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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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terça-feira, 17 de março de 2015

O Papa Francisco anunciou a celebração de um Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo da Misericórdia

O que é um Jubileu e um Ano Santo?
Por María Ximena Rondón



Praça São Pedro no Vaticano. Foto: Lauren Carter / Grupo ACI. LIMA, 16 Mar. 15 / 09:58 am (ACI/EWTN Noticias).- 

O Papa Francisco anunciou a celebração de um Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo da Misericórdia, que começará em 8 de dezembro de 2015 e terminará em 20 de novembro de 2016, que começará com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro durante a solenidade da Imaculada Conceição.

O último Jubileu da Igreja foi proclamado pelo Papa São João Paulo II para comemorar os 2000 anos do nascimento de Cristo.

Depois da proclamação deste evento muitos se perguntam: O que é um jubileu? Um ano santo?

A celebração do jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado particular. Esta festa se realizava a cada 50 anos.

Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava.

Na Bíblia encontramos algumas passagens nas quais se menciona a celebração judaica. Talvez a mais importante se encontre no Levítico (Lv 25,8).

A palavra jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria.

Na tradição católica, o Jubileu consiste em que durante 1 ano se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições eclesiais estabelecidas pelo Vaticano. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo de anos já estabelecido. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado.

A Igreja Católica tomou como influência o jubileu hebraico e lhe deu um sentido mais espiritual. Nesse ano se dá um perdão geral, indulgências e se faz um chamado a aprofundar a relação com Deus e com o próximo. Por isso, cada Ano Santo é uma oportunidade para alimentar a fé e renovar o compromisso de ser um testemunho de Cristo. Também é um convite à conversão.

O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário.

O primeiro ano jubilar foi convocado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII. Estabeleceu-se que os seguintes jubileus se comemorassem a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um em sua vida.

O rito inicial do Jubileu começa com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Esta porta só se abre durante um Ano Santo. A abertura da porta significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. O Papa deve tocar a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: “Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino”- “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor”.

Quando se abrem, entoa-se o Te Deum e o Santo Padre atravessará esta porta junto com os seus acompanhantes.

segunda-feira, 16 de março de 2015

HISTÓRIA


[domingo, 04 de setembro de 2005]


 


Um encontro de muita aprendizagem


 

Amélia Prates Barbosa Souto, encantada*


 

Com significativa representação das paróquias, fiéis obreiros da Igreja Particular de Montes Claros estiveram reunidos nos dias 19, 20 e 21 do mês passado na Casa de Pastoral Comunitária do Bairro Santo Antônio, para a 2ª Reunião Ampla de Pastoral (RAP) de 2005. Presidiu a reunião o dedicado e querido coordenador arquidiocesano de pastoral, o Padre Reginaldo Wagner dos Santos, que contou com a enriquecedora presença do nosso primeiro e maior pastor da Arquidiocese de Montes Claros, o excelente Arcebispo Dom Geraldo Majela de Castro, que reforçou o significado do encontro no trabalho de evangelização, realizado por católicos comprometidos em resgatar e salvar almas, seguindo Jesus Cristo através de seus ensinamentos, numa demonstração de fé e compromisso nas ações do dia-a-dia e no caminho para se obter a salvação eterna.

 

O nosso objetivo maior é fazer o exercício do amor a Deus e ao próximo como tônica da vida humana. Com a participação competente das equipes, que refletiram o tema da RAP com empenho, o destaque do nosso encontro arquidiocesano vai para a organização, para a acolhida, para a exposição dos trabalhos produzidos, para a participação dos presentes, da equipe de limpeza, de distribuição dos assuntos ali vistos e comentados. O ministério de música, que diga-se de passagem, do mais alto nível, alimentou-nos com melodias cristãs tocantes, envolventes, trazendo o louvor e a devoção ao nosso Deus e à nossa Santíssima Mãe se encontrarem com nossa mística. Espiritualmente e alegremente, fomos agraciados com os momentos de recepção, convite e envio da 2ª RAP. Pedimos e agradecemos a Deus a presença dos irmãos engajados na luta social e que objetivam juntos o sucesso dos projetos religiosos.

 

Na RAP, discutiu-se ainda as ações deste ano desenvolvidas pelas nossas paróquias e comunidades e o nosso planejamento paroquial para 2006. Foram expostos os êxitos, os conflitos e os desafios da nossa caminhada, levando em conta o período de especial devoção à Eucaristia e a outras significativas lembranças relacionadas à evangelização, em especial, à proposta de cada um ser, onde estiver, um evangelizador. Ser Igreja de Jesus presente e ativa. Cada obreiro deve ser um apóstolo fiel, fervoroso, firme e convicto em suas atitudes do cotidiano. Dom Geraldo, na sua grande devoção, consagrou o encontro a Maria Santíssima. Ela como intercessora do entendimento e da união dos missionários participantes. No domingo, último dia de nossa reunião, comemoramos a Assunção de Nossa Senhora, Nossa Mãe Santíssima, e o Santo Padre, o Papa São Pio X, homenageado do dia que é Padroeiro secundário da nossa Arquidiocese.

 

Dessa maneira, temos que valorizar a vida. O desenvolvimento tecnológico deve estar condicionado à lei de Deus e à preservação da vida, que só a Ele pertence. Abominamos leis que permitem o aborto. Somos contra o uso das células-tronco do embrião para fins científicos. Essa prática ceifa a criação de Deus, a vida. Que outras células-tronco sejam usadas para salvar a vida, como as do cordão umbilical. Felizes com o nosso coordenador de pastoral, Padre Wagner, pelo amor às causas que ele e todos nós abraçamos, vamos priorizar o amor a Deus, ao próximo, à justiça e à promoção da fraternidade, da solidariedade, da união, do respeito e da humildade em nosso convívio cotidiano. Satisfeitos estamos ainda com a fidelidade dos cristãos da nossa Igreja, que executam seus trabalhos na prontidão e no compromisso da dedicação para alcançar os objetivos propostos pelos nossos projetos sociais. Agradecemos a Deus a alegria e a confiança dos nossos irmãos e irmãs, leigos e leigas da nossa Arquidiocese, na esperança de dias melhores.

 

Na 2ª RAP deste ano, comentamos sobre a 43ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu no início do mês passado. Discutimos a libertação e a dignidade humana do Catecismo da Igreja Católica. Ressaltamos o Ano Eucarístico que, no Brasil, será prolongado até a realização do Congresso Eucarístico Nacional de Florianópolis, Santa Catarina, no começo do ano que vem. Os representantes das paróquias fizeram também apresentação dos seus trabalhos e esclareceram sobre os conflitos, as dificuldades e os sucessos das nossas comunidades. Sentiu-se principalmente na 2ª RAP deste ano a aceitação das novas diretrizes arquidiocesanas, o Mutirão de Evangelização Solidário e Missionário da Igreja Particular de Montes Claros, uma porta aberta para o grande caminho do acerto para se evangelizar com convicção, apesar dos nossos conflitos diários, que são desafios a serem vencidos.

 

Evidenciou-se nesta Reunião Ampla de Pastoral a insistência na conscientização dos catequistas para sempre estarem aprendendo. Assim, eles alcançariam maiores êxitos em seu trabalho pastoral e teriam mais subsídios esclarecedores sobre as mudanças estabelecidas pela Igreja Católica no uso da metodologia que se faz na nossa Catequese e nas estratégias que identificam a razão e o motivo das mudanças. Por isso, precisamos trabalhar em harmonia social em vista a compreender e a conhecer as leis e os documentos da Igreja. O nosso coordenador arquidiocesano de pastoral, Padre Wagner, lembrou-nos ainda do Concílio Ecumênico Vaticano II, levando-nos a melhor aceitar as ações, as modificações e as aberturas por ele trazidas em decorrência do desenvolvimento social dos tempos em que vivemos. Foi muito lembrada e muito cobrada também a nossa Pastoral de Conjunto. Juntos seremos mais. Sozinho não se faz nada, ou melhor, nada se faz só. Padres, religiosos e leigos, todos num só caminho para Deus. Sem participação, compromisso e responsabilidade, não teríamos esta reunião, tão bem feita em todos os aspectos. As equipes responsáveis merecem parabéns pela organização da 2ª RAP deste ano.

 

Nosso coordenador de pastoral recordou ainda a importância da nossa participação e da nossa avaliação na síntese de um trabalho cristão lutador por um mundo melhor, por amor às nossas irmãs e aos nossos irmãos e a Deus. Apenas três dias de reflexão, de confraternização, exposição de trabalhos, discussão de contextos sociais, de muito entrosamento e a certeza de novos conhecimentos e reencontros com amigos e irmãos de fé. Um encontro de muita aprendizagem e muito calor humano. Os nossos queridos Arcebispo Dom Geraldo e Padre Wagner louvaram a Deus e agradeceram aos fiéis pelo carinho e sucesso dos nossos serviços pastorais. A despedida da RAP foi com orações e bênçãos na esperança de um novo encontro. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo hoje e sempre. Ele é princípio, meio e fim. Nosso Deus supremo, Senhor do universo. Amém.

 

                                            

*Amélia Prates Barbosa Souto é professora aposentada como diretora da Escola Estadual Gonçalves Chaves, voluntária da Pastoral da Educação da Arquidiocese de Montes Claros (Arquimoc) e imortal da Academia Montes-Clarense de Letras (AML)

domingo, 15 de março de 2015

Papa anuncia um Jubileu extraordinário: Ano Santo da Misericórdia

Papa anuncia um Jubileu extraordinário: Ano Santo da Misericórdia

Cidade do Vaticano (RV) 13/3/2015 - Um Jubileu extraordinário, um Ano Santo da Misericórdia: foi o anúncio que o Papa Francisco fez na tarde desta sexta-feira, na Basílica Vaticana, durante a homilia da celebração penitencial com a qual o Papa abriu a iniciativa “24h para o Senhor”. Um anúncio acolhido com o aplauso dos presentes.

“Decidi convocar um Jubileu extraordinário centralizado na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: “Sede misericordiosos como o vosso Pai” (cfr Lc 6,36). Este Ano Santo – explicou o Pontífice – terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e se concluirá em 20 de novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo e rosto vivo da misericórdia do Pai.”
Durante a homilia Francisco ressaltou a riqueza da misericórdia de Deus evidenciando “com quanto amor Jesus olha para nós, com quanto amor cura o nosso coração pecador”. A seguir, a homilia na íntegra:

Também este ano, na vigília do quarto Domingo da Quaresma, nos reunimos para celebrar a liturgia penitencial. Unimo-nos a tantos cristãos que, em todas as partes do mundo, acolheram o convite a viver este momento como sinal da bondade do Senhor. De fato, o Sacramento da Reconciliação permite recorrer confiantemente ao Pai para ter a certeza de seu perdão. Ele é verdadeiramente “rico de misericórdia” e a estende com abundância àqueles que recorrem a Ele com coração sincero.

Em todo caso, estar aqui para fazer a experiência de seu amor é, em primeiro lugar, fruto da sua graça. Como nos recordou o apóstolo Paulo, Deus jamais cessa de mostrar ao longo dos séculos a riqueza da sua misericórdia. A transformação do coração que nos leva a confessar os nossos pecados é “dom de Deus”, é “obra sua” (cfr Ef 2,8-10). Ser tocados com ternura por sua mão e plasmados pela sua graça permite-nos, portanto, aproximar-nos do sacerdote sem temor pelas nossas culpas, mas com a certeza de ser por ele acolhidos em nome de Deus, e compreendido apesar de nossas misérias. Saindo do confessionário, sentiremos a sua força que dá novamente a vida e restitui o entusiasmo da fé.
O Evangelho que ouvimos (cfr Lc 7, 36-50) nos abre um caminho de esperança e de conforto. É bom sentir sobre nós o mesmo olhar de compaixão de Jesus, assim como o percebeu a mulher pecadora na casa do fariseu. Neste trecho duas palavras retornam com insistência: amor e juízo.

Há o amor da mulher pecadora que se humilha diante do Senhor; mas antes ainda há o amor misericordioso de Jesus por ela, que a impele a aproximar-se. Seu choro de arrependimento e de alegria lava os pés do Mestre, e seus cabelos os enxugam com gratidão; os beijos são expressão de seu afeto puro; e o unguento perfumado derramado com abundância atesta como Ele é precioso a seus olhos. Cada gesto desta mulher fala de amor e expressa seu desejo de ter uma certeza inquebrantável em sua vida: a de ter sido perdoada. E Jesus lhe dá essa certeza: acolhendo-a demonstra-lhe o amor de Deus por ela, justamente por ela! O amor é o perdão são simultâneos: Deus lhe perdoa muito, tudo, porque “muito amou” (Lc 7,47); e ela adora Jesus porque sente que n’Ele há misericórdia e não condenação. Graças a Jesus, seus muitos pecados Deus os deixa para trás, não os recorda mais (cfr Is 43,25). Para ela, então, tem início uma nova estação; renasceu no amor para uma vida nova.
Esta mulher verdadeiramente encontrou o Senhor. No silêncio, abriu-lhe o coração; na dor, mostrou-lhe o arrependimento por seus pecados; com seu choro, apelou à misericórdia divina para receber o perdão. Para ela não haverá nenhum juízo a não ser o que vem de Deus, e este é o juízo da misericórdia. O protagonista deste encontro é certamente o amor que vai além da justiça.

Simão o fariseu, pelo contrário, não consegue encontrar o caminho do amor. Permanece parado na soleira da formalidade. Não é capaz de dar o passo sucessivo para ir ao encontro de Jesus que lhe traz a salvação. Simão limitou-se a convidar Jesus para o almoço, mas não o acolheu verdadeiramente. Em seus pensamentos invoca somente a justiça, e assim fazendo, erra. Seu juízo sobre a mulher o distancia da verdade e não lhe permite nem mesmo compreender quem é o seu hóspede. Deteve-se na superfície, não foi capaz de olhar para o coração. Diante da parábola de Jesus e da pergunta sobre qual servo amou mais, o fariseu responde corretamente: “Aquele ao qual perdoou mais”. E Jesus observa: “você julgou bem” (Lc 7,43). Somente quando o juízo de Simão é dirigido ao amor, então ele acerta.

O chamado de Jesus leva cada um de nós a jamais deter-se na superfície das coisas, sobretudo quando temos diante de nós uma pessoa. Somos chamados a olhar além, a nos voltar para o coração para ver de quanta generosidade cada um de nós é capaz. Ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus; todos conhecem o caminho para ter acesso a ela e a Igreja é a casa que todos acolhe e a ninguém rejeita. Suas portas permanecem escancaradas, a fim de que aqueles que foram tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Maior é o pecado e maior deve ser o amor que a Igreja expressa para com aqueles que se convertem.

Caros irmãos e irmãs, pensei muitas vezes sobre como a Igreja possa tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que se inicia com uma conversão espiritual. Por isso decidi convocar um Jubileu extraordinário centralizado na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da palavra do Senhor: “Sede misericordiosos como o vosso Pai” (cfr Lc 6,36).

Este Ano Santo terá início na próxima solenidade da Imaculada Conceição e se concluirá em 20 de novembro de 2016, Domingo de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do universo e rosto vivo da misericórdia do Pai. Confio a organização deste Jubileu ao Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, a fim de que possa animá-lo como uma nova etapa do caminho da Igreja em sua missão de levar a toda pessoa o Evangelho da misericórdia.

Estou certo de que toda a Igreja poderá encontrar neste Jubileu a alegria para redescobrir e tornar fecunda a misericórdia de Deus, com a qual todos somos chamados a dar consolação a todo homem e toda mulher de nosso tempo. Desde já o confiamos à Mãe da Misericórdia, a fim de que volte para nós o seu olhar e vele sobre nosso caminho.

http://br.radiovaticana.va/…/papa_anuncia_jubileu_e…/1129315

segunda-feira, 9 de março de 2015

Vaticano: Papa desafia teólogos a prosseguir «renovação» do Concílio Vaticano II

Vaticano: Papa desafia teólogos a prosseguir «renovação» do Concílio Vaticano II
Agência Ecclesia 09 de Março de 2015, às 12:15        
Francisco propõe reflexão académica atenta à realidade e às «fronteiras» da sociedade

Cidade do Vaticano, 09 mar 2015 (Ecclesia) - O Papa Francisco desafiou hoje os teólogos católicos a prosseguir a “renovação” promovida pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), propondo uma reflexão atenta à realidade e às “fronteiras” da sociedade.

“O Concílio Vaticano II representou uma atualização, uma releitura do Evangelho na perspetiva da cultura contemporânea. Produziu um movimento irreversível de renovação que vem do Evangelho e agora é preciso avançar”, escreve Francisco, numa mensagem enviada ao grão-chanceler da Pontifícia Universidade Católica Argentina, cardeal Mario Aurelio Poli, por ocasião do 100.º aniversário da Faculdade de Teologia.

O texto, divulgado hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, sustenta que o ensino e o estudo da Teologia implicam “viver numa fronteira”, onde o Evangelho se encontra com “as necessidades das pessoas”, de forma “compreensível e significativa”.

“Nos dias de hoje, a Teologia deve abordar também os conflitos, não só os que sentimos dentro da Igreja mas também os que afetam todo o mundo e os que se vivem pelas ruas da América Latina”, escreve o Papa argentino.

Francisco pede que o lugar das reflexões teológicas sejam “as fronteiras”, com teólogos que “cheirem ao povo e à rua” e não “burocratas do sagrado”.

“Que a Teologia seja expressão de uma Igreja que é ‘hospital de campanha’, que vive a sua missão de salvação e de cura no mundo”, prosseguiu.

A mensagem recorda a necessidade de refletir sobre a “centralidade da misericórdia” na várias disciplinas teológicas para que estas não se transformem numa “mesquinhez burocrática” ou numa ideologia que procura “domesticar o mistério” de Deus.

OC

domingo, 8 de março de 2015

Angelus: O chicote do Senhor é a misericórdia

Angelus: O chicote do Senhor é a misericórdia

Papa Francisco convida a abrir a porta para Cristo fazer uma limpeza. E fala especialmente a todas as mulheres que constroem uma sociedade mais humana

Por Salvatore Cernuzio

ROMA, 08 de Março de 2015 (Zenit.org) - "O Senhor sente-se verdadeiramente em casa na minha vida? Permito-lhe fazer uma "limpeza" no meu coração e expulsar os ídolos, ou seja, aquelas atitudes de ganância, ciúme, mundanidade, inveja, ódio, aquelas atitudes de bisbilhotice?".

Questão crucial que Papa Bergoglio lançou hoje diante dos numerosos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para o Angelus. Questão inspirada no Evangelho de hoje, onde Jesus – refere João- “fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas”.

Cristo vem, portanto, fazer uma "limpeza" no templo. Nesta passagem, explica o Papa, temos "o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: seu corpo, destruído na cruz pela violência do pecado, se transformará na Ressurreição no lugar de encontro universal entre Deus e os homens".

Mas "o verdadeiro templo" mencionou o Messias é sua "humanidade", disse o Pontífice, o lugar "onde Deus se revela, fala, se faz encontra". Por isso, acrescenta, "os verdadeiros adoradores de Deus não são os guardiões do templo material, os detentores do poder e do saber religioso", mas aqueles que adoram a Deus “em espírito e em verdade."

E todos os cristãos, neste tempo quaresmal de preparação para a Páscoa, são chamados a adorar a Deus "em espírito e em verdade". "Caminhamos no mundo como Jesus e fazemos de toda a nossa existência um sinal do seu amor pelos nossos irmãos, especialmente os mais fracos e os mais pobres", exorta o Santo Padre.

Desta forma, "construiremos um templo para Deus nas nossas vidas" e tornaremos Cristo "acessível" para muitas pessoas que encontramos no nosso caminho. "Se nós somos testemunhas de Cristo vivo, muitas pessoas encontrarão Jesus em nós, em nosso testemunho", reafirma o Papa.

Antes de levá-lo aos outros, é bom “organizar” um pouco por dentro. Ou seja, perguntar-se realmente se permitimos que Jesus faça essa “limpeza” de todo o comportamento contra Deus, contra os outros e contra nós mesmos. "Cada um responda para si, em silêncio, em seu coração", disse Francisco.

E insiste: "Eu permito que Jesus faça um pouco de 'limpeza' no meu coração? Oh padre, eu tenho medo de que me ‘batam’... “. Mas “Jesus nunca bate ... Jesus vai limpar com ternura, com misericórdia, com amor. A misericórdia é a sua maneira de limpar".

Agora, sem nenhum medo – encoraja o Santo Padre - "deixemos que o Senhor entre com a sua misericórdia - não com o chicote! Com a sua misericórdia para limpar os nossos corações. O chicote de Jesus para conosco é a sua misericórdia. Vamos abrir a porta para que Ele faça uma "limpeza".

"Jesus sabe o que está em cada um de nós, e conhece bem o nosso maior desejo: ser habitados por Ele". E cada “Eucaristia que celebramos com fé nos faz crescer como templo vivo do Senhor, graças à comunhão com o seu Corpo, crucificado e ressuscitado", disse o pontífice.

O convite é para deixar Cristo entrar "em nossas vidas, em nossas famílias, em nossos corações". Ao lado de Maria "morada privilegiada do Filho de Deus": a Virgem – reza o Papa - "nos acompanhe e sustente no itinerário quaresmal, para que possamos redescobrir a beleza do encontro com Cristo, que nos liberta e nos salva".

Depois da oração mariana, Francisco cumprimentou os fiéis de Roma e os peregrinos de várias partes do mundo: Curitiba (Brasil), Treviso, Genoa, Crotone, L'Aquila e Domodossola e os rapazes de Garda, que receberam o Crisma. E convidou a todos, especialmente durante esta Quaresma, a estarem mais próximos das pessoas que estão a viver momentos de dificuldade: próximos com o afeto, a oração e a solidariedade.

O pensamento mais bonito, o Papa dirigiu às mulheres, por ocasião da festa de hoje, 8 de março: "Saudação a todas as mulheres que em cada dia procuram construir uma sociedade mais humana e acolhedora. Um obrigado fraterno também àquelas que em mil modos testemunham o Evangelho e trabalham na Igreja”, disse Bergoglio.

E espontaneamente, em meio aos aplausos dos fiéis, acrescentou: "Esta é uma oportunidade para reafirmar a importância das mulheres e a necessidade da sua presença na vida. Um mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril, porque as mulheres não apenas trazem a vida mas nos transmitem a capacidade de olhar mais além".

As mulheres, continuou o Santo Padre, “nos transmitem a capacidade de entender o mundo com olhos diferentes, de sentir as coisas com um coração mais criativo, mais paciente, mais terno". E invocou então "uma oração e uma bênção especial para todas as mulheres aqui presentes na Praça e para todas as mulheres", e terminou como habitualmente, desejando a todos "um bom domingo e bom almoço".

Devemos procurar Jesus, Ele é o novo Templo

Devemos procurar Jesus, Ele é o novo Templo


Queridos irmãos e irmãs, estamos no 3º Domingo do Tempo da Quaresma. Esse tempo é para nós renovarmos o nosso coração e a nossa vida para que haja purificação. Isso nós sempre fazemos em nossas faxinas de nossas casas para que os mofos sejam retirados juntamente com aquelas sujeiras escondidos nos cantos dos cômodos. Então, devemos nos preparar a nossa vida para a grande festa da Pascoa que nos traz a imensa alegria de termos vida nova em Cristo Vivo. Hoje, também celebramos o dia Internacional da Mulher, uma personagem importante na família, na sociedade e na Igreja.

As leituras desse domingo nos leva a refletir na visão da Igreja judaica que estava focada em dois pontos: A Lei de Deus e o Templo. Isso foi alterando o seu sentido genuíno ao longo do tempo, portanto precisava de purificação. A lei é para ajudar o homem e o templo é o lugar do encontro com Deus com seu Povo. Jesus é o caminho certo de chegar a Deus, Ele mesmo dá um novo sentido lei em uma nova visão onde primazia é o amor a Deus e aos irmãos e o Templo vai ser Ele, pois se quisermos estar com Deus devemos passar por Ele que é a porta de entrada.

No livro do Êxodo temos a entrega da Lei num contexto de Êxodo dos Judeus e da Pascoa. Isso vai ser parte de uma aliança de Deus com seu povo, pois Deus é fiel as promessas e o acompanha na travessia do mundo. O nosso Deus é libertador como está escrito: "Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da escravidão do Egito". A lei dada é fruto do amor de um Deus que ama infinitamente o homem. Deus não quer que o homem esteja escravo das paixões humanas do Egito, isto é, uma escravidão que anulava a liberdade do homem. Se formos livres podemos também lutar pela liberdade de todos que estão privados dela. Se quisermos ser felizes e livres devemos obedecer os mandamentos que são guias seguras para chegarem ao Reino definitivo. Como devemos agir diante da Lei de Deus? Simplesmente obedecer, amando e fazendo bem a todos.(cf. Ex 20,1-17)

São Paulo na sua primeira carta aos coríntios nos fala que devemos anunciar o Cristo que foi pregado na cruz, que morreu sofrendo, por amor a nós. Isso é loucura para os gentios e escândalo para os judeus, pois a cruz era para os transgressores, mas Jesus era o sumo bem. A fraqueza da cruz se tornou força e salvação para nós, pois a morte não segurou Jesus, pois Jesus vive em nosso meio. O que devemos fazer para que a cruz seja transformadora em nossa vida? A resposta é que devemos tomá-la e com coragem e seguir os passos do Cristo que padece, morre e ressuscita para que tenhamos vida eterna. A cruz de Cristo é projeto eficaz para a salvação do mundo. (cf. 1Cor 1,22-25);

O evangelista São João nos apresenta Jesus como o novo Templo, que é Ele mesmo. Aquele templo sagrado para os judeus agora é Jesus. Agora o sacrifício é substituído por Cristo que se imola para toda humanidade. O templo não pode ser lugar de comércio e de ganância de alguns, mas lugar de encontro de Deus com todos que O procuram com sinceridade de coração. Deus não tolera o abuso e a exploração da boa fé das pessoas. Jesus expulsa os vendilhões e mostra que o templo é casa de oração. A sua construção não se compara ao corpo de Cristo que é o novo templo vivo. (cf. Jo 2,13-25) A Igreja nos chama a conversão e ao serviço dos mais necessitados de ajuda. É colocar-se ao lados dos fracos dos doentes e dos desvalidos de nossa época.

Que esta liturgia nos ajude a distinguir verdadeiramente quem é Jesus e como devemos encarar o templo e a Igreja, pois Deus nos quer como irmãos que se reúne no amor, na partilha, na solidariedade, no perdão e no serviço sem nada receber de volta.
Tudo Por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

segunda-feira, 2 de março de 2015

Papa Francisco: "Não é fácil pregar Exercícios aos sacerdotes! Somos todos um pouco complicados"

Papa Francisco: "Não é fácil pregar Exercícios aos sacerdotes! Somos todos um pouco complicados"

Concluíram-se na manhã de sexta-feira 27 de Fevereiro, em Ariccia, os exercícios espirituais nos quais participaram o Pontífice e membros da Cúria romana.

Por Redacao

ROMA, 27 de Fevereiro de 2015 (Zenit.org) - Concluíram-se na manhã de sexta-feira 27 de Fevereiro, em Ariccia, os exercícios espirituais nos quais participaram o Pontífice e membros da Cúria romana. As meditações foram propostas pelo carmelita Bruno Secondin na capela da casa do Divino Mestre dos religiosos paulinos. 

No final da reflexão de sexta-feira, o Papa Francisco quis agradecer ao pregador. «Em nome de todos – disse o Papa – desejo agradecer ao Padre, o seu trabalho entre nós para os nossos Exercícios. Não é fácil pregar Exercícios aos sacerdotes! Somos todos um pouco complicados, mas o senhor, padre, conseguiu semear. Que o Senhor faça crescer estas sementes que nos deu. E desejo também, e a todos, que possamos sair daqui com um bocadinho do manto de Elias, na mão e no coração. Obrigado, Padre».

A última etapa do itinerário de reflexão e oração desta manhã proposta pelo padre Secondin focalizou o episódio bíblico narrado no segundo livro dos Reis (2, 1-14) no qual são descritos a saudação final de Elias aos seus discípulos e a Eliseu, o seu rapto no carro de fogo e o início da missão de Eliseu que se despoja das vestes, toma o manto do mestre e, nas margens do Jordão, é reconhecido como o verdadeiro herdeiro do profeta. É uma narração intensa, cheia de ternura, na qual se desfaz um pouco a dureza de carácter que distinguia Elias. De certa forma, o profeta aprende – e também nós, sugeriu o padre Secondin, deveríamos aprender «a oferecer abraços de esperança e de ternura» - do seu discípulo que é afectuoso e paciente.

(Fonte: L'Osservatore Romano)

domingo, 1 de março de 2015

Subamos para o Monte e depois desceremos para a missão

Subamos para o Monte e depois desceremos para a missão


Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje o 2º Domingo do Tempo da Quaresma, Jesus chama três apóstolos e sobe a montanha, lá Ele se desfigura diante deles. O céu se abre de um lado Moisés e de outro Elias. O que significa isso para eles e para nós hoje? Ali estava dois personagens da historia da salvação de Um lado a Lei que confirma a aliança de Deus na formação do povo eleito e de outro lado o Profeta que anuncia e denuncia as transgressões que não ajudam o homem se libertar, mas a Presença de Jesus, o nosso salvador, o novo Moises que anunciará o mandamento do Amor  e Jesus é a realização de todas as profecias que Deus anunciou através dos profetas. Tudo isso movido pela fé.

A liturgia bíblica nos mostra esse caminho de fé, de amor e de escuta a vontade de Deus. Sabemos que a Palavra de Deus e a Eucaristia nos ajuda a caminhar nos trilhos de Cristo para que todos cheguem a Deus. Somos um povo peregrino.

No Livro do Genesis nos mostra a fé de Abraão. Aqui vemos um modelo de fé através da escuta da Palavra de Deus que para fazer a sua vontade aceita a sacrificar o seu único filho que lhe foi dado na velhice com uma grande promessa. Apesar disso, mesmo que tudo se anula na esperança de se fazer dele uma grande descendência. Ele obedece nesse caminho que se revela estranho e incompreensível, mas isso vai desembocar na vida que será preservada de seu filho Isaac e para todos nós.

Esse sacrifício de Isaac que foi interrompido pela demonstração de fé de Abraão nos leva ao Sacrifício de Jesus, pois do Isaac foi substituído por um cordeiro, agora Cristo é o cordeiro de Deus que é sacrificado no madeiro da cruz para salvar a humanidade. (cf. Gn 22,1-2.9.10-13.15-18). O que isso vem dizer para nós que queremos seguir Jesus? Muitas vezes nós devemos pegar a cruz de Cristo em nós e até sofrer martírios para que outros conheçam verdadeiramente o caminho estreito que nos leva ao Pai que está no céu. Muitos já fizeram esse percurso.
Na carta de São Paulo nos mostra a figura de Isaac que subiu o Monte Moriá com a lenha às costas para o sacrifício pedido por Deus que foi substituído por um cordeiro, mas agora a imagem real é Cristo que também sobe ao monte do Calvário com o lenho cruz nas costas para o sacrifício de morte. Jesus é o cordeiro novo que morre por toda a humanidade para salvá-la. (cf. Rm 8,31-34) O que nós podemos aprender e viver essa realidade da morte de Cristo que marcou a nossa humanidade? Aqui vemos o amor de Deus por nós, dando-nos o seu filho único e isso é o fundamento de nossa fé diante de uma amor fiel e incondicional de Deus por nós.

O evangelista São Marcos nos mostra o primeiro anuncio da Paixão e Morte de Jesus. Isso abalou a fé dos apóstolos, pois não encaixava bem diante dos planos e de poder que se manifestava nas curas e milagres que Jesus fazia. Agora Jesus quer fortalecer a fé dos apóstolos para os grandes acontecimentos que ocorreriam em Jerusalém diante da sua entrada triunfante, da sua prisão injusta, da sua condenação sem fundamento, do sofrimento algoz que sofreria e da sua morte na cruz. Jesus tomou três apóstolos e subiu ao Monte Tabor e transfigurou-se, mostrou a sua gloria e poder. Lá se encontrou a harmonia e paz, fazendo com que Pedro propor a Jesus que ia fazer três tendas, uma para Moises, para Elias e para Jesus.

Mas Deus tem uma proposta para eles: "Este é o meu Filho amado, ESCUTAI-O!". Isso é para mostrar que Jesus é o Filho de Deus que inaugurará uma nova e eterna lei com se sangue na sua paixão de Cruz. As figuras de Elias e Moisés ressaltam que a Lei e as Profecias são realizadas plenamente em Jesus, pois Deus é fiel às suas promessas para regenerar e resgatar a humanidade perdida pelo pecado para Deus. (cf. Mc 9,2-10)

O que será para nós esse episodio da transfiguração do Senhor? É a certeza que Jesus é Deus e que realiza o seu plano salvífico na obediência Dele numa morte cruel, mas que se torna redentora e libertadora de toda humanidade. Nós devemos seguir as pegadas de Cristo e que esta quaresma nos fortaleça na vontade, na fé, no amor e no serviço desinteressado a todos que precisam de nós. Sejamos um balsamo regenerador de todos os irmãos que ficam caídos para que eles retornem a vida em Cristo. Amém.

Tudo por Jesus nada sem Maria


Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015 TERÇA-FEIRA, 27 DE JANEIRO DE 2015, 9H00


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015 Terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Boletim da Santa Sé

“Fortalecei os vossos corações” (Tg 5, 8)

Amados irmãos e irmãs,

Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é sobretudo um «tempo favorável» de graça (cf. 2 Cor 6, 2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo tenha dado: «Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro» (1 Jo 4, 19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa connosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar.

Quando o povo de Deus se converte ao seu amor, encontra resposta para as questões que a história continuamente nos coloca. E um dos desafios mais urgentes, sobre o qual me quero deter nesta Mensagem, é o da globalização da indiferença.

Dado que a indiferença para com o próximo e para com Deus é uma tentação real também para nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz para nos despertar.

A Deus não Lhe é indiferente o mundo, mas ama-o até ao ponto de entregar o seu Filho pela salvação de todo o homem. Na encarnação, na vida terrena, na morte e ressurreição do Filho de Deus, abre-se definitivamente a porta entre Deus e o homem, entre o Céu e a terra. E a Igreja é como a mão que mantém aberta esta porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração dos Sacramentos, do testemunho da fé que se torna eficaz pelo amor (cf. Gl 5, 6). O mundo, porém, tende a fechar-se em si mesmo e a fechar a referida porta através da qual Deus entra no mundo e o mundo n’Ele. Sendo assim, a mão, que é a Igreja, não deve jamais surpreender-se, se se vir rejeitada, esmagada e ferida.

Por isso, o povo de Deus tem necessidade de renovação, para não cair na indiferença nem se fechar em si mesmo. Tendo em vista esta renovação, gostaria de vos propor três textos para a vossa meditação.

1. «Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros» (1 Cor 12, 26): A Igreja.

Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu testemunho, a Igreja oferece-nos o amor de Deus, que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que é a indiferença. Mas, só se pode testemunhar algo que antes experimentámos. O cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens. Bem no-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o rito do lava-pés. Pedro não queria que Jesus lhe lavasse os pés, mas depois compreendeu que Jesus não pretendia apenas exemplificar como devemos lavar os pés uns aos outros; este serviço, só o pode fazer quem, primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa pessoa «tem a haver com Ele» (cf. Jo 13, 8), podendo assim servir o homem.

A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como Ele. Verifica-se isto quando ouvimos a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos, nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença que, com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações; porque, quem é de Cristo, pertence a um único corpo e, n’Ele, um não olha com indiferença o outro. «Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria» (1 Cor 12, 26).

A Igreja é communio sanctorum, não só porque, nela, tomam parte os Santos mas também porque é comunhão de coisas santas: o amor de Deus, que nos foi revelado em Cristo, e todos os seus dons; e, entre estes, há que incluir também a resposta de quantos se deixam alcançar por tal amor. Nesta comunhão dos Santos e nesta participação nas coisas santas, aquilo que cada um possui, não o reserva só para si, mas tudo é para todos. E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais, com as nossas simples forças, alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação.

2. «Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9): As paróquias e as comunidades

Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal é necessário agora traduzi-lo na vida das paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada (cf. Lc 16, 19-31)?

Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direcções.

Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços e bens que chega até à presença de Deus. Juntamente com os Santos, que encontraram a sua plenitude em Deus, fazemos parte daquela comunhão onde a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não é triunfante, porque deixou para trás as tribulações do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o facto de terem vencido definitivamente a indiferença, a dureza de coração e o ódio, graças à morte e ressurreição de Jesus. E, enquanto esta vitória do amor não impregnar todo o mundo, os Santos caminham connosco, que ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena enquanto houver, na terra, um só homem que sofra e gema, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja: «Muito espero não ficar inactiva no Céu; o meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas almas» (Carta 254, de 14 de Julho de 1897).

Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração.

Em segundo lugar, cada comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens.

Esta missão é o paciente testemunho d’Aquele que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a cada homem, até aos confins da terra (cf. Act 1, 8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos possuem é um dom para a Igreja e para a humanidade inteira.

Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!

3. «Fortalecei os vossos corações» (Tg 5, 8): Cada um dos fiéis

Também como indivíduos temos a tentação da indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência?

Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração.

Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está longe, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum.

E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos. Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos.

Para superar a indiferença e as nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro.

Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: «Fac cor nostrum secundum cor tuum – Fazei o nosso coração semelhante ao vosso» (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença.

Com estes votos, asseguro a minha oração por cada crente e cada comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal, enquanto, por minha vez, vos peço que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, Festa de São Francisco de Assis,

4 de Outubro de 2014.

FRANCISCUS PP.

ELE NÃO ENGANA... Jesus é o caminho da felicidade, diz Papa no Angelus

ELE NÃO ENGANA... Jesus é o caminho da felicidade, diz Papa no Angelus DOMINGO, 1 DE 
“Não esqueçais: o caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade!”, afirmou o Papa Francisco 

Da redação, com Rádio Vaticano

Uma multidão escutou a reflexão do Papa Francisco neste II Domingo da Quaresma, 1º de março, na Praça São Pedro, no Vaticano, durante a oração do Angelus. A liturgia do dia reflete a passagem da Transfiguração que se coloca no cume do ministério público de Jesus.

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“Jesus não nos engana! Prometeu-nos a felicidade e vai dá-la se nós formos nos seus caminhos”, afirmou Francisco
Segundo o Papa, o episódio é o cumprimento da revelação. “Ao lado de Jesus aparecem Moisés e Elias que representam a Lei e os Profetas. O significado para os discípulos e para nós é este: escutar Jesus pois ele é o Salvador e assim assumirmos a lógica do mistério pascal”.

“Subamos nós também ao monte da Transfiguração e paremos para contemplar o rosto de Jesus, para colher a mensagem e traduzi-la em nossa vida, para que nós também possamos ser transfigurados pelo Amor”, convidou.

O Papa questionou aos fiéis: “Vocês acreditam mesmo que o Amor pode transfigurar tudo?”. Neste sentido, ele lembrou que as multidões abandonaram Jesus e não acreditaram Nele, assim como os próprios Apóstolos.  E completou:

“Não esqueçais: o caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade! Haverá pelo meio uma cruz, as provações, mas no final sempre nos leva à felicidade. Jesus não nos engana! Prometeu-nos a felicidade e vai dá-la se nós formos nos seus caminhos.”

Após a oração do Angelus o Papa Francisco condenou a http://papa.cancaonova.com/papa-condena-brutalidade-intoleravel-com-cristaos-no-oriente/ dos que atacam a comunidade cristã na Síria e no Iraque, apelando à solidariedade da comunidade internacional para com as vítimas.

O http://papa.cancaonova.com/papa-pede-fim-dos-conflitos-na-venezuela/que está a viver novamente momentos de aguda tensão, O Santo Padre assegurou a sua oração pelas vítimas em particular por um rapaz assassinado há dias em São Cristobal.

Por fim, desejou um bom domingo e um bom almoço a todos.

Intenções do Papa para março: pelos cientistas e pelas mulheres na Igreja

Intenções do Papa para março: pelos cientistas e pelas mulheres na Igreja

2015-02-28 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre propôs, ao Apostolado da Oração, as seguintes intenções para este mês de março:

Intenção Universal: “Cientistas ao serviço do bem. Para que todos aqueles que se dedicam à investigação científica se ponham ao serviço do bem integral da pessoa humana”.

Intenção pela Evangelização: “Contributo da mulher na Igreja. Para que se reconheça cada vez mais o contributo específico da mulher na vida da Igreja”.

De fato, os desafios para este mês de março, são: denunciar situações, das quais se tenha conhecimento, onde a ciência não está a serviço da dignidade humana; se tiver algum familiar, estudando ou trabalhando nesta área, procurar alertá-lo para a consciência de usar a ciência em prol da vida; animar as mulheres que se dedicam ao seu serviço da Igreja.

Oração:

“Pai de Bondade, Tu nos criaste com inteligência e deste-nos o poder de cuidar da criação. Ao longo dos séculos, a humanidade foi desenvolvendo a técnica e a ciência, criando melhores condições de vida. Mas também, em nome do progresso, se cometem tantos abusos e a dignidade dos teus filhos fica submetida a outros interesses. Quero pedir-Te por todos os que se dedicam à investigação científica, para que usem a sua inteligência para o bem da pessoa humana e não para a degradação. Peço-te também para que na Igreja se reconheça cada vez mais o contributo da mulher, nas instâncias de decisão e no serviço à comunidade dos teus filhos”. (MT/Arautos)

(from Vatican Radio)