ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

domingo, 27 de março de 2016

O túmulo está vazio, Jesus está vivo e ressuscitado!

O túmulo está vazio, Jesus está vivo e ressuscitado!


Queridos irmãos e irmãs, a cruz de Cristo não pode segurar Jesus e ela tornou-se símbolo de alguém que nos ama muito. O tumulo onde estava Jesus, está vazio, pois Ele agora vive. Assim, nós já não temos a prisão da morte para sempre, por causa  Dele nós temos a vida eterna. O nosso corpo morre, mas nós temos a garantia da ressureição em Cristo.

Hoje a Igreja rejubila em cantos, e toca sinos solenes, pois Jesus está vivo. Esta certeza não pode ofuscar a nossa existência. Se estivermos com Ele e acreditarmos e vivermos a sua palavra  , então Ele é o Senhor que nos garante a nossa ressurreição com Ele.

O mundo necessita dessa verdade e deve buscar a paz e um bom convívio com todos, mesmo que as diferenças sejam expostas, mas a unidade do ser que deve prevalecer. Somos todos humanos com roupagens diferentes e isso nos dão uma certeza da troca de experiências e culturas de cada povo. Não a separação entre nós, pois temos um Deus que cuida e ama a todos com um amor infinito.

Hoje é a festa de todos nós, o sol da verdadeira liberdade se mostra forte e ilumina a todos os cantos da terra, pois temos um Deus que solidarizou com a nossa condição de escravos do pecado para nos resgatar definitivamente.

Portanto, cada cristão deve dar testemunho que Cristo é o salvador e que nos comprometemos com a vida, com a liberdade, com a partilha, com o amor, com o perdão e com a misericórdia para com todos os nossos irmãos e irmãs principalmente os pobres, doentes e excluídos de nossa sociedade.

Assim, neste dia tão especial, agradecemos a Ele que nos faz mais unidos a Deus e com todos para que o mundo em que vivemos seja de muita alegria e paz.


Tudo por Jesus nada sem Maria!

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 26 de março de 2016

O Santo Padre Francisco celebrou nesta quinta-feira pela tarde a Missa in Coena Domini em um centro de acolhida de imigrantes nas redondezas de Roma, onde estão 892 hóspedes de 26 nacionalidades, dos quais 554 são muçulmanos, 337 cristãos e 2 hindus. Lava-pés As medidas de segurança foram definidas pelos jornalistas como elevadas. Eles tiveram que deixar o Centro de repepção de requerentes de asilo (CARA, na sigla em italiano), antes da chegada do Santo Padre. Não se aceitaram câmeras além daquelas do Centro Televisivo do Vaticano. O Santo Padre chegou em um Golf azul, e cumprimentou as autoridades e três intérpretes que o ajudam no final da missa com os refugiados: Ibrahim do Afeganistão, Boro de Mali e Segen da Eritreia. A Missa da Ceia do Senhor começou no pátio exterior da estrutura, seguida pelo rito do lava-pés. Lá estavam também os clérigos muçulmanos, um imã que cuida do centro de refugiados e outro de uma cidade vizinha. O Papa lavou os pés de 12 pessoas: três muçulmanos, um hindu, três cristãos coptas e cinco católicos (quatro homens e uma mulher). Em sua homilia, o Santo Padre destacou dois gestos: “Jesus que serve, que lava os pés, ele que era o chefe e lavava os pés dos seus, dos menores, um gesto”. E outro “o dos inimigos de Jesus, daqueles que não querem a paz com Jesus, que pegam o dinheiro com o qual o traem, as 30 moedas”. E observou que ainda hoje existem dois gestos: aqui “todos nós juntos, muçulmanos, hindus, católicos, coptas, evangélicos, irmãos, filhos do mesmo Deus, que queremos viver em paz, integrados, um gesto”. E por outro lado, “Três dias atrás, um gesto de guerra, de destruição, em uma cidade da Europa, as pessoas que não querem viver em paz”. E “por trás desse gesto, como por trás de Judas, estavam aqueles que haviam dado o dinheiro para que Jesus fosse entregue; por trás desse outro gesto estão os traficantes de armas que querem o sangue, não a paz, que querem a guerra, não a fraternidade”. “Vocês, nós, todos juntos – continuou o Santo Padre – temos diferentes religiões, culturas diferentes, mas somos filhos do mesmo Pai, irmãos”. E explicou que “quando eu fizer o mesmo gesto de Jesus, de lavar os pés dos doze, todos nós fazemos o gesto da fraternidade e todos nós dizemos, somos diferentes, somo diferentes, temos diferentes culturas e religiões, mas somos irmãos e queremos viver em paz. E este é o gesto que eu faço com vocês”. Francisco lembrou que “cada um de nós tem uma história própria, cada um de vocês tem uma história em cima. Tantas cruzes e tantas dores, mas também têm um coração aberto que quer a fraternidade”. Por isso pediu: “Cada um, na sua língua religiosa, reze ao Senhor para que esta fraternidade se contagie no mundo, para que não haja mais as trinta moedas para assassinar o irmão, e para que sempre haja fraternidade e bondade”. O Papa no final da missa, cumprimentou um por um, os centenas de refugiados presentes.

O Santo Padre Francisco celebrou nesta quinta-feira pela tarde a Missa in Coena Domini em um centro de acolhida de imigrantes nas redondezas de Roma, onde estão 892 hóspedes de 26 nacionalidades, dos quais 554 são muçulmanos, 337 cristãos e 2 hindus.
Lava-pés
As medidas de segurança foram definidas pelos jornalistas como elevadas. Eles tiveram que deixar o Centro de repepção de requerentes de asilo (CARA, na sigla em italiano), antes da chegada do Santo Padre. Não se aceitaram câmeras além daquelas do Centro Televisivo do Vaticano.
O Santo Padre chegou em um Golf azul, e cumprimentou as autoridades e três intérpretes que o ajudam no final da missa com os refugiados: Ibrahim do Afeganistão, Boro de Mali e Segen da Eritreia.
A Missa da Ceia do Senhor começou no pátio exterior da estrutura, seguida pelo rito do lava-pés. Lá estavam também os clérigos muçulmanos, um imã que cuida do centro de refugiados e outro de uma cidade vizinha.
O Papa lavou os pés de 12 pessoas: três muçulmanos, um hindu, três cristãos coptas e cinco católicos (quatro homens e uma mulher).
Em sua homilia, o Santo Padre destacou dois gestos: “Jesus que serve, que lava os pés, ele que era o chefe e lavava os pés dos seus, dos menores, um gesto”. E outro “o dos inimigos de Jesus, daqueles que não querem a paz com Jesus, que pegam o dinheiro com o qual o traem, as 30 moedas”.
E observou que ainda hoje existem dois gestos: aqui “todos nós juntos, muçulmanos, hindus, católicos, coptas, evangélicos, irmãos, filhos do mesmo Deus, que queremos viver em paz, integrados, um gesto”. E por outro lado, “Três dias atrás, um gesto de guerra, de destruição, em uma cidade da Europa, as pessoas que não querem viver em paz”.
E “por trás desse gesto, como por trás de Judas, estavam aqueles que haviam dado o dinheiro para que Jesus fosse entregue; por trás desse outro gesto estão os traficantes de armas que querem o sangue, não a paz, que querem a guerra, não a fraternidade”.
“Vocês, nós, todos juntos – continuou o Santo Padre – temos diferentes religiões, culturas diferentes, mas somos filhos do mesmo Pai, irmãos”. E explicou que “quando eu fizer o mesmo gesto de Jesus, de lavar os pés dos doze, todos nós fazemos o gesto da fraternidade e todos nós dizemos, somos diferentes, somo diferentes, temos diferentes culturas e religiões, mas somos irmãos e queremos viver em paz. E este é o gesto que eu faço com vocês”.
Francisco lembrou que “cada um de nós tem uma história própria, cada um de vocês tem uma história em cima. Tantas cruzes e tantas dores, mas também têm um coração aberto que quer a fraternidade”.
Por isso pediu: “Cada um, na sua língua religiosa, reze ao Senhor para que esta fraternidade se contagie no mundo, para que não haja mais as trinta moedas para assassinar o irmão, e para que sempre haja fraternidade e bondade”.
O Papa no final da missa, cumprimentou um por um, os centenas de refugiados presentes.
em um centro de acolhida de imigrantes nas redondezas de Roma, onde estão 892 hóspedes de 26 nacionalidades, dos quais 554 são muçulmanos, 337 cristãos e 2 hindus.
Lava-pés
As medidas de segurança foram definidas pelos jornalistas como elevadas. Eles tiveram que deixar o Centro de repepção de requerentes de asilo (CARA, na sigla em italiano), antes da chegada do Santo Padre. Não se aceitaram câmeras além daquelas do Centro Televisivo do Vaticano.
O Santo Padre chegou em um Golf azul, e cumprimentou as autoridades e três intérpretes que o ajudam no final da missa com os refugiados: Ibrahim do Afeganistão, Boro de Mali e Segen da Eritreia.
A Missa da Ceia do Senhor começou no pátio exterior da estrutura, seguida pelo rito do lava-pés. Lá estavam também os clérigos muçulmanos, um imã que cuida do centro de refugiados e outro de uma cidade vizinha.
O Papa lavou os pés de 12 pessoas: três muçulmanos, um hindu, três cristãos coptas e cinco católicos (quatro homens e uma mulher).
Em sua homilia, o Santo Padre destacou dois gestos: “Jesus que serve, que lava os pés, ele que era o chefe e lavava os pés dos seus, dos menores, um gesto”. E outro “o dos inimigos de Jesus, daqueles que não querem a paz com Jesus, que pegam o dinheiro com o qual o traem, as 30 moedas”.
E observou que ainda hoje existem dois gestos: aqui “todos nós juntos, muçulmanos, hindus, católicos, coptas, evangélicos, irmãos, filhos do mesmo Deus, que queremos viver em paz, integrados, um gesto”. E por outro lado, “Três dias atrás, um gesto de guerra, de destruição, em uma cidade da Europa, as pessoas que não querem viver em paz”.
E “por trás desse gesto, como por trás de Judas, estavam aqueles que haviam dado o dinheiro para que Jesus fosse entregue; por trás desse outro gesto estão os traficantes de armas que querem o sangue, não a paz, que querem a guerra, não a fraternidade”.
“Vocês, nós, todos juntos – continuou o Santo Padre – temos diferentes religiões, culturas diferentes, mas somos filhos do mesmo Pai, irmãos”. E explicou que “quando eu fizer o mesmo gesto de Jesus, de lavar os pés dos doze, todos nós fazemos o gesto da fraternidade e todos nós dizemos, somos diferentes, somo diferentes, temos diferentes culturas e religiões, mas somos irmãos e queremos viver em paz. E este é o gesto que eu faço com vocês”.
Francisco lembrou que “cada um de nós tem uma história própria, cada um de vocês tem uma história em cima. Tantas cruzes e tantas dores, mas também têm um coração aberto que quer a fraternidade”.
Por isso pediu: “Cada um, na sua língua religiosa, reze ao Senhor para que esta fraternidade se contagie no mundo, para que não haja mais as trinta moedas para assassinar o irmão, e para que sempre haja fraternidade e bondade”.

O Papa no final da missa, cumprimentou um por um, os centenas de refugiados presentes.

O Papa começou a cerimônia da Paixão de Jesus orando prostrado



O Papa começou a cerimônia da Paixão de Jesus orando prostrado

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Pregação da Sexta-Feira Santa do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap

Segundo antiquíssima tradição, a Igreja nesse dia não celebra a Eucaristia

Que extraordinário! Esta Sexta-feira Santa, celebrada no ano Santo da Misericórdia

Dois gestos: Jesus lavando os pés e Judas como no atentado de Bruxelas

Papa Francisco: “Sentimo-nos prisioneiros de um mundanismo virtual que se abre e fecha com um simples clique”



O Papa Francisco começou nesta sexta-feira a Celebração da Paixão do Senhor na basílica de São Pedro, prostrando-se no chão para rezar durante alguns minutos.

Pondo-se de pé dirigiu-se para a sede da qual celebraria. A Paixão de Jesus segundo São João foi cantada pelos leitores e o Coro Pontifício da Capela Sistina, que acompanhava a liturgia, em um basílica sem flores e com discreta iluminação, para recordar o momento trágico da paixão de Jesus.

O pregador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, fez a homilia, na qual destacou que a ideia que os fiéis no ‘Faça-se a tua vontade’ quando rezam o Pai Nosso, pode ser vista como se Deus fosse o inimigo de toda festa, alegria e prazer. Um Deus severo e inquisidor.

Daí o medo e, por vezes, um ressentimento sem brilho contra Deus, como remanescente da ideia pagã de Deus, não completamente erradicada, que se baseia na tragédia grega; Deus é o que intervém, através do castigo divino… disse.

Devido a isso, tem-se entendido a misericórdia como a exceção, não a regra, motivo pelo qual o pregador convidou neste Ano da Misericórdia a trazer à luz “a verdadeira imagem do Deus bíblico, que não só tem misericórdia, mas é a misericórdia”.

Portanto, dizer: “Manifestou-se a justiça de Deus”, é como dizer: se manifestou a bondade de Deus, seu amor, sua misericórdia. A justiça de Deus não somente não contradiz a sua misericórdia, mas consiste precisamente nela!

Aqui o padre Cantalamessa propõe uma ideia muito profunda: “É tempo para perceber que o oposto da misericórdia não é a justiça, mas a vingança. Jesus não opôs a misericórdia à justiça, mas à lei do talião: “olho por olho, dente por dente”. Perdoando os pecados, Deus não renunciar à justiça, renuncia à vingança; não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Ez 18, 23). Jesus na cruz não pediu ao Pai vingar a sua causa; pediu-lhe para perdoar seus algozes”.

Recordou assim que a “brutalidade dos ataques terroristas desta semana em Bruxelas” nos ajudam a entender a força divina contida nas últimas palavras de Cristo: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. E esclarece “por grande que seja o ódio dos homens, o amor de Deus foi, e será, sempre mais forte”.

Tem sido dito que “o mundo será salvo pela beleza”, lembrou o padre capuchinho, embora também possa enganar a muitos. Em vez disso, “há somente uma coisa que pode realmente salvar o mundo, a misericórdia! A misericórdia de Deus pelos homens e dos homens entre si. Essa pode salvar, em particular, a coisa mais preciosa e mais frágil que existe neste momento, no mundo, o matrimônio e a família. “Porque o que pode salvar um matrimônio da queda é a misericórdia entre os cônjuges.

A homilia concluiu pedindo a Deus: “Quebre dos corações das pessoas, das famílias e dos povos, o desejo de vingança e faz que nos apaixonemos pela misericórdia”.

E que este Ano Santo da Misericórdia, “encontre uma resposta concreta nos nossos corações e faça sentir a todos a alegria de reconciliar-se contigo no profundo do coração”.

A cerimônia continuou com a adoração da Santa Cruz que foi levada em procissão pelo interior da Basílica de São Pedro.

sexta-feira, 25 de março de 2016

A cruz era sinal de morte, ,mas agora é símbolo da vida plena

A cruz  era sinal de morte, ,mas agora é símbolo da vida plena




Queridos irmãos e irmãs, hoje celebra-se a Paixão de Cristo e a sua morte na cruz. Aquilo que era para ser sinal de morte, castigo e horror, tornou-se vida, doação e exemplo de amor infinito de um Deus apaixonado pela humanidade.

A cruz de Cristo é redentora, é prova de amor que se entrega a nós sem pedir nada em troca. Na cruz de Cristo vemos as outras cruzes que a humanidade passa desde a exclusão dos pobres, dos doentes, dos idosos, dos indefesos até a injustiça daqueles que não querem que a verdade e a vida prevaleçam entre todos.

Quantos que são marginalizados por ser diferente e por lutar para acabar entre nós preconceitos, maldade, materialismos que exclui todos que tem direito a vida. Jesus na cruz nos fala muito pois Ele é a voz de todos que são massacrados nesse mundo. Não podemos ter medo da cruz pois ela é símbolo para a defesa da vida.

Cada ano celebra-se esse acontecimento que marcou a humanidade para sempre. Deus vem em socorro da humanidade decaída em Cristo que por seu projeto de salvação culminou na sua morte de cruz. Como é sabida que todas as vezes que a pessoa humana se fecha em seu egoísmo a humanidade sofre e torna-se refém da maldade que mata, mas Jesus é o eco de todos que lutam para haver entre nós a dignidade da pessoa humana, da vida em abundancia para todos e da sobrevivência do nosso planeta.

Que a Pascoa do Senhor seja a explosão da vida e que as armas da morte sejam extintas em nosso meio para que o amor e a misericórdia reinem em todos os cantos da terra. Amém. 

Tudo por Jesus nada sem Maria.


Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

Paixão do Senhor: homilia do Pregador da Casa Pontifícia

Paixão do Senhor: homilia do Pregador da Casa Pontifícia

Francisco se prostra diante do altar - AP


Cidade do Vaticano (RV) - Publicamos a íntegra da homilia do Pregador da Casa Pontífícia, Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap, na celebração da Paixão do Senhor, nesta Sexta-feira Santa, na Basílica de São Pedro. A tradução do italiano para o português foi realizada por Zenit. Os grifos são da redação.


"DEIXAI-VOS RECONCILIAR COM DEUS"

"Deus nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação [...] Suplicamo-vos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus. Aquele que não tinha conhecido o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nos tornássemos justiça de Deus. Posto que somos seus colaboradores, exortamo-vos a não negligenciar a graça de Deus. Ele, com efeito, diz: ‘No tempo favorável te ouvi e no dia da salvação te socorri’. Eis agora o tempo favorável; eis agora o dia da salvação!” (2 Cor 5, 18; 6,2).
Estas são palavras de São Paulo na Segunda Carta aos Coríntios. O apelo do apóstolo a reconciliar-se com Deus não se refere à reconciliação histórica entre Deus e a humanidade (esta, ele acaba de dizer, já se realizou através de Cristo na cruz); tampouco se refere à reconciliação sacramental que acontece no batismo e no sacramento da reconciliação; refere-se a uma reconciliação existencial e pessoal, a ser vivida no presente. O apelo é dirigido aos cristãos de Corinto que são batizados e vivem há tempo na Igreja; é dirigido, por isso, também a nós, aqui e agora. “O tempo favorável, o dia da salvação” é, para nós, o ano da misericórdia que estamos vivendo.
Mas o que significa, em sentido existencial e psicológico, reconciliar-se com Deus? Uma das razões, talvez a principal, da alienação do homem moderno da religião e da fé é a imagem distorcida que ele tem de Deus. Qual é, de fato, a imagem "predefinida" de Deus no inconsciente humano coletivo? Para descobrir, basta fazer-se esta pergunta: "Que associação de ideias, que sentimentos e reações surgem em mim, antes de qualquer reflexão, quando, na oração do pai-nosso, chego às palavras ‘seja feita a vossa vontade’"?
Quem as diz é como se inclinasse interiormente a cabeça em resignação, preparando-se para o pior. Inconscientemente, vincula-se a vontade de Deus com tudo o que é desagradável, doloroso, com aquilo que, de uma forma ou de outra, pode ser visto como mutilação da liberdade e do desenvolvimento individual. É um pouco como se Deus fosse o inimigo de toda festa, alegria, prazer. Um Deus ranzinza e inquisidor.
Deus é visto como o Ser Supremo, o Onipotente, o Senhor do tempo e da história, isto é, como uma entidade que, de fora, se impõe ao indivíduo; nenhum particular da vida humana lhe escapa. A transgressão da Sua lei introduz inexoravelmente uma desordem que exige uma reparação adequada, que o homem sabe ser incapaz de lhe dar. Daí o medo e, às vezes, um surdo rancor contra Deus. É um resquício da ideia pagã de Deus, nunca erradicada de todo, e talvez inerradicável, do coração humano. É nela que se baseia a tragédia grega; Deus é aquele que intervém, através da punição divina, para restaurar a ordem perturbada pelo mal.
É claro que nunca foi ignorada, no cristianismo, a misericórdia de Deus! Mas a ela foi confiada apenas a incumbência de moderar os rigores irrenunciáveis ​​da justiça. A misericórdia era o expoente, não a base; a exceção, não a regra. O ano da misericórdia é a oportunidade de ouro para trazer de volta à luz a verdadeira imagem do Deus bíblico, que não somente tem misericórdia, mas é misericórdia.
Esta afirmação ousada se baseia no fato de que "Deus é amor" (1 Jo 4, 8.16). Só na Trindade Deus é amor sem ser misericórdia. Que o Pai ame o Filho não é graça ou concessão; é necessidade: Ele precisa amar para existir como Pai. Que o Filho ame o Pai não é misericórdia ou graça; é necessidade, mesmo que liberíssima: Ele precisa ser amado e amar para ser Filho. O mesmo deve ser dito do Espírito Santo, que é o amor feito pessoa.
É quando cria o mundo e, nele, as criaturas livres que o amor de Deus deixa de ser natureza e se torna graça. Este amor é uma livre concessão: poderia não existir; é hesed, graça e misericórdia. O pecado do homem não muda a natureza deste amor, mas provoca nele um salto de qualidade: da misericórdia como dom se passa à misericórdia como perdão. Do amor de simples doação se passa para um amor de sofrimento, porque Deus sofre diante da rejeição ao seu amor. "Eu nutri e criei filhos, diz o Senhor, mas eles se rebelaram contra mim" (Is 1, 2). Perguntemos aos muitos pais e mães que tiveram essa experiência se isto não é sofrimento, e dos mais amargos da vida.
* * *
E o que é da justiça de Deus? É esquecida ou desvalorizada? A esta pergunta quem respondeu de uma vez por todas foi São Paulo. Ele começa a sua exposição, na Carta aos Romanos, com uma notícia: "Manifestou-se a justiça de Deus" (Rm 3, 21). Nós nos perguntamos: qual justiça? Aquela que dá "unicuique suum", a cada um o que é seu, distribuindo prêmios e castigos de acordo com o mérito? Haverá, é verdade, um tempo em que se manifestará também essa justiça de Deus, que consiste em dar a cada um segundo os seus méritos. Deus, de fato, como escreveu pouco antes o Apóstolo, 
"retribuirá a cada um segundo as suas obras: a vida eterna aos que, perseverando nas obras de bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; ira e indignação contra aqueles que, por rebelião, desobedecem à verdade e obedecem à injustiça" (Rom 2, 6-8).
Mas não é desta justiça que fala o Apóstolo quando escreve que "se manifestou a justiça de Deus". O primeiro é um evento futuro; este, um evento em ato, que acontece "agora". Se assim não fosse, a afirmação de Paulo seria absurda, negada pelos fatos. Do ponto de vista da justiça retributiva, nada mudou no mundo com a vinda de Cristo. Continuam, disse Bossuet, a ver-se muitas vezes no trono os culpados e no patíbulo os inocentes[1]; mas para que não se creia que há no mundo alguma justiça e ordem fixa, ainda que invertida, eis que às vezes se vê o contrário, ou seja, o inocente no trono e o culpado no cadafalso. Não é nisto, portanto, que consiste a novidade trazida por Cristo. Ouçamos o que diz o Apóstolo:
"Todos pecaram e foram privados da glória de Deus, mas são justificados gratuitamente pela sua graça, em virtude da redenção realizada por Cristo Jesus. Deus o estabeleceu como instrumento de expiação por meio da fé, no seu sangue, a fim de manifestar a sua justiça, depois da tolerância usada para com os pecados passados no tempo da divina paciência. Ele manifesta a sua justiça no tempo presente, para ser justo e justificar quem tem fé em Jesus" (Rm 3, 23-26).
Deus faz justiça a si mesmo ao ter misericórdia! Eis a grande revelação. O Apóstolo diz que Deus é "justo e justificador": justo consigo mesmo quando justifica o homem; Ele, de fato, é amor e misericórdia; por isso faz justiça a si mesmo – demonstrando-se verdadeiramente como o que é – quando tem misericórdia.
Mas nada disto se entende quando não se compreende o que quer dizer, exatamente, a expressão "justiça de Deus". Existe o perigo de se ouvir falar de justiça de Deus e, ignorando o seu significado, ficar-se com medo em vez de encorajado. Santo Agostinho já tinha deixado claro: "A 'justiça de Deus' é aquela pela qual, por sua graça, nós nos tornamos justos, assim como a salvação do Senhor (Sl 3,9) é aquela pela qual Deus nos salva"[2]. Em outras palavras, a justiça de Deus é o ato pelo qual Deus faz justos, agradáveis a Si, aqueles que creem no Seu Filho. Não é um fazer-se justiça, mas um fazer justos.
Lutero teve o mérito de trazer de volta à luz esta verdade depois que, durante séculos, pelo menos na pregação cristã, o seu sentido tinha se perdido, e é isto, principalmente, que a Cristandade deve à Reforma, cujo quinto centenário ocorre no próximo ano. “Quando descobri isto, eu me senti renascer, e pareceu-me que se escancaravam para mim as portas do paraíso”[3], escreveu mais tarde o reformador. Mas não foram nem Agostinho nem Lutero os que assim explicaram o conceito de "justiça de Deus"; foi a Escritura que o fez antes deles:
"Quando se manifestaram a bondade de Deus e o seu amor pelos homens, Ele nos salvou, não por causa de obras de justiça por nós praticadas, mas por causa da sua misericórdia" (Tt 3, 4-5). "Deus, rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, fez-nos, de mortos que estávamos pelo pecado, reviver com Cristo. Pela graça fostes salvos" (cf. Ef 2, 4).
Dizer que "se manifestou a justiça de Deus", portanto, é como dizer que se manifestou a bondade de Deus, o seu amor, a sua misericórdia. A justiça de Deus não só não contradiz a sua misericórdia como consiste precisamente nela!
* * *
O que aconteceu na cruz de tão importante a ponto de justificar esta mudança radical nos destinos da humanidade? Em seu livro sobre Jesus de Nazaré, Bento XVI escreveu:
"A injustiça, o mal como realidade, não pode ser simplesmente ignorada, deixada acontecer. Deve ser eliminada, derrotada. Esta é a verdadeira misericórdia. E que o faça Deus mesmo, já que os homens não são capazes – esta é a bondade incondicional de Deus"[4].
Deus não se contentou em perdoar os pecados do homem; Ele fez infinitamente mais: Ele os tomou sobre si mesmo. O Filho de Deus, diz São Paulo, "se fez pecado por nós". Palavra terrível! Já na Idade Média havia quem achasse difícil acreditar que Deus exigira a morte do Filho para reconciliar consigo o mundo. São Bernardo lhe respondia: "Não foi a morte do Filho que aprouve a Deus, mas a sua vontade de morrer espontaneamente por nós": "non mors placuit sed voluntas sponte morientis"[5]. Não foi a morte, portanto, mas o amor que nos salvou! O amor de Deus alcançou o homem no ponto mais distante a que ele tinha se expulsado ao fugir de Deus, ou seja, a morte.
A morte de Cristo devia ser para todos a prova suprema da misericórdia de Deus para com os pecadores. É por isso que ela não tem sequer a majestade de certa solidão, mas é enquadrada, antes, entre dois ladrões. Jesus quis ser amigo dos pecadores até o fim: por isso morreu como eles e com eles. O ódio e a ferocidade dos ataques terroristas desta semana  em Bruxelas nos ajudam a entender a força divina contida nas últimas palavras de Cristo: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34). Não importa quão grande o ódio dos homens, o amor de Deus tem sido, e será, cada vez maior. Para nós, é dirigida, nas atuais circunstancias, a exortação do Apóstolo Paulo: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12, 21).
* * *
É hora de perceber que o oposto da misericórdia não é a justiça, mas a vingança. Jesus não opôs a misericórdia à justiça, mas à lei de talião: "olho por olho, dente por dente". Perdoando os pecados, Deus não renuncia à justiça, mas à vingança; Ele não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Ez 18, 23). Jesus Cristo, na cruz, não pediu ao Pai que vingasse a sua causa; pediu-lhe que perdoasse os seus algozes.
Temos que desmitificar a vingança! Ela se tornou um mito penetrante, que contamina tudo e todos, começando pelas crianças. Grande parte das histórias levadas às tela e aos jogos eletrônicos são histórias de vingança. Metade, se não mais, do sofrimento que há no mundo (quando não se trata de males naturais) vem do desejo de vingança, seja nas relações entre as pessoas, seja nas relações entre países e povos.
Foi dito que "o mundo será salvo pela beleza"[6]; mas a beleza também pode levar à ruína. Há somente uma coisa que realmente pode salvar o mundo: a misericórdia! A misericórdia de Deus pelos homens e dos homens entre si. Ela pode salvar, em particular, a coisa mais preciosa e mais frágil que há no mundo neste momento: o matrimônio e a família.
Acontece no matrimônio algo semelhante ao que aconteceu na relação entre Deus e a humanidade, que a Bíblia descreve, precisamente, com a imagem de um casamento. No início de tudo, dizíamos, está o amor, não a misericórdia. A misericórdia só intervém depois do pecado do homem. Também no casamento, no início não há misericórdia, mas amor. As pessoas não se casam por misericórdia, mas por amor. Depois de anos, ou meses, de vida em comum, revelam-se os limites pessoais, os problemas de saúde, do dinheiro, dos filhos; intervém a rotina, que apaga toda alegria.
O que pode salvar um casamento de escorregar para um poço sem fundo, senão o divórcio, é a misericórdia, entendida no sentido completo da Bíblia, ou seja, não apenas como perdão recíproco, mas como um "revestir-se de sentimentos de ternura, de bondade, de humildade, de mansidão e de magnanimidade" (Col 3, 12). A misericórdia faz com que ao eros se junte o ágape; ao amor de busca, o de doação e de compaixão. Deus "se apieda" do homem (Sl 102, 13): não deveriam marido e mulher se apiedar um do outro? E não deveríamos, nós que vivemos em comunidade, apiedar-nos uns dos outros em vez de nos julgarmos?
Oremos. Pai Celestial, pelos méritos do teu Filho, que, na cruz, "se fez pecado" por nós, afasta do coração das pessoas, das famílias e dos povos o desejo de vingança e faz-nos enamorar da misericórdia. Faz que a intenção do Santo Padre ao proclamar este ano santo da misericórdia encontre resposta concreta em nosso coração e leve todos a experimentarem a alegria da reconciliação contigo. Assim seja!
[1] Jacques-Bénigne Bossuet, “Sermon sur la Providence” (1662), in Oeuvres de Bossuet, eds. B. Velat and Y. Champailler (Paris: Pléiade, 1961), pág. 1062. 
[2] S. Agostinho, O Espírito e a letra, 32,56 (PL 44, 237).
[3] Martinho Lutero, Prefácio às obras em latim, ed . Weimar, 54, pág.186.
[4] Cf. J. Ratzinger - Bento XVI, Jesus de Nazaré, II Parte, Libreria Editrice Vaticana 2011, pág. 151.
[5] S. Bernardo de Claraval, Contra os erros de Abelardo, 8, 21-22 (PL 182, 1070).
[6] F. Dostoiévski, O Idiota, parte III, cap.5.