ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Nota de Esclarecimento

As opiniões emitidas aqui nas duas postagens mais recentes se referem à forma de pensar do Movimento Marxista Cinco de Maio e do Espaço Cultural Mané Garrincha. Não se trata do pensamento do Conselho Nacional dos Leigos do Brasil (CNLB) do Regional Leste II (Minas Gerais e Espírito Santo). Como estamos em uma democracia, em que, teoricamente, a multiplicidade de opiniões é saudável, queremos apenas difundir a boa informação. Lamentamos quaisquer transtornos que tenhamos causados aos leitores dos nove blogs criados por mim, sobretudo à companheira Sônia Gomes de Oliveira, lutadora das mais nobres causas sociais.

Atenciosamente,

João Renato Diniz Pinto

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Nossa posição sobre as eleições

 
Havemos de amanhecer. O mundo
se tinge com as tintas de antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.
(Carlos Drummond de Andrade)
 
 
Como nossos sonhos nunca couberam nas urnas, não temos pesadelos com elas. Nosso voto é nulo!
 
Dilma (PT) e Aécio (PSDB) não são exatamente iguais, mas são, ambos, neoliberais, são defensores do capital disputando o cargo de facilitador de extração de mais valia. Então, temos uma rima, uma constatação e, sobretudo, um desafio: combater o capital e seus gestores com ação direta, nas ruas, nos bairros, nos locais de trabalho, no campo, nas universidades, nas escolas. A luta popular fez baixar as tarifas dos ônibus em 2013, pelo mesmo caminho podemos e devemos continuar avançando agora e nos próximos anos. Nas urnas, neste momento, não é possível combater o capital e a burguesia, tanto Dilma quanto Aécio estão do mesmo lado e defendem os mesmos interesses inconfessáveis. Por isso votaremos nulo e, pela mesma razão, elegemos as ruas como campo de enfrentamento contra o capital e seus gestores. 
 
De FHC a Dilma passando por Lula, os pilares do neoliberalismo não se alteraram, foram mantidas as metas de inflação, o superávit primário e as privatizações. Lula teve mais sorte que FHC e Dilma, o ex-sindicalista surfou na onda da elevação dos preços dos produtos primários, causada pela demanda crescente da China. Este fato inusitado – nunca antes visto na história deste país – deu algum fôlego para Lula distribuir migalhas recolhidas no pé da mesa do capital. A teoria econômica ensina que os produtos primários perdem valor em comparação com os produtos manufaturados, o período de Lula no poder é a exceção que confirma a regra. Nos últimos anos os preços dos produtos primários diminuíram, o que era tsunami virou marolinha, e Dilma morreu na praia. Sem os saldos positivos da balança comercial, devido à redução dos preços das commodities, a política petista de expansão do crédito deu com os burros na água da marolinha. O crescimento do crédito não acompanhado de investimentos para ampliar a capacidade produtiva termina sempre em inflação. Como não poderia deixar de ser, os preços têm subido e engolido o poder de compra dos brasileiros. Sendo assim, ganhe Dilma ou Aécio, 2015 vai começar com elevações das taxas de juro, cortes de gastos, arrocho salarial e outros ataques aos trabalhadores. Também por isso defendemos o voto nulo e o fortalecimento da luta direta. Só assim poderemos lançar a conta da crise para a burguesia e seus gestores.
 
Muito se falou na política externa petista, que teria reorientado as exportações brasileiras principalmente para China, reduzindo a influência dos EUA. Ocorre que este movimento se deve muito mais à demanda do mercado internacional do que a uma decisão consciente do governo brasileiro. Exatamente por ser uma demanda da economia internacional, um futuro governo do PSDB não alterará o destino das exportações nacionais. Mais que isso, ao aceitar o papel de vendedor de matérias primas, principalmente para a China, o país promove o agronegócio mais predatório, assassinando rios e matas, indígenas e quilombolas, trabalhadoras e trabalhadores do campo. No governo Dilma aumentaram os desmatamentos, os danos causados por barragens, a reforma agrária não avançou, praticamente não foram criadas Unidades de Conservação Ambiental e, para borrar ainda mais a tela, cresceram os ataques a quilombolas, camponeses e indígenas. Esse quadro de barbárie no campo tende a se aprofundar em 2015 com o PT ou o PSDB, já que ambos apoiam e são apoiados pelo agronegócio. Numa conjuntura em que os preços dos produtos primários desceram das nuvens, a busca pela reposição dos lucros do agronegócio vai significar cada vez mais ataques aos trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas e ao meio ambiente. Com Dilma ou Aécio, 2015 promete mais desmatamentos, mais assassinatos e mais agrotóxicos no campo brasileiro. Porque PT e PSDB promovem e promoverão a barbárie no campo, votaremos nulo. Não dá para votar em Dilma e defender a luta de quilombolas, indígenas e camponeses. O mesmo vale para Aécio. O Brasil carece de uma reforma agrária capaz de promover o desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente, os latifúndios dominados pela monocultura devem ser expropriados em benefício da produção de alimentos livres de agrotóxicos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. A alta dos preços dos alimentos tem muito a ver com a estrutura agrária brasileira, que desvaloriza a produção de alimentos em nome dos latifúndios e suas monoculturas de exportação. Além disso, a solução de boa parte dos problemas urbanos passa pela ocupação racional do campo. O inchaço das grandes cidades é o reflexo direto da expulsão dos trabalhadores rurais de suas terras. Porque sequer consideram os reais problemas do campo brasileiro, não faz nenhum sentido votar em Dilma ou Aécio. O único caminho possível para a esquerda revolucionária é fortalecer a luta de indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais contra o agronegócio e seus gestores, sejam estes do PT ou do PSDB.
 
A PM que reprime na inchada cidade de São Paulo a mando do PSDB é tão violenta quanto a força nacional que reprime no interior do país a mando do PT. Uma e outra são aparelhos repressivos estruturados para combater trabalhadores e garantir a mais valia do capital. O exército que reprime nas favelas do Rio de Janeiro é o mesmo que reprime o povo haitiano, com o consentimento e o apoio do petismo, que almeja uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU para o Brasil.
 
Nas cidades a perspectiva não é menos complicada do que no campo. Para recompor suas taxas de lucro, o capital avança sobre os trabalhadores. Arrocho salarial e desemprego virão acompanhados de precarização e aumento da exploração no trabalho. A especulação imobiliária e o aumento das taxas de juro tornarão cada vez mais irrealizável o sonho da casa própria, e cada vez mais presente o pesadelo dos despejos e reintegrações de posse. Também aqui não há diferenças entre PT e PSDB. O próximo governo tem cheiro de gás lacrimogêneo.
 
Outro ponto chave sequer tocado pelo PT e pelo PSDB é a dívida pública. O orçamento nacional previsto para 2015 é de R$ 2,86 trilhões de reais¹. Deste total, R$ 1,36 trilhões serão usados para pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Ou seja, 47,55% do orçamento serão creditados nos bolsos dos banqueiros. É esse coleguismo do Estado com o sistema financeiro que explica o crescimento exponencial dos lucros dos bancos nos últimos 20 anos. Cada aumento de 0,25% na taxa de juros da economia significa muitos bilhões a mais na conta dos banqueiros. O que FHC, Lula e Dilma fizeram com a dívida pública? Emitiram cada vez mais títulos para engordar os bolsos de banqueiros e outros agiotas legalizados. É sintomático que o tema dívida pública sequer apareça nas campanhas e debates. O que PT ou PSDB continuarão fazendo em 2015? Mais do mesmo: cortes e enxugamentos para engordar os pagamentos de juros da dívida pública. Este é o eixo fundamental que une e iguala PT e PSDB. E é também por isso que votamos nulo. Não tem sentido escolher um dos dois candidatos comprometidos, fundamentalmente, com a transposição de recursos públicos para os bolsos dos banqueiros. A luta pelo não pagamento da dívida pública só pode vir das ruas.    
 
Para 2015, os orçamentos previstos para a saúde e educação são de R$ 109 e R$ 101 bilhões, respectivamente. Ou seja, os gastos previstos para saúde e educação correspondem, pela ordem, a 8,01% e 7,26% do que será gasto com juros e amortizações da dívida. Faltam escolas e hospitais de qualidade no país, para tê-los e mantê-los, é preciso investir e, para isso, é preciso mudar a bisonha estrutura orçamentária brasileira, que lança quase metade dos recursos públicos nos bolsos dos banqueiros. A luta por mais saúde e educação é inseparável da luta contra a dívida pública. Ambas só poderão vir das ruas. Nenhum candidato com alguma condição de ganhar as eleições burguesas vai pisar no calo do pé da burguesia brasileira.
 
Vale lembrar que o orçamento previsto para o bolsa família é de R$ 27,7 bilhões em 2015. Ou seja, aproximadamente 2% do que será gasto com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública e menos de 1% do orçamento brasileiro. No banquete do capital, o povo fica com a casca de pão apanhada no chão. Por ser uma fatia mirrada da peça orçamentária, o petismo manteve e os tucanos devem manter os programas sociais, que são a camuflagem que o capital utiliza para confundir as presas e facilitar seus botes.
 
Aécio, que é reacionário por princípio, não fará avançar pautas fundamentais como a descriminalização do aborto, o combate à homofobia e a legalização da maconha. Por outro lado, estas pautas também não avançaram e não avançarão um palmo com Dilma, que se aproxima cada vez mais dos setores reacionários da sociedade brasileira: Kátia Abreu, Edir Macedo, Collor, Sarney. Estas figuras sãos as primeiras bolachas do pacote petista, se Dilma está com elas, quem está com Dilma... Chamar voto – crítico ou não – no PT nesta conjuntura, sem que nenhuma pauta progressista tenha sido oferecida em contrapartida, é confessar impotência e depor a favor do fim da história.
 
Há um dado importante colocado pela última eleição que deve ser explorado. Em 2010, o Brasil tinha 135.804.043 eleitores². No primeiro turno, Dilma recebeu 35,09% dos votos e Serra 24,40%. Abstenções, brancos e nulos (ABNs) totalizaram 25,19%. Em 2014, o Brasil está com 142.822.046 eleitores. No primeiro turno, Dilma recebeu 30,29% dos votos e Aécio 24,43%. ABNs totalizaram 27,17%. Constata-se que, somados, ABNs novamente ficaram em segundo lugar, na frente, portanto, do candidato tucano. Além disso, de 2010 para 2014, a votação do petismo diminuiu, a dos tucanos se manteve e as ABNs cresceram. Quem vencer o pleito deste ano vai começar seu governo com menos legitimidade. A eleição para o senado e para as câmaras apresentaram taxas ainda maiores de ABNs. Exemplos: o senador eleito por SP, José Serra, teve 11.105.874 votos, enquanto as ABNs somaram 12.991.636; no RJ, para deputado federal, ABNs chegaram a 37,24%; em MG, para deputado estadual, as ABNs chegaram a 32,10%. Então, se é verdade que foi eleito um parlamento mais conservador, também é verdade que este parlamento é menos legítimo que os anteriores. É preciso explorar esse descrédito para fortalecer a luta direta e as reivindicações dos trabalhadores.
 
Se ocorrer, a derrota do petismo não terá outra explicação senão sua incapacidade de empunhar bandeiras históricas da esquerda. De qualquer forma, muito mais importante do que a vitória do PT ou do PSDB, é a continuidade e o fortalecimento da luta direta do povo brasileiro. É nesta que apostamos. Junho de 2013 foi só o (re)começo. Amanhã será maior!
 
Outubro de 2014
Espaço Cultural Mané Garrincha
 
Notas:
 
1 – Fonte dos dados sobre a dívida pública e o orçamento brasileiro, respectivamente: Auditória Cidadã da Dívida e PLOA2015
2 – Fonte dos dados sobre as eleições de 2010 e 2014: TSE.

domingo, 19 de outubro de 2014

Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus»

Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus»

Homilia do Papa Francisco na Santa Missa de encerramento do Sínodo Extraordinário sobre a Família e beatificação do Servo de Deus Papa Paulo VI

Por Redacao

CIDADE DO VATICANO, 19 de Outubro de 2014 (Zenit.org) - Apresentamos a homilia do Papa Francisco na Santa Missa de encerramento do Sínodo Extraordinário sobre a Família e beatificação do Servo de Deus Papa Paulo VI realizada neste domingo, 19 de Outubro de 2014, na Praça de São Pedro.

Acabámos de ouvir uma das frases mais célebres de todo o Evangelho: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22, 21).

À provocação dos fariseus, que queriam, por assim dizer, fazer-Lhe o exame de religião e induzi-Lo em erro, Jesus responde com esta frase irónica e genial. É uma resposta útil que o Senhor dá a todos aqueles que sentem problemas de consciência, sobretudo quando estão em jogo as suas conveniências, as suas riquezas, o seu prestígio, o seu poder e a sua fama. E isto acontece em todos os tempos e desde sempre.

A acentuação de Jesus recai certamente sobre a segunda parte da frase: «E [dai] a Deus o que é de Deus». Isto significa reconhecer e professar – diante de qualquer tipo de poder – que só Deus é o Senhor do homem, e não há outro. Esta é a novidade perene que é preciso redescobrir cada dia, vencendo o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus.

Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados. Ele renova-nos, isto é, faz-nos «novos» continuamente. Um cristão que vive o Evangelho é «a novidade de Deus» na Igreja e no mundo. E Deus ama tanto esta «novidade»!

«Dar a Deus o que é de Deus» significa abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz.

Aqui está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe. Aqui está a nossa esperança, porque a esperança em Deus não é uma fuga da realidade, não é um álibi: é restituir diligentemente a Deus aquilo que Lhe pertence. É por isso que o cristão fixa o olhar na realidade futura, a realidade de Deus, para viver plenamente a existência – com os pés bem fincados na terra – e responder, com coragem, aos inúmeros desafios novos.

Vimo-lo, nestes dias, durante o Sínodo Extraordinário dos Bispos: «sínodo» significa «caminhar juntos». E, na realidade, pastores e leigos de todo o mundo trouxeram aqui a Roma a voz das suas Igrejas particulares para ajudar as famílias de hoje a caminharem pela estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus. Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e a colegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança.

Pelo dom deste Sínodo e pelo espírito construtivo concedido a todos, – com o apóstolo Paulo – «damos continuamente graças a Deus por todos vós, recordando-vos sem cessar nas nossas orações» (1 Tes 1, 2). E o Espírito Santo, que nos concedeu, nestes dias laboriosos, trabalhar generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo Outubro de 2015. Semeámos e continuaremos a semear, com paciência e perseverança, na certeza de que é o Senhor que faz crescer tudo o que semeámos (cf. 1 Cor 3, 6).

Neste dia da beatificação do Papa Paulo VI, voltam-me à mente estas palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: «Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade» (Carta ap. Motu próprio Apostolica sollicitudo).

A respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!

No seu diário pessoal, depois do encerramento da Assembleia Conciliar, o grande timoneiro do Concílio deixou anotado: «Talvez o Senhor me tenha chamado e me mantenha neste serviço não tanto por qualquer aptidão que eu possua ou para que eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades actuais, mas para que eu sofra algo pela Igreja e fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva» (P. Macchi, Paolo VI nella sua parola, Brescia 2001, pp. 120-121). Nesta humildade, resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor.

Verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus», dedicando toda a sua vida a este «dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo» (Homilia no Rito da sua Coroação, Insegnamenti, I, (1963), 26), amando a Igreja e guiando-a para ser «ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação» (Carta enc. Ecclesiam suam, prólogo).

Papa Francisco: quem passa fome são pessoas e não números

Papa Francisco: quem passa fome são pessoas e não números

Em carta ao diretor geral da FAO, o Santo Padre pede que as reflexões deem espaço para iniciativas concretas

Por Rocio Lancho García

CIDADE DO VATICANO, 17 de Outubro de 2014 (Zenit.org) - Por ocasião da Jornada Mundial da Alimentação, celebrada ontem, o papa Francisco observou que "apesar dos avanços em muitos países, os últimos dados continuam apresentando uma situação inquietante, agravada pela diminuição geral das ajudas públicas ao desenvolvimento". O papa se manifestou em carta enviada ao brasileiro José Graziano da Silva, diretor geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura).

Esta Jornada, afirma o papa, "ecoa o grito de tantos irmãos e irmãs nossos que, em diversas partes do mundo, não têm o pão de cada dia". A data também "nos faz pensar na enorme quantidade de alimentos desperdiçados, nos produtos que são destruídos, na especulação com os preços em nome do deus lucro".

Segundo o papa, este é "um dos paradoxos mais dramáticas do nosso tempo, ao qual assistimos com impotência e, frequentemente, também com indiferença". Mas Francisco olha para além dos dados, indicando que "há um aspecto importante do problema que ainda não recebeu a devida consideração nas políticas e nos planejamentos de ação: quem sofre a insegurança alimentar e a desnutrição são pessoas e não números, e, precisamente por causa da sua dignidade como pessoas, elas estão acima de qualquer cálculo ou projeto econômico".

Por outro lado, o Santo Padre observa que o tema proposto pela FAO para esta Jornada (Agricultura familiar: alimentar o mundo, cuidar do planeta) enfatiza a necessidade de se partir das pessoas, como indivíduos ou como grupos, na hora de se proporem novas formas e modos de gestão dos vários aspectos da alimentação.

Em particular, o pontífice indica que "é necessário reconhecer cada vez mais o papel da família rural e desenvolver todas as suas potencialidades".  Ele faz um convite, assim, a se prestar mais atenção às necessidades da família rural, "não só [as necessidades] técnicas, mas também humanas, espirituais, sociais". E complementa: "Temos que aprender da experiência delas, da sua capacidade de trabalho e, acima de tudo, desse vínculo de amor, de solidariedade e de generosidade que existe entre os seus membros e que é chamado a ser modelo para a vida social".

A carta do papa também afirma que a família "favorece o diálogo entre as diversas gerações e planta as bases para uma verdadeira integração social, além de representar essa desejada sinergia entre trabalho agrícola e sustentabilidade". É bom falar da família rural e celebrar anos internacionais para recordá-la, mas não é suficiente: "essas reflexões têm que abrir passagem para iniciativas concretas".

Em um segundo ponto, Francisco afirma que "defender as comunidades rurais diante das graves ameaças da ação humana e dos desastres naturais não deveria ser só uma estratégia, mas uma ação permanente que favoreça a sua participação na tomada de decisões, que coloque ao seu alcance tecnologias apropriadas e estenda o seu uso, respeitando sempre o meio ambiente". Nunca como agora o mundo precisou tanto que as pessoas e as nações se unam para superar as divisões e os conflitos existentes.

Por esta razão, Francisco exorta à partilha e à solidariedade, uma obrigação que não pode se limitar à distribuição de alimentos. "Compartilhar quer dizer tornar-se próximo de todos os homens, reconhecer a comum dignidade, estar atentos às suas necessidades e ajudá-los a remediá-las, com o mesmo espírito de amor que se vive numa família", afirma o papa.

No terceiro ponto da sua reflexão, o Santo Padre reconhece que, para vencer a fome, é necessário "mudar o paradigma das políticas de ajuda e de desenvolvimento, modificar as regras internacionais em matéria de produção e comercialização dos produtos agrícolas, garantindo a autodeterminação do mercado agrícola nos países em que a agricultura representa a base da economia e da sobrevivência".

Chegou a hora, diz Francisco, de pensar e decidir com base em cada pessoa e comunidade, e não a partir da situação dos mercados.

Ao terminar, o bispo de Roma explica que a Igreja católica "está disposta a oferecer, iluminar e acompanhar tanto a elaboração de políticas como a sua colocação em prática, consciente de que a fé se torna visível ao se realizar o projeto de Deus para a família humana e para o mundo, mediante uma profunda e real fraternidade que não é exclusiva dos cristãos, mas que inclui todos os povos".

Paulo VI, novo Beato da Igreja

Paulo VI é Beato



Cidade do Vaticano (RV) – Paulo VI é Beato. Na Missa celebrada na Praça São Pedro neste domingo, 19 de Outubro, na presença de 70 mil pessoas, o Papa Francisco, beatificou o Papa Montini, que instituiu o Sínodo, e concluiu o Sínodo Extraordinário para a Família. Meditando o Evangelho do 29º Domingo do Tempo Comum, o Pontífice dedicou sua homilia ao Sínodo e ao “timoneiro do Concílio Vaticano II”, Paulo VI, que soube “dar a Deus o que é de Deus”, dedicando toda a sua vida a este “dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo”. O Papa Emérito Bento XVI estava presente na cerimônia.

A imagem de Paulo VI sorridente com as mãos voltadas ao alto ilustrava a fachada da Basílica São Pedro, num domingo de céu azul e temperatura agradável. O rito de beatificação deu-se no início da celebração, quando o Bispo de Bréscia e Postulador da Causa, agradeceu ao Santo Padre pelo dom da Beatificação de Montini.

Francisco iniciou a homilia refletindo sobre a célebre frase pronunciada por Jesus "dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", uma "resposta irônica" às provocações dos fariseus, e "uma resposta útil que o Senhor dá a todos aqueles que sentem problemas de consciência, sobretudo quando estão em jogo as suas conveniências, as suas riquezas, o seu prestígio, o seu poder e a sua fama".

E explicou a seguir que “dar a Deus o que é de Deus” significa “reconhecer e professar, mesmo diante de qualquer tipo de poder, que só Deus é o Senhor do homem e não há outro” e “abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz”. E ressaltou, que devemos descobrir a cada dia esta novidade para vencer “o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus”:

“Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados. Ele renova-nos, isto é, faz-nos «novos» continuamente. Um cristão que vive o Evangelho é «a novidade de Deus» na Igreja e no mundo. E Deus ama tanto esta «novidade»!”

Nisto – disse o Pontífice – “está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe”, e nisto reside a nossa esperança, “que não é uma fuga da realidade”, mas leva o cristão a fixar o olhar “na realidade futura, a realidade de Deus, para viver plenamente a existência – com os pés bem fincados na terra – e responder, com coragem, aos inúmeros desafios novos”.

Após o Pontífice falou sobre o Sínodo Extraordinário dos Bispos, dizendo que pastores e leigos de todo o mundo trouxeram a Roma a voz de suas Igrejas particulares para ajudar as famílias de hoje a caminhar na estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus:

“Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e a colegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança”.

O Papa pediu que o Espírito Santo que lhes permitiu “nestes dias laboriosos, trabalhar generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo Outubro de 2015”. 

Voltando seu olhar a seguir para Paulo VI, recordou as palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: “Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade”, para então afirmar:

“A respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!”.

Ao recordar trechos do diário do Papa Montini, após o encerramento do Concílio Vaticano, Francisco sublinhou que ele soube, “quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”. (JE)




Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2014/10/19/paulo_vi_%C3%A9_beato/bra-831861
do site da Rádio Vaticano 

Vamos orar, pedindo chuvas para o Brasil

Queridos irmãos e irmas, nesse momento que grande parte do Brasil, principalmente populoso, está sofrendo escassez de água com rios e mananciais quase esgotados devido a falta de chuvas. 

Nesse momento, nós devemos juntos orar a Deus como fez o profeta Elias para pedir chuvas que caem sobre a terra e que elas possam saciar o povo e ainda favorecer a produção de alimentos.

Que as pessoas conscientizem da necessidade de preservar as nascentes e evitar as queimadas e destruição de arvores. Ainda evitar desperdícios com o uso da agua.

Segue a oração do Beato Paulo VI que pede a Deus por chuvas e que cada um peça com fé.


Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 18 de outubro de 2014

o importante é ser


Queridos irmãos e irmãs, temos que ser bons e viver os valores de Cristo, mesmo que a sociedade ande na contramão de Deus. Sempre será oportuno viver e propagar o bem, a vida, a dignidade da pessoa, o bem comum, o amor, a partilha, a misericórdia, a solidariedade e perdão.

Estamos no mundo para ser embaixadores de Cristo e propagar a boa noticia de Deus no nosso dia a dia. Assim, estaremos sendo pessoas que constrói o ser e não o ter que isola as pessoas das outras.

Que cada pessoa assuma a sua responsabilidade no mundo, lutando para preservação da natureza, protegendo as crianças e idosos e defendendo a vida em todas as dimensões e estágios humanos.
( jose Benedito Schumann Cunha)

https://www.youtube.com/watch?v=qhU5JEd-XRo

Quando a cambada toda é de ladrão, a melhor opção é votar nulo

Movimento Marxista 5 de Maio-MM5 vem reafirmar enfaticamente seu posicionamento pelo voto nulo no atual processo eleitoral envolvendo os executivos e legislativos federal e estaduais. A necessidade de se enfatizar novamente nossa posição se deve a tratar-se agora, no segundo turno, de uma mesma conjuntura e essencialmente dos mesmos atores do primeiro turno.

Igualmente importante, o fato de segmentos, setores, movimentos, organizações e partidos de esquerda, alguns deles afirmando-se solenemente revolucionários, já haverem começado a ensaiar hoje – cerca de somente 24 horas após o fechamento do primeiro turno – o coro da ‘responsabilidade’ frente à suposta e vazia ameaça de a direita fascista tomar o poder através de uma eventual eleição do candidato do PSDB, Aécio Neves, um neoliberal convicto apoiado pela ultradireita para a presidência da República.

Por isso, ordena esta meia dúzia de vozes deste coro autoproclamado portador exclusivo da maturidade política, é preciso reeleger Dilma Rousseff, candidata da frente capitaneada pelo trio PT-PCdoB-PMDB, que, há doze anos no poder, desenvolve uma política abertamente neoliberal no país.

domingo, 12 de outubro de 2014

Papa reflete sobre o convite de Deus feito aos homens

Papa reflete sobre o convite de Deus feito aos homens

Queridos irmãos e irmãs, somos sempre convidados por Jesus a participar do banquete que Ele sempre oferece a nós. Deus é bom e quer que fiquemos juntos em harmonia com todos na comunidade. Infelizmente as nossas preocupações humanas e materiais nos afastam de Deus e também de todos que nos cercam. E é por isso que as relações humanas estão cada vez mais distantes e frias. Há falta de dialogo, de compreensão, de solidariedade, de compaixão e de partilha com aquele que clama por justiça e por um pedaço de pão. O materialismo e o individualismos nos deixam separados uns dos outros, longe do amor que constrói pontes. Não podemos ficar insensíveis ao convite do Senhor para o seu banquete da vida e que todos possam chegar à mesa da Palavra que nos orienta e à mesa da Eucaristia que nos revigora para a missão. ( Jose Benedito Schumann Cunha)



Papa Francisco explicou que a bondade de Deus não tem limites nem discrimina ninguém e que a todos é dada a possibilidade de responder ao chamado divino


Papa Francisco durante oração mariana do Angelus / Foto: Arquivo

Após a celebração da Eucaristia na Basílica de São Pedro em ação de graças pela canonização dos dois evangelizadores do Canadá, e como de costume aos domingos, às 12 horas de Roma, o Santo Padre apareceu à janela do Palácio Apóstólico para a oração mariana do Angelus.

O Papa falou que no Evangelho deste domingo, Jesus nos fala da resposta que foi dada ao convite de Deus, representado na figura do Rei, para participar de um banquete das núpcias. O convite tem três características fundamentais: a gratuidade, a extensão e a universalidade.

O Papa destaca que são três características que revelam a bondade de Deus para conosco, a gratuidade da sua amizade, a alegria, a salvação, não obstante o fato que muitas vezes nós não acolhemos os seus dons e colocamos em primeiro lugar as nossas preocupações materiais, os nossos interesses.

“Fato surpreendente no Evangelho deste domingo é que nenhum dos escolhidos, dos convidados aceitou participar do banquete. Alguns alegaram ter outras coisas à fazer, outros demonstraram indiferença perante o convite, outros sentiram-se incomodados com este convite, outros chegaram até a maltratar e a matar os servos que tinham sido mandados pelo Rei para os convidar ao banquete das núpcias.”

Mesmo assim perante a recusa dos homens de aceitar e de aderir ao convite, o projeto de Deus não se interrompeu, explica o Papa. Perante a recusa dos primeiros convidados, Deus não se desencorajou, não suspendeu a festa, mas voltou a propô-la estendendo o convite a todos indistintamente sobretudo aos que vivem nas periferias, aos mais pobres, abandonados, bons e maus sem distinção. Eis que finalmente a sala do banquete se encheu dos “excluídos”. O Evangelho rejeitado por alguns encontrou acolhimento inesperado por outros.

A bondade de Deus, de fato, disse ainda o Papa, não tem confins, não discrimina ninguém e é por isso que os dons do Senhor são universais, são para todos; a todos é dado a possibilidade de responder ao chamado de Deus.

Francisco destacou que entretanto há uma condição essencial para participar deste banquete nupcial: vestir o hábito nupcial. Aquele hábito que nos recorda que em virtude da nossa fé, nós já tomamos parte do banquete do Senhor e beneficiamos dos seus dons que nos alimentam e nos guiam na nossa vida quotidiana. Mas não podemos afirmar de ter a veste nupcial se depois não vivemos o amor a Deus e ao próximo. Pois, a fé requer o testemunho da caridade a ser manifestada em gestos concretos de solidariedade e de serviço aos irmãos especialmente aos mais necessitados.

Ao concluir a sua reflexão, o Papa Francisco convidou aos presentes a confiarem por intercessão de Maria Santíssima, os dramas e as esperanças de tantos irmãos e irmãs que são vítimas da perseguição por causa da fé, ao mesmo tempo que invocamos a sua proteção para os trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a família que estão a decorrer neste momento no Vaticano.

Após o Angelus

Depois do oração do Angelus, o Papa informou os peregrinos na Praça de São Pedro que esta manhã foi proclamado beato, na ilha italiana da Sardenha, o Padre Francesco Zirano, da Ordem dos Frades menores Conventuais: ele, disse o Papa, preferiu ser morto do que renegar a sua fé. Demos graças portanto a Deus por este sacerdote e mártir, testemunho do Evangelho. A sua corajosa fidelidade a Cristo, concluiu o Papa Francisco, é um ato de grande importância sobretudo para o contexto das perseguições a que são vítimas hoje os cristãos.

O Santo Padre aproveitou também a ocasião para manifestar a sua proximidade para com as populações da cidade italiana de Genova a braços com inundações e pediu oração para elas.

Nossa Senhora Aparecida, a mãe solidaria de todos

Nossa Senhora Aparecida, a mãe solidaria de todos


Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje, a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, a nossa querida Padroeira do Brasil e o dia das crianças. Sabemos quem tem uma mãe por perto é uma grande dadiva, Jesus teve Maria como mãe e quis, no calvário, dá-la a nós como mãe e ela sempre intercede a Jesus por nós. 

Esta devoção à Maria, no titulo de Aparecida, começa lá pelos anos de 1717. Isto já há quase 200 anos. A imagem dela surge em um momento crucial da historia dos pescadores do rio Paraíba, pois se não trouxesse peixes para os poderosos haveria um grande castigo para aquele povo sofrido. O rio não estava para peixe, mas os pescadores foram pescar e o povo ficou a rezar, mas a surpresa aconteceu em duas lançadas de rede, pescaram as duas partes da imagem que compõem a imagem de 
Nossa Senhora da Conceição e que está na Basílica de Aparecida. Após isso, houve uma pesca milagrosa e a partir daí os milagres acontecem até hoje. Deus, através da intercessão a Maria, a mãe de Jesus, tem derramado muitas bênçãos e graças ao povo que recorre através dela  com fé.

A liturgia de hoje nos mostra a figura de Ester, a mulher vestida de sol e de Maria nas bodas de Caná. Todas estas passagens nos remetem a presença carinhosa de alguém que defende, auxilia e intercede pelo povo que passa por necessidade.

No livro de Ester, temos a presença desta judia jovem, que intercede ao povo judeu para que o Rei salvasse a vida deles e por causa da simpatia dela, o rei a atendeu e assim o povo se livrou da morte. Quantas pessoas, nesse mundo, nos ajudam a ter vida, procurando ser voz daqueles que correm perigo de vida. (cf. Est 5,1b-2;7,2b-3)

No livro do Apocalipse nós encontramos a figura da mulher que apareceu no céu. Isso nos remete ao povo de Deus, a comunidade cristã e a Maria que é a Mãe da Igreja. Sabemos que a comunidade recém-nascida é a Igreja e Maria é o símbolo da Igreja nascente, pois ela está ligada a Cristo, nosso redentor e salvador. (cf. Ap 12, 1.5.13ª.15-16ª)

No evangelho de São João, temos a presença de Maria, na festa de casamento, junto a Jesus com seus discípulos. Percebemos que Maria indica o caminho que nos leva a felicidade plena que é Jesus. Na festa vem faltar o vinho, Maria percebe a aflição dos noivos e ela vai ao encontro de seu filho para que seja solidário nisso. Não tem mais vinho e ela pede aos servidores para que vá a Jesus e fazei tudo que Ele vos disser. Esta atitude de obediência e serviço, o milagre acontece, pois a água se torna vinho de boa qualidade. (cf. Jo 2,1-11) 

Assim, acontece conosco, quem tem Maria percebe que ela toma para si as nossas aflições e vai a Jesus para nos socorrer de nossas necessidades temporais e espirituais. Um pedido de Maria a Jesus é atendido e o milagre acontece em nossas vidas.

Que esta liturgia nos ascende cada vez mais a nossa fé em Cristo e na Igreja para que sejamos porta vozes de vida a todos. Que as famílias entendam a sua missão e que as nossas crianças sejam protegidas. Que a vida seja sempre vitoriosa e que o aborto, o descaso ao pobre, ao doente e ao idoso e todo tipo de violência sejam eliminados do nosso meio. Amém!

Tudo por Jesus nada sem Maria!

(Bacharel em teologia e filosofo Jose Benedito Schumann Cunha)

sábado, 11 de outubro de 2014

“Não Vamos desistir do Brasil”

“Não Vamos desistir do Brasil”






O Brasil é o país de grande proporção e de um grande povo que constrói a sua  grandeza de cada espaço do território brasileiro. Estamos vivenciando a democracia onde todos podem participar, dando o seu voto. Esse voto é valioso porque está na livre escolha do eleitor ou da eleitora para determinar o governante do país e do Estado.

A democracia é a oportunidade que todos têm em opinar pelo voto quem deve governar. Sabemos que o governante deve buscar no seu poder outorgado pelo povo no voto o bem comum, de gerir a coisa publica com zelo, honestidade e ética. "Se a liberdade e a democracia, não são termos equivalentes, mas são complementares: sem a liberdade, a democracia é desportismo, a democracia sem a liberdade é uma ilusão" (Octavio Paz)

Um país só vai para frente se todos trabalharem em prol da população, principalmente os mais necessitados de politicas publicas. Somos brasileiros e queremos um país para todos e por isso a frase de nosso grande brasileiro Eduardo Campos se ecoa em nossos ouvidos e em nossos corações. Como ele mesmo disse: "não vamos desistir do Brasil".

Que cada canto desse país procure trabalhar nos valores cívicos, políticos, religiosos, éticos e morais na nossa nação brasileira. Assim, crianças, jovens, adultos e os mais velhos se unam em uma só canção onde a liberdade seja a marca das ações politicas e as oportunidades sejam para todos.

Que cada governante  seja responsável pela boa educação, pela segurança, pela saúde e pelo desenvolvimento sustentável onde o a natureza seja a parceira de todos os brasileiros.

Viva o Brasil! Viva a democracia!

Bacharel em teologia e filosofo Jose Benedito Schumann Cunha

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Queremos um país para todos

Queremos um país para todos


A democracia nos permite de quatro em quatro anos eleger livremente, nas urnas, um novo representante na esfera municipal, estadual e federal. É um show da liberdade que cada um faz, expressando a sua vontade livre na escolha de seus candidatos.

O que é bonito é ver o povo  se esclarecendo e dando a sua opinião através da reflexão da realidade em que vive e percebendo as consequências dos atos bons ou maus dos nossos mandatários. Cada um que é eleito não pode fazer da sua gestão algo autoritário e sim buscar o bem comum da população. 

Todos têm vez e voz. Não se pode sacrificar uma parcela da população em favor de outra, pois pode estrangular uma parcela que também tem direito e dever, que deve ser respeitados pelos que estão no poder.

Sabemos que o poder é temporário e deve ser exercido com muito zelo, dedicação, justiça e dialogo com toda sociedade.

O Brasil tem avançado muito em muitos setores que estavam à margem do progresso e desenvolvimento, mas é preciso que haja ética, decoro e honestidade no trato da coisa publica, pois tudo que se produz ou se paga é fruto de esforços de todos que querem um pais justo, fraterno e solidário com todos.

Assim, marchamos para um país para todos e que a nação brasileira seja a vitoriosa em cada pleito.


Viva a democracia! Viva o Brasil!

Jose Benedito Schumann Cunha

domingo, 5 de outubro de 2014

Podemos «frustrar» o sonho de Deus, se não nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo

Podemos «frustrar» o sonho de Deus, se não nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo

Homilia do Papa na missa de abertura do Sínodo Extraordinário sobre a Família

Por Redacao

CIDADE DO VATICANO, 05 de Outubro de 2014 (Zenit.org) - Com a Missa concelebrada neste domingo, 05 de outubro, na basílica de São Pedro, pelo Papa Francisco, com os Padres sinodais, foi inaugurada a III Assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema é “Os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização”. Apresentamos a homilia na íntegra: 

Nas leituras de hoje, é usada a imagem da vinha do Senhor tanto pelo profeta Isaías como pelo Evangelho. A vinha do Senhor é o seu «sonho», o projecto que Ele cultiva com todo o seu amor, como um agricultor cuida do seu vinhedo. A videira é uma planta que requer muitos cuidados!

O «sonho» de Deus é o seu povo: Ele plantou-o e cultiva-o, com amor paciente e fiel, para se tornar um povo santo, um povo que produza muitos e bons frutos de justiça.

Mas, tanto na antiga profecia como na parábola de Jesus, o sonho de Deus fica frustrado. Isaías diz que a vinha, tão amada e cuidada, «produziu agraços» (5, 2.4), enquanto Deus «esperava a justiça, e eis que só há injustiça; esperava a rectidão, e eis que só há lamentações» (5, 7). Por sua vez, no Evangelho, são os agricultores que arruínam o projecto do Senhor: não trabalham para o Senhor, mas só pensam nos seus interesses.

Através da sua parábola, Jesus dirige-se aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, isto é, aos «sábios», à classe dirigente. Foi a eles, de modo particular, que Deus confiou o seu «sonho», isto é, o seu povo, para que o cultivem, cuidem dele e o guardem dos animais selvagens. Esta é a tarefa dos líderes do povo: cultivar a vinha com liberdade, criatividade e diligência.

Mas Jesus diz que aqueles agricultores se apoderaram da vinha; pela sua ganância e soberba, querem fazer dela aquilo que lhes apetece e, assim, tiram a Deus a possibilidade de realizar o seu sonho a respeito do povo que Ele escolheu.

A tentação da ganância está sempre presente. Encontramo-la também na grande profecia de Ezequiel sobre os pastores (cf. cap. 34), comentada por Santo Agostinho num famoso Discurso que lemos, ainda nestes dias, na Liturgia das Horas. Ganância de dinheiro e de poder. E, para saciar esta ganância, os maus pastores carregam sobre os ombros do povo pesos insuportáveis, que eles próprios não põem nem um dedo para os deslocar (cf. Mt 23, 4).

Também nós somos chamados a trabalhar para a vinha do Senhor, no Sínodo dos Bispos. As assembleias sinodais não servem para discutir ideias bonitas e originais, nem para ver quem é mais inteligente… Servem para cultivar e guardar melhor a vinha do Senhor, para cooperar no seu sonho, no seu projecto de amor a respeito do seu povo. Neste caso, o Senhor pede-nos para cuidarmos da família, que, desde os primórdios, é parte integrante do desígnio de amor que ele tem para a humanidade.

Nós somos todos pecadores e também nos pode vir a tentação de «nos apoderarmos» da vinha, por causa da ganância que nunca falta em nós, seres humanos. O sonho de Deus sempre se embate com a hipocrisia de alguns dos seus servidores. Podemos «frustrar» o sonho de Deus, se não nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo. O Espírito dá-nos a sabedoria, que supera a ciência, para trabalharmos generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade.

Irmãos sinodais, para cultivar e guardar bem a vinha, é preciso que os nossos corações e as nossas mentes sejam guardados em Cristo Jesus pela «paz de Deus que ultrapassa toda a inteligência» (Flp 4, 7). Assim, os nossos pensamentos e os nossos projectos estarão de acordo com o sonho de Deus: formar para Si um povo santo que Lhe pertença e produza os frutos do Reino de Deus (cf.Mt 21, 43).

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Vinha do Senhor precisa de bons missionários

A Vinha do Senhor precisa de bons missionários



Queridos irmãos e irmãs em Cristo, estamos celebrando o 27º Domingo do Tempo Comum e o 2º dia da novena em preparação a festa de Nossa Senhora Aparecida com o tema: Com a Mãe Aparecida, ser solidário na dor. Ainda celebramos o mês missionário e o mês do rosário. A Igreja é o lugar onde estamos dispostos a trabalhar na evangelização de todas as pessoas. Sabemos que a vinha representa Israel, o povo de Deus que foi eleito para ser o precursor da Igreja que é agora o novo Povo de Deus que está a caminho do Reino definitivo.

No livro do Profeta Isaias encontramos o Cântico da Vinha, que é a narração da Historia de amor de Deus ao seu povo e também nos relata a infidelidade do seu povo diante das quebras do compromisso feito na aliança com Deus. Aqui vemos um poema muito lindo, onde o profeta é trovador, Deus é o amigo que julga o seu povo (Israel) e assim descreve ao amor de Deus, que é sempre presente a humanidade e a resposta do seu povo.

O agricultor escolhe um campo bom, cepas de ótima qualidade e ainda se preocupou com cuidados para que nada desse errado no cultivo até a colheita, mas os frutos foram da vinha foram azedos e isso o decepcionou, dizendo:  "Que mais poderia eu ter feito por minha vinha e não fiz?". A sua reação é de ódio e destrói o muro que cercava a vinha e tudo foi alagado e devastado.
Que frutos seriam esse na vida do Povo que Deus esperava? A resposta é : seria a justiça e direito, que estão gravados nos mandamentos e na aliança de Deus com seu Povo, mas o que se viu foi a infidelidade, injustiça, corrupção violência, sangue derramados e cultos solenes sem a verdadeira devoção. (cf. Is 5,1-7)

Devido a isso o castigo veio, que foi a invasão  dos assírios e depois dos babilônios, que destruíram a vinha e deportaram os israelitas como escravos. Assim acontece se desviamos do caminho do Senhor e desobedecemos aos seus mandamentos, então entram em nossa realidade humana, mortes de pessoas inocentes e gritos de horror pelas atrocidades dos maus.

Na carta de São Paulo aos filipenses nos apresenta as virtudes concretas que o cristão deve cultivar na própria vinha. Deus espera os frutos na Vinha, que é a Igreja, o novo Povo de Deus, que são: direito a todos, justiça sem privilégios a ninguém, partilha dos dons, solidariedade aos que estão sofrendo na dor, compaixão aos que erram, perdão aos que nos ofendem, amor a todos sem discriminação e fraternidade de vida em comunidade. Desse modo, seremos testemunhas de Cristo para que todos consigam estar caminhando juntos na comunidade de irmãos e irmãs pra o reino definitivo no céu que começa já na terra. (cf. Fl 4,6-9)

No Evangelho de São Mateus, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA que foi descrito no livro do Profeta Isaias. Jesus nos fala que um senhor planta com cuidado e tecnologia necessária e confia a pessoas para cuidar dela na sua ausência, mas eles foram infiéis, e não quiseram dar os frutos ao dono que mandou pessoas para receber o que era de direito do Senhor. Esses vinhateiros maltrataram os enviados pelo, então o Senhor manda o seu filho e esse é morto por eles, pois achavam que matando o filho do dono tudo estaria resolvido para eles, mas o Senhor mesmo torna o juiz e pune esses maus empregados que não quiseram ser bons e nem justos, negando o direito de produção ao seu dono.

Essa parábola de Jesus nos remete a historia da Salvação de nosso Deus, pois o primeiro destinatário era O povo de Deus (Israel) que não quiseram viver a fidelidade a Deus, preferindo a desobediência e praticando o que é mal aos olhos Dele. Não ouviram os profetas e desprezaram os apelos de Deus. Mesmo Deus enviando Jesus, eles negaram ouvidos ao Salvador que agora estende a todos que estão dispostos a responder os apelos de Cristo para que estejamos em comunhão com Ele e com todos que estão na Igreja, que é agora a vinha, isto é o novo Povo de Deus. (cf. Mt 21,33-43)

O mundo precisa de operários fieis e que estejam dispostos a ser solidários a todos, principalmente aos sofrem na doença, na exclusão, no desemprego, na miséria, na falta de oportunidade e da vitima de violência de toda ordem.

Que esta liturgia nos ajude a viver como Maria, a mãe Aparecida, que foi solidaria com Cristo na dor da cruz e é hoje solidária a todos os seus filhos que clamam por ela, para  que seja a nossa advogada junto a Jesus, o nosso salvador. Amém

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

( Jose Benedito Schumann Cunha)