ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

terça-feira, 31 de julho de 2012

Quem vai a Jesus tem paz e ajuda


A Liturgia nos ajuda a ter um encontro sincero com Deus e com os irmãos e irmãs para encontrar a paz verdadeira e uma felicidade sem fim. Estamos no Tempo Comum e hoje vamos sentir a compaixão do Bom Pastor que conduz o seu rebanho para águas puras e colinas verdejantes onde não podem faltar a vida em abundância.

No Livro do Profeta Jeremias, temo-lo denunciando os governantes do seu tempo, que são maus pastores que deixaram o rebanho perecerem. Eles são gananciosos, ficam procurando os seus próprios interesses e não preocupam com o povo, deixando-o passar necessidades.

Então, Jeremias anuncia que Deus será o pastor do seu povo, pois Ele é zeloso e também um Deus da Vida que se preocupa com o bem das pessoas. Deus é assim: sempre está ao nosso lado, dando força e coragem para prosseguirmos no bem para nós e para os outros (Jr 23, 1-6). Isso se concretizou em Cristo. Ele é o bom pastor que dá a sua vida para a nossa salvação.

Na Carta de São Paulo aos Efésios, Paulo com precisão afirma que Jesus derrubou todas as barreiras como o ódio, o pecado, o egoísmo, a ingratidão etc., que separavam as pessoas de terem uma comunhão com Deus e com todos. Jesus ainda nos reuniu num só povo, num só rebanho, pois Ele na sua cruz nos permite ter vida e salvação. A sua ressurreição nos abre para a vida eterna. Agora precisamos nos aproximar de Jesus numa vida cheia de amor e misericórdia para com os irmãos. Ser de Jesus é ser próximo uns dos outros, vivendo a solidariedade e partilha para que todos possam usufruir dos bens da terra (cf. Ef 2, 13-18).

O Evangelista Marcos nos fala do Pastor que foi prometido no Antigo Testamento (AT), que é Jesus Cristo. Ele veio para nos ajudar e dar a sua mão para nos erguer da situação de morte e miséria humana para uma vida digna de filhos de Deus. Temos duas cenas que nos impressionam e nos faz acreditar no Deus da Vida. A primeira é Jesus que age com misericórdia e solicitude de um verdadeiro Bom Pastor. Jesus acolhe a todos, tem um zelo para com os discípulos e com o povo. Os apóstolos chegam da missão em que Jesus tinha os enviado. Tudo que Jesus tinha orientado aconteceu. Eles agiram com o poder de Deus e ficaram maravilhados com as curas e libertação que aconteciam nas pessoas quando eles impunham as mãos. Isso é maravilhoso, mas Jesus vê as necessidades deles para parar e reabastecer com a sua presença no deserto. Assim, nós devemos proceder para encontrar forças na missão, e o descanso, a oração nos ajuda a ter harmonia espiritual e humana (cf. Mc 6, 30-34).

A segunda cena é a constatação por Jesus de uma multidão que está sem pastor para guia-los. Jesus tem misericórdia e compaixão para com Eles, pois eles são parecidos com ovelhas sem pastor para cuidá-las e protegê-las das situações hostis que podem levar à morte. Ser anunciador de Jesus é saber acolher, entender e procurar ser bondoso para com todos. O missionário deve estar em intimidade com Deus para não desanimar na missão. O nosso Deus é o Deus da Vida. Jesus é Mestre e Bom Pastor, ao mesmo tempo em que Ele nos ensina e nos protege dos maus e dos pecados.

Precisamos não nos esquecer de ter contato com a família e ter uma vida social sadia e não ficar somente nas preocupações pastorais e sociais do nosso tempo. Jesus é o Pastor do seu povo, sobretudo porque o alimenta com a sua palavra salvadora e o nutre com o Evangelho da Esperança. Esse é o desafio da Igreja que precisa levar esperança e vida às pessoas, acolhendo-as e ajudando-as a encontrar sentido para a sua vida. Devemos ser irradiadores de vida e alegria para que todos possam encontrar a paz verdadeira.

O que devemos fazer para que as pessoas sintam que são valorizadas na Igreja, na Família e na Sociedade?

Que nesta Liturgia de hoje possamos tomar a consciência cada vez mais que, acolhendo as pessoas, nós estamos também evangelizando-as.

Amém!

José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
22-07-2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

“Eucaristia é encontro do homem com Deus”, salienta Bento XVI


Fazemos parte da Igreja de Cristo que tem como marca a partilha e multiplicação dos bens a favor dos necessitados. Ninguém fica fora do banquete do Senhor. A mesa tem lugar para aqueles que sabem doar a sua vida a favor dos mais necessitados. O gesto da multiplicação dos pães a partir de um menino que põe à disposição de Jesus cinco pães e dois peixes para serem distribuídos vem para nos mostrar então o grande acontecimento do milagre da multiplicação. Deus vem em socorro do seu povo e não o deixa faminto. Nós somos a Igreja do pão partido. Precisamos nos comprometer mais com os sofredores e necessitados do nosso tempo, imitando o gesto de Jesus que não ficou insensível à fome da sua palavra e do pão material (1).

Bento XVI fez a proclamação do Angelus Domini da sacada do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo. Na proclamação da Oração Mariana do Ângelus deste domingo (29/07), o santo padre, o papa Bento XVI, falou sobre a Eucaristia, “permanente grande encontro do homem com Deus, no qual o Senhor se faz alimento, dá a Si mesmo para nos transformar Nele”.

O santo padre salientou que Cristo é quem sacia a fome do homem, a fome de algo profundo, a fome de orientação, de sentido, de verdade, a fome de Deus. “Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor que nos faça redescobrir a importância de nos nutrirmos do corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência da Eucaristia, para estarmos sempre mais intimamente unidos a Ele”, disse Bento XVI. 


Ao mesmo tempo, o sumo pontífice pediu que todos rezassem para que jamais falte a ninguém o pão necessário para uma vida digna e sejam abatidas as desigualdades não com as armas da violência, mas com a partilha e o amor (2).

Aos fiéis e peregrinos reunidos no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, o papa falou também sobre o milagre da multiplicação dos pães, descrito no Capítulo 6º do Evangelho de João. Nesta passagem, vem destacada também a presença de um garoto que, diante da dificuldade de alimentar tanta gente, coloca em comum o pouco que tinha: cinco pães e dois peixes (cfr. Jo 6, 8). “O milagre não se realiza do nada, mas de uma primeira e modesta partilha daquilo que um simples garoto tinha consigo. Jesus não nos pede aquilo que não temos, mas nos faz ver que se cada um oferece aquele pouco que tem, o milagre pode sempre acontecer: Deus é capaz de multiplicar o nosso pequeno gesto de amor e nos tornar participantes do seu dom”, destacou Bento XVI (2).

A palavra do nosso papa Bento XVI e a liturgia de hoje nos ajudam a termos olhos para os pobres necessitados desse mundo. Não precisamos fazer algo grande, mas basta colocar o pouco que temos a favor dos que precisam. Há muita coisa por fazer e não podemos nos acomodar na nossa vida tranquila quando muitos passam necessidades do pão material, da educação, da saúde, do emprego, de saneamento básico e da palavra de Deus. Temos que fazer acontecer a partilha entre nós e não ficarmos acomodados no nosso mundo particular. A sociedade exige de nós gestos de amor sincero que leva vida em abundância a todos (1).

Amém!

(1) José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com
Bacharel em Teologia
29-07-2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Padre “Beleza, Beleza do Chapéu” participa de Encontro Nacional da Pascom

Ele é de São Sebastião do Passé, na Bahia. Comemorará, em agosto deste ano, 10 anos de ordenação sacerdotal. É padre diocesano da Arquidiocese de Montes Claros. E já ganhou um presente antecipado. Participa do 3º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação. É o padre Inivaldo Fernandes de Lima, o padre “Beleza, Beleza do Chapéu”, na foto abaixo sem chapéu, mas com um violão.

 
Por onde passa, padre Fernandes encanta fieis com sua descontração. Basta ter uma caixinha de fósforo nas mãos que ele improvisa um instrumento e vai logo se unir aos ministérios de música que animam a vida eclesial. A Paróquia São Geraldo de Salinas, a Paróquia São Sebastião de Taiobeiras, a Quase-Paróquia São Sebastião de Berizal, a Paróquia Nosso Senhor Bom Jesus de Santa Cruz de Salinas, a Paróquia Nosso Senhor Bom Jesus de Rubelita, todas no Setor Norte Arquidiocesano, já sentiram o carisma deste baiano arretado que gosta de farinha, pimenta e de franco caipira. 

 
É torcedor cruzeirense apaixonado. Saiu recentemente para pastorear a Quase-Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Cristália, no Setor Leste Arquidiocesano. Mas já está de volta como pároco de Santa Cruz de Salinas. Padre Fernandes envia por e-mail fotos da sua chegada à Aparecida (SP), onde participa do 3º Encontro Nacional de Pastoral da Comunicação. Desde seminarista, este sacerdote se envolve profundamente com os rumos da comunicação paroquial e arquidiocesana. 


           

Durante toda a tarde desta sexta-feira (20/07), os quase 600 participantes do 3º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) estiveram no subsolo do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), onde foram realizados os seminários temáticos por interesse. O objetivo foi oferecer formação teórica e prática em diversos temas de comunicação.

Foram quatro seminários temáticos: “Pascom na internet”, em que se discutiu o webjornalismo, redes sociais e mídias convergentes; “A Pascom e pastorais específicas”, que refletiu sobre o diálogo com a catequese, liturgia e juventude; “A Pascom no rádio”; e “Planejamento e captação de recursos para Pascom”. Cada participante escolheu um deles para acompanhar.

O seminário sobre captação de recursos atraiu a atenção de grande número de participantes, especialmente de quem ainda está começando a implantação da Pascom em sua paróquia. É o caso de Suelen Barbosa, coordenadora da Pastoral na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, no Rio de Janeiro. Para ela, as orientações apresentadas no seminário a encorajam a prosseguir com a missão.

“Os dois maiores desafios de agentes da Pascom nas paróquias são, em primeiro lugar, os gastos. Os párocos sempre se preocupam sobre como vamos pagar estes gastos. Em segundo lugar, a relação com as demais pastorais”, relata Suelen, que destaca a importância da profissionalização para a eficiência e sustento do trabalho.

ACOLHIDA

Os coordenadores da Pascom do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bisposdo Brasil (CNBB) se organizaram para desempenhar um papel importante no 3º Encontro Nacional da Pascom: o trabalho de acolher e orientar os participantes. “Somos da Arquidiocese de Aparecida, com os coordenadores das dioceses de Taubaté, Caraguatatuba, São José dos Campos e Lorena”, relata padre Ordilei Fernandes, de Arapeí/SP. “Foi um trabalho bacana, precedido por um encontro com o cardeal dom Raymundo Damasceno. E como diz o ditado: acolher é evangelizar também”.

O sacerdote acredita que o Encontro, que termina no próximo domingo (22/07), está sendo uma verdadeira explosão da comunicação na Igreja no Brasil. “O aumento do número de participantes mostra que a comunicação em nossa Igreja está acontecendo efetivamente”, relata. E o mais rico de tudo isso é a partilha de experiências. “A interação é fantástica! Para nós, que estamos começando, toda e qualquer experiência é rica”, avalia Suelen.

FONTE DESTA NOTÍCIA

VEJA MAIS FOTOS DO PADRE FERNANDES EM MISSÃO




 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O cristão é chamado a ser missionário


Estamos no 15º Domingo do Tempo Comum e a Liturgia nos chama a atenção para a missão que devemos desempenhar no mundo. O mistério de Cristo é revelado a cada dia para nós. Cabe a cada um de nós aderirmos de modo consciente e cheio de ardor para que o mundo inflame do amor de Deus.

As leituras bíblicas deste domingo nos falam de alguns exemplos do chamado de Deus para a missão no mundo. São sempre pessoas simples, mas abertas à graça de Deus. A abertura de cada um depende da disponibilidade da pessoa para responder com vontade e decisão para transformar o mundo para Deus.

No Livro de Amós, temos a missão desse profeta, que era pessoa simples e humilde, e que se dispôs ser instrumento de Deus. Sabemos que, após a morte de Salomão, o reino dele se dividiu em dois reinos, um chamado Israel do Norte e outro de Judá do Sul.

O Reino do Norte era próspero, com classes privilegiadas, mas, de outro lado, lá existia uma miséria da classe mais desfavorecida e pobre. O rei que estava no poder, para manter-se no cargo, fez acordos, manipulando a própria religião a seu favor. Uma decisão sua foi a proibição de peregrinação a Jerusalém, que se situava no Sul. Por causa disso, criou o Templo de Betel. Custeava os sacerdotes e os cultos mais solenes de lá.

Isso tudo em troca de apoio ao seu governo. Nesse contexto, o profeta Amós, que era do Sul, foi chamado por Deus e enviado ao Norte. Ele tinha uma missão de denunciar os erros do rei e das injustiças praticadas pelos poderosos. Isso provocou rejeição e perseguição dos que estavam incomodados com as verdades que ele falava.

Assim acontece na nossa vida de comunidade. Muitas vezes, quando denunciamos os erros ou as acomodações das pessoas que ficam a mercê daqueles que enganam os pobres e humildes para ficarem nos privilégios das funções, praticando toda forma de injustiça, sofremos oposições e perseguições.

Aqui vemos Amasias expulsando Amós. Amasias era sacerdote profissional do templo de Betel. Assim, ele diz a Amós: “Sai daqui, vá para Judá… Come lá o teu pão e profetiza por lá...”. Ele, sem medo, responde que não é profeta profissional, mas chamado por Deus. Deus não é da injustiça. Amós diz, desse modo, a Amasias: “Sou vaqueiro e cultivo figos silvestres. Mas o Senhor me tirou do rebanho e me ordenou: vai profetizar o meu povo, Israel”.

Desse modo, Amós não fica preso aos poderosos que querem tudo com o dinheiro injusto. O compromisso do profeta é com a verdade e justiça que vem do Deus da Vida (cf. Am 7, 12-15).

Na Carta de São Paulo aos Efésios, encontramos o Hino de Louvor a Deus por ter nos escolhidos para a herança divina e que nos faz entender o Hino que exalta o Plano de Deus: Deus nos escolheu antes da criação do mundo e nos predestinou a sermos seus filhos adotivos.

Cristo Deus é quem nos chama para a vida e para uma eternidade feliz. Desde o nosso existir, somos amados por Deus e ainda Ele nos quer salvos. Deus nos chama de filhos amados no seu Filho Jesus Cristo (cf. Ef 1, 3-14).

O Evangelista Marcos nos mostra o chamado dos apóstolos por Jesus e podemos ver claramente a missão deles. Jesus chama a cada um e dá uma missão de pregar e os envia de dois a dois para isso. Dá poder e deste modo as suas ações vão ser acompanhadas de curas e prodígios maravilhosos, mostrando assim que, por intermédios deles, Deus pode operar maravilhas entre os homens (cf. Mc 6, 7-13).

Na comunidade, aprendemos a ser instrumentos de Deus. Devemos sempre trabalhar juntos para que Deus possa agir para o bem de todos. As misérias e o mal não vêm de Deus. Por isso Deus, através dos apóstolos e também de nós, pode combater e livrar as pessoas dessas escravidões que não deixam a pessoa ser livre e amar a Deus de todo coração.

Na missão, devemos agir como pessoas simples que se colocam a serviço do Reino de Deus, sem nenhuma ostentação e acúmulo. O missionário deve confiar na ação de Deus e se por ao trabalho, sem nada exigir. Cada cristão vai colher os frutos que vêm da nossa disponibilidade e amor na tarefa que Deus confia a cada um de nós.

Desse modo, vamos nos dispor ao serviço na comunidade, na família e na sociedade para que Deus seja conhecido e vivido na nossas vida.

Amém!

José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
13-07-2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

Quando estamos com Deus, não precisamos ficar tristes

A liturgia nos faz sentirmos acolhidos pelo Deus da Vida e Ele está presente em nossa vida de comunidade, de família e de sociedade. No Livro do Profeta Amós, vemos que Deus zela pelo seu povo e dá-lhe ânimo, pois o nosso Deus é comprometido e fiel à sua aliança. Ele pode corrigir e ainda espera a nossa mudança, mas nunca nos abandona e sempre está atento e nos ajudando para encontrar o caminho correto, conforme está escrito.

Naquele dia, reerguerei a tenda de Davi, em ruínas, e consertarei seus estragos, levantando-se dos escombros e reconstruindo tudo, como nos dias de outrora. Deste modo, possuirão todo o resto de dom e das outras nações, que são chamadas com meu nome, diz o Senhor, que tudo isso realiza. Deus não nos deixa na tristeza e nos dá a esperança de dias melhores. 

Assim Ele nos diz: “Mudarei a sorte de Israel, meu povo, cativo; eles reconstruirão as cidades devastadas e as habitarão, plantarão vinhas e tomarão o vinho, cultivarão pomares e comerão seus frutos”. Por que ficar procurando o imediatismo e a solução momentânea em outros lugares, se o nosso Deus é presente na nossa história humana? (cf. Am 9, 11-15).

Assim, o Salmo 85 nos fala e nos exorta: “Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração”. E também nos exorta: “O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus”.

O Evangelista Mateus nos mostra que os discípulos de João foram até Jesus e o questionaram dizendo-lhe: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?”. 

Mas Jesus os explica que eles não precisam fazer isso porque tem Ele em suas companhias. O que dá alegria e paz é a presença de Jesus no nosso meio. Temos a sua palavra proclamada na Igreja e os sacramentos que nos revigoram para termos vida em abundância e a eternidade assegurada por Cristo (1).


Segue o comentário ao Evangelho do Dia feito por São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja (2)...

O jejum dos amigos do noivo: “Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os Teus discípulos não jejuam?” Por quê? Porque, para vós, o jejum pertence à lei e não é um dom espontâneo. O jejum em si mesmo não tem valor! O que conta é o desejo de quem jejua. Que proveito pensais ganhar jejuando contrariados e forçados? O jejum é um arado maravilhoso para lavrar o campo da santidade: converte os corações, desenraiza o mal, arranca o pecado, enterra o vício, semeia a caridade; mantém a fecundidade e prepara a colheita da inocência.

Os discípulos de Cristo estão colocados no coração do campo maduro da santidade: recolhem molhos de virtudes e gozam do Pão da nova colheita; por conseguinte, não podem praticar jejuns doravante prescritos. [...]

“Porque é que os Teus discípulos não jejuam?” O Senhor responde-lhes: “Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles?” Aquele que toma mulher põe o jejum de lado, abandona a austeridade; entrega-se totalmente à alegria, participa nos banquetes; mostra-se em tudo afetuoso, delicado e alegre; faz tudo o que a sua afeição pela esposa lhe inspira. Cristo celebrava as Suas núpcias com a Igreja: por isso, tomava parte nas refeições, não recusava convites; cheio de benevolência e de amor, mostrava-Se humano, acessível, amável. É que Ele desejava unir o homem a Deus, e fazer dos Seus companheiros membros da família divina”.

Não precisamos mais ficar tristes, pois Jesus está sempre conosco, dando força e coragem de trabalhar pelo Reino de Deus e pela sua justiça entre nós. Desta maneira, podemos assegurar dias melhores para todos, se estivermos comprometidos com a causa do Reino e fieis a transformarmos a nossa realidade de pecado e morte para uma realidade de vida e graça (1).

Amém! (1)

(1) José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
(2) arautos@evangelhodiario.org
07-07-2012