ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sábado, 31 de julho de 2010

O acúmulo demais não faz bem

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Nós procuramos segurança, felicidade e uma vida confortável. Mas onde podemos encontrar isso? A liturgia dominical nos ajuda a refletir sobre o acúmulo demais que as pessoas procuram e não conseguem ficar saciadas. Há uma busca de coisas materiais e o tempo se consome nisso.

A pessoa não tem tempo de ser amigo, conversar e procurar fazer visitas. Não consegue nem ter uma intimidade com Deus na oração e na participação da comunidade. Não tem tempo para Deus e aos irmãos. Se houver qualquer coisa que sai da normalidade, como doença, vítima de assalto e acidente ou uma decepção, a pessoa fica sai dos eixos, fica desesperada e, sem discernimento, acaba fazendo mau juízo das coisas, do mundo, de todas as outras pessoas e até de Deus.

No Livro Eclesiástico, é-nos lembrada a situação insuportável do Povo de Deus vivida por causa da ganância dos poderosos de então. Isso levou o autor sagrado a afirmar. "Vaidade das vaidades, tudo é vaidade". O conselho dado pela Palavra de Deus nos faz ver que somos responsáveis pela harmonia, justiça e paz entre todos, começando pelos nossos atos de cristãos (Cf. Eclo 1, 2; 2, 21-23). Essa afirmação é atribuída a Salomão que, apesar de ser um rei sumamente sábio, rico e poderoso, lembrava que as coisas terrenas são passageiras, uma "bolha" de sabão, e convidava ao desapego delas.

São Paulo escreve aos Colossences e nos exorta à mesma coisa. "Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto... e não as da terra..." (Cl 3, 1-5.9-11). Somos novas criaturas em Cristo. Precisamos ter consciência disso e sermos pessoas que pertencem a Ele, vivendo uma vida justa, cheia de amor e de paz com todos.

No Evangelho, Cristo denuncia a cobiça e a preocupação exagerada pelos bens terrenos... (Lc 12, 13-21). Um desconhecido pede a Jesus para resolver um problema de herança, mas Jesus se recusa, porque é difícil fazer justiça quando existe cobiça. E adverte. "Tomai cuidado contra todo tipo de GANÂNCIA... Jesus nos alerta que a vida de um homem não consiste na abundância de bens...".

O rico insensato construiu grande celeiro e ali colocou toda a sua produção e pensava que podia viver o resto dos dias sem fazer nada, apenas a desfrutar do fruto do seu trabalho. Mas ele não sabia que a vida não resume nisso e que, de uma hora para a outra, ele pode partir e as coisas dele ficam para os outros, ou para alguém, ou largadas por aí... Devemos levar para Deus as obras boas: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a defesa da vida, a solidariedade com os mais pobres e sem vez nesta nossa sociedade capitalista.

Devemos ser porta voz da vida e lutar contra a cultura da morte que não leva a lugar nenhum. Vamos começar a celebrar neste domingo, 1º de agosto, o Mês Vocacional. A Vocação é um dom gratuito, um chamado, um convite, uma proposta de Deus, que se apresenta à nossa liberdade e nos pede uma tomada de decisão. Esse chamado é um grande mistério de amor entre nós e Deus, que conhece bem o coração de cada um.

Que não falte, em nosso meio, pastores segundo o coração de Jesus.

E que Deus seja louvado sempre.

Maria, ora pro nobis!


FONTE
www.buscandonovasaguas.com
parte deste texto foi tirado desse site e feito uma síntese dele por mim

Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 30 de julho de 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vídeos do 6º Mineiro das CEBs já estão disponíveis no Youtube

Acesse www.youtube.com, digite "6º Encontro Mineiro das CEBs" e confira vídeos sobre o evento que movimentou o final da semana passada em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, com a participação de mais de duas mil pessoas trabalhando em oito locais diferentes da cidade para pensar e construir uma Igreja cada vez mais solidária.

Nas imagens dos vídeos, observa-se o delegado convidado Éder Massakasu Aono, que veio de Sorocaba, Estado de São Paulo, para privilegiar esta grande confraternização do Povo de Deus Mineiro e de outros sertões brasileiros. Vê-se também o sociólogo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pedro Ribeiro de Oliveira, que foi assessor do Eixo Político e monitor do subtema "Movimentos de Fé e Política", entrando no Trem das Comunidades Eclesiais de Base durante a celebração final do evento.

Há ainda fotos da celebração ecumênica de abertura e do Eixo Econômico, batizado "Pequi", e que aconteceu no Vale do Premontré, Bairro Sagrada Família, Paróquia São Norberto, em MOC. Nas imagens, pode ser visto um trem artesanalmente produzido para este encontro e que hoje se encontra no Secretariado Arquidiocesano de Pastoral - Rua Januária, 371, Centro de MOC.



Vídeo selecionado 1
6º Encontro Mineiro de CEBs - Montes Claros

Vídeo selecionado 2
6º Encontro Mineiro de CEBs - Montes Claros (2)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O valor da hospitalidade e do acolhimento

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A Eucaristia nos une nos laços do amor a Cristo e aos irmãos. A liturgia nos fortalece a vida de fé, pois é uma festa de irmãos e irmãs que constroem com Cristo o Reino de Deus na justiça, na paz, na partilha e na solidariedade. Jesus nos acolhe na sua casa e nos dá o Pão da Palavra e o da Eucaristia.

No Livro do Gênesis, Abraão acolhe três pessoas que são estranhas e caminhantes, mas as acolhe com o coração cheio de generosidade. Ele as serve com alegria. Este gesto dele para com as três pessoas humanas foi agraciado pelo dom da vida. Deus, através desses mensageiros, anuncia que a casa de Abrão terá uma criança que nascerá de Sara, sua esposa idosa e sem filho. Assim, Deus confirma a promessa feita a ele: você terá uma grande descendência e será pai de uma grande nação, o povo de Deus (Cf. Gn 18, 1-10a). É na refeição partilhada que Abrão recebe a confirmação das Promessas de Deus.

São Paulo nos mostra e apresenta na Carta aos Colossenses o seu próprio exemplo: acolheu em sua vida Cristo que deu sentido à sua vida e sua missão. "É Cristo crucificado que vive em mim" (Cl 1, 24-28). Esta verdade deve ser assumida em cada cristão na sua atividade missionária, de trabalho, na Igreja e na família. Ouvimos a Palavra de Deus e ela é difundida com amor a todos.


Equipe de Cozinha do Eixo Eclesial (Laranja), Casa de Pastoral, Bairro Santo Antônio, em Montes Claros, do VI Encontro das Comunidades Eclesiais de Base de Minas Gerais

O Evangelista Lucas apresenta duas pessoas: Marta e Maria. Estas duas personagens sintetizam a nossa realidade de hoje também. Muitos são como Marta: ficam nos seus afazeres, não têm tempo para os irmãos nas obras de caridade, de misericórdia e solidariedade. Ficam atarefadas, sem tempo para os outros. Mas, temos as Marias que têm tempo para escutar a Palavra e refleti-la em sua vida interior que age nas ações para que o mundo seja mais humano e fraterno.

Jesus é a mensagem salvadora que faz a diferença. Maria escolhe a melhor parte. Deixa o seu coração aquietar nas Palavras do Mestre que dão diretrizes seguras para a nossa vida, na missão e na comunidade (Cf. Lc 10, 38-42).

É desse modo então que as nossas ações tomarão cuidado para não ser apenas como os comportamentos de Marta, mas também de como os de Maria, que acolhe Jesus. Este ensina a Vida. Assim, se as nossas atitudes forem a de Marta e a de Maria, juntas, estaremos completados e liberados para que haja o amor solidário, fraterno e participativo na Família de Deus, da qual fazemos parte.

Jesus vem até nós, hoje, bate em nossas portas e quer entrar e conversar conosco no diálogo aberto e franco, em que todos e todas se sintam respeitados nos seus valores mais dignos, e a vida de qualidade não está fora desses.

Deus caritas est!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 17 de julho de 2010

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Trem das CEBs

Assista a trecho de vídeo e fotos durante a execução da música "Trem das CEBs", cantada pela Equipe de Animação liderada por Aldair Fagundes, no último dia do VI Encontro das Comunidades Eclesiais de Base de Minas Gerais, antes da leitura da Carta Final e da celebração de encerramento, que contou com mais de duas mil pessoas presentes no campo do Colégio Marista São José, Bairro Roxo Verde, em Montes Claros

















terça-feira, 27 de julho de 2010

Avós, experiências de vida

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A família é dom de Deus. Ela tem a responsabilidade de formar as gerações futuras que são os seus filhos. Hoje a família moderna tem que trabalhar a consciência filial para que não ocorra o fim da convivência familiar que valoriza os pais e os avós. Cabe a cada um saber que não se constrói nada na sociedade, ainda mais nesta sociedade capitalista onde os valores das gerações não são valorizados. Os avós devem ter consciência de que vão ter um papel muito significativo na vida dos filhos e da família em geral.

Os avós sãos pessoas amadurecidas e cheias de experiências que vão poder ser partilhadas em família e em sociedade, fora desta sociedade capitalista totalmente fetichizada e midiatizada. Esta figura do avô e da avó não pode ser obscurecida pela nossa correria da vida moderna e nem no modismo que se encontra na sociedade capitalista.

O modernismo quer ofuscar a importância dos avós, tirando deles este papel fundamental nos dias de hoje: o de ajudar na educação dos filhos de seus filhos. Uma ajuda que não tem preço, embora a sociedade capitalista tente tirar esta figura dos avós, alienando-os em outras ocupações e deixando os seus netos sem as suas presenças que são fundamentais para criar valores éticos, morais e religiosos nas crianças. Que os avós se espelhem na vida de Sant’Ana e São Joaquim, os pais de Nossa Senhora e avôs de Jesus.

Viva todos os avós e que eles tenham tempo para dedicar o amor deles a cada neto e neta, filhos de seus filhos que Deus quis confiar a eles. Que haja paz e harmonia entre todas as famílias em que são valorizadas a figura dos avós.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 23 de julho de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Questão de humildade

A caminho da Missa de encerramento do VI Encontro Mineiro das Comunidades Eclesiais de Base, andando pela Rua Dom Pedro II, Centro de Montes Claros, delegado participante do evento comentava com o companheiro que estava a seu lado. Foi mais ou menos assim o diálogo entre os amigos. "Fiquei na casa de uma família rica. A casa era bonita demais. Mas você tem que ver a humildade do casal que me acolheu".



"Andar com fé eu vou que a fé não costuma faiá" - A música de número 185 ("Andar com fé"/página 51) do Livro de Cantos do VI Encontro das Comunidades Eclesiais de Base de Minas Gerais foi uma das que mais animaram delegados, assessores, monitores e demais participantes do evento, em torno de duas mil pessoas.

Ela foi um dos vários momentos marcantes da primeira grande plenária realizada no Ginásio Darcy Ribeiro do Serviço Social do Comércio (Sesc) - Rua Viúva Francisco Ribeiro, 199, no Centro de Montes Claros. O Livro de Cantos foi publicado com 251 canções e com uma história de Montes Claros, do Norte de Minas e da realidade eclesial da região.

domingo, 25 de julho de 2010

Necessidade de conversão humana

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

“Naquele tempo, chamarão Jerusalém Trono do Senhor e em torno dela se reunirão, em nome do Senhor, todos os povos; eles não se deixarão mais levar pelas inclinações de um coração mau.” (Jr 3, 17)

Esta é uma profecia de Jeremias que já foi cumprida em Jesus Cristo e que é o trono da graça. Somente Ele pode mudar o coração humano e assim as estruturas se modificam com o tempo. Onde houver fraternidade, zelo do bem comum, valorização da vida, ética e valores cristãos, aí podemos constatar a justiça e o amor que geram a paz.

A violência, o ódio, o egoísmo, o prazer exagerado, a exploração, a corrupção, o falso comprometimento, a demagogia, o populismo, etc... tudo isso gera mal estar, morte e desrespeito à pessoa humana na sua liberdade. Todos têm direito, no Banquete da Vida que Jesus convida. Este é para todos.

A Palavra de Deus não é uma escrita morta, mas viva, que penetra e traz consequências para a nossa vida. Ela nos educa e nos faz novas criaturas. Deus é o sumo bem e, se nós nos convertermos a Ele, com certeza, este mundo vai ser melhor, mais humano e cristianizado. Assim seremos um só coração e uma só alma.

Todos então devem se sentir responsáveis pelo bem, desde as autoridades políticas até o mais simples cidadão. Ninguém fica excluído das responsabilidades. Não podemos omiti-las em nenhum momento: no trabalho, no voto, no exercício da cidadania, nos trabalhos voluntários, na difusão do Evangelho de Cristo, na solidariedade e na partilha.

O lugar privilegiado dessas ações é a família, que se prolonga na sociedade, na igreja, na comunidade e onde for exigida a nossa ação transformadora da realidade de morte para a Vida. Que a vida seja vitoriosa e que a cultura de morte seja banida do nosso meio. As crianças, os jovens, os adultos e as pessoas idosas tenham de todos o respeito nos seus direitos mais fundamentais, que são a vida, a saúde, a moradia digna, a alimentação, dentre outras.

“In corde Jesu et Mariae, persemper!”


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 23 de julho de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Evangelizar com novas linguagens

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Jesus, depois de ter concluído bem a sua missão, com sua vida, com sua paixão, morte e ressurreição, deu uma missão aos seus discípulos e seguidores de hoje. Ide, portando, e fazei com que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. Eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28, 19-20).

Pelo batismo, cada cristão é convocado por Jesus a ser evangelizadores neste mundo plural e secularizado. O Evangelho de Jesus não muda e nem fica ultrapassado, mas a sua abordagem deve usar novas linguagens para que a sua mensagem libertadora e de vida seja levada e aceita por todos.

Necessidade de “novas linguagens” para anunciar Evangelho, constata Bento XVI, em uma mensagem ao 11º capítulo geral dos Rogacionistas do Coração de Jesus. “Renovar formas e linguagens para anunciar o Evangelho aos homens de hoje é a indicação dada pelo Papa Bento XVI aos padres Rogacionistas do Coração de Jesus, reunidos desde o dia 05 de julho no Centro de Espiritualidade Rogate, de Morlupo, nas proximidades de Roma, para seu 1º capítulo geral (ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 - www.zenit.org).

O capítulo deste ano, que reúne 53 irmãos rogacionistas vindos da Europa, Ásia, África e América, tem como tema “A Regra de vida, expressão da consagração, garantia da identidade carismática, apoio da comunhão fraterna, projeto de missão”. O objetivo é atualizar a normativa da congregação para adequá-la aos tempos atuais, especialmente após a promulgação do novo Código de Direito Canônico (ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 - www.zenit.org).

“O grande desafio da inculturação”, escreve-lhes o Papa, “exige de vós hoje que anuncieis a Boa Notícia com linguagens e formas compreensíveis aos homens da nossa época, envolvidos em processos sociais e culturais em rápida transformação”. “Muitos esperam ainda para conhecer Jesus, o único Redentor do Homem, e inúmeras situações de injustiça e mal-estar moral e material interpelam os crentes”, sublinha o Sumo Pontífice (ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 - www.zenit.org).

“Uma missão tão grande requer uma incessante conversão pessoal e comunitária. Somente corações totalmente abertos à ação da Graça estão capacitados para interpretar os sinais dos tempos e captar os apelos da humanidade necessitada de esperança e de paz”, acrescenta (ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 - www.zenit.org).

Bento XVI convida a família rogacionista a “conservar fielmente o patrimônio espiritual transmitido por vosso fundador, Santo Aníbal Maria di Francia”, que “amou a Cristo com intensidade e se inspirou sempre nele”. Exorta-os, portanto, a “seguir seu exemplo e a prosseguir com alegria sua missão, válida também hoje, ainda que tenham mudado as condições sociais em que vivemos” (ROMA, segunda-feira, 12 de julho de 2010 - www.zenit.org).

“Dai vossa experiência aos que têm ‘sede’ de esperança; cultivai uma autêntica paixão, sobretudo pelos jovens; empenhai-vos com uma generosa atividade pastoral entre as pessoas, especialmente a favor dos que sofrem no corpo e no espírito”. O Papa concluiu sua mensagem desejando que “resplandeça nos diversos campos do vosso serviço eclesial a adesão fiel a Cristo e ao seu Evangelho”.

Com estas palavras do nosso Papa Bento XVI, somos encorajados para ser também anunciadores de Cristo e que estamos seguros e alicerçados na Palavra de Deus e na Eucaristia que nos reforça na missão. Também somos encorajados na força da oração individual e comunitária que alimenta a nossa espiritualidade de evangelizadores nas Comunidades Eclesiais de Base e nas nossas casas como igreja doméstica. Amém!

“Euntes ergo docete omnes gentes, baptizantes eos in nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti, docentes eos servare omnia, quaecumque mandavi vobis. Et ecce ego vobiscum sum omnibus diebus usque ad consummationem saeculi.” (Mt 28, 19-20)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 17 de julho de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

A oração é a comunicação com Deus

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A oração nos faz aproximar de Deus em um diálogo filial entre Deus Pai e nós como filho d’Ele. O homem, por natureza, busca estar em contato com o Sagrado. Pela oração, podemos corrigir, aperfeiçoar e mudar de vida. A força da oração transcende o nosso ser. Jesus ensina como orar.

Não precisamos de muitas palavras, mas estar com o coração aberto e solícito a ouvir a vontade de Deus para a nossa Vida. Jesus ensina a oração universal do Pai Nosso (Cf. Mt 6, 9) e nos acolhe como seu irmão. Jesus orava sempre e se retirava para lugares desertos onde se unia em oração com Deus. Nós devemos estar em comunhão com Ele. É uma eterna busca nossa ao Criador.

Existe a oração em comum para as necessidades pessoais ou comunitárias. Podemos confirmar isso quando Jesus diz: “Em verdade ainda vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três estivessem reunidos em meu nome, ali estou no meio de vós” (Mt 18, 19-20).

Certa vez, os discípulos pediram a Jesus ensinar eles a orar. Pode-se verificar: “Então, aconteceu que, estando ele a orar em um certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos. ‘Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos’” (Lc 11, 1). E assim Jesus nos fala. "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará” (Mt 6, 6). Deus sabe tudo o que precisamos, pois Ele é Pai misericordioso (Cf. Mt 6, 8).


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 17 de julho de 2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Deixe secar...

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Conta-se certa vez que uma criança chamada Mariana recebeu um presente muito bonito, um jogo de chá todo azul com enfeites de bolas amarelinhas. No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana tinha que sair com sua mãe. Júlia então pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.

Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, mas demonstrou ciúme por aquele brinquedo. Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Então, chorando e muito nervosa, Mariana desabafou para sua mãe. “Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo. Ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão”. Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.

Mas a mãe, sabiamente, com muito carinho, ponderou. “Filhinha... lembra daquele dia quando você saiu com o seu vestido novo, todo branquinho, e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa, você queria lavá-lo imediatamente, mas a vovó não deixou. Naquela ocasião, ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo”.

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois, alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando. “Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe, ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa”.

“Não tem problema”, disse Mariana. “Minha raiva já secou” e deu um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro. Nunca tome qualquer atitude com raiva. Esta nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil.

Lembre-se sempre: deixe a raiva secar. Este texto que eu recebi - melhorei-o um pouco -, é de autoria desconhecida e serve para nós também. Como cristãos, devemos ser assim. Nós somos Cidadãos do Céu, Filhos de Deus e Ele é Amor e Misericórdia.

Ele ouve o nosso coração, quer saber a raiz daquele mal em nós e arrancar tudo o que não nos faz ser irmão do outro. Ele pede para que nós sejamos portadores da Paz. Quando entrarmos em casa, desejemos que a paz esteja convosco. Se lá tiver a paz, ela permanecerá com todos. Mas, se não houver a paz naquele lugar, ela voltará para você (Cf. Lc 10, 5-12). Sejamos pessoas de paz. Deixemos o ódio secar e viva o amor solidário.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 18 de julho de 2010

domingo, 18 de julho de 2010

Homem Público

Wan-Dick: um exemplo a ser seguido

A história do Pintor de Simpatia Wan-Dick Dumont já foi devidamente “emoldurada”, quando a pena mágica, nas mãos ímpares de Maria Clara, deslizou sobre o papel, presenteando a todos com uma excelente obra bibliográfica. Mas, depois da missão cumprida, Deus chamou para si aquele que sempre o pertenceu, fazendo surgir a necessidade de reflexões sobre o legado que Wan-Dick nos deixa.

No dia 12 de maio [de 2006], nosso município ficou diferente. Foi um dia de luto geral. Parecia que havia falecido uma pessoa em cada família bocaiuvense. Um único homem teve o poder de provocar tal sentimento generalizado no momento de sua partida. Como disse Madre Tereza de Calcutá: “Quando morremos, levamos aquilo que doamos. O que ajuntamos, fica”.

Esse é o fruto do trabalho de um homem dotado de espírito público genuíno, verdadeiro. O homem público de verdade possui coração comunitário e vê o seu povo como “a junção de todos numa grande alma humana”. Sim, a sua visão é sempre coletiva, ampla, maior, e interage com tudo e com todas as pessoas. O homem público dotado com o espírito que habitava em Wan-Dick tem o seu prazer em atender o próximo, em amá-lo e em servi-lo. Dar o melhor de si em favor da comunidade, e receber de volta a alegria de ter sido útil a alguém. Esse era Wan-Dick Dumont.

Obviamente que, sendo um ser humano, Wan-Dick também possui falhas, mas o que se extrai sempre de suas atitudes são as suas retas intenções. A perfeição é somente um ideal a ser atingido, sob a ótica humana. Mas as boas intenções são frutos de um coração solidário, de uma alma universal. Por acaso alguém conhece algum inimigo dele? Ou, porventura, já o viu abrindo a boca para maltratar outro cidadão? Usando o posto para “rasgar” biografias ou destruir reputações? A resposta é única. É claro que não.

E não é o fato de ter sido Prefeito que fez dele um homem público. Mas justamente o fato de que sua conduta nunca mudou, nem antes, nem durante e nem depois de ser prefeito. De forma que, se nunca fosse prefeito, ainda assim seria portador de um excelente espírito público, e modificaria o meio em que viveu de uma forma ou de outra. Em Wan-Dick se cumpre a máxima de Madre Tereza de Calcutá: “O mundo depois de ti tem que ser melhor, porque tu viveste nele”.

Falei de homem público de verdade, porque, infelizmente, o mundo anda cheio de “homens públicos de mentira”. “Homens públicos” que se aproveitam das oportunidades para defender os próprios interesses, mesmo que isso possa significar a doença, o sofrimento e a morte de muitos outros. “Homens públicos de mentira” que usam dos cargos para serem servidos, nos quais predomina o espírito de egoísmo, materializado no fato de quererem tão somente para si aquilo que é de todos.

São “homens públicos com consciência de camundongo”. Mentirosos e enganadores, as suas atuações trazem inimizades, descrença, pessimismo dentre outras espécies de males. O resultado do trabalho deles é sempre o medo, o escândalo e a vergonha. Para esses vale a máxima do Barão de Itararé: “Nada é tão ruim que não possa ficar ainda pior”.

Como se vê, não cabe qualquer comparação entre os dois casos. Mas o perfil de Wan-Dick nos permite ver, com bastante facilidade, que a grande diferença entre a conduta do verdadeiro e do falso está no resultado das ações. Porque não é possível conceber um homem corrupto como sendo homem público. Um homem corrupto pode ser qualquer coisa: um politiqueiro, um arremedo de liderança, mas jamais será um homem público de verdade, nunca um estadista, ainda que venha a ocupar cargos e exercer mandatos.

Um homem corrupto é incompatível com o ter espírito público. Esta característica humana é revelada no prazer de servir, de se entregar em favor da comunidade. E não dá para ser homem público e ser corrupto ao mesmo tempo. Este último defende interesses pessoais. Ora, o corrupto é egoísta, retira da comunidade para si. O homem público, ao contrário, dá de si para a comunidade. Este serve ao cargo, e aquele se serve do cargo. Ora, uma coisa exclui a outra. Ou o sujeito é homem público ou é um homem corrupto, portanto, egoísta.

A biografia de Wan-Dick vai nos ajudar a distinguir um do outro. Foi em razão da presença do espírito público na vida de Wan-Dick que, no dia da sua partida, abateu-se sobre a comunidade o sentimento de que um pouco de cada um de nós tinha falecido. Sim. Wan-Dick nos impregnou com o seu espírito público de tal forma que passou a viver dentro de cada um de nós, como se fosse um membro de nossa família. Isso prova que, quando o amor e o respeito são verdadeiros, a amizade vira parentesco.

Servir pelo amor de servir. Esse é o exemplo e o maior legado que Wan-Dick nos deixa e sobre o qual precisamos refletir nestes dias difíceis, em que os valores estão invertidos. Trabalhemos para que, no dia de nosso falecimento, aconteça conosco algo semelhante ao que ocorreu com ele. Os homens de bem são assim: nos ensinam tanto quando morrem, tanto quando vivem. Parafraseando Fernando Pessoa, “a morte é uma curva que existe ao longo da estrada, onde o corpo pára, mas a caminhada continua”.

De forma que me vem à mente o que disse Confúcio: “Quando nasceste, todos riram e só tu choraste. Viva de tal forma que quando morreres todos chorem e só tu rirás”. Então, choremos; enquanto Wan-Dick sorri eternamente.


Ivanilton Robson Honório, 40 anos, é advogado, presidente da Associação de Consumidores de Bocaiuva, pós-graduado em marketing político e estudante da Escola de Formação de Fé e Política da Arquidiocese de Montes Claros. Será o monitor do subtema “Processo Eleitoral” do Eixo Político (Panã), com sede no Colégio Marista São José, do 6º Encontro Mineiro das Comunidades Eclesiais de Base, que acontecerá em Montes Claros de 22 a 25 de julho deste ano. Escreveu este artigo no dia do falecimento de Wan-Dick Dumont, para Ivanilton, “o maior prefeito da história de Bocaiuva, e homem Público, com ‘p’ maiúsculo”. O texto foi publicado nos periódicos bocaiuvenses por ocasião da morte de Wan-Dick, ocorrida em 12 de maio de 2006. Ivanilton Robson Honório está na Escola de Fé e Política Arquidiocesana pela Paróquia Senhor do Bonfim de Bocaiuva, Setor Sul Arquidiocesano, e foi indicado pelo Pároco local, Padre Antônio Brígido de Lima. Seu e-mail é i.honorio@yahoo.com.br.

> Nas imagens, Missa de Corpo Presente de Wan-Dick Dumont, presidida pelo então Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, Dom Geraldo Majela de Castro na igreja matriz da Paróquia Senhor do Bonfim de Bocaiuva, durante a tarde de 14 de maio de 2006.

sábado, 17 de julho de 2010

Fidelidade a Cristo, à Igreja e ao Papa (Parte II)

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O Povo de Deus é peregrino neste mundo e tem o caminho seguro em Cristo. Jesus traz a verdadeira liberdade e não deixa o homem alienado. Jesus nos salva por inteiro. Ele nos reveste de uma graça que produz em nós uma força, uma coragem e uma mansidão para nos formar novas criaturas. Somos restaurados por Deus através da mensagem da Boa Nova de Jesus, da sua vida e missão, da sua paixão e ressurreição. Ainda Deus envia o Espírito Santo que fortalece e nos faz ser coerentes e dar testemunho d’Ele em uma sociedade onde o homem e a mulher se tornam quase um não humano pela prática do mal, da violência e do ódio.

Duns Scoto, “ainda consciente de que, na realidade, por causa do pecado original, Cristo nos redimiu com sua Paixão, Morte e Ressurreição, reafirma que a Encarnação é a maior e mais bela obra de toda a história da salvação e que esta não está condicionada por nenhum fato contingente, mas é a ideia original de Deus de unir finalmente todo o criado consigo mesmo na pessoa e na carne do Filho”. Esta visão teológica “abre-nos à contemplação, ao estupor e à gratidão: Cristo é o centro da história e do cosmos, é Aquele que dá sentido, dignidade e valor à nossa vida” (notícia tirada do site www.zenit.org em 09-07-2010).

Desse modo, São Paulo nos fala na Carta aos Colossences. Mostra Cristo como centro de toda a Criação. É n’Ele que tudo se converge. Jesus é a imagem do Deus invisível e o primogênito de toda a criatura. Em Cristo, a humanidade é remida e salva (Cf. Cl 1, 15-20 e Cf. Artigo “Não chegamos ao Céu sozinhos” por Jose Benedito Schumann Cunha postado no Blog www.modestaspropostas.blogspot.com em 09-07-2010).

Sabemos que, em um tempo histórico, Deus visita a terra e encontra em Maria a mulher perfeita, sempre desejada por Deus, que foi desfigurada lá no início do mundo por causa do pecado. Jesus, sendo Deus, não pode ser manchado pelo pecado de outrem. Por isso Maria nasce imaculada. Uma verdade que Duns Scoto refletiu não somente sobre “o papel de Cristo na história da salvação, mas também o de Maria”, especialmente no que se refere à Imaculada Conceição (notícia tirada do site www.zenit.org em 09-07-2010).

Scoto argumentou contra o parecer dos seus coetâneos. Isto é dos seus contemporâneos, que “Maria está totalmente redimida por Cristo, mas já antes da sua concepção”, o que se chamou de “Redenção preventiva”. Este argumento “foi depois adotado também pelo Papa Pio IX em 1854, quando definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria”.

Também desenvolveu “um ponto no qual a modernidade é muito sensível. Trata-se do tema da liberdade e da sua relação com a vontade e com o intelecto”. No entanto, sublinhou, “a liberdade como qualidade fundamental da vontade, iniciando uma postura de tendência voluntarista”, a qual “corre o risco, de fato, de levar à ideia de um Deus que não estaria ligado tampouco à verdade nem ao bem” (notícia tirada do site www.zenit.org em 09-07-2010).

“O desejo de salvar a absoluta transcendência e diversidade de Deus com uma afirmação tão radical e impenetrável da sua vontade não leva em consideração que o Deus que se revelou em Cristo é o Deus ‘logos', que agiu e age repleto de amor a nós”. O próprio Papa recordou que “a liberdade foi o grande sonho da humanidade, desde o início, mas particularmente na época moderna”. “Precisamente a história moderna, além da nossa experiência cotidiana, ensina-nos que a liberdade é autêntica e ajuda na construção de uma civilização verdadeiramente humana somente quando está reconciliada com a verdade”, afirmou (notícia tirada do site www.zenit.org em 09-07-2010).

Com estas palavras do Papa e também da catequese sobre esse ilustre Beato Duns Scoto, somos ajudados a entender, confirmar e a garantir a autenticidade dos dogmas da Igreja. Somos felizes porque a Igreja e muitos teólogos nos abrem o nosso entendimento através dos seus estudos que autenticam as verdades revelas de Deus a nós. A nossa fé não é imediática e nem ingênua. Ela está fundamentada em Cristo e é anunciada hoje através do Magistério Petrino do nosso Papa Bento XVI.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 10 de julho de 2010

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

“Trindade sintetiza a revelação de Deus”

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A liturgia nos situa no mistério de Deus. Em cada celebração, iniciamos com o sinal da Trindade Santa. É a marca que temos desde o batismo: somos selados para Deus para sempre. Ele cuida de nós e Ele é sempre fiel.

O nosso Papa nos fala que a solenidade da Santíssima Trindade sintetiza a revelação de Deus ocorrida nos mistérios pascais: morte, ressurreição de Cristo, sua ascensão à direita do Pai e efusão do Espírito Santo. Foi o que recordou Bento XVI, falando aos fiéis na Praça de São Pedro no dia 30/05/2010. A mente e a linguagem humanas são inadequadas para explicar a relação existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo e, todavia, os Padres da Igreja tentaram ilustrar o mistério de Deus Uno e Trino, vivendo-o na própria existência com profunda fé (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 31/05/2010).



É o mistério da nossa fé: não é para ser entendido com nossa racionalidade, mas deve ser compreendido pela fé e graça que vem de Deus.

Depois da Oração do Ângelus, o Papa recordou que, no dia 29/05/2010, foi beatificada em Roma a Irmã Maria Pierina De Micheli, do Instituto das Filhas da Imaculada. Saudou depois um grupo de Pordenone, em Roma, para honrar a memória do Cardeal Celso Costantini, cujo Diário, que acaba de ser publicado, testemunha a imensa obra realizada pela Santa Sé a favor da paz e em auxílio aos necessitados durante a 2ª Grande Guerra Mundial (1939-1945) - notícia tirada de H2Onews - [Newsletter em 31/05/2010].

Os santos são exemplos que Deus age na pessoa quando ela está disposta a se abrir para a graça de Deus. O mundo torna-se melhor, e a bondade contagia a todos. São exemplos que defendem a vida, a paz e o bem para todos. Eles são luzeiros que apontam o caminho para Cristo. Eles se tornaram santos porque seguiram Jesus que é o verdadeiro caminho que nos leva ao céu. A vida dos santos é a testemunha de que o Cristo é o Senhor da Vida e da História.

Quem está com Cristo tem nova vida. Esta é marcada agora pela graça santificante. Deus se torna tudo na vida da pessoa e o mundo é transformado, e fazemos uma história de homens e mulheres renovados na graça santificante de Cristo que derramou seu sangue para a nossa salvação.

“Videte qualem caritatem dedit nobis Pater, ut filii Dei nomine mur, et sumus! Propter hoc mundus non cognoscit nos, quia non cognovit eum.” (1 Jo 3, 1)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 31 de maio de 2010

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

O coração humano deve ser solidário

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Deus é amor e nos cria por amor e para o amor também . Sabendo que Deus nos ama de modo infinito, então cabe a nós aceitar esse amor e também amar as outras pessoas que passam pela nossa vida. Ninguém pode ficar de fora. São João, na sua primeira carta, nos convida ao amor dizendo: “caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus. E todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus” (1 Jo 4, 7). Esta é uma verdade. Quando o amor é a tônica da nossa vida, o mundo fica mais humano, há mais ajuda e cooperação entre as pessoas e a partilha acontece.

Agora “aquele que não ama, não conheceu a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4, 8). Por isso que vemos e vivemos muitas situações ao nosso redor de desamor, de ódio, de violência, de falta de ética e de solidariedade, etc. Jesus vem ao mundo e nos ensina a chegar e a viver esse amor pleno. Ele, morrendo na cruz, demonstrou um maior despojamento de si.

O Papa Bento XVI nos fala: “O programa do cristão é ‘um coração que vê’ onde existe necessidade de amor e age em conseqüência” disso. Assim o Papa, citando a sua primeira encíclica - “Deus caritas est” -, comentou o Evangelho da liturgia deste domingo (11), com a parábola do “bom samaritano”, antes da Oração do Ângelus, na residência de verão de Castel Gandolfo (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 12/07/2010).

No primeiro encontro público na cidadezinha dos Castelos romanos, onde residirá até o dia 30 de setembro, Bento XVI acrescentou que o exemplo do samaritano, que “assume as condições de um desconhecido”…, é salutar.

O Evangelho de Lucas, que narra o episódio do Bom Samaritano, nos questiona e nos faz refletir qual é deve ser a atitude do cristão diante da miséria, da fome, da falta de saúde, da falta de moradia e de educação que promove a pessoa por inteiro.

O Papa Bento XVI ainda nos diz: “deve nos ajudar a transformar a nossa mentalidade segundo a lógica de Cristo, que é a lógica da caridade: Deus é amor, e dar-lhe graças significa servir aos irmãos com amor sincero e generoso” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 12/07/2010).

Na Igreja, enquanto família, pediu ainda o Papa, citando sempre a sua encíclica, “nenhum membro deve sofrer porque se encontra na necessidade”. Portanto, recordou São Bento de Núrcia, “o grande padroeiro do meu pontificado”, do qual neste domingo a Igreja recordou, “espelho de um magistério encarnado na sua pessoa”, que não pôde no modo mais absoluto “ensinar diferentemente de como viveu” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 12/07/2010).

Com as palavras do nosso pastor e guia da Igreja, Papa Bento XVI e diante das reflexões da primeira carta de São João e do evangelista Lucas, encerro este texto e indico que tudo isso nos faz tomar o partido de Cristo que traz a vida em abundância para todos. Isto pode ser realidade se os cristãos não deixarem de estar presos no egoísmo e no consumismo que não deixa o outro ter o mínimo para sua sobrevivência.

Que as comunidades possam atualizar a sua atuação em uma economia justa, fraterna e participativa e na missão de levar a vida aqueles que ficam à margem do sistema desta sociedade capitalista. O pão é alimento necessário a todos e que ninguém fique sem ele. O pão deve ser entendido não só como pão material, mas o pão do amor, da inclusão, da solidariedade, da fraternidade para que o Reino de Deus possa ser vivido e esplandecido entre nós. Jesus já inaugurou esse Reino. Falta a nós o compromisso de continuá-lo com a nossa coerência de vida na fé do Cristo, Senhor e Salvador da Humanidade. Assim, o coração humano torna-se solidário aos mais necessitados deste mundo.

“Carissimi, diligamus invicem, quoniam caritas ex Deo est; et omnis, qui diligit, ex Deo natus est et cognoscit Deum.” (1 Jo 4, 7)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 12 de julho de 2010

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MENSAGEM DO MÊS
“Na comunidade eclesial de base, aprendemos que estamos juntos na alegria e na tristeza, na falta em busca da partilha. É uma família que se reúne em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia. Deus abençoe o 6º Encontro Mineiro de CEBs aí em Montes Claros” - Teólogo Schumann em recado por e-mail

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ética Profissional: Um Debate Reflexivo na Educação Infantil

por professor Antônio Alvimar Souza, s.d.

O presente artigo tem como objetivo discutir a questão da Ética e sua relação com a educação infantil. Entendemos não ser possível pensar um projeto educacional sem levar em consideração questões pertinentes que orientem a vida do ser humano. Questões em torno do problema axiológico têm sido colocadas na atualidade. Afinal, que tipo de ser humano propomos para nossas relações cotidianas? A reflexão em torno de Questões Éticas indicará possíveis soluções e ajudará a abrir espaços para uma discussão madura sobre as possibilidades de uma educação que coloque na pauta do cotidiano da sala de aula questões de profunda relevância para a educação das crianças.

Palavras Chaves: Ética, Educação, Humano, Sociedade

A questão colocada pelo texto permeia as discussões que têm sido feitas nas últimas décadas. Afinal, o tema da Ética tem ocupado lugar central em diversos meios de comunicação. As prateleiras das livrarias estão cheias de novas publicações. Jornais ocupam páginas inteiras dedicadas ao tema da Ética. As situações embaraçosas do cotidiano instigam a necessidade de pensarmos as cenas que dilaceram a vida humana.

Nos espaços institucionais, professores têm reivindicado a volta da Ética para a sala de aula e para os currículos escolares. Tal iniciativa tem o intuito de provocar uma discussão na sociedade sobre a necessidade de recolocar uma ordem de valores que ajude na educação do ser humano. Sentimos a necessidade de pensar uma conduta que seja viável para a sociedade e os indivíduos que nela vivem.

A questão da Ética torna-se pertinente na atualidade. Uma pergunta tem pairado entre aqueles que lidam diretamente com crianças, adolescentes e jovens no universo educacional. Quais os valores que devemos seguir na educação e orientação para uma formação mais sólida dos seres humanos? É verdade que encontramos defensores do relativismo, ou seja, de propostas que se aproximam de uma indiferença axiológica.

O desmoronamento da cosmovisão cristã contribuiu de maneira significativa para o desmantelamento da visão de ser humano. Durante vários séculos, o cristianismo colaborou para a construção de uma ideia de ser humano que fosse pautada na perspectiva do Ser Divino. Na verdade, o ser humano havia sido feito à imagem e semelhança de Deus. Esta ideia sagrada do ser humano o colocava em um lugar privilegiado. Tal privilégio colocava o humano em situação de destaque em toda a obra da criação como ser colocado no universo para tudo dominar.

O afastamento de Deus da vida das pessoas implicou no desmoronamento de uma ordem de valores cristãos que secularmente havia orientado a vida de muitos seres humanos. Muitos entenderam que a ordem de valores vigente representava uma imposição de um universo religioso que necessitava ser desfeito. Ao criticar as distorções e o uso indevido do cristianismo, acabaram por rejeitar uma construção que viabilizou a integração de vários povos. Assim sendo, valores importantes como Amor, Solidariedade, Amizade e Compaixão foram vistos como sentimento dos fracos.

Entendemos que se torna impossível educar sem referênciais que norteiem a arte de ensinar. O ser humano não se isola em uma ilha pessoal. O mesmo se insere em uma sociedade que exige uma disponibilidade para viver com aqueles que ocupam os mesmos espaços sociais. Estamos a todo tempo socializando nossa vida. Nosso existir no planeta coloca-nos em relação com os demais seres portadores de vida que nos rodeiam. Neste sentido, penso ser necessário pontuar o quanto progredimos no entendimento do conceito de vida nestes últimos séculos.

Parece ficar evidente que uma perspectiva puramente biológica pouco a pouco foi sendo ocultada em função de uma reflexão simbólica sobre o sentido da vida. Neste sentido, a vida deixa de ser apenas um movimento, que carrega as perspectivas do mover, nutrir e crescer para se manifestar como fenômeno da construção consciente do homem no mundo.

A perspectiva fundada na biologia reduzia o entendimento da vida a uma pura dimensão fisiológica. Esta mesma vislumbrava o ser humano como animal e o colocava na mesma cadeia em que figurava qualquer outro portador da vida. É verdade que o ser humano se coloca na mesma linhagem dos outros viventes, mas o mesmo se diferencia por ser também uma construção de significados. Não podemos reduzir o mesmo a apenas suas funções fisiológicas.

Creio ser extremamente pobre pensar o humano apenas como um vivente qualquer na ordem do universo. A perspectiva fundada na compreensão simbólica tomou corpo no decorrer da história da construção do conceito de Humanidade no Ocidente. A valorização do humano toma lugar no entendimento e na construção simbólica do ser humano. Entendemos que “a Humanidade é aquilo em virtude do que o homem é homem; e em homem é homem não porque tem os princípios individuais, mas porque tem os princípios essências da espécie”.

A humanidade nos coloca dentro de um universo de iguais. Esta igualdade não se estabelece apenas por uma soma matemática, mas pelo reconhecimento de pertencermos em um mesmo universo de significações. Penso que a igualdade não se estabelece por poder fazer o que queremos dentro do universo comum, mas na capacidade de respeitar o universo de possibilidades de convivência comum. Compartilhamos um mesmo universo cultural e este mesmo nos faz participes do mesmo mundo de representações.

O respeito torna-se princípio fundamental para o entendimento entre os seres humanos. Entendemos por respeito a capacidade de trazer o outro para perto do peito. Assim, o respeito se relaciona com a arte milenar do cuidado. "Res" indica para o sentido de coisa. No nosso caso, não se trata de uma coisa mórbida. Não se trata de uma coisa inerte e imóvel, mas de um outro que se desloca em direção a mim. "Peito", por sua vez, lembra a palavra latina "plexus", isto é, de onde a mãe amamenta seus filhos.

O respeito nos remete à nossa mãe. Direciona a vida humana para a origem da vitalidade, isto é, daquela que é portadora do sentido profundo da existência. O cuidado, em seu sentido mais profundo, se aproxima da fonte primária do ser que se manifesta na totalidade do universo. O cuidado se relaciona com o mistério do próprio existir do ser humano no planeta.

Entendemos que torna-se impossível educar sem que tenhamos uma ordem valorativa que indique o caminho que devemos trilhar. Muitos educadores reivindicam o fato de estarmos em uma sociedade laica para rechaçar os valores que até então orientaram a cultura ocidental. Penso ser necessário ponderar que o fato de vivermos em uma sociedade laica não nos credencia a abandonar uma ordem de valores que orientem a educação das crianças nas escolas da atualidade.

Laico não quer dizer ausência de valor, mas quer indicar que a sociedade poderá se orientar por outros valores que não venham do mundo sagrado, isto é, do mundo cristão que até a Idade Média havia orientado os pilares do mundo cristão no ocidente.

Penso haver uma confusão por parte dos educadores, quando os mesmos jogam para fora do universo educacional uma série de valores que orientaram a possibilidade de consolidação da imagem de humano que hoje encontramos em destaque no universo em que habitamos. Não podemos esquecer que o humano que se encontra à nossa volta é uma construção de milhares de anos de todo um processo educacional. Lembra-nos JAEGER que "todo povo que atinge um certo grau de desenvolvimento sente-se naturalmente inclinado à pratica da educação".

A educação não é uma propriedade individual, mas o esforço de toda a coletividade para criar uma sociedade que seja viável para todos. Recorda ainda JAEGER que "a educação participa na vida e no crescimento da sociedade, tanto no seu destino exterior como na sua estruturação interna e desenvolvimento espiritual e uma vez que o desenvolvimento social depende da consciência dos valores que regem a vida humana, a história da educação está essencialmente condicionada pela transformação dos valores válidos para cada sociedade".

Destacamos que não existe um processo educacional desvinculado de uma ordem de valores que orientem o destino dos seres humanos no universo. Entendia os gregos que, da dissolução da ordem, provinha a debilidade. A debilidade indicava para a vulnerabilidade da ordem social. Esta fragilidade possibilitava, por sua vez, a emergência da desmedida. A desmedida é, por sua vez, opositora da justa medida.

Sendo assim, os gregos procuravam, na medida de suas possibilidades, indicar um universo que incluísse uma dinâmica de respeito que garantisse a continuidade da história de seu povo. A instabilidade na ordem dos valores não indicará de forma alguma a ausência de uma ordem normativa. A mesma tornará possível a emergência de uma nova ordem que oriente a conduta de cada indivíduo no interior da sociedade.

A apelação para o estabelecimento de um "kaos axiológico" prejudica a estabilidade do ordenamento institucional e impede uma educação saudável para a cidadania plena. Parece ficar evidente que "da dissolução e destruição das normas advém a debilidade, a falta de segurança e até a impossibilidade absoluta de qualquer ação educativa". A escola não poderá fugir da responsabilidade de propor uma reflexão sobre os valores que devem orientar a vida dos educandos. Não podemos colocar, em um espaço de sala de aula, uma quantidade de seres humanos, quando a escola e os educadores não têm clareza de que valores indicar para os formandos.

O ideal educacional clássico é, sem sombra de dúvida, aristocrático, ou seja, educa-se para os valores mais nobres da vida social. Essa perspectiva parece ter sido mal compreendida por diversos educadores. Nas últimas décadas, profissionais da educação fizeram um confronto ideológico expulsando do espaço educacional valores cívicos, humanos, religiosos e morais, indicando os mesmos como burgueses. Educadores, de diversas partes do mundo, viram nos valores transmitidos no decorrer da história do ocidente apenas desdobramentos de uma ordem autoritária que necessitava ser desmontada em função de comportamentos mais livres.

Assim sendo, cabia aos mesmos expulsar dos ambientes educacionais os valores burgueses, pois estes representavam interesses do capitalismo e do cristianismo. Creio não ser novidade o fato de, em alguma ocasião, já se ter ouvido dizer que um ato de elegância representava "frescura".

Passamos a conviver com cenas deselegantes no cotidiano. Expressões que indicavam polidez foram se tornando raras nas relações do dia-a-dia. Assim sendo, passamos a ouvir com raridade expressões como "Bom dia", "Com licença", "Por favor", "Obrigado".

A crise de valores que se arrasta na atualidade não é nova. Muitos, ao percebê-la, demonstram espanto e admiração. Outros denunciam a situação chamando a atenção para a inércia dos que mostram pouca sensibilidade para detectar as mudanças em andamento. Um dos críticos desse processo de corrosão dos valores foi SOREN KIERKEGAARD. Outros críticos ponderaram sobre o desmonte do modelo de sociedade até então presente no ocidente.

BOFF, refletindo sobre a ideia de crise, assinala que "as estrelas-guias que nos orientaram começaram a se desagregar. Esgotaram-se as possibilidades daquele arranjo existencial. As convicções que davam sentido a seus empreendimentos e criavam um cenário ordenado começaram a se desarticular. Urge romper, cortar laços e rasgar uma perspectiva nova”.

Parece ficar marcado a ideia de descontinuidade que vem se desenhando nos últimos séculos no ocidente. Entendemos que a crise que hora se manifesta não é nova. Seu rasto vem deixando marcas silenciosas em várias gerações. Pondera ainda BOFF que o sentido da palavra "crise" remete para uma perspectiva positiva pois, "a palavra sânscrita para crise é 'kri' ou 'kir', que significa 'desembaraçar', 'purificar',
'limpar'.

Todo processo de purificação guardava uma ideia dolorosa, pois os mesmos reservavam um ritual de crueldade. Assim, desde a antiguidade, se recordava as dores do parto e a dureza da morte. Os ritos de passagem lembravam a separação e a dolorosa experiência de ruptura com o passado. A ideia de perda trazia na memória do ser humano a desconfortável sensação de aniquilamento do presente. Este aniquilamento infunde no humano o medo do fluxo da vida.

A instabilidade da vida propõe aos humanos a tarefa de preservar valores que contribua para a permanência de sua estirpe no planeta. Não vivemos somente de coisas materiais. A nossa presença no mundo exige uma construção axiológica. São estes valores que permitem a preservação de nossa casa comum. Não nascemos humanos, mas somos moldados pela ordem valorativa que nos cerca. Esta ordem valorativa nos é transmitida pela educação coletiva que recebemos no decorrer de nossa vida. Fica então evidente que o ser humano, ao nascer, já encontra uma ordem de valores.

A ordem de valores que encontramos é uma construção coletiva que moldamos no decorrer de nossa existência. Compreendemos ser impossível educar sem uma ordem de valores que oriente o sentido da vida humana no planeta. Sendo assim, visualizamos e entendemos que a escola é este espaço de transmissão de valores necessários para a continuidade do ser humano no planeta. O educador torna-se agente responsável não só pela transmissão dos conteúdos, mas também pela transmissão de uma ordem de valores imprescindível para a manutenção de uma ordem social saudável.

Valores não devem ser impostos, mas discutidos coletivamente. O entendimento deste indicativo possibilita o surgimento da ideia de que não podemos viver em sociedade sem princípios que orientem nossa conduta coletiva. Não vivemos no Estado de Natureza, isto é, onde cada um institui suas leis e modo de vida. No decorrer da história, avançamos para um universo do Contrato e das Leis. sendo assim, temos o compromisso de viver civilizadamente com aqueles que estão à nossa volta.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1998.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 2002.

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BOFF, Leonardo. Crise: Oportunidade de Crescimento. Campinas: Vesus, 2002.

CHAUÍ, Marilena. Primeira filosofia. São Paulo: Brasiliense, 1984.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1998.

COMTE-SPONVILLE, André. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

JAEGER, Werner Wilhelm. Paidéia: a Formação do Homem Grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

MARCHIONNI, Antonio. Ética: A Arte do Bom. Petrópolis: Vozes, 2008.

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REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia. (Vol. I - II - III), São Paulo: Paulinas, 1990.

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SOUZA, Antonio Alvimar. Consciência Social e Realidade Nacional. Londrina: Eduel, 1999.

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SOUZA, Antonio Alvimar. Profissão Docente e Resgate do Humano. Montes Claros: Revista Ciranda, v.1, n.1, Unimontes, 2007.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fidelidade a Cristo, à Igreja e ao Papa (Parte I)

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Para amar alguma coisa é preciso conhecê-la. A fé é o requisito primeiro para crer e, crendo, nós nos tornamos convictos e coerentes na doutrina que é pregada e professada pela Igreja. A catequese é essencial para dar razão à nossa fé. Não podemos ficar tateando nas verdades sem um fundamento seguro. A Bíblia é a fonte da Revelação. A Tradição da Igreja é o testemunho das verdades reveladas colocadas em ação através dos engajamentos dos cristãos na fidelidade ao Cristo. O magistério é o fiador do depósito da fé, pois Deus confia à Igreja a sua mensagem genuína revelada para que seja ensinada e desvendadas as verdades teológicas no decorrer dos séculos.

O Papa Bento XVI quis oferecer hoje, dentro do ciclo de catequeses sobre grandes teólogos e pensadores da Idade Média, a figura do Beato Duns Scoto, o defensor da Imaculada Conceição. Escocês de nascimento, Scoto lecionou Teologia em Oxford, Cambridge e Paris, até sua morte em Colônia, em 1308. Um dos traços que o Papa quis sublinhar da sua vida foi sua lealdade ao Papa, ao afastar-se de Paris quando, “após o começo de um grave conflito entre o Rei Felipe IV, o Belo, e o Papa Bonifácio VIII, Duns Scoto preferiu o exílio voluntário, ao invés de assinar um documento hostil ao Sumo Pontífice, como o Rei havia imposto a todos os religiosos” (notícia tirada de www.zenit.org em 09-07-2010).

Este fato “nos convida a recordar quantas vezes, na história da Igreja, os crentes encontraram hostilidade e sofreram inclusive perseguições por causa de sua fidelidade e de sua devoção a Cristo, à Igreja e ao Papa”, afirmou (notícia tirada de www.zenit.org em 09-07-2010).

“Nós todos contemplamos, com admiração, esses cristãos que nos ensinam a proteger como um bem precioso a fé em Cristo e a comunhão com o Sucessor de Pedro e, assim, com a Igreja universal”, prosseguiu. Ainda que o seu culto tenha sido quase imediato à sua morte, foi, em 1993, que o Papa João Paulo II o beatificou, chamando-o de “cantor do Verbo encarnado e defensor da Imaculada Conceição”. “Antes de tudo, meditou sobre o mistério da Encarnação e, ao contrário de muitos pensadores cristãos da época, sustentou que o Filho de Deus teria se feito homem ainda que a humanidade não tivesse pecado” (notícia tirada de www.zenit.org em 09-07-2010).

Este pensamento, “talvez um pouco surpreendente”, reconhece o Papa, nasce “porque, para Duns Scoto, a Encarnação do Filho de Deus, projetada desde a eternidade por parte de Deus Pai em seu plano de amor, é cumprimento da criação e torna possível toda criatura, em Cristo e por meio d’Ele, ser cumulada de graça e dar louvor e glória a Deus na eternidade” (notícia tirada de www.zenit.org em 09-07-2010).

Estas são as maravilhas que Deus proporciona à humanidade, algo divino acessível à razão humana que as absorve e dá a confirmação das verdades da Revelação a toda pessoa humana. Nós, cristãos, somos um povo, uma nação livre e guiada por Deus libertador que faz a comunhão plena com todos. Ninguém fica à margem dela, porque Deus dá a graça do conhecimento e do entendimento, através da fé no Cristo, Nosso Senhor.

A Igreja é mestra e mãe e ensina a cada um que queira viver na verdade que liberta. A Igreja é sinal para nós que devemos nunca perder o norte da nossa vida para a construção do Reino de Deus inaugurada por Cristo, onde somos peregrinos fortalecidos com todos os irmãos na presença da trindade, rumo à eternidade da Jerusalém celeste.

“In corde Jesu et Mariae, semper!”


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 10 de julho de 2010

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www.zenit.org

domingo, 11 de julho de 2010

Vitória ou fracasso

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Neste mundo competitivo, a pessoa humana está sempre em busca da vitória, tanto social, financeira ou de grupos. Cada um percorre um caminho e nele busca as alternativas que o leva ao sucesso. Nesse período da Copa Mundial de Futebol, percebemos a vontade de ganhar das seleções que estavam no campeonato. Esse esporte não pode ser visto e nem gerenciado por individualismos, pois ele é notoriamente coletivo ou trabalho de conjunto.

Todos têm o seu papel importante. O que vai fazer a diferença é o empenho de cada um na dedicação às regras do futebol e a ética nas atitudes de cada esportista. Em cada jogo se tem um vencedor, e outro perdedor. Mas o que importa é a vontade de ganhar e de fazer um trabalho digno na disputa.

A vitória e o fracasso se misturam na medida em que cada competidor respeite o seu adversário e valorize as atitudes éticas de não violência, e que exerça bem a liberdade. A vitória é a meta alcançada através de uma conquista de treinamentos, de autodisciplina, respeito mútuo com esportividade. O fracasso deve ser visto como a oportunidade de se avaliar o desempenho de cada um no jogo ou na própria vida. Esse fracasso não pode ser entendido como derrota ou ineficácia das atitudes tomadas na competição ou em qualquer atividade humana.

Jesus nos lembra que não adianta o homem ganhar tudo, se perder a vida (Cf. Mt 16, 26). A vida, nesse sentido, deve ser compreendida também nos valores mais sublimes que o homem tem, que são a ética, a cidadania, o respeito pelas individualidades de cada um, o bom uso da liberdade nas atitudes na comunidade social e familiar ou esportiva, a defesa da vida em todos os momentos do ser humano e a construção de uma civilização do amor, e qualidade de vida para todos.

Assim, a vitória ou fracasso pode ser a oportunidade de crescimento e libertação de tudo que atrapalhe a pessoa de viver em harmonia consigo mesma, com os outros e com o meio ambiente. Jesus, sendo condenado, crucificado e morrendo, dá a impressão de que foi um grande fracasso do seu projeto de libertação e salvação do homem decaído pelo pecado.

Este aparente fracasso da Paixão se deslumbra com a Vitória da Vida de Jesus, pois Ele ressuscita e nos dá a oportunidade da vida eterna. Aí todos são vencedores, se seguirem os passos do Mestre, que diz: amai-vos uns aos outros como eu tenho amado (Cf. Jo 15, 9). Um amor que constrói a paz, que valoriza cada um e ninguém fica de fora, pois, no Banquete da Vida de Cristo, todos têm lugar e não há privilegiados.

"O convite da entrada deste Banquete é tome a sua cruz e siga Jesus." (Cf. Mc 8, 34).

“Et convocata turba cum discipulis suis, dixit eis: ‘Si quis vult post me sequi, deneget semetipsum et tollat crucem suam et sequatur me’.” (Mc 8, 34)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 11 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

A Política deve estar a serviço do bem comum

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O homem é um ser social e político. Ele vive com outras pessoas e por causa disso deve viver em harmonia com todos. Esta harmonia se conquista na busca dos direitos para todos e da prática do dever de cidadania [entendida aqui como compromisso máximo e fiel com a transformação social, e não como uma servidão eternamente voluntária a direitos e deveres particulares, cívicos, estatais].

A liberdade do pensamento, de professar a religião e de viver em paz deve ser buscada sempre por todos. Os governantes são eleitos pelo povo e, na democracia, ela é o exercício pleno da liberdade da consciência de cada um. Ninguém tem direito de alienar e privar o povo da informação correta dos fatos.

No Vaticano, o Papa Bento XVI diz que fraternidade, justiça, equidade são as estradas que a população e os governantes do Benin devem prosseguir para construir uma sociedade em harmonia. O Santo Padre ressaltou essa filosofia ao se encontrar com o novo embaixador do país africano junto à Santa Sé, Comlanvi Théodore Loko, para a troca das cartas credenciais (notícia tirada da Rádio Vaticano em 28-05-2010).

O Papa sublinhou que um dos males a serem erradicados referem-se à busca do interesse pessoal em vez do bem comum. Para o desenvolvimento social, todo governo deve colocar em primeiro lugar o trabalho. Na atividade do trabalho, o homem se realiza e se integra na ordem da criação. Fraternidade, justiça, trabalho constituem os princípios de uma carta social a ser concretizada ainda (notícia tirada da Rádio Vaticano em 28-05-2010).

Assim a nação se faz no respeito mútuo, na integridade das ações políticas e públicas que produzem a paz social. O desenvolvimento de um povo se realiza no progresso em que a pessoa humana é respeitada nos seus direitos mais fundamentais. Estes são saúde, educação, alimentação, trabalho e salário digno, moradia, etc...

Desse modo se constrói uma paz duradoura que irradia por todos os cantos, porque o homem e a mulher poderão viver a justiça, a solidariedade e o compromisso com a vida plena para todos.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 07 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Não chegamos ao céu sozinhos

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Queridos irmãos e irmãs em Cristo!

A liturgia é a festa do encontro de irmãos e irmãs que querem estar unidos entre si e com Deus. O pão da Palavra alimenta a caminhada porque nos liberta das amarras que prendem a nossa vida no mundo, e a Eucaristia nos fortalece. Jesus vem fazer morada em nós porque queremos viver em fraternidade com todos. Na mesa da Palavra e da Eucaristia, todos têm vez e voz.

A vida eterna é uma conquista de cada dia. O caminho para chegar lá está na observância dos mandamentos e viver em conformidade com a vontade de Deus. Deus nos fez para a felicidade plena.

No Livro do Deuteronômio, encontramos Moisés que faz um convite ao Povo para aderir aos mandamentos dados por Deus libertador e da vida. Assim diz Moisés. “Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus Mandamentos”. E acrescenta. “Esta lei não está acima de tuas forças... pelo contrário, ela está bem perto de ti, está em tua boca e em teu CORAÇÃO” (Dt 30, 10-14). Deus não nos pede o impossível, mas pede a cada um de nós que sejamos fiéis a Ele. Deus nos coloca esse desejo de eternidade em nossos corações.

São Paulo mostra Cristo como centro de toda a criação. É n’Ele que tudo se converge. Jesus é a imagem do Deus invisível e o primogênito de toda a criatura. Em Cristo, a humanidade é remida e salva.

O Evangelista Lucas mostra Jesus que ensina o verdadeiro caminho da eternidade. Cristo responde à pergunta de um fariseu como se chega à vida eterna. Naquele tempo, pensava-se que, tendo muitas leis, estas ajudariam a pessoa para prosseguir no caminho seguro até Deus. Mas Jesus mostra o episódio do bom samaritano que ajudou aquele ser humano caído na estrada, vítima de ladrões, como ocorre freqüentemente em nossas sociedades contemporâneas ditas complexas.

Alguns passaram e nada fizeram. Mas aquele estrangeiro da Samaria socorre e dá oportunidade de vida para aquele homem. É o mandamento do amor que faz a diferença. A solidariedade acontece e a ajuda tão necessária se faz presente (Cf. Lc 10, 25-37). Jesus resume os mandamentos em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Esta verdade é valida hoje. Precisamos nos abrir para o outro e fazer a corrente do bem que gera vida para todos. Não se pode excluir ninguém. Todos têm lugar no Banquete da Vida.

Cristo é o verdadeiro Bom Samaritano, acolhe a todos e resgata o pecador para que tenha a vida da graça. Jesus convida a todos porque Ele fez primeiro e deu grande exemplo. A Igreja tem essa missão de ser samaritana aos que mais precisam. Os que estão marginalizados na sociedade e privados dos seus direitos fundamentais que são saúde, habitação, educação e cidadania. A regra para agir é essa: Ver, Ter Compaixão e Agir. É a fórmula do amor generoso e misericordioso que liberta e salva toda a humanidade da opressão do egoísmo, do desamor e da indiferença.

“At ille dixit: ‘Qui fecit misericordiam in illum’. Et ait illi Iesus: ‘ Vade et tu fac similiter’.” (Lc 10, 37)

“Ele respondeu: ‘Aquele que usou de misericórdia para com ele’. Jesus então lhe disse: ‘vai, e também tu, faze o mesmo’.” (Lc 10, 37)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 08 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

“Pedimos a Deus operários dignos do Evangelho” (Papa Bento XVI)

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O ser humano tem na religião cristã uma forma eficaz de comunicação com o divino e com os demais. As pessoas se encontram em assembleia. No nível horizontal, reforçam os laços com os outros homens e outras mulheres para que sejam um (Jo 17, 22) pela vida em comunidade. No nível vertical, pela comunhão com Deus. Desse modo, a religião cristã tem uma proposta de conduzir o homem na mais perfeita forma de comunicação (Monografia de José Benedito Schumann Cunha. A IGREJA E A COMUNICAÇÃO SOCIAL: UMA LEITURA PASTORAL EVANGELIZADORA. p. 10).

Na manhã de quarta-feira, 07 de julho, antes da Audiência Geral, Bento XVI inaugurou uma grande estátua de Santo Aníbal Maria da França, fundador da Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus e das Filhas do Divino Zelo, posicionada no primeiro nicho externo da Basílica de São Pedro, perto do Arco dos Sinos (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 07/07/2010).

Antes de abençoar a estátua, de cinco metros e meio de altura e esculpida em um bloco de mármore de Carrara do escultor Giuseppe Ducrot, o Papa rezou para que o Senhor mande na sua messe “dignos operários do Evangelho” e para que a imagem do santo, que morreu em 1927 e foi canonizado em 2004, inspire em quem a contemplará “o seu mesmo espírito de caridade para crescer em amor por Deus e pelo próximo” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 07/07/2010).

Santo Aníbal Maria da França é retratado com o Evangelho nas mãos, aberto no versículo inspirador de sua obra. “Pedi ao Senhor que envie operários para a sua messe”. A oração pelas vocações é, de fato, um dos carismas da Congregação dos Rogacionistas, empenhada também na caridade para com as crianças e os pobres (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 07/07/2010).

Assim, com estas palavras do nosso Papa Bento XVI, somos questionados e levados a refletir que os operários do Evangelho de Jesus devem ser pessoas de oração e disponíveis à vontade de Deus. Devem se guiar pela Força do Espírito Santo. Deus quer estar em comunhão com a humanidade, mas é preciso que haja interlocutores que permitem sintonizar com o transcendente, sem obstáculos. Neste mundo plural e secularizado, somos sufocados a cada instante e necessitamos da presença do Deus Libertador da Humanidade.

A presença dos sacerdotes, dos religiosos, leigos e missionários são instrumentos de Deus para a difusão do Evangelho, genuíno de Cristo, Nosso Salvador.


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 08 de julho de 2010

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Os santos são corajosos

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Deus nos criou para estar em comunhão com Ele. A busca da Santidade deve ser sempre uma constante em nossa vida e oração. Deus é Santo e nós somos chamados por Ele a sermos santos também.

A coragem dos que creem em Jesus ultrapassa a força humana, pois é a graça santificante e a força do Espírito Santo que nos conduz a prática do bem, da justiça e do amor solidário. Jesus pede que nos amemos uns aos outros, como Ele próprio nos amou de modo infinito e pleno.

Hoje, dia 07 de julho, celebramos um santo que somente chegou à glória por causa da ajuda de Deus e de muitos, principalmente a esposa. Aconteceu que, no início do século IV, durante a perseguição do imperador de Diocleciano, Santo Adriano estava como chefe dos guardas do imperador, assistindo a injusta condenação de 22 valentes cristãos. ele então gritou. “Acrescentai também o meu nome a estes heróis mártires, pois também eu me declaro cristão” (notícia recebida por e-mail da diocese@arquidiamantina.org.br em 05/07/2010).

Lançado na cadeia com os outros, Santo Adriano recebeu total apoio de sua cristã esposa Natália, principalmente depois de ser batizado pelos irmãos. Ao saber do seu processo, Adriano foi liberado para avisar a esposa em casa. Mas esta, pensando que ele teria comprado a liberdade com a apostasia, somente abriu as portas depois de se certificar da fidelidade do esposo ao Cristo.

Juntamente com outras, Natália pôde acompanhar de perto seu marido, pois, na cadeia, usou da criatividade e coragem para isto. Até que, perto do grande testemunho de Santo Adriano, Natália, com júbilo, confidenciou seu desejo de que prosseguisse, mas sem esquecer-se dela. O amor dos dois era tanto para com Jesus, como casal, que Natália preferia a morte do que ser dada pelo imperador a algum general.

E isto aconteceu. Depois que Adriano foi queimado vivo juntamente com os outros 22 mártires, Natália, fugindo de um casamento, não aguentou o cansaço e a fome da caminhada, de forma a ter uma visão de Adriano que, na glória, vinha buscar-lhe (notícia recebida por e-mail da diocese@arquidiamantina.org.br em 05/07/2010).

Como é bom saber que a Igreja de Cristo é ornada por tantas pessoas que se entregam ao trabalho pastoral e missionário. Santificam a sua vida em prol dos outros. São verdadeiras estrelas que brilham na constelação do Reino de Deus. O sangue derramado ainda por muitos cristãos que não abdicam de crer em Cristo e sofrem o martírio por causa d’Ele. Seguir Jesus é assumir as cruzes da vida e também podem sofrer a morte pela fé em Jesus, Nosso Senhor e Salvador.

Jesus Cristo seja louvado para sempre!


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 07 de julho de 2010

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terça-feira, 6 de julho de 2010

“O Sacerdote deve mergulhar na vontade de Deus”

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A vocação sacerdotal é um dom de Deus. O chamado é de Deus e a resposta é do homem. Deus escolhe e capacita os escolhidos. A vocação brota da generosidade e do amor do homem pela causa do Reino. A pessoa se torna dócil ao Espírito Santo e age na pessoa de Cristo. Leva a graça de Deus ao íntimo das pessoas. A Palavra de Deus que ele serve é propagada em todos os cantos e encontra eco no coração humano que ouve.

O Papa Bento XVI diz: “O Sacerdócio jamais pode representar um modo para obter a segurança na vida ou para conquistar-se uma posição social. Quem aspira ao Sacerdócio para um aumento do seu prestígio pessoal e do próprio poder não entendeu a raiz e o sentido deste ministério” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 21/06/2010).

Deus não deixa a Igreja sem ministro do Altar e assim “a Igreja tem quatorze novos sacerdotes. Foram ordenados por Bento XVI na Basílica Vaticana, que destacou quanto a Esposa de Jesus conta muito com eles para difundir no mundo a mensagem de verdade e de amor do Filho de Deus. Aos presbíteros - dez italianos, um indiano, um japonês, um chileno e um alemão - o Papa recomendou a redescobrir” “a face sempre nova do Senhor”, na oração, porque só quem tem um relacionamento íntimo com o Senhor é abraçado por Ele e pode levá-Lo aos outros” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 21/06/2010).

O Pontífice não deixou de chamar a atenção dos novos sacerdotes para as ofertas do mundo. Pensando na ambição, Bento XVI destacou que um sacerdote que se adapta “às modas e opiniões e priva-se da relação vital com a verdade, e que vê o seu ministério nesses termos, não ama verdadeiramente a Deus e aos outros, mas apenas a si mesmo”. “O sacerdócio”, insistiu, “se funda na coragem de dizer sim à vontade de Deus” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 21/06/2010).

Nesta orientação das vidas dos novos sacerdotes, Bento XVI, enfim, indicou a prioridade da Eucaristia, que sempre enche de “íntimo estupor”. “Quando celebramos a Santa Missa”, disse, “temos nas mãos o pão do Céu, o pão de Deus, que é Cristo, grão dividido para multiplicar-se e tornar-se o verdadeiro alimento da vida para o mundo”.

Na oração do Ângelus, o Papa recordou como os discípulos de Cristo devem apropriar-se do “poder da sua Cruz”, “ápice dos nossos bens e coroa da nossa esperança”. “Tomar a cruz”, esclareceu o Pontífice, “significa comprometer-se para derrotar o pecado que impede o caminho rumo a Deus, acolher cotidianamente a vontade do Senhor, aumentar a fé sobretudo diante dos problemas, das dificuldades, do sofrimento” (notícia tirada de H2Onews - Newsletter em 21/06/2010).

Com estas palavras do nosso Papa, nos revigora no nosso sim que devemos dar a Jesus, pois só Ele tem a Palavra da Vida Eterna (Cf. Jo 6, 68-69) e a Verdade que nos liberta (Cf. Jo 8, 32) de toda forma de escravidão que não deixa o homem ser livre. Um deles é o Pecado, que desfigura a nossa imagem de filhos de Deus. O homem torna-se livre quando opta por Cristo e vive conforme a Sua Vontade em uma comunidade cristã. Nada perturba o coração do homem quando o seu íntimo está em comunhão com Deus e com os irmãos.

“Respondit ei Simon Petrus: Domine, ad quem ibimus? Verba vitae aeternae habes; et nos credidimus et cognovimus quia tu es Sanctus Dei.” (Jo 6, 68-69)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Texto pensado, produzido e escrito em 21 de junho de 2010

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