ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

É tempo de converter e voltar para o Senhor

É tempo de converter e voltar para o Senhor


Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando neste dia a Quarta feira de Cinzas com a benção e imposição de cinzas em nossas cabeças. Esse é um tempo abençoado, pois teremos oportunidade de renovar o nosso espírito e buscar a Deus de todo coração, convertendo a Ele.

As leituras bíblicas nos mostram e nos apelam ao convite de conversão para prepararmos bem para Celebração da Pascoa do Senhor e procurar conhecer os desígnios de Deus para nós através das leituras bíblicas e também ajudados pela nossa participação da campanha da Fraternidade. Este ano terá o Tema: Igreja e sociedade e lema: “eu vim para servir” (Mc 10,45) Hoje mais do que nunca precisamos de pessoas que venham servir sem nenhum interesse, mas cheio de amor para com aqueles que mais precisam e lutar para melhorias na saúde, na educação e na dignidade humana.

No livro de Joel nos convida à conversão, isto é voltar para Deus que é a certeza de justiça, solidariedade, misericórdia, partilha e paz. Assim está escrito: "Voltai para mim de todo o coração".

O contexto desta época era que o povo experimentava as dificuldades causadas pela dominação estrangeira, pela seca e pelas pragas de gafanhotos. Tudo isso pode ser sinal que se deve refletir. O profeta Joel faz esta exortação diante desse quadro: "a voltar para o Senhor de todo o coração, pois ele é compassivo, paciente e misericordioso".

Hoje Deus nos chama a conversão de vida para o Senhor. Como que se faz isso?  É voltar para o Senhor com atitude cristã coerente e buscar viver os valores de Cristo, transformando a nossa realidade ruim para uma de justiça social, de acolhida aos excluídos e de partilha de dons com todos. Isso se traduz numa vida comunitária de oração, de esmola e de penitencia na comunidade cristã. (cf. Jl 2,12-18)

O salmista nos dá a certeza da alegria que devemos ter em confiar na misericórdia do Senhor, suplica um coração novo e um espírito renovado para trilhar o caminho da Aliança.  Deus nos faz entender que com Ele nós podemos ser fiéis a sua aliança se vivermos a sua vontade no mundo. (cf. Sl 51) Somos novamente refeitos no amor de Deus que perdoa e nos dá a dignidade de filhos e filhas de Deus.

Na carta de São Paulo nos convida para a reconciliação com Deus e isso acontece se nós deixarmos a reconciliar com Deus, pois Ele está de braços abertos para nos acolher e viver a liberdade plena no bem. Quem que dá essa reconciliação? É Cristo, pois ele assumiu o nosso pecado, as nossas dores e as nossas fragilidades humanas. Sem Cristo nós ficaremos sem rumo e andando sem nenhuma direção. “Cada um de nós devem aproveitar bem esses quarenta dias, pois este é o tempo favorável”, é um tempo da graça, que o Senhor nos proporciona, para cooperarmos com a sua obra redentora. (cf. 2Cor 5,20-6,2)

No Evangelho de Mateus nos dá a guia certa para aproveitar esse tempo quaresmal na exortação de Jesus para nós., Jesus recorda três práticas da religiosidade judaica, e esta a Igreja nos exorta a fazer:A Esmola, a Oração e o Jejum e o espírito com que devem ser praticadas.  (Mt 6,1-6.16-18)

Como que se deve agir nesse tempo? A resposta é simples nada de exibição e quando der esmola que ninguém deva saber, a oração deve ser humilde e silenciosa em um dialogo com Deus e o jejum deve ser discreto sem que ninguém saiba para que haja fruto de conversão a Deus.
Que esta liturgia nos ajude a ser mais fraterno e vivenciar os valores de Cristo na Igreja e na sociedade através do serviço desinteressado aos que mais sofrem nesse mundo e por em pratica o que Jesus nos pede hoje “eu vim para servir” (Mc 10,45)

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!


( Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

blog modestas propostas da Arquimoc está completando 1500 postagens - O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita

O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita 

"Queridos irmãos e irmãs, o blog modestas propostas da Arquimoc está completando 1500 postagens, levando informação da nossa Igreja e formação também. Esse veiculo de comunicação procura sempre levar a Palavra de Deus para iluminar e confortar a nossa vida em Cristo para que um dia cheguemos a pátria celeste. 

Nós sabemos e cremos que Cristo é o centro do universo e nada pode tirar o seu poder em nosso meio. O sangue dos mártires que creem em Cristo chegam a terra e faz germinar a semente da fé Nele. Não adianta abafar a nossa fé em Cristo com violência desumana onde o ódio é a primazia dos que não comungam com Deus justo da paz, mas aqueles que acreditam em Cristo tem a certeza que Nele viveremos para sempre, pois só Jesus tem a chave da vida eterna.

É triste ver a intolerância e a violência contra os cristãos no mundo, mas devemos orar para que cessem em nosso mundo esta violência que macula a imagem de Deus nas vitimas inocentes." (Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha)

O Papa manifesta a sua profunda tristeza pela execução de vários cristãos coptas egípcios

Roma, 16 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) Redacao | 183 visitas

Foram mortos pelo simples fato de serem cristãos. Isso é tudo o que disse nesta segunda-feira o papa Francisco, ao receber em audiência o moderador da Igreja da Escócia, o reverendo John P. Chalmers, juntamente com outros representantes desta Igreja Reformada.


Em um curto discurso improvisado em espanhol, o Santo Padre expressou a sua profunda dor pela execução de uns vinte coptas egípcios pelas mãos de uma filial líbia do autoproclamado Estado Islâmico. “Permito-me usar a minha língua materna para expressar um profundo e triste sentimento. Hoje li sobre a execução desses 21, 22 cristãos coptos. Somente diziam “Jesus, ajuda-me”. Foram assassinados simplesmente porque eram cristãos”, destacou.

Respondendo à intervenção do moderador da Igreja da Escócia, o Papa disse: "Você, irmão, em seu discurso se referiu ao que acontece na terra de Jesus. O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita. Sejam católicos, ortodoxos, coptas, luteranos, não importa: são cristãos. E o sangue é o mesmo, o sangue que confessa Cristo”.

"Lembrando a esses irmãos que foram mortos pelo simples fato de confessar a Cristo, peço que nos encorajemos uns aos outros para prosseguir com este ecumenismo que nos está motivando, o ecumenismo do sangue. Os mártires são de todos os cristãos, rezemos uns pelos outros”, afirmou.

O papa Francisco concluiu as suas palavras convidando a seguir “caminhando juntos no caminhos da sabedoria, a benevolência, a força e a paz”, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Ver Jesus nos marginalizados, pede Papa aos novos cardeais

 Ver Jesus nos marginalizados, pede Papa aos novos cardeais

 Na Basílica Vaticana, Francisco fala aos novos cardeais sobre a compaixão de Jesus, um modelo a seguir / Foto: Reprodução CTV

Francisco enfatizou que o caminho da Igreja é o da misericórdia e integração, servindo Jesus em toda pessoa marginalizada

Jéssica Marçal
Da Redação

Na Basílica Vaticana, Francisco fala aos novos cardeais sobre a compaixão de Jesus, um modelo a seguir 

A compaixão de Jesus esteve no centro da homilia do Papa Francisco neste domingo, 15, na Missa com os novos cardeais, criados neste sábado, 14, e com todo o colégio cardinalício. O Santo Padre pediu que os novos cardeais saibam servir Jesus na pessoa marginalizada, lembrando que o caminho da Igreja é o de Jesus: misericórdia e integração.

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Francisco destacou três conceitos-chave: a compaixão de Jesus, a marginalização das pessoas e a vontade de Jesus de reintegrá-las. A homilia foi inspirada nas http://liturgia.cancaonova.com/liturgia/6o-domingo-do-tempo-comum-domingo-15022015/ que retratam o tratamento dado aos leprosos na época de Jesus: na Lei de Moisés, deveriam ser afastados e marginalizados, mas Jesus revoluciona essa mentalidade, revelando a lógica de Deus.

“Jesus, novo Moisés, quis curar o leproso, quis tocá-lo, quis reintegrá-lo na comunidade, sem Se ‘autolimitar’ nos preconceitos; sem Se adequar à mentalidade dominante do povo; sem Se preocupar de modo algum com o contágio (…) Para Jesus, o que importa acima de tudo é alcançar e salvar os afastados, curar as feridas dos doentes, reintegrar a todos na família de Deus”.

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Segundo o Papa, ainda hoje existe essa dupla lógica de pensamento e de fé que percorre toda a história da Igreja: marginalizar e reintegrar. Ele destacou que o caminho da Igreja é derramar a misericórdia de Deus e sair do próprio recinto em busca dos afastados nas “periferias” da existência.

“A disponibilidade total para servir os outros é o nosso sinal distintivo, é o nosso único título de honra!”, disse ainda o Papa, que conclui a homilia exortando os novos cardeais a manterem os olhos fixos em Jesus e em Maria para servir a Igreja de modo que os cristãos não se sintam tentados a estar com Jesus sem querer estar com os marginalizados.

“Não descobrimos o Senhor se não acolhemos de maneira autêntica o marginalizado. Recordemos sempre a imagem de São Francisco, que não teve medo de abraçar o leproso e acolher aqueles que sofrem qualquer gênero de marginalização. Verdadeiramente é no evangelho dos marginalizados que se descobre e revela a nossa credibilidade!”.

Cristãos “sentados” não veem a face de Deus, diz Papa

Cristãos “sentados” não veem a face de Deus, diz Papa 

Queridos irmãos e irmãs, o cristão não pode ficar parado e inerte e sim ser uma pessoa em movimento em busca de servir a quem precisa. Cada pessoa que quer estar com Cristo é preciso sair do egoismo, que é só pensar em si, para agir no mundo, transformando no bem. Não podemos acovardar no nosso mundo comodo, mas ser atuante e fazer acontecer já o Reino de Deus. O que é o Reino de Deus no meio de nós. Toda vez que acolhemos o pobre, o doente, o marginalizado na sua dignidade de filhos e filhas de Deus, nós já presenciamos o Reino de Deus trazido por Jesus. A mesa vai ser repleta de dons que são partilhados com todos, principalmente os necessitados de ajuda. Sejamos portadores do bem e assim vermos a face de Deus em nossos irmãos e irmas que deparemos em nossa caminhada na terra rumo ao céu.( Jose Benedito Schumann Cunha- Bacharel em teologia)


Francisco impulsionou fiéis a se colocarem em caminho para conhecer a face de Deus, pois esta é uma imagem que não pode ser encontrada em computadores ou enciclopédias

Da Redação, com Rádio Vaticano

Em homilia, Papa Francisco enfatiza necessidade do cristãos se colocarem em caminho para conhecer Deus.

Para encontrar Deus, é preciso arriscar-se e colocar-se em caminho, porque um cristão “quieto” nunca poderá conhecer a face do Pai. Essa foi a reflexão proposta pelo Papa Francisco, na homilia desta terça-feira, 10, na Casa Santa Marta.

Se um cristão quer conhecer a sua identidade, não pode ficar cômodo em uma poltrona, folheando um livro, porque no mundo não há um catálogo que tenha a “imagem de Deus”. Nem ao menos se pode designar um Deus na comodidade, obedecendo às regras que nada têm a ver com Deus.

A leitura de http://liturgia.cancaonova.com/liturgia/santa-escolastica-terca-feira-10022015/, que fala da criação do homem “à imagem de Deus”, sugeriu ao Papa uma meditação sobre o caminho certo e os muitos errados que se abrem diante de um cristão que quer conhecer a sua origem. A imagem de Deus, afirmou Francisco, se encontra certamente não no computador, não nas enciclopédias; para encontrá-la e entender a própria identidade é preciso colocar-se a caminho para conhecer a face de Deus.

“Quem não se coloca a caminho nunca conhecerá a imagem de Deus, nunca encontrará a Sua face. Os cristãos sentados, os cristãos quietos não conhecerão a face do Senhor. Dizem: ‘Deus é assim, assim…’, mas não O conhecem. Os quietos. Para caminhar, é necessária aquela inquietude que o próprio Deus colocou no nosso coração e que o leva adiante para procurá-Lo”.

A “caricatura” de Deus

Francisco ressaltou que se colocar a caminho significa arriscar, deixar que Deus ou a vida coloque a pessoa à prova. Assim fizeram, por exemplo, o profeta Elias, Jeremias ou Jó. Mas há outro modo de estar parado e falsear a busca de Deus, o que Francisco destaca no episódio do Evangelho em que escribas e fariseus repreendem Jesus, porque os seus discípulos comem sem terem lavado as mãos.

“No Evangelho, Jesus encontra gente que tem medo de se colocar em caminho e que se adapta com uma caricatura de Deus. É uma falsa identidade. Estes não inquietos silenciaram a inquietude do coração, pintam Deus com mandamentos e se esquecem d’Ele”.

Quem se comporta deste modo, observou o Santo Padre, faz um caminho “entre vírgulas”, um caminho que não caminha, um caminho quieto.

“Que o Senhor nos dê a graça da coragem de nos colocarmos sempre em caminho, para procurar a face do Senhor, aquela face que um dia veremos, mas que, aqui na Terra, devemos procurar”.

Papa destaca necessidade de compaixão com marginalizados

Papa destaca necessidade de compaixão com marginalizados 

Papa pede que fiéis não tenham medo de olhar os marginalizados nos olhos e se aproximarem com ternura / Foto: Reprodução CTV


Francisco lembrou que os fiéis, se querem ser verdadeiros discípulos de Cristo, são chamados a ser instrumento do amor misericordioso de Deus, superando todo tipo de marginalização

Jéssica Marçal
Da Redação


Após a Missa com os novos cardeais neste domingo, 15, Papa Francisco rezou o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro. Na reflexão que precede a oração mariana, o Santo Padre falou sobre o amor misericordioso de Deus que os cristãos são chamados a difundir, superando todo tipo de marginalização.

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Francisco recordou que, na época de Jesus, os leprosos eram marginalizados das comunidades civil e religiosa. Quando Jesus se deparou com um leproso, porém, sua atitude foi de compaixão, destacou o Papa, e então Ele curou aquele doente.

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“A misericórdia de Deus supera toda barreira e a mão de Jesus toca o leproso. Ele não se coloca em uma distância de segurança, não age por procuração, mas se expõe diretamente ao contágio do nosso mal; e assim o nosso mal se torna lugar do contato: Ele, Jesus, assume a nossa humanidade doente e nós assumimos dele a sua humanidade sã e curadora.”.

Isso acontece, segundo Francisco, toda vez que se recebe com fé um sacramento. Como exemplo, ele citou o sacramento da Reconciliação, “que nos cura da lepra do pecado”.

O Pontífice explicou que essa mensagem trazida pelo Evangelho do dia diz que, se os cristãos querem ser verdadeiros discípulos de Jesus, são chamados a ser instrumentos do seu amor misericordioso, superando todo tipo de marginalização.

“Para ser ‘imitador de Cristo’ diante de um pobre ou doente, não devemos ter medo de olhá-los nos olhos e nos aproximarmos com ternura e compaixão (…) Se o mal é contagioso, o bem também é. Deixemo-nos contagiar pelo bem e contagiemos o bem!”.

Após o Angelus

Após o Angelus, Francisco saudou os peregrinos e pediu aplausos para os novos cardeais, criados neste sábado.

Ele também dirigiu uma palavra aos homens e mulheres do Extremo Oriente, que se prepara para celebrar o Ano Nono lunar, uma das festividades mais importante do calendário asiático.

“Que tais festividades ofereçam a eles a feliz ocasião de redescobrir e viver de modo intenso a fraternidade, que é um vínculo precioso da vida familiar e base da vida social. Que este retorno anual às raízes da pessoa e da família possam ajudar estes povos a construir uma sociedade em que sejam tecidas relações interpessoais marcadas pelo respeito, justiça e caridade”.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Cardeal nomeia médica para administrar hospital do Vaticano

Cardeal nomeia médica para administrar hospital do Vaticano SÁBADO, 14 DE FEVEREIRO DE 2015, 10H58
A Dra. Mariella Enoce substitui o Professor Profiti, que demitiu-se em janeiro

Da redação, com Rádio Vaticano

O Secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, nomeou a Dra. Mariella Enoce como nova Presidente do Conselho Administrativo do Hospital Bambino Gesú, para o triênio 2015-2017. A nomeação seguiu as indicações do Papa Francisco que pediu maior valorização da mulher na Igreja.

Dra. Enoce é Vice-Presidente da Fundação Cariplo, tendo sido já Presidente da Associação Industrial de Novara e da Cofindustria do Piemonte, e é considerada especialista na administração da saúde.

Após os estudos Clássico e de Medicina, a médica ocupou-se da gestão de estruturas sanitárias. É Procuradora Especial do Instituto Cottolengo, de Turim, e comprometida com a Fundação Giorgio Cini, de Veneza, Conselheira da Fundação Housing Social e da Fundação Filarete, de Milão, além de membro do Comitê do Centro Exterior para a Internacionalização do Piemonte e da Fundação Edison.

A Dra. Mariella Enoce substitui o Professor Profiti, que demitiu-se em janeiro.

Cardeais apreciam trabalho de reforma da Cúria, diz padre Lombard

Cardeais apreciam trabalho de reforma da Cúria, diz padre Lombardi SÁBADO, 14 DE FEVEREIRO DE 2015, 12H57

Segundo o porta-voz do Vaticano, a reforma é um trabalho “muito apreciável” por parte dos cardeais, a ser aplicado gradualmente

Da redação, com Rádio Vaticano

No encontro desta sexta-feira, 13, com os jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, tratou dos trabalhos em andamento no Consistório que acontece no Vaticano desde quinta-feira, 12, finalizando-se nesta sábado, 14, com a http://papa.cancaonova.com/caridade-deve-orientar-cardeais-diz-papa-em-consistorio/.

A reforma da Cúria foi o principal assunto e, segundo padre Lombardi, um trabalho “muito apreciável” por parte dos cardeais, a ser aplicado gradualmente, com a capacidade de expressar um profundo sentido de “comunhão” entre o centro e a periferia da Igreja, sem limitar-se a um mero “eficientismo”.

“Uma comunhão entre o coração da Igreja e as comunidades locais, não uma simples comunicação de ordem pragmática, voltada a fazer funcionar a máquina”, ressaltou.

A relação entre Vaticano e Conferências episcopais, afirmou padre Lombardi, é um dos pontos principais da reforma e essa expectativa se une à necessidade, ressaltada por várias partes, de que as responsabilidades até então de pertinência dos dicastérios vaticanos possam ser descentradas no sentido da “subsidiariedade”, conservando aquilo que já se dá de eficaz no seio das repartições da Santa Sé e mudando, quem sabe destinado a outros, aquilo que, ao invés, é possível melhorar.

De acordo com padre Lombardi, a reforma em andamento é longa e complexa e não necessariamente deve representar uma ruptura em relação à http://papa.cancaonova.com/caridade-deve-orientar-cardeais-diz-papa-em-consistorio/, que contém “elementos muito positivos e importantes” que “não se devem perder”.

O padre observou ainda que o próprio percurso de renovação poderá ser feito “por partes”,  referindo-se à preferência expressa por alguns dos cardeais:

“Um certo consenso sobre o fato que é positiva a possibilidade de uma aplicação, também gradual, quando há decisões ou medidas que parecem amadurecidas, que podem começar a ser aplicadas sem a necessidade de esperar a conclusão de toda a obra, que – como dizíamos – requer também um tempo prolongado”, disse o porta-voz do Vaticano.

Devemos acolher os excluídos

Devemos acolher os excluídos


Queridos irmãos e irmãs, estamos no 6º Domingo do Tempo Comum, a Igreja celebra o dia do Senhor. Nós somos convidados a mergulhar no mistério pascal de Cristo. A trajetória da liturgia nesse domingo vem nos mostrar quem é Jesus, mas não com respostas abstratas e vazias, mas com fato concreto na ação de Cristo na terra. Quer conhecer Jesus é ver nos seus gestos, na sua palavra e na atitude da acolhida, principalmente os pobres, os doentes e os excluídos da  sociedade. Hoje Jesus nos interpela para viver o cristianismo com autenticidade de vida. Domingo passado, Jesus cura a sogra de Pedro no gesto de estender a mão e ajuda alevantar-se da cama.

A liturgia desse domingo vamos deparar com os marginalizados e excluídos da historia, no tempo de Jesus e podemos também detectar essas situaçoes na nossa sociedade atual.

No livro do levítico nos alerta e nos mostra a discriminação das pessoas para com os leprosos e esta situação estava legitimada pela Lei de Moisés. Assim estava escrito: "O leproso andará com vestes rasgadas, cabelos soltos e barba coberta...Viverá isolado, morando fora do acampamento... Ao se encontra com alguém, deve gritar: sou impuro..." (cf. Lv 13,1-2.44-46) Porque desse preceito na lei? A resposta é a preocupação daquele tempo pelo contágio dessa doença para outras pessoas e também a visão dos hebreus que acreditava que esta doença era um castigo de Deus. Essa condição fazia deles excluídos da comunidade.

Na carta de São Paulo aos coríntios nos faz uma exortação para "fazer tudo para a glória de Deus". O que é isto na nossa prática cristã no mundo? Se fizermos o bem, procurando diminuir as injustiças e praticar a inclusão de todos, nós estaremos colaborando com o projeto libertador e salvador de Cristo. Esta libertação se dá nas nossas ações de ajuda, de partilha, de solidariedade e de misericórdia para com todos precisam de nossa mão que os sustente e os levante da situação ruim para melhor. (cf. 1Cor 10,31-11,1)

No evangelho de São Marcos nós deparamos com atitude de Jesus Cristo para com um leproso e Ele o ajuda, curando-o e desse modo o integra na comunidade novamente. Jesus não fica paralisado diante dele devido a Lei de Moises, mas aproxima e ajuda o leproso a sair daquela situação horrível em que se encontrava.

Atitude do leproso foi corajosa e contrariou o que estava na lei e aproximou de Jesus, ajoelhando e disse a Ele: "Se queres, podes limpar-me..." - Jesus "se compadece", "estende a mão e toca-o..." e restitui a saúde: "Eu QUERO, fica curado...". Jesus também contrariou a Lei, pois Ele o acolheu e tocou nele. Isso era proibido pela Lei de Moisés. O bem foi feito, mas Jesus manda para o sacerdote do templo para poder ter o veredito, atestando que o doente foi curado e consequentemente ele podia ser integrado novamente a comunidade da época. (cf. Mc 1,40-45)

Essa atitude de Jesus é de superação da lei, pois a caridade deve vencer a restrição legal imposta. Nós devemos agir com caridade e buscar soluções para acolher todas as pessoas que sofrem injustiças, exclusão e ainda ficam marginalizados em nossa sociedade capitalista.

Que esta liturgia nos ajude a sair do egoísmo que escraviza para uma vida cristã coerente onde o ser humano deve ter primazia e desta forma teremos uma comunidade viva onde todos têm vez e voz.

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!


Jose Benedito Schumann Cunha Bacharel em Teologia.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NA PLENÁRIA DO CONSELHO PONTIFÍCIO PARA OS LEIGOS

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NA PLENÁRIA DO CONSELHO PONTIFÍCIO PARA OS LEIGOS
Sala Clementina - 7 de fevereiro, 2015
Caros irmãos e irmãs,
Com alegria acolho o Pontifício Conselho para os leigos reunidos em assembleia plenária. Agradeço o cardeal presidente pelas palavras que me dirigiu.
O tempo transcurso desde a ultima plenária foi para vocês um período de atividades e de realizações apostólicas. Nisto vocês adotaram a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium como texto programático e como bussola para orientar a suas reflexões e ações. O ano que começou a pouco tempo assinalará um importante retorno: o 50° aniversário do encerramento do Concilio Vaticano II. A tal propósito, eu sei que estão preparando um ato comemorativo da publicação do decreto sobre o apostolado dos leigos Apostolicam Actuositatem. Encorajo esta iniciativa, que não diz respeito somente ao passado, mas ao presente e ao futuro da Igreja.
O tema que escolheram para esta Assembleia Plenária – Encontrar Deus no coração da cidade – se põe no sulco do convite da Evangelii Gaudium a entrar nos “desafios das culturas urbanas” (n. 71-75). O fenômeno do urbanismo tornou-se agora uma dimensão global: mais da metade dos homens do planeta vive nas cidades. E o contexto urbano tem um forte impacto sobre a mentalidade, a cultura, os estilos de vida, as relações interpessoais e a religiosidade das pessoas.
Em tal contexto, assim vario e complexo, a Igreja não é mais a única “promotora de senso” e os cristãos se encontram a absorver “linguagens, símbolos, mensagens e paradigmas que oferecem novas orientações de vida, quase sempre em contraste com o Evangelho” (ibid., 73).
As cidades apresentam grandes oportunidades e grandes riscos: podem ser magníficos espaços de liberdade e de realização humana, mas também terríveis espaços de desumanização e de infelicidade. Parece próprio que todas as cidades, também aquelas que parecem mais floridas e ordenadas, tenham a capacidade de gerar dentro de si uma obscura “anti-cidade”. Parece que junto aos cidadãos existam também os “não-cidadãos”: pessoas invisíveis, pobres de meios e de calor humano, que moram em “não-lugares”, que vivem das “não-realizações”. Se trata dos indivíduos a que nenhum volta um olhar, uma atenção, um interesse. Não são só anônimos; são os “anti-homens”. E isto é terrível.
Mas diante a estes tristes cenários devemos sempre recordar que Deus não abandonou a cidade; Ele mora na cidade. O titulo desta plenária quer próprio sublinhar que é possível encontrar Deus no coração da cidade. Isto é muito belo. Sim, Deus continua a ser presente também nas nossas cidades assim frenéticas e distraídas.
É por isso necessário não abandonar nunca ao pessimismo e ao derrotismo, mas ter um olhar de fé sobre a cidade, um olhar contemplativo “que descubra aquele Deus que mora nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças” (ibid., 71). E Deus não é nunca ausente da cidade porque não é nunca ausente do coração do homem!
De fato, “a presença de Deus acompanha a pesquisa sincera que as pessoas e grupos cumprem para achar apoio e senso em suas vidas” (ibid).
A Igreja quer estar ao serviço desta pesquisa sincera que tem em tantos corações e se encontra aberto a Deus. Os fiéis leigos, sobretudo, são chamados a sair sem medo para andar ao encontro com os homens das cidades: nas atividades cotidianas, no trabalho, como singular ou como família, juntos a paróquia o nos movimentos eclesiais do qual fazem parte, podem parar o muro do anonimato e da indiferença que muitas das vezes reina soberana nas cidades. Se trata de encontrar coragem de fazer o primeiro passo de aproximação aos outros, para ser apóstolo do quarteirão.
Torna-se alegres anunciadores do Evangelho aos mesmos cidadãos, os fiéis leigos descobrem que tem muitos corações que o Espírito Santo já preparou para acolher os seus testemunhos, aproximações e atenções. Nas cidades existe quase sempre um terreno de apostolado muito mais fértil do que aquele que tanto imaginam. É importante por isso cuidar da formação dos leigos: educa-los a ter aquele olhar de fé, cheio de esperança, que saiba ver a cidade com os olhos de Deus. Encoraja-los a viver o Evangelho, sabendo que cada vida cristãmente vivida tem sempre um forte impacto social. Ao mesmo tempo, é necessário alimentar neles o desejo do testemunho, afim que possam doar aos outros com amor o dom da fé que receberam, acompanhando com afeto aqueles irmãos que dão os primeiros passos na vida de fé.
Em uma palavra: os leigos são chamados a viver um humilde protagonismo na Igreja e tornar-se fermento de vida cristã para toda a cidade.
É importante além de que, neste renovado lançamento missionário a cidade, os fieis leigos, em comunhão com seus Pastores, saibam propor o coração do Evangelho e não os seus apêndices.
Também ainda o Arcebispo Montini, as pessoas envoltas na grande missão cidadã de Milão, falava da “pesquisa do essencial”, e convidava a ser acima de tudo nós mesmos “essenciais”, isto é verdadeiros, genuínos, e a viver disto que conta realmente (conf. Discursos e escritos milaneses 1954-1963, Instituto Paulo VI, Brescia-Roma, 1997-1998, p.1483). Só assim se pode propor na sua força, na sua beleza, na sua simplicidade, o anuncio libertador do amor de Deus e da salvação que Cristo nos oferece. Só assim se vai com aquela atitude de respeito em direção as pessoas; se oferece o essencial do Evangelho.
Confio o trabalho de vocês e os seus projetos a materna proteção da Virgem Maria, peregrina junto com o seu filho no anuncio do Evangelho, de vilas em vilas, de cidade em cidade, e deixo de coração a todos vocês e aos seus caríssimos a minha Benção. E por favor, não esquecer de rezar por mim. Obrigado.

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O XXIII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2015.

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O XXIII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2015.
Tema: «Sapientia cordis. “Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo” (Jó 29, 15)»

Queridos irmãos e irmãs, por ocasião do XXIII Dia Mundial do Doente, instituído por São João Paulo II, dirijo-me a todos vós que carregais o peso da doença, encontrando-vos de várias maneiras unidos à carne de Cristo sofredor, bem como a vós, profissionais e voluntários no campo da saúde.
O tema deste ano convida-nos a meditar uma frase do livro de Jó: «Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo» (29, 15). Gostaria de o fazer na perspectiva da «sapientia cordis», da sabedoria do coração.

1. Esta sabedoria não é um conhecimento teórico, abstrato, fruto de raciocínios; antes, como a descreve São Tiago na sua Carta, é «pura (…), pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia» (3, 17). Trata-se, por conseguinte, de uma disposição infundida pelo Espírito Santo na mente e no coração de quem sabe abrir-se ao sofrimento dos irmãos e neles reconhece a imagem de Deus. Por isso, façamos nossa esta invocação do Salmo: «Ensina-nos a contar assim os nossos dias, / para podermos chegar à sabedoria do coração» (Sal 90/89, 12). Nesta sapientia cordis, que é dom de Deus, podemos resumir os frutos do Dia Mundial do Doente.

2. Sabedoria do coração é servir o irmão. No discurso de Jó que contém as palavras «eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo», evidencia-se a dimensão de serviço aos necessitados por parte deste homem justo, que goza duma certa autoridade e ocupa um lugar de destaque entre os anciãos da cidade. A sua estatura moral manifesta-se no serviço ao pobre que pede ajuda, bem como no cuidado do órfão e da viúva (cf. 29, 12-13).
Também hoje quantos cristãos dão testemunho – não com as palavras mas com a sua vida radicada numa fé genuína – de ser «os olhos do cego» e «os pés para o coxo»! Pessoas que permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! Em tais momentos, pode-se contar de modo particular com a proximidade do Senhor, sendo também de especial apoio à missão da Igreja.

3. Sabedoria do coração é estar com o irmão. O tempo gasto junto do doente é um tempo santo. É louvor a Deus, que nos configura à imagem do seu Filho, que «não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão» (Mt 20, 28). Foi o próprio Jesus que o disse: «Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22, 27).
Com fé viva, peçamos ao Espírito Santo que nos conceda a graça de compreender o valor do acompanhamento, muitas vezes silencioso, que nos leva a dedicar tempo a estas irmãs e a estes irmãos que, graças à nossa proximidade e ao nosso afeto, se sentem mais amados e confortados. E, ao invés, que grande mentira se esconde por trás de certas expressões que insistem muito sobre a «qualidade da vida» para fazer crer que as vidas gravemente afetadas pela doença não mereceriam ser vividas!

4. Sabedoria do coração é sair de si ao encontro do irmão. Às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro. No fundo, por detrás desta atitude, há muitas vezes uma fé morna, que esqueceu a palavra do Senhor que diz: «a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).
Por isso, gostaria de recordar uma vez mais a «absoluta prioridade da “saída de si próprio para o irmão”, como um dos dois mandamentos principais que fundamentam toda a norma moral e como o sinal mais claro para discernir sobre o caminho de crescimento espiritual em resposta à doação absolutamente gratuita de Deus» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 179). É da própria natureza missionária da Igreja que brotam «a caridade efetiva para com o próximo, a compaixão que compreende, assiste e promove» (Ibid., 179).

5. Sabedoria do coração é ser solidário com o irmão, sem o julgar. A caridade precisa de tempo. Tempo para cuidar dos doentes e tempo para os visitar. Tempo para estar junto deles, como fizeram os amigos de Jó: «Ficaram sentados no chão, ao lado dele, sete dias e sete noites, sem lhe dizer palavra, pois viram que a sua dor era demasiado grande» (Jó 2, 13). Mas, dentro de si mesmos, os amigos de Jó escondiam um juízo negativo acerca dele: pensavam que a sua infelicidade fosse o castigo de Deus por alguma culpa dele. Pelo contrário, a verdadeira caridade é partilha que não julga, que não tem a pretensão de converter o outro; está livre daquela falsa humildade que, fundamentalmente, busca aprovação e se compraz com o bem realizado.
A experiência de Jó só encontra a sua resposta autêntica na Cruz de Jesus, ato supremo de solidariedade de Deus para connosco, totalmente gratuito, totalmente misericordioso. E esta resposta de amor ao drama do sofrimento humano, especialmente do sofrimento inocente, permanece para sempre gravada no corpo de Cristo ressuscitado, naquelas suas chagas gloriosas que são escândalo para a fé, mas também verificação da fé (cf. Homilia na canonização de João XXIII e João Paulo II, 27 de Abril de 2014).
Mesmo quando a doença, a solidão e a incapacidade levam a melhor sobre a nossa vida de doação, a experiência do sofrimento pode tornar-se lugar privilegiado da transmissão da graça e fonte para adquirir e fortalecer a sapientia cordis. Por isso se compreende como Jó, no fim da sua experiência, pôde afirmar dirigindo-se a Deus: «Os meus ouvidos tinham ouvido falar de Ti, mas agora vêem-Te os meus próprios olhos»(42, 5). Também as pessoas imersas no mistério do sofrimento e da dor, se acolhido na fé, podem tornar-se testemunhas vivas duma fé que permite abraçar o próprio sofrimento, ainda que o homem não seja capaz, pela própria inteligência, de o compreender até ao fundo.

6. Confio este Dia Mundial do Doente à proteção materna de Maria, que acolheu no ventre e gerou a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, nosso Senhor.
Ó Maria, Sede da Sabedoria, intercedei como nossa Mãe por todos os doentes e quantos cuidam deles. Fazei que possamos, no serviço ao próximo sofredor e através da própria experiência do sofrimento, acolher e fazer crescer em nós a verdadeira sabedoria do coração.
Acompanho esta súplica por todos vós com a minha Bênção Apostólica.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja 
Sermão 176, 4


«Tomou-a pela mão e levantou-a»
Escreve o apóstolo Paulo: «E justamente […] alcancei a misericórdia, para que, em mim primeiramente, Cristo Jesus mostrasse toda a sua magnanimidade, como exemplo para aqueles que haviam de crer nele para a vida eterna» (1Tim 1,16). Querendo a todos dar o perdão, Ele escolheu um dos seus mais encarniçados inimigos para que ninguém, vendo-o curado, fosse tentado pela desesperança.

Não é isto que fazem os médicos? Quando vêm estabelecer-se em locais onde ainda não são conhecidos, procuram tratar primeiro pessoas atingidas por doenças desesperadas, para assim conseguirem dar provas da sua qualidade, para tornarem famosa a sua competência. Cada um dirá então ao vizinho: «Vai a este médico; vai confiante, ele curou-me! […] Eu tinha a mesma doença que tu; passei pelos mesmos sofrimentos.

» É o que diz Paulo a cada doente em perigo de desesperança: «Aquele que me curou envia-me a ti dizendo-me: “Vai ao encontro desse doente desesperado, fala-lhe da tua doença, informa-o sobre o mal de que te curei. […] Grita aos desesperados: ‘Eis uma palavra digna de fé e de toda a aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores’ (1Tim 1, 15).” Que tens a temer? Porque estremeces? Eu próprio “sou o primeiro dos pecadores”. E digo-to, eu que fui curado a ti que estás doente; eu que agora estou de pé, a ti que estás abatido; eu que estou hoje cheio de segurança, a ti que estás em desespero».

Não vos deixeis pois cair na aflição. Estais doentes? Vinde até Ele e sereis curados. Estais cegos? Vinde até Ele e sereis iluminados. […] Dizei todos : «Vinde, adoremos, prostremo-nos por terra diante dele; choremos diante do Senhor que nos criou» (Sl 94, 6 Vulg).

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Papa destaca papel da mulher na Igreja e na sociedade

Papa destaca papel da mulher na Igreja e na sociedade

Francisco falou da necessidade de estudar critérios para que as mulheres não se sintam hóspedes, e sim participantes da vida social e eclesial

Da Redação, com Rádio Vaticano

O papel da mulher na Igreja e na sociedade foi o foco do Papa Francisco na manhã deste sábado, 7, quando recebeu em audiência os participantes da Ahttp://noticias.cancaonova.com/cultura-feminina-e-tema-de-encontro-em-roma/. O órgão concluiu hoje os trabalhos sobre o tema “As culturas femininas: igualdade e diferença”.

Para Francisco, trata-se de um tema que lhe interessa particularmente, como reiterado inúmeras vezes, pois segundo ele é necessário estudar critérios e modalidades novas para que as mulheres não se sintam hóspedes, mas plenamente partícipes dos vários âmbitos da vida social e eclesial. “A Igreja é mulher. É a Igreja, não o Igreja”, ressaltou.

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Superadas as fases da “subordinação social” e da “igualdade absoluta”, analisou o Pontífice, configurou-se agora um novo paradigma, o da reciprocidade na equivalência e na diferença. Isto é, a relação homem-mulher deveria reconhecer que ambos são necessários enquanto possuem uma idêntica natureza, mas com modalidades próprias.

Agressão

No âmbito desta reciprocidade, Francisco destacou como, infelizmente, o corpo feminino – símbolo de vida – é agredido e deturpado inclusive pelos companheiros de vida.

“As tantas formas de escravidão, de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres nos comprometem, portanto, a trabalhar para derrotar esta forma de degradação que o reduz a um puro objeto de venda nos vários mercados. Desejo chamar à atenção, neste contexto, à dolorosa situação de tantas mulheres pobres, obrigadas a viver em condições de perigo, de exploração, relegadas às margens das sociedades e vítimas de uma cultura do descartável.”

Mulher na Igreja

Quanto ao papel da mulher na Igreja, o Papa se diz convicto da urgência de oferecer espaços às mulheres, levando em consideração as específicas e diversificadas sensibilidades culturais e sociais.

“É desejável, portanto, uma presença feminina mais ramificada e incisiva nas comunidades, de modo que possamos ver muitas mulheres envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, assim como na reflexão teológica.”

Por fim, Francisco encorajou ainda a presença eficaz das mulheres na esfera pública, no mundo do trabalho e nos locais onde são adotadas as decisões mais importantes. “Todas as instituições, inclusive a comunidade eclesial, são chamadas a garantir a liberdade de escolha para as mulheres, para que tenham a possibilidade de assumir responsabilidades sociais e eclesiais, num modo harmônico com a vida familiar.”

O Sofrimento é regenerador e gerador de vida

O Sofrimento é regenerador e gerador de vida


Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o dia do Senhor e nós sabemos que a liturgia dominical é iluminação da vida nas mais diversas situações em que vivemos. Nada fica obscuro diante do Senhor da vida, principalmente o sofrimento. Nós perguntamos por que existem muitas pessoas sofrendo nesse mundo? Quantas situações nebulosas nos cercam como guerras, injustiças, calamidades, secas, pobreza, fome, doenças brigas, desavenças, inveja etc., que nos fazem pensar e questionar. Quem é culpado de tudo isso? Seria o pecado ou castigo de Deus? Deus poderia intervir nisso? E qual seria o sentido da dor e sofrimentos em nossas vidas? Hoje celebramos o dia mundial dos enfermos e que nos ajuda a ser mais compassivo com os que mais sofrem nesta vida.

A liturgia bíblica desse domingo nos dá uma resposta seguras dessas indagações que fazemos a toda hora diante desses acontecimentos contrários da vida.

No livro de Jó os mostra a experiência do sofrimento vivida por Jó. Ele era um homem bom, justo e tinha uma boa família e muitos bens. De uma hora para outra se viu pobre, arruinado, sem bens, com os filhos mortos e com doença grave. Essa situação horrível na sua vida fez com que o seu coração experimentasse a amargura e revolta contra Deus. Todos achavam que eram castigo de Deus para ele, mas Jó lamenta essa condição adversa que esta acometido em sua vida, mas confia em Deus, que é a esperança e razão de sua existência. Isso é fé, embora ele começasse até amaldiçoar o dia de seu nascimento, mas jamais amaldiçoou a Deus. Ele reconhece a beleza de Deus em tudo no mundo. Isso é sabedoria de Deus que tudo faz para a humanidade. Nós não podemos esquecer que Deus cuida de nós e nos dá força na doença e nas privações de nossa vida. O sofrimento e a dor nos faz crescer. (cf. Jó 7,1-4.6-7)

Na carta de São Paulo aos coríntios temos essa expressão "ai de mim se não evangelizar". Isso é o principio de vida que movimentou  e norteou a missão de Paulo. Ele passou por muito sofrimento, perseguição, prisão e até o martírio de morte por causa de Cristo. Será que somos capazes de dar a nossa vida pela causa de Cristo e da sua Igreja nos momento de sofrimento, dor e perseguição? Essa situação de nossa missão deve ser pensada e refletida. (cf. 1Cor 9,16-19.22-23)

O evangelista São Marcos nos narra a jornada messiânica de Cristo na Galileia. Lá, Jesus proclama o Reino de Deus e Ele é para todos que ouvem a vontade de Deus em suas vidas. O anuncio da salvação e libertação por Jesus se tornam visíveis nas suas palavras, nos seus gestos e atitudes diante do povo. Jesus é solidário aos doentes e sofredores e é atento a essas necessidades do povo. Assim,  Jesus age a favor dos doentes, curando-os e libertando-os de todo mal. Na casa de Pedro Jesus cura sogra dele e ela imediatamente vêm servi-los. A doença paralisa e a cura liberta e dá vida as pessoas. Toda ação de Jesus é antes preparada na oração e deserto onde Jesus entra em comunhão com Deus Pai. Jesus é vencedor do mal e nos permite estar com Ele, gerando vida nova em nós. Nós devemos abrir o nosso coração para semente de vida que vem de Jesus e aderir a Ele plenamente. (cf. Mc 1,29-39)

Que esta liturgia que estamos celebrando nos ajude a entender o sofrimento e a dor que pode acometer em nossa vida e de todos os doentes que sofrem nesse mundo, principalmente aqueles que são privados de atendimentos do serviço de saúde.
Tudo por Jesus nada sem Maria!!!


Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

Mais de 25 mil são vítimas do Tráfico humano no Brasil

Mais de 25 mil são vítimas do Tráfico humano no Brasil 

O Papa Francisco convocou para este domingo, 8, o 1º Dia de Oração contra o Tráfico Humano; Saiba qual a realidade deste problema no Brasil 

Kelen Galvan
Da redação


Mais de 2,5 milhões de pessoas são vítimas de tráfico humano em todo o mundo / Foto: Wesley Almeida
O tráfico humano é uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, que vitima aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

O problema é acompanhado de perto pelo Papa Francisco que, desde o início do seu Pontificado, chama a atenção para a causa. Exemplo disso, é a recente mensagem para o http://papa.cancaonova.com/em-mensagem-para-dia-mundial-da-paz-papa-condena-escravidao/, na qual o Santo Padre pede um esforço comum e leis mais justas para acabar com as formas de escravidão modernas.

E também a convocação do dia(ver: http://papa.cancaonova.com/papa-convoca-dia-de-oracao-contra-o-trafico-de-seres-humanos/ que será realizado neste domingo, 8. Data em que a Igreja Católica recorda http://santo.cancaonova.com/santo/santa-josefina-bakhita/, uma escrava que viveu na pele essa realidade.

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Dados oficiais mostram apenas uma parte da realidade, afirma a coordenadora da Rede Um Grito pela Vida, Irmã Eurides Alves de Oliveira / Foto: CRB Nacional
Dados oficiais mostram apenas uma parte da realidade, afirma a coordenadora da http://gritopelavida.blogspot.com/, Irmã Eurides Alves de Oliveira / Foto: CRB Nacional
No Brasil, segundo dados oficiais do Ministério da Justiça de 2013, mais de 25 mil pessoas são vítimas desse crime. A grande maioria na região norte do país.

Mas, segundo a coordenadora da Rede Um Grito pela Vida, Irmã Eurides Alves de Oliveira, os números mostram apenas uma parte da realidade.

A rede, criada há oito anos, é formada por religiosas e trabalha diretamente com o enfrentamento do tráfico humano. Atualmente conta com mais de 250 representantes, de diversas congregações, em 22 estados do país.

Em entrevista ao noticias.cancaonova.com, a responsável fala sobre a realidade do tráfico humano no país e as ações de prevenção e assistência às vítimas deste crime.

Leia, abaixo, a entrevista na íntegra:

noticias.cancaonova.com: Diante do cenário atual brasileiro, quais os dados mais recentes sobre os casos de tráfico humano no Brasil?

Irmã Eurides Alves: Quando a gente fala de dados, estamos sempre falando de estatísticas oficiais que correspondem a uma parte da realidade. E a gente convive no Brasil com uma certa dificuldade de um banco de dados mais atualizado. Mas, o que nós temos recentemente do país são os dados do Ministério da Justiça, de 2013, que eles se baseiam nas fontes dos organismos internacionais e de pesquisas precárias que o país tem realizado.

Nós temos dados bem defasados. No Brasil hoje falam-se de mais de 25 mil pessoas em situação de tráfico humano para o trabalho escravo, mais ou menos 700 mulheres que atravessam anualmente as fronteiras internacionais do tráfico para fins de exploração sexual e falam-se de mais de 240 rotas de tráfico no país, das quais, mais de 60% corresponde ao tráfico interno (das cidades menores para as maiores, das regiões menos favorecidas para as de maior porte) focado sobretudo na exploração sexual de mulheres e crianças.

Falam-se também de um grande fluxo de tráfico nas fronteiras do país. Nós temos um diagnóstico de 2013, mas que não traz números exatos, mas aponta o país como o responsável por 15% do tráfico humano – ou seja, daquilo que a OIT fala de mais de 20 milhões de pessoas ao ano, somos responsáveis por 15% desse tráfico de fronteira dentro da América Latina.

noticias.cancaonova.com: Quais são as regiões mais afetadas no país?

Irmã Eurides Alves: Segundo os dados estatísticos oficiais, o Norte, seguido pelo Nordeste, Sudeste, Centro-oeste e Sul. Nessa escala.

Uma pesquisa bem defasada, porque a gente quase não tem como mensurar, até porque o conceito de rotas hoje migra muito. Sobretudo agora com esse fluxo migratório que estamos tendo, que é assustador. Não no sentido que é ruim, porque as pessoas têm o direito de ir e vir e correr atrás dos seus sonhos, mas a gente está tendo uma migração forçada muito grande nas fronteiras. Então as rotas migram muito, porque as pessoas tentam entrar onde conseguem maior facilidade, mas o mapa das rotas que nós temos (de 2002 a 2005) destaca a região norte com 76 rotas.

As estatísticas são importantes, quero afirmar isso, mas elas não são exatas. Porque na verdade há um estereótipo de que tráfico é coisa, normalmente, de pessoas mais vulneráveis, da miséria absoluta, e se criou um estereótipo de que isso está na região norte e nordeste do país, então o foco de pesquisa acaba sendo maior nessa região.

No sudeste há um grande número de vítimas do tráfico. Se pegamos os dados da Casa do Migrante de São Paulo, teremos, dentro do percentual que eles falam da migração, quase 70% de pessoas com histórias de vida que evidenciam tráfico humano. Mas elas não estão nas estatísticas de tráfico humano, estão nas estatísticas da migração.

Não estou dizendo que todo imigrante é [vítima do] tráfico, mas muitos dos indícios de migração, das pessoas que vêm, o tipo de trabalho que fazem, eles acabam tendo na sua história de vida, ouvida pelos agentes da Pastoral do Migrante e por nós também da Rede, na escuta, a história é “ipsis litteris” do tráfico de pessoas, mas como não tem uma estatística, não foi registrado. Como eles também têm dificuldade de se identificarem como vítimas, isso não entra nos órgãos oficiais.

Por isso, eu costumo dizer para o pessoal, esses são os números oficiais; na vida real você pode dobrar e triplicar, sem medo de errar.

Nossa briga com o Ministério da Justiça tem sido essa, para poder ultrapassar a estatística só com os números de inquéritos. Porque as pesquisas são feitas a partir das denúncias, e a gente tem no país uma cultura difícil, com pessoas que têm dificuldade de fazer as denúncias, até porque precisam se expor, lidar com questões de estereótipo, questões morais e uma burocracia imensa.

Nós divulgamos sempre os números de denúncia (100 e 180) e os números locais de cada estado. As denúncias cresceram de 2005 para cá, mas elas ainda são precárias.

noticias.cancaonova.com: A Campanha da Fraternidade do ano passado deu bastante visibilidade a essa questão do tráfico humano aqui no país. Na sua concepção, como a campanha contribuiu para mobilizar as consciências das pessoas com relação a essa problemática?

Irmã Eurides Alves: A http://noticias.cancaonova.com/equipe-da-cnbb-avalia-acoes-da-campanha-da-fraternidade-2014/ foi um ápice, porque é uma iniciativa da CNBB que tem muita credibilidade. Então ela foi um ápice no sentido que, o primeiro ganho foi dar visibilidade à questão e ajudar as pessoas a identificar as situações que configuram tráfico.

Ela provocou muita sensibilização e muitas organizações passaram a pautar o tema nas suas bandeiras de luta a partir da campanha.

Nós, como a Rede Um grito pela Vida, trabalhamos de manhã, tarde e noite, circulamos esse país de norte a sul. Nossa rede cresceu muito com a adesão de professores, pessoas do direito, assistentes sociais… fizemos um trabalho de capacitação dos agentes públicos, com conselheiros tutelares.

A Campanha da Fraternidade, do ponto de vista de chamar a atenção da sociedade, ajudar a superar a indiferença e a conscientizar sobre o problema, teve um salto muito grande. E provocou a adesão de muita gente para este trabalho, despertou muito na juventude a consciência de que o tráfico humano não é algo distante ou de alguns.

Muitas sugestões foram dadas pelas comunidades, sobretudo com linhas de fortalecer as políticas públicas de atendimento às mulheres e jovens, de fazer com que o governo estadual e federal consolide a criação dos núcleos de enfrentamento.

Inclusive, neste ano de 2015, numa avaliação que fizemos como rede, fechamos a http://noticias.cancaonova.com/projeto-para-combater-trafico-humano-e-lancado-no-vaticano/ da copa da copa, a campanha da copa, e foi um “boom” de formação de consciência.

Agora a tentativa é sistematizar essas informações todas e fazer de 2015 um ano de pressão política, fazer chegar esse clamor, em forma de propostas e sugestões aos governos, para fortalecer a política pública de enfrentamento ao tráfico no país.

noticias.cancaonova.com: Quais as ações realizadas para buscar solucionar essa problemática no país, tanto em âmbito preventivo quanto de apoio às vítimas?

Irmã Eurides Alves: Vou falar a partir do poder público e depois da sociedade civil. A partir do poder público, há uma lentidão muito grande nas ações. O temos de conquista? De 2005 pra cá, já temos uma política de enfrentamento ao tráfico de pessoas e dois planos, um que foi de 2008 a 2012, que visava uma atuação mais efetiva do estado, sobretudo a implantação dos núcleos de enfrentamento nos estados e dos comitês de atenção às vítimas.

No período de 2008 a 2010 foi feita pouca coisa. Teoricamente, foram instalados 11 núcleos de enfrentamento, mas terminamos fazendo um balanço de funcionamento de dois ou três.

A partir de 2012, nós construímos, com a participação mais efetiva da sociedade civil, a partir de uma avaliação muito séria da morosidade do estado, o segundo plano de enfrentamento ao tráfico. E desde então, houve um pequeno avanço.

Hoje temos 17 núcleos de enfrentamento nos estados do país, destes, 60% funcionam razoavelmente do ponto de vista de acolher as denúncias, da confecção de material e de realização de alguns seminários em pontos estratégicos, sobretudo nessa linha das fronteiras, tem feito algumas capacitações de agentes públicos, mas é muito moroso.

O grande limite do estado é o atendimento às vítimas. Hoje o estado praticamente não tem casas-abrigo para vítimas de tráfico. O que se divulga é que só tem três abrigos em nível de Brasil. Na maioria das vezes, as vítimas são colocadas nos espaços da ONGs ou recorre-se à secretaria das mulheres, e elas são acolhidas nos mesmos abrigos das mulheres que sofrem de violência doméstica.

Do ponto de vista da sociedade civil, nós temos poucas organizações que trabalham a questão do tráfico, mas podemos citar, do ponto de vista mais eclesial, a Rede um Grito pela vida, a pastoral da mulher marginalizada, temos uma parceria grande com o pessoal da mobilidade humana – que não tem como foco específico o tráfico humano, mas tem um vínculo muito grande.

O trabalho que é realizado é praticamente em três viés. Um trabalho intenso de prevenção, e isso se dá muito através da capacitação, com cursos, seminários e oficinas com todo tipo de público. Temos investido grande força na questão da educação, ido nas escolas, trabalhado com a juventude e com as comunidades. Temos feito um trabalho enorme de mediação dos casos, ouvido as histórias, incentivado e acompanhado as pessoas, ido junto para fazer os registros, e tentado tornar o trabalho intersetorial, buscando envolver várias secretarias nesse atendimento, como é o caso dos conselhos tutelares, buscamos trabalhar em conjunto com eles, a secretaria de assistência social e também as universidades, para ampliar a formação da consciência dos profissionais que estão saindo para trabalhar na sociedade.

E a outra luta grande é no sentido de ocupar os espaços nesses comitês de enfrentamento que existem no estado e de participar ativamente com sugestões, com cobranças e com mobilizações para que o governo avance na questão sobretudo do atendimento às vítimas e um maior rigor na punição dos culpados.

Como rede não temos nenhuma casa abrigo, o que fazemos é quando aparece o caso fazer a mediação para conseguir onde colocar essa pessoa. Às vezes num espaço público ou se tiver uma congregação que atua mais diretamente com essa realidade.

noticias.cancaonova.com: O Papa Francisco tem manifestado sua preocupação constante com o tema. Tendo em vista a importância da figura do Papa, que diferença esses apelos constantes têm feito para a mobilização no combate ao tráfico humano?

Irmã Eurides Alves: O Papa Francisco tem sido um grande aliado, primeiro do ponto de vista de sua sensibilidade às questões sociais, que tem encantado o mundo e levado o recado contra essa lógica que coloca as pessoas em segundo plano, e o dinheiro, o interesse e o poder acima de tudo.

O grande legado do Papa é a volta que a gente tem que fazer para colocar as pessoas no centro da vida, e cuidar e defender essa vida com rigor.

E a sua consciência de que o tráfico humano, dentre os grandes problemas da humanidade, é hoje um dos mais urgentes, que está tomando proporção muito grande, porque existe em todos os continentes. É um problema do mundo.

Então, a sua convocação chega para nós como uma interpelação de Deus, de justiça social, como uma interpelação à nossa pessoa, enquanto humano e cidadão.

Ele tem sido um grande parceiro, suas frases têm sido usada por nós no trabalho de sensibilização, e têm sido inovadoras suas iniciativas. Ele tem marcado presença em todos os locais onde se discute a questão. Junto ao conselho dos migrantes, à vida religiosa consagrada, e agora, o primeiro ano em que a gente celebra o Dia Internacional de oração e reflexão sobre o tráfico humano, no dia em que a Igreja celebra Santa Bakhita, que foi uma escrava vítima do trafico humano.

Sem dúvida, a mensagem do Papa Francisco é convocatória, que confirma nossa luta, que nos desafia a avançar, e traz para o mundo a seriedade desse problema. E como diz ele, é um compromisso de fé, porque a chaga do tráfico humano no corpo da humanidade é a chaga do tráfico humano no corpo de Cristo, e porque é também um grande crime, que precisa ser combatido por todos.

Eu costumo dizer que uma sociedade sem tráfico humano é de fato um apelo e só será possível erradicá-la se for assumida por todos, pela Igreja, pela vida religiosa, pela sociedade e pelo estado.

E isso é feito através de uma ação planejada e articulada com todos esses serviços. E acho que o Papa Francisco tem nos apoiado nesta perspectiva.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ouvir Jesus, não as novelas e fofocas, pede Papa

Ouvir Jesus, não as novelas e fofocas, pede Papa 

Francisco lembrou a importância de contemplar Jesus no Evangelho, em vez de perder tempo com fofocas e novelas

Da Redação, com Rádio Vaticano

Na homilia desta terça-feira, 3, o foco do Papa Francisco foi para a oração de contemplação. 

O Santo Padre voltou a convidar os fiéis a lerem cotidianamente o Evangelho, mesmo que por alguns minutos, pois isso ajuda a ter esperança e a manter o olhar fixo em Jesus, em vez de perder tempo com novelas e fofocas do vizinho.


As reflexões partiram de um trecho http://liturgia.cancaonova.com/liturgia/sao-bras-terca-feira-03022015/, que se concentra na esperança. Francisco destacou que, sem escutar Deus, talvez a pessoa possa ter otimismo, ser positiva, mas a esperança se aprende somente olhando para Jesus.

Lembrando a importância de orações como o Rosário e o diálogo que se deve ter com Deus, o Papa enfatizou a oração de contemplação, que só pode ser feita com o Evangelho em mãos. Ele deu um exemplo: no Evangelho de hoje, que fala de Jesus em meio ao povo, aparece cinco vezes a palavra “multidão”. É um convite a pensar na vida de Cristo sempre com o povo.

“Jesus estava continuamente entre o povo. E se olho para Ele assim, contemplo-O assim e O imagino assim. E digo a Jesus aquilo que me vem à mente dizer-lhe.”

Jesus não somente entende a multidão, mas sente o coração de cada um bater e toma conta de todos, disse o Papa, citando o trecho do Evangelho em que Jesus se sente tocado ao ver uma mulher doente em meio à multidão. O Pontífice destacou a paciência de Jesus e o fato de que Ele sempre considerava até mesmo os pequenos detalhes.

“O que eu fiz com este Evangelho é justamente a oração de contemplação: pegar o Evangelho, ler e imaginar-me nas cenas, imaginar o que acontece e falar com Jesus, como me vem ao coração. E com isso nós fazemos crescer a esperança, porque temos o olhar fixo no Senhor”.

Francisco convidou os fiéis a fazerem essa oração de contemplação, mesmo que seja por 15 minutos apenas. “Assim, o teu olhar estará fixo em Jesus e não tanto na telenovela, por exemplo. O teu ouvido estará fixo nas palavras de Jesus e não tanto nas fofocas do vizinho.”

A oração de contemplação, segundo o Papa, ajuda a ter esperança e a viver da sustância do Evangelho. A partir dessa oração, a vida cristã se move entre a memória e a esperança, disse.

“Memória de todo o caminho passado, de tantas graças recebidas do Senhor. E esperança, olhando para o Senhor, que é o único que pode me dar a esperança. E para olhar para o Senhor, para conhecê-Lo, peguemos o Evangelho e façamos esta oração de contemplação”.

Papa: não há lugar no clero para quem abusa de menores

Papa: não há lugar no clero para quem abusa de menores 

Queridos irmãos e irmãs, não se pode deixar impunes aqueles que forem culpados no abuso de crianças, pois a inocência deles não pode se maculada por pessoas inescrupulosas. A Igreja é sabia e prudente, por isso ela é vigilante e guardiã dos bons costumes e não deixa que esse mal alastra no seio da Igreja. Sabemos que o ministério é dom e deve ser exercido por aqueles que ama a Igreja e Jesus, que é o supremos pastor que doa a sua vida por todos. Os sofrimentos causados por esses maus servidores da Igreja devem ser acolhidos no mistério da cruz de Cristo. Que seja excluído esse mal na Igreja e que abra horizonte de uma Igreja mãe que zela e cuida de seus filhos. Amém - (Jose Benedito Schumann Cunha)

Papa Francisco envia carta sobre Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, pedindo colaboração de bispos e religiosos para combater a chaga do abuso sexual contra menores

Jéssica Marçal (www.cancaonova.com)
Da Redação

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O Papa Francisco pede a colaboração de bispos e religiosos com a Comissão para a Proteção dos Menores, a fim de que seja garantida a segurança de crianças e adultos vulneráveis. Em carta divulgada nesta quinta-feira, 5, Francisco reitera a firme posição sobre o assunto: “não há lugar no ministério para aqueles que abusam dos menores”.

A carta foi enviada aos presidentes das Conferências Episcopais e superiores dos institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica, falando a respeito da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, instituída em março de 2014.

Em julho do mesmo ano, o Pontífice se encontrou com pessoas que sofreram abusos sexuais por parte de sacerdotes (Leia aqui). “Isso me confirmou na convicção de que é preciso continuar a fazer tudo possível para erradicar da Igreja a chaga dos abusos sexuais de menores e abrir um caminho de reconciliação e de cura em favor daqueles que foram abusados”, escreve o Santo Padre na carta.

Francisco acredita que a Comissão será um instrumento eficaz para ajudá-lo a animar e promover o empenho de toda a Igreja em colocar em ação medidas necessárias para garantir a proteção dos menores e adultos vulneráveis.

O Santo Padre quer que as famílias saibam que a Igreja não economiza esforços para proteger seus filhos e têm o direito de dirigir-se a ela com confiança, porque ela é uma casa segura. “Não poderá, portanto, ser dada prioridade a outro tipo de consideração, de qualquer natureza que seja, como, por exemplo, o desejo de evitar o escândalo, porque não há, absolutamente, lugar no ministério para os que abusam dos menores”.

Também é preciso, segundo o Papa, cuidar para que se dê plena atuação à http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20110503_abuso-minori_po.html, de 3 de maio de 2011, para ajudar as conferências episcopais em preparar orientações para o tratamento dos casos de abusos sexuais contra menores por parte dos clérigos.

Aos bispos e superiores, Francisco indica a tarefa de verificar que nas paróquias e outras instituições da Igreja seja garantida a segurança dos menores e adultos vulneráveis. Ele pede programas de assistência pastoral, que possam contar com serviços psicológicos e espirituais.

“Os pastores e os responsáveis pelas comunidades religiosas sejam disponíveis ao encontro com as vítimas e seus entes queridos: trata-se de ocasiões preciosas para escutar e para pedir perdão a quantos sofreram tanto”.