Cf. Mt 2, 13-18). Não puderam confessar que Jesus é o Senhor, mas estão ligadas a Cristo com “Batismo de Sangue”.

A Festa aos Santos Inocentes acontece desde o século IV. O culto foi confirmado pelo Papa Pio V. Isso marca e confirma as antigas profecias, reveladas pelo Profeta Jeremias: a de que “Raquel choraria a morte de seus filhos” quando o Messias chegasse (Cf. Jr 31, 15).

Esses Santos Inocentes estão inscritos nas páginas dos mártires que dão a vida por Cristo. Desse modo, a Igreja triunfante os tem como estrelas brilhantes para a nossa caminhada como Igreja militante neste mundo de cristãos e humanos. Portanto, devemos dar razão à nossa fé. Cremos no Senhor e podemos dizer com certeza: eu e minha casa serviremos ao Senhor (Cf. Js 24, 15).

“Ego autem et domus mea serviemus Domino.” (Cf. Js 24, 15)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Muita humildade em 2010

por Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Eu sei que Jesus me ama e por isso quero dizer a todos e a todas que o amor de Deus entra no coração de quem abre verdadeiramente o seu coração para o Cristo. Somos agraciados em todo momento e muitas vezes nem notamos que o Deus de amor se faz presente em nosso coração. Ser humilde é um fruto do Espírito Santo e este só nasce em quem tem abertura sincera a Cristo. Somos povo escolhido por Deus para sermos sal e luz em meio a este mundo.

Temos de refletir sobre as atitudes que tivemos no decorrer de 2009 para que possamos nos conscientizar sobre a realidade social divina e humana. Assim tentaremos fazer um algo a mais ao próximo mais necessitado. Alguns dias atrás, eu conversava com uma amiga minha sobre a psique humana e chegamos à conclusão de que, independente de qualquer coisa, temos mesmo é que amar o nosso semelhante, mesmo ele sendo uma pessoa sorridente por fora e ardente de maldade por dentro. Dando amor, vencemos o mal do “Eu” nosso e também do “Eu” alheio.

Juntos, nós podemos levar a Palavra de Deus para o mundo. Isso se agirmos com humildade e amor. Outro dia, todos ficaram indignados quando o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, mencionou que, para fazer algo pela nação, é preciso fazer “parcerias” com todo o mundo, até com o próprio “Judas”, o Traidor, se aqui estivesse.

Eu faço agora a pergunta para vocês: quem somos nós para julgarmos esta fala do nosso presidente? Por que, ao invés de fazer críticas presas a essa fala, não estamos lutando por um mundo melhor? Temos que criticar sim o nosso presidente, mas quando ele faz algo que nos prejudica e nos coloca em condições de morte, como, por exemplo, a péssima situação em que se encontram os catadores e as catadoras de materiais recicláveis do Brasil, a atual precarização da atividade dos profissionais da comunicação social, a contribuição para o assistencialismo barato e desvios de verbas públicas que iriam para a saúde e a educação, o incentivo à terceirização que está acabando com os trabalhadores brasileiros, e coisa assim mais.

Criticando e lutando pelos nossos direitos e deveres, não prejudicamos ninguém e sim ajudamos fazendo este bem que é abrir os olhos das pessoas humanas para a realidade nua e crua.

A todos e a todas, um 2010 lindo...

Abraços...


Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros desde maio de 2009