A Liturgia nos ajuda a ter um encontro sincero com Deus e com os irmãos e irmãs
para encontrar a paz verdadeira e uma felicidade sem fim. Estamos
no Tempo Comum e hoje vamos sentir a compaixão
do Bom Pastor que conduz o seu rebanho para águas puras e colinas verdejantes
onde não podem faltar a vida em abundância.
No
Livro do Profeta Jeremias, temo-lo denunciando os governantes do seu tempo, que
são maus pastores que deixaram o rebanho perecerem. Eles são gananciosos, ficam
procurando os seus próprios interesses e não preocupam com o povo, deixando-o
passar necessidades.
Então,
Jeremias anuncia que Deus será o pastor do seu povo, pois Ele é zeloso e também
um Deus da Vida que se preocupa com o bem das pessoas. Deus é assim: sempre
está ao nosso lado, dando força e coragem para prosseguirmos no bem para nós e
para os outros (Jr 23, 1-6). Isso se concretizou em Cristo. Ele é o bom pastor
que dá a sua vida para a nossa salvação.
Na
Carta de São Paulo aos Efésios, Paulo com precisão afirma que Jesus derrubou
todas as barreiras como o ódio, o pecado, o egoísmo, a ingratidão etc., que separavam
as pessoas de terem uma comunhão com Deus e com todos. Jesus ainda nos reuniu
num só povo, num só rebanho, pois Ele na sua cruz nos permite ter vida e
salvação. A sua ressurreição nos abre para a vida eterna. Agora precisamos nos aproximar
de Jesus numa vida cheia de amor e misericórdia para com os irmãos. Ser de
Jesus é ser próximo uns dos outros, vivendo a solidariedade e partilha para que
todos possam usufruir dos bens da terra (cf. Ef 2, 13-18).
O
Evangelista Marcos nos fala do Pastor que foi prometido no Antigo Testamento (AT),
que é Jesus Cristo. Ele veio para nos ajudar e dar a sua mão para nos erguer da
situação de morte e miséria humana para uma vida digna de filhos de Deus. Temos
duas cenas que nos impressionam e nos faz acreditar no Deus da Vida. A primeira
é Jesus que age com misericórdia e solicitude de um verdadeiro Bom Pastor.
Jesus acolhe a todos, tem um zelo para com os discípulos e com o povo. Os
apóstolos chegam da missão em que Jesus tinha os enviado. Tudo que Jesus tinha
orientado aconteceu. Eles agiram com o poder de Deus e ficaram maravilhados com
as curas e libertação que aconteciam nas pessoas quando eles impunham as mãos.
Isso é maravilhoso, mas Jesus vê as necessidades deles para parar e reabastecer
com a sua presença no deserto. Assim, nós devemos proceder para encontrar
forças na missão, e o descanso, a oração nos ajuda a ter harmonia espiritual e humana
(cf. Mc 6, 30-34).
A
segunda cena é a constatação por Jesus de uma multidão que está sem pastor para
guia-los. Jesus tem misericórdia e compaixão para com Eles, pois eles são
parecidos com ovelhas sem pastor para cuidá-las e protegê-las das situações
hostis que podem levar à morte. Ser anunciador de Jesus é saber acolher,
entender e procurar ser bondoso para com todos. O missionário deve estar em
intimidade com Deus para não desanimar na missão. O nosso Deus é o Deus da Vida.
Jesus é Mestre e Bom Pastor, ao mesmo tempo em que Ele nos ensina e nos protege
dos maus e dos pecados.
Precisamos
não nos esquecer de ter contato com a família e ter uma vida social sadia e não
ficar somente nas preocupações pastorais e sociais do nosso tempo. Jesus é o
Pastor do seu povo, sobretudo porque o alimenta com a sua palavra salvadora e o
nutre com o Evangelho da Esperança. Esse é o desafio da Igreja que precisa
levar esperança e vida às pessoas, acolhendo-as e ajudando-as a encontrar
sentido para a sua vida. Devemos ser irradiadores de vida e alegria para que
todos possam encontrar a paz verdadeira.
O que devemos
fazer para que as pessoas sintam que são valorizadas na Igreja, na Família e na
Sociedade?
Que
nesta Liturgia de hoje possamos tomar a consciência cada vez mais que,
acolhendo as pessoas, nós estamos também evangelizando-as.
Amém!
José Benedito
Schumann Cunha
Bacharel em
Teologia
22-07-2012