ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Novo livro de sacerdote propõe reflexão para prevenção ao suicídio

POR Fabiana Brochetti
fabiana@fabicomunica.com.br

Em tempos de crise econômica onde se destacam o desemprego e o preconceito e, consequentemente, aumentam o risco de suicídio decorrente da falta de esperança, dificuldades de se enquadrar no ambiente social e econômico, as Edições Loyola publicam a obra intitulada “E foram deixados para trás - Uma reflexão sobre o fenômeno do suicídio”, do padre Lício de Araújo Vale, ex-secretário executivo do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - (São Paulo).

Filho de um suicida, padre Lício aborda o assunto a partir de sua experiência pessoal e pastoral, somada a uma cuidadosa pesquisa e depoimentos que fazem do livro um instrumento de apoio para a compreensão desse tema pouco falado e que, por essa razão, tornou-se um verdadeiro tabu.   

“A ideia de escrever estas páginas nasceu exatamente do desejo de contribuir para lançar luzes sobre o problema do suicídio, colaborar para que se fale mais a respeito da questão, aumentar a conscientização, partilhar como filho a experiência vivida pela minha família, cooperar com a superação do tabu em relação ao tema, defender a vida e divulgar a prevenção”, diz o autor na apresentação.

Logo no primeiro capítulo, o autor apresenta números alarmantes que estão escondidos por trás do silêncio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2012, mais de 800 mil pessoas, no mundo, morrem por suicídio todos os anos, sendo ele a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

A obra conta com a apresentação do Dalcides Biscalquin, apresentador da Rede Vida de Televisão, e o prefácio do psiquiatra Neury José Botega, uma das maiores autoridades sobre o assunto. É professor titular da Universidade Estadual de Campinas, fundador da Associação Brasileira de Estudos de Prevenção do Suicídio (Abeps) e assessor científico do Centro de Valorização da Vida (CVV). “A dor causada por um suicídio é silenciada na vida das pessoas e ocultada na história das famílias. Então, sobre o que não se conversa, podemos ter a impressão de que não aconteceu e não acontece”, esclarece Botega e acrescenta. “O processo do luto por um suicídio é bem mais difícil, justamente pelos sentimentos e pelo constrangimento que esse tipo de morte desperta”, afirma.

Prevenção do suicídio não quer dizer evitar todos os suicídios e sim evitar uma boa parcela dessas mortes. Para isso, Botega sugere que a memorização do acrônimo ROCRisco: o primeiro passo é a suspeita de que uma pessoa venha a se matar; Ouvir: o segundo passo é ouvir com atenção e respeito, sem julgar; e, por fim, Conduzir: direcionar o potencial suicida até um profissional de saúde mental, ou seja, não ficar de braços cruzados, paralisados.

Padre Lício aborda com clareza a dor dos que ficam, dos que foram deixados para trás e a visão de diversas religiões sobre o assunto, catolicismo, protestantismo, protestantismo pentecostal, neopentecostal, judaísmo, islamismo, budismo, espiritismo, umbandismo e candomblé. Também discorre sobre um assunto que dificilmente é apresentado à sociedade capitalista contemporânea, o suicídio de líderes religiosos. Fala da retomada da vida depois do luto e dedica um capítulo inteiro para indicar onde é possível procurar ajuda.

Enfim, o objetivo da obra é trazer informações técnicas importantes sobre o tema, dados atuais e, como padre, o autor não poderia deixar de lado a sua fé. Abordar o assunto é extremamente importante para que as perguntas não sejam empecilhos, ao contrário, tornem-se caminhos para a compreensão desse tema e, quem sabe, salvação para aqueles que, no momento de desespero, veem o suicídio como única alternativa e não conseguem encontrar espaço para expressar sobre isso, sem serem tachados de loucos. Nessa hora, a informação, a escuta qualificada e a ausência de julgamentos podem salvar vidas.

SOBRE O AUTOR DA OBRA
PADRE LÍCIO DE ARAÚJO VALE é bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. É padre diocesano desde 1983, incardinado na Diocese de São Miguel Paulista/SP. Foi secretário executivo do Regional Sul 1 da CNBB (SP) por oito anos (1996-2003). Atualmente é pároco da Paróquia Sagrada Família de Vila Praia, São Paulo/SP.


SERVIÇO

Título: E foram deixados para trás - uma reflexão sobre o fenômeno do suicídio, do padre Lício de Araújo Vale, Formato: 14 x 21 cm, Páginas: 136, Preço: 29,90

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Mágoa de Sertanejo

RENOVAR E RESGATAR A ESPERANÇA 
E A VIDA NA TERRA

“Na teimosia os poetas constroem a alegria de viver”

Assembleia Regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Norte de Minas Gerais
Diocese de Montes Claros-MG
De 29 a 31 de julho de 1994

Mágoa de Sertanejo

Antigamente tudo aqui era beleza fruto da mãe natureza que nos dava inspiração quando existiam muitas fontes e cascatas, lindas flores, verdes matas, tinha mais vida o sertão.

A gente ouvia o cantar da passarada. Ao romper da madrugada, acordando o sertão, belas pastagens, animais de toda espécie, muitos frutos, terras férteis para toda a plantação.

O sertanejo trabalhava satisfeito, conservava seus costumes e suas tradições, mas lentamente o progresso foi chegando... Tudo aos poucos transformando e agravou-se a situação. A atitude de pessoas desumanas, com a ganância tirana, e falta de compreensão, queimando matas, vejam agora o que nos resta: devastou nossas florestas, transformou-as em carvão.

Com propagandas, foram surgindo as herbicidas, também os inseticidas e outros insumos mais. E o resultado é que a terra está morrendo, poluindo os nossos rios e matando os animais.

Os governantes nos enganam com promessas. Implantam grandes projetos, dizem ser a solução, mas só aumentam os barracos nas favelas. Crescem a fome, a miséria e a desestruturação.

Quase chorando, meditando nesta mágoa, rabisquei umas palavras e saiu esta canção. Canção que fala da nossa mãe natureza destruída, indefesa e trabalhador sem pão.

Não sou poeta. Sou apenas um caipira. E o tema que me inspira é a vida no sertão. Voltando louco de ver o povo organizado, lutando pelos direitos, combatendo a opressão.


Autor: João José Pereira, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha-MG 

RENOVAR E RESGATAR A ESPERANÇA E A VIDA NA TERRA

RENOVAR E RESGATAR A ESPERANÇA E A VIDA NA TERRA

“Na teimosia os poetas constroem a alegria de viver”

Assembleia Regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Norte de Minas Gerais
Diocese de Montes Claros-MG
De 29 a 31 de julho de 1994

História do Norte de Minas Gerais

Companheiros de caminhada,
Uma história vou contar daqui do Norte de Minas
Vocês vão acompanhar como era nossa terra
E os costumes do lugar

Era terra de cultura
Também de muito valor só vivia nesta terra
Homem sério e trabalhador
Não pensava que um dia viesse sofrer tanta dor

Tinha nas caatingas e cerrados
Fruto para a gente comer umbu, cagaita e pequi
E muitas que podiam ver alimentavam as pessoas
E dava pros peixes viver

Em nossos rios havia peixes de todos os jeitos:
Traíra, Matricha e Dourados
Assim como Deus tinha feito pescadores, alimentavam as famílias
Mas por eles tinham respeito

As árvores de nossa terra eram de se encantar:
Cedro, Tamburí, Imburama, Pau D’arco, Cana Fista e Jatobá
Somente para necessidade podia as derrubar

Por isso vivia o povo respirando ar puro
Não tinha poluição
O tempo era seguro
Chovia na época certa
Não havendo tempo duro

Chegou em nossa região
Um tal de desenvolvimento
Vindo lá do estrangeiro
Trazido por um grupo de gente que vivia só explorando
E não falava claramente

Dizia que aqui estava esquecido e atrasado
O povo era preguiçoso, simples e mal educado
Que em nosso País precisava de homens mais avançados

Derrubando nossas matas
Caatingas e também Cerrados
Até nas margens dos rios
Eles faziam roçados
Transformando tudo em carvão
Tendo fornos para todos os lados

Chegou em nossas cidades
Empresas para atender
Os homens que precisavam
Plantar suas roças e colher a lavoura que o pobre cuidava
Precisava os técnicos ver

Para esta tal de lavoura tinha financiamento
Os pequenos iam aos Bancos fazer seus cadastramentos
Para receber o dinheiro e tocar o progresso prá frente

Contratava os diaristas prá fazer todas as limpezas
Derrubavam as árvores desrespeitando a natureza
Visando só em seus bolsos para ter grande riqueza

Tombava a terra com trator matando a sementeira
Fazendo do solo fértil uma grande impureza
Compactando este terreno virando tudo poeiras

Prá colher um bom produto precisava um bom cuidado
Batendo veneno forte em toda semana marcada
Não sabendo que seu sangue estava todo intoxicado

Com este tipo de coisas
O nosso povo perdeu nossa cultura e costume
E nada se resolveu com este desenvolvimento
Muitos companheiros morreram


Autor: Oscarino Aguiar Cordeiro, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha-MG 

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Quem recebe abaixo do mínimo terá que ‘completar’ contribuição ao INSS

A Receita Federal divulgou nesta segunda-feira, 27, as regras para o recolhimento da contribuição previdenciária dos trabalhadores intermitentes cujo rendimento mensal ficar abaixo do salário mínimo. Esta é uma situação inédita no País que pode ocorrer com aplicação das normas previstas na reforma trabalhista. O próprio empregado poderá pagar a diferença entre a contribuição incidente sobre o contracheque e o mínimo exigido pela Previdência Social. A regra fará com que, no limite, alguns trabalhadores precisem pagar para trabalhar, caso optem pela contribuição previdenciária.

Como no contrato intermitente o empregado atua apenas quando é convocado, o salário varia conforme o número de horas ou dias trabalhados. Pela lei, deve-se receber, pelo menos, valor proporcional ao mínimo pela hora, R$ 4,26, ou pelo dia trabalhado, R$ 31,23. Como o valor do contracheque é base de cálculo para os encargos sociais, os trabalhadores com salário inferior ao mínimo terão recolhimento abaixo do aceito pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para a contabilidade da aposentadoria.

Diante dessa situação inédita, a legislação prevê que trabalhadores “poderão recolher a diferença” entre a contribuição calculada sobre o contracheque e o mínimo exigido pelo INSS. Quem não recolher esse valor adicional por conta própria não terá acesso à aposentadoria nem a benefícios como a licença médica.

Nesta segunda-feira, 27, a Receita explicou que esse recolhimento extra deverá ser feito pelo próprio trabalhador com base na alíquota de 8% sobre a diferença entre o que recebe e o salário mínimo até o dia 20 do mês seguinte ao salário.

A Receita confirmou a situação que tem gerado reações no mundo sindical e político porque, no limite, é possível que o empregado tenha de tirar dinheiro do próprio bolso para trabalhar. Como exemplo de situação extrema, pode ser citada uma das vagas anunciadas recentemente: operador de caixa intermitente de uma rede de supermercados em Fortaleza, no Ceará.

Para quatro horas por dia, seis vezes por mês, a empresa oferece salário de R$ 4,81 por hora. Com essa carga horária, o salário mensal chegaria a R$ 115,44. Com este valor no contracheque, a contribuição à Previdência paga diretamente pela empresa à Receita seria de R$ 23,09. A contribuição mínima exigida pelo INSS, porém, é de R$ 187,40. Para se adequar à regra da Receita, portanto, o empregado precisaria desembolsar R$ 164,31. Ou seja, mais que o próprio salário, de R$ 115,44. Nesse caso, o trabalhador terminaria o mês devendo R$ 65,03.

Essa possibilidade aberta pela reforma trabalhista gera reações em vários setores. Entre as quase mil emendas ao ajuste da reforma, que ainda será votado pelo Congresso Nacional, algumas tentam mudar radicalmente o funcionamento da Previdência dos intermitentes. O senador José Serra (PSDB-SP), por exemplo, propõe que empregados que receberem menos que o mínimo “terão recolhidas pelo empregador a diferença entre a remuneração recebida e o valor do salário mínimo” para o INSS.

Na documentação entregue ao Congresso, o senador explica que a regra prejudicará exatamente trabalhadores de baixa renda. “É demasiado duro para um trabalhador pobre, que recebe abaixo do salário mínimo, contribuir para a Previdência de maneira desproporcional, com alíquotas efetivas maiores que a de trabalhadores mais ricos”, diz Serra. “Avaliamos que o trabalho intermitente não pode ser uma mera formalização do bico, da precarização, com papel passado. Temos de fornecer proteção efetiva para esses trabalhadores”, completa.


Crônica: Antes puta do que mal assegurada

Alexsandro era louco por esportes. Adorava Olimpíadas e Copa do Mundo. Seu espírito nacionalista aflorava nesses períodos. Foi ser voluntário desses megaeventos esportivos multimilionários em 2014 e 2016. Trabalhou como nunca. Ganhou mais medalhas de honra ao mérito de peão de obra ideal da sociedade capitalista do que os desportistas brasileiros. Apenas não imaginaria que aqueles sete a um da Alemanha em cima do Brasil Sociedade Anônima Multinacional e aqueles três a zero da Holanda na decisão do terceiro lugar o afetariam tanto.

Alex, como era chamado pelos mais íntimos, virou um travesti: de dia era Maria e de noite era João. Logo cedinho, a exemplo de todo mineirinho, acordava para ser mais um dos milhares dos operários compromissados e disciplinados dos Supermercados BH. Era a caixa peituda e gostosa intermitente. Conseguia arrecadar por quatro horas diárias R$ 115,44 por mês e ainda devia ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Gamou no nome: intermitente!!!

Pesquisou no Dr. Google e verificou que a sua mais nova oficial, caricata e burlesca função capital é um adjetivo de dois gêneros e que significa contextos econômicos, políticos e sociais “em que ocorrem interrupções; que cessam e recomeçam por intervalos; intervalados; descontínuos; diz-se de intervalos de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal”, características típicas de uma bicha louca obediente.


Alexia (poderia ser Sandra, vai depender da vontade do cliente) saía do serviço apressada para chegar a tempo de pegar o próximo bico. Seria agora o másculo Alex ou Sandro (ao gosto do freguês), prostituto profissional, que se deliciava ao beliscar as bundas de homens e mulheres interessados em prazeres fantasiosos propiciados pela sociedade capitalista e por jogadores do futebol empresarial brasileiro. Como bicha não morre, vira purpurina, Alex seguia seu sonho de dar prazer às pessoas, tão carentes de espírito humano, principalmente aquelas provenientes do mundo político.        

domingo, 26 de novembro de 2017

Cristo Rei e a justiça Universal

Cristo Rei e a justiça Universal


Hoje estamos celebrando a Festa do Cristo Rei, e desse modo encerramos o ano litúrgico. Durante esse ano percorremos a historia da nossa salvação que se culmina de modo grandioso com Cristo Rei e o julgamento universal.

A  liturgia bíblica deste domingo nos faz compreender que Jesus é Rei e o seu reino já foi instalado entre nós. Quem semeou foi Cristo, obediente ao projeto de Deus para salvar a humanidade e transformar esse mundo em valores e pilares de justiça, de amor, de partilha, de compaixão, de solidariedade, de amor e de misericórdia que se faz na difusão do perdão entre as pessoas. Somos discípulos de Cristo e queremos percorrer a sua estrada e Ele vai nos construir novamente em um homem novo.

Como sabemos que Cristo é Rei e como distinguimos a sua realeza? Assim vamos mostrar em três aspectos dessa realeza:

NO livro do profeta Ezequiel Deus se revela de modo sem máscara como Pastor, pois Ele é quem conduz o povo ao bem como pastor de ovelhas e quer bem delas. O profeta Ezequiel denuncia os maus pastores que só aproveitam e tiram vantagens ilícitas do seu povo. Eles exploram e abusaram o seu povo, trazendo misérias, morte e desgraça por toda parte. E ainda revela a catástrofe final de Jerusalém e o exílio do seu povo.

Quando os governantes são maus e corruptos, isso traz do tipo de violência humana como mortes, misérias e doenças sem nenhuns cuidados por falta de recursos materiais e humanos. Agora o nosso Deus se compadece do seu povo e Ele mesmo quer ser o Rei Pastor que vai levar o seu Povo para campinas verdejantes e águas cristalinas. (cf. Ez 34, 11-12.15-17). Se quisermos ser guiados por um Deus que cuida de todos, então reflita o Salmo 23 .

Na carta de São Paulo aos Coríntios nos apresenta Jesus como Rei Soberano, pois Ele é o vencedor da morte e do pecado, estabelecendo em todos a sua realeza universal. Jesus é a primícia de todos nós com a sua vitoriosa ressurreição. Agora todos que morreram e os que morrem têm aberta a porta do céu, mas que se deve fazer a peregrinação nesta terra, construindo pontes que levam a verdadeira vida, restabelecendo a fraternidade na mesa da Palavra e da eucaristia. (cf. 1Cor 15,20-26.28)

Finalmente, o evangelista Mateus nos apresenta Jesus como Rei Juiz. Jesus nos julga nos nossos atos nesta vida e no juízo final vai premiar os bons e deixará os maus de lado. Isso é porque Ele é justo. (cf. Mt 25,31-46)

Quem constrói a casa deve preocupar não com luxo, mas com a base sólida e firme e que ela seja segura sempre. Jesus virá na sua gloria e separará as ovelhas dos cabritos, isto é os bons dos maus, pois Deus sonda os nossos corações e as nossas intenções. O que vai valer na hora julgamento pessoal com Ele e no juízo final será as nossas obras de caridade, de misericórdia, de perdão, de partilha e de solidariedade pelos que mais sofrem no nosso meio. Nós podemos ser balsamos aos que estão às margens da vida como os pobres, os mendigos, os moradores de rua e os que são dependentes de álcool e drogas.

Que esta liturgia nos transforme e faz com que o nosso coração frio se desperte e aqueça de amor de Deus para que possamos ser agentes de transformação de nossa sociedade. E que a justiça e a misericórdia reinem em todos os corações. Amém

Tudo por Jesus nada sem Maria.


Bacharel em Teologia e Filósofo Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 25 de novembro de 2017

7 erros sobre morte, inferno e demônio que não devemos cometer

7 erros sobre morte, inferno e demônio que não devemos cometer


- Dada a complexidade da teologia católica sobre a natureza da morte, o inferno e o demônio, a lista a seguir, com base nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja, contém respostas para 7 erros recorrentes que os católicos devem evitar.

1. O demônio é um mero símbolo
Se isso fosse verdade, então Jesus deve ter se equivocado cada vez que falou do demônio em diferentes partes das Sagradas Escrituras. O diabo é real e anda ao redor, como leão que ruge procurando almas para devorar (1Pd 5,8). E, francamente, se é possível para um ser humano rejeitar Deus, por que é tão inconcebível que um anjo possa fazer o mesmo? Nessa existência, como na outra, os anjos e os seres humanos podem se alienar com Deus ou não (Dt 30,19).

2. Ao morrer, tornamo-nos anjos

Não, absolutamente não. O ser humano é diferente de um anjo e não pode se tornar um ser que não é.
O Catecismo da Igreja Católica assinala no parágrafo 328 que existem anjos. No parágrafo 330, afirma que são seres puramente espirituais com inteligência e vontade. Também indica que são servidores e mensageiros de Deus.
Ao contrário de anjos, os seres humanos têm um corpo. O Catecismo assinala, no parágrafo 366, que a alma espiritual do homem foi criada por Deus e “não morre quando, na morte, se separa do corpo; e que se unirá de novo ao corpo na ressurreição final”.

 3. É fácil determinar quem irá para o inferno

 A competência da Igreja está em determinar quem está no céu, entretanto, ninguém sabe quem se encontra no inferno. Aqueles que morrem em estado de pecado mortal tem muito poucas opções disponíveis, no entanto, esta não é uma razão pela qual devemos ser ultrajantes ou triunfalistas em relação a eles. Pelo contrário, é importante orar por todos os pecadores, até mesmo os nossos piores inimigos para que se arrependam e voltem (Sab 1,13-15). Perdoem e serão perdoados (Mt 6,14, Lc 6,37). O juízo só pertence a Deus e a ninguém mais. Simplesmente não podemos conhecer o interior de outra alma e a verdadeira natureza de seu relacionamento com Deus.

4. Todos vão para o céu

O inferno existe e Jesus assegura várias vezes ao longo dos Evangelhos (Mt 7,13-14, Mt 8,12, Mc 9,43, Mt 13,41-42, 49-50, 48-49, Mt 22,13, Mt 25,46, Lc 12, 5, Jo 3,18). João também dedica uma longa passagem em Apocalipse (Ap 14,19-11; 19,3). Se todos vão para o céu, isso significa que Jesus estava errado ou era ignorante, o que é inaceitável.

 5. Quem morre em estado de graça vai direto para o céu

Deixemos nas mãos de Deus, que tudo pode. É possível que alguns duvidem do Purgatório, mas as Sagradas Escrituras são muito claras acerca disso (2Mac 12,39-46, Mt 5,24-25., Hab 1,13, 1Co 3,11-15, Ap 21,27). O Purgatório existe como parte da economia salvífica. Além da Virgem Maria, há alguém entre nós puro o suficiente para estar diante de Deus? (Rom 3,10, 14,4, Dt 7,24, Js 23,9: 1Sam 6,20 Esd 10,13, Pr 27,4, Sl 76,7, 130,3, Na 1,6). Até mesmo os santos têm pecados que precisam ser expiados e o Purgatório é parte da infinita misericórdia de Deus, porque Ele não quer que qualquer um de nós morra, mas viva e se arrependa (2Pd 3,9).

6. As coisas ruins só acontecem com pessoas más

Cristo nos assegura pessoalmente que isso não faz sentido (Lc 13,1-5). Aos que chegaram com a notícia dos galileus que foram assassinados por Pilatos quando ofereciam sacrifícios a Deus, Ele respondeu: “Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.


Jesus também nos recorda que as melhores pessoas sofrem muito, no entanto, dá-nos ânimo ante as tribulações (Jo 16,33). Ele mesmo sofreu uma morte ignóbil depois de ser torturado. Sua Mãe, Maria, mulher concebida sem pecado, teve provações ao longo de sua vida que lhe causaram grande dor. Por que o resto de nós, pecadores, seremos poupados do sofrimento que Paulo nos diz em Colossenses 1,24?”. “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja”.

7. Podemos escolher que regras queremos obedecer

Temos o direito de questionar tudo, mas devemos aceitar o ensinamento da Igreja por completo. Se não, colocamo-nos acima da Igreja e da vontade de Deus. Jesus estabeleceu a Igreja, São Pedro como seu Vigário na terra e seus sucessores. Quem somos nós para acreditar que Deus se equivocou em suas decisões? (Jó 15,8) Como se pode contar com incrível autoridade para julgar a lei de Deus?
BÔNUS: O Concílio Vaticano II pode se desfazer ou ser ignorado

Impossível. Os 21 concílios ecumênico no transcorrer de 1700 anos são importantes, irrevogáveis e irrefutáveis porque o Espírito Santo dirigiu todos eles. Cabe assinalar que a doutrina pode ter gerado divergências, mas isso significa menos do que nada. Do mesmo modo que um católico não pode escolher quais as regras deseja seguir, também não estão autorizados a escolher o seu concílio favorito e excluir os demais.

Originalmente publicado em National Catholic Register (https://www.ncregister.com/).

fonte: frontecatolico.blogspot.com

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Fumo...

Dizem que os comunistas estão sempre errados. Lembra da letra da música do Hino “A Internacional Comunista”? “(...) Nós fomos de fumos embriagados/Paz entre nós, guerra aos senhores/Façamos greve de soldados/Somos irmãos, trabalhadores”.

Ele era um menino alegre e com sorriso largo. Brincava com os vizinhos na infância, na adolescência e na juventude. Aprendeu a dirigir, a se civilizar, a se aburguesar. Conheceu as drogas cedo ao permitir que o tio cocaleiro, empresário e político lhe oferecesse cocaína, maconha, lança-perfume. Precisava alienar-se, sair da realidade capitalista.

Fuma hoje três maços de cigarro por dia. Bebe três garrafas de café por dia. É adepto da Congregação Rosa Cruz. Necessita de silêncio para rezar. Anda vagarosamente. Está com 50 anos. Operou de hemorróidas. Conversa alto. Ri como uma alma sem noção, sem coração e sem espírito. De pró-ativo, tornou-se focado. A mãe sofre. Era católica. Passou para a Igreja Universal do Reino de Deus.


O pai também sofre. Bebeu cachaça e conhaque e hoje faz hemodiálise três vezes por semana. O filho caçula trabalha na roça. Casou-se. Tem dois filhos. Planta e colhe. Sabe que o serviço manual é a arma contra a fofoca alheia.        

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Eu tenho diabetes

POR Mara Narciso

Desde menina, e isso teve importância na minha escolha profissional, minha mãe Milena me contava das dificuldades pelas quais passava uma colega, diabética (como se dizia até outro dia) desde os 11 anos de idade. Seu diagnóstico foi em 1945, apenas 23 anos após a descoberta da insulina. A menina precisava tomar uma injeção de insulina todos os dias, e sua vida dependia desse medicamento. Na hora do recreio, uma moça trazia a merenda, um copo de leite, duas pedrinhas de sacarina e uma fatia de queijo. 

Anos depois, já adulta, fazia o teste de glicose na urina. Colocava urina num tubo de ensaio, misturava o reagente de Benedict, levava ao fogo, aquecendo até acontecer a reação. A presença de glicose na urina mudava a cor azul da mistura para marrom, e quanto mais escura, mais glicose tinha, o que a fazia decidir sobre qual a quantidade de insulina tomar. A insulina era extraída do pâncreas de boi e porco, e, impura, dava lipodistrofia - saliências e afundamentos na pele. A seringa era reutilizável e de vidro, a agulha longa e rombuda e ambas eram fervidas no estojo com água, sobre álcool e fogo. 

As aplicações, para não ficarem profundas, eram feitas na região lateral externa do antebraço, com o artefato em 30 graus. Os exames de glicemia (glicose no sangue) eram raros e a dieta era de alta restrição de carboidratos. Depois começou a usar a insulina regular, que tem ação rápida, nos momentos de glicose muito elevada. Os desmaios por hipoglicemia (glicose baixa) eram frequentes, e muitas vezes ela foi encontrada em coma pelo marido. Essa mulher teve dois filhos. O primeiro nasceu bem e morreu logo depois de hipoglicemia. Não foi feita nenhuma glicemia naquela gravidez. O segundo filho nasceu surdo. As novidades foram sendo usadas, como glicemias capilares, insulinas ultrarrápidas, insulina humana e assim por diante. Ela viveu com Diabetes Mellitus tipo 1 dos 11 aos 69 anos, quando veio a falecer de infarto. Não manifestou alterações graves de visão, função renal nem das pernas. Era responsável e aderente ao tratamento. Viveu bem, consideradas as limitações tecnológicas da época do diagnóstico.

Uma menina que hoje manifeste diabetes tem a sua disposição, além da insulina NPH humana feita sinteticamente pela técnica do DNA recombinante, inúmeras alternativas de análogos de insulina, com suas peculiaridades e maior estabilidade, com ação e oscilações glicêmicas mais previsíveis. Essa seria a insulina basal, ou seja, a do jejum. As seringas são descartáveis e de agulhas finas, curtas e confortáveis. São populares as “canetas de insulina”, nas quais o produto está acoplado e tem um dosador, sendo de fácil utilização e transporte. 

As aplicações são nos braços, abdômen, coxas e glúteos, e as gravidezes são mais seguras. O lema é medir e corrigir. A monitorização da glicemia capilar em casa é de domínio da população, assim como o uso das insulinas ultrarrápidas. Estas são de ação curta, cobrem as refeições e são usadas há 20 anos, imitando, em parte, o funcionamento do pâncreas. Esse órgão, atrás do estômago, produz insulina e tem um medidor ultra preciso, produzindo o hormônio exatamente na quantidade necessária para o momento. 

A insulina é a chave que abre a célula para levar a glicose, o nosso combustível, para dentro dela, para ser usada na produção de energia. A dieta não é mais tão proibitiva, havendo maior flexibilidade. Picar o dedo não é a única maneira de saber a glicemia. O cateter do sensor FreeStyle Libre, de 2015 colocado no braço faz a medição no líquido intersticial (aquela “aguinha” que sai nos ferimentos superficiais) e é trocado a cada 14 dias. O leitor informa a glicemia a todo instante, bastando para isso ser passado sobre o medidor. 

Os exames anuais de fundo de olho e urina de 24 horas informam quando outros cuidados deverão ser tomados com olhos e rins. Como substituta das injeções de insulina, existe também a Infusão Contínua de Insulina - Bomba de Insulina -, na qual uma máquina menor que um celular injeta a insulina ultrarrápida basal conforme programação. Nesse sistema, há também a aplicação de insulina em bolus, conforme a glicemia do momento, para correção, assim como cálculo da necessidade conforme a refeição, por estimativa ou contagem de carboidratos. 

Há necessidade de picar o dedo, mas já existe o sistema medidor e aplicador acoplados. Isso já existe em alta escala, ainda que, pelo preço, não esteja ao alcance de todos. O portador de diabetes, conforme padrões comportamentais e alimentares, associados à carga genética e grau de controle, terá um tempo de vida a cada dia mais próximo daquele previsto para o seu grupo social.

Evitar as complicações já é possível. O Dia Mundial do Diabetes, comemorado no dia 14 de novembro, é o momento de divulgarmos os avanços e conscientizarmos acerca da doença, além de lançar luz contra o preconceito.

Domingo, 19 de novembro de 2017

Nove de setembro de 2013 às 8h35min

Os “sem lugar” na atualidade 

POR Vladimir Safatle

Passados alguns meses das grandes manifestações de junho, a política brasileira parece querer, teimosamente, voltar aos seus mesmos fatos mesquinhos de sempre. Alguns poderiam se perguntar sobre o que exatamente ocorreu. Sabemos que um acontecimento, por mais intensidade que tenha em sua eclosão, é medido por sua capacidade de deixar marcas. Como, no caso brasileiro, os governos continuam nos seus lugares e os partidos políticos prosseguem com seus velhos cálculos de ocasião, alguns correm o risco de perder de vista o verdadeiro movimento.

Convém lembrar que um acontecimento político não é medido, necessariamente, pela modificação institucional que ele produz. Esta pode vir apenas décadas depois. Na verdade, um acontecimento político é medido pela sua capacidade de produzir novos sujeitos políticos. Trata-se de novas forças de desestabilização capazes de fazer circular outros nomes, dar visibilidade a novas lutas e demandas. Ou seja, um novo sujeito político traz sempre uma mutação por meio da qual o que até então era invisível ganha visibilidade.

Marx, por exemplo, entendeu muito claramente tal processo ao indicar o verdadeiro acontecimento político da segunda metade do século XIX: o aparecimento do proletariado. Até então, a Europa conhecera revoltas constantes de operários contra a opressão no trabalho, mas não eram visíveis seus vínculos. Todas pareciam revoltas ligadas a demandas localizadas: os baixos salários na Inglaterra, o trabalho infantil na França, a péssima condição das fábricas em Yorkshire. Foi necessário que uma nomeação ocorresse, que uma ideia se encarnasse, dando a todas essas lutas localizadas o sentido retroativo de um movimento geral de transformação global. Foi necessário uma palavra, “proletariado”, a nomear o que deveria se assumir como radicalmente desprovido de predicados. 

Como salientara Marx, “proletário” indicava aqueles que não tinham nada, os despossuídos de qualquer bem, desprovidos de qualquer identidade e vínculos. E, para construir sua força, estes deveriam inicialmente se assumir como radicalmente “sem lugar”, ao menos no tempo presente. Só dessa forma eles transformariam sua fraqueza em força. Somente assim se constituiriam como novos sujeitos políticos.

É claro que todo acontecimento é acompanhado de perto por uma espécie de simulacro que visa anulá-lo, repetindo seu nome em um horizonte no qual sua força performativa de transformação se perde. A ascensão da força transformadora do proletariado foi seguida de perto pelo “proletariado” como seu próprio antídoto. Foi uma certa figura do operariado alemão que levou Hitler ao poder.

Foi outra do operariado norte-americano que se transformou em um setor de estabilização conservadora, como bem mostraram os estudos de Wright Mills sobre a “nova classe média” ianque. Toda produção de um novo sujeito político é também a produção de sua sombra e de novos riscos.

Nesse sentido, podemos dizer que algo semelhante ocorre agora. Vemos, no mundo inteiro, revoltas de pessoas que se veem cada vez mais como pessoas sem rosto político. Pela sua recusa e sua raiva bruta elas parecem em processo de se assumir como radicalmente “sem lugar”, como se sentissem um profundo mal-estar com as palavras que até agora nomearam o campo do político, definiram seus atores. Eles são, cada vez mais, sujeitos sem predicados. Mas, certamente, estão em processo de autocriação como sujeitos políticos. Em algum momento acabarão por se encontrar com uma ideia com a força de nomeá-los.

Quem prefere não ver isso deveria meditar sobre alguns fatos bastante concretos. Por exemplo, desde junho, não houve sequer um único dia no qual não ocorreram manifestações neste país. Nunca o grau de descrença institucional foi tão grande, a ponto de uma multidão enfurecida querer depredar o Congresso Nacional e acabar por despejar sua revolta nas colunas do Palácio do Itamaraty. Coisas como essas uma sociedade não esquece jamais. Cenas como essas nunca vêm sozinhas.

Resposta à boba da corte Danielle Sans e seus súditos: Os cães ladram, mas a caravana não para!

Montes Claros-MG, sábado, 18 de novembro de 2017

No último dia 12/11, Danielle Sans, conhecida militante monarquista da cidade de Montes Claros/MG, publicou em seu canal no youtube, um vídeo intitulado “Como lidar com propaganda comunista na universidade”,m disponível em https://www.youtube.com/watch?v=zFn2fX85LPs . Neste vídeo-lixo, a jovem fascistoide aparece arrancando cartazes da FRDDP - Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo, afixados na Unimontes - Universidade Estadual de Montes Claros em celebração ao centenário da Grande Revolução Socialista de Outubro.

Enquanto torna público o caráter antidemocrático de sua ideologia ao atacar abertamente o direito à liberdade de expressão na academia, esta risível candidata à baronesa destila o seu ódio de classe contra os grandes chefes do proletariado russo e internacional, Lênin e Stalin. Começando por apresentar as surradas “estatísticas” reacionárias tiradas de publicações do monopólio de imprensa como Veja, Istoé e cia. que atribuem “só na Ucrânia foram 7 milhões de pessoas mortas” [...], “fora o Camboja”, “fora Cuba”, “fora todos cidadãos soviéticos”.

Para logo apresentar imagens de filmes enlatados hollywoodianos e das mortes causadas pelo holocausto nazista, repetindo a farsante versão sobre Holodomor (Ucrânia) tirada dos manuais contra-insurgentes da CIA (USA). No auge de seu frenesi anticomunista, Danielle Sans chega mesmo a defender abertamente o assassinato de centenas de comunistas, revolucionários e democratas pelo regime militar fascista que infelicitou o nosso país durante longos 21 anos, afirmando textualmente: “esse mesmo pessoal aí que fica aplaudindo a morte de milhões de pessoas, são aqueles que ficam aiii... 400 pessoas [comunistas que compactuaram com isso aqui] mortos pelo regime militar! Gente “cês tão” entendendo? Os militares mataram pessoas que estavam compactuando com isso aqui!”.

Mas, os delírios de tirania da boba da corte Sans não duraram mais do que algumas horas. Prontamente, um grupo de jovens revolucionários colaram novamente, no mesmo lugar, dezenas dos mesmos cartazes. Só que, desta vez, com grude. Deixando afixado de forma permanente nas paredes da universidade o grande dazibao comunista que tanto assusta Sans e cia. A propósito, teria ela a coragem de tentar retirá-lo novamente, trabalho para o qual seria necessário mobilizar sua meia dúzia de súditos? Ou preferirão, mais uma vez, se esconderem na distância segura de suas webcams em suas brincadeirinhas púberes de internet?  

Podem perguntar-nos porque responder a uma desesperada como Danielle Sans? Ocorre que, em tempos de profunda crise do sistema imperialista mundial e do capitalismo burocrático na semicolônia Brasil, ideologias reacionárias como o fascismo encontram terreno fértil para se proliferar, particularmente entre a juventude. Não é justamente isso o que assistimos na Alemanha nazista? E o que dizer do crescimento de figuras reacionárias nefastas como Bolsonaro e de movimentos abertamente direitistas como o MBL?

Vamos aos fatos. As mortes atribuídas ao regime socialista na URSS e, particularmente, na Ucrânia, no referido vídeo-lixo foram, na realidade, praticadas pelo Exército branco de monarquistas, latifundiários e burgueses e pelos exércitos dos 14 países que invadiram a Rússia logo após o triunfo da revolução (Império Britânico, Austrália, Canadá, Índia Britânica, Reino Unido, Checoslováquia, França, Reino da Grécia, Reino da Itália, Império do Japão, Polônia, Reino da Romênia, Reino da Sérvia, Estados Unidos da América), ademais dos soldados e camponeses pobres mortos pela negação de latifundiários e camponeses ricos de liberar reservas de alimentos para atendê-los. Claro, também não entram em seus fantasiosos e mentirosos cálculos o custo da vida de mais de 25 milhões de compatriotas da URSS que, sob a guia do Partido e do Grande Marechal Stalin, levaram ao triunfo a Grande Guerra Pátria esmagando a besta-fera nazista no seu território, libertando juntamente com as forças da resistência local os povos do Leste da Europa, marchando sobre a Alemanha até o bunker de Hitler, plantando a bandeira vermelha com a foice e o martelo na cúpula do Reichstag, em Berlim.

O que verdadeiramente desperta tanto ódio de toda esta canalha à URSS de Lênin e Stalin não são as histórias fantasiosas e as estatísticas de mortandade elaborados nos escritórios dos serviços de inteligência imperialista da CIA, Mossad, M16, etc. Mas a realidade da luta de classes em nosso país e no mundo que, de forma cada vez mais concreta, descortina a validez do Luminoso Caminho de Outubro para o proletariado e demais classes populares em sua luta contra o imperialismo e por uma Nova Democracia ininterrupta ao Socialismo que, em nosso país, inicia-se com a Revolução Agrária, pela destruição de todo o latifúndio e a entrega da terra aos pobres do campo.  

Como prenunciaram já em 1848 no lançamento do Manifesto Comunista, os fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, “o espectro do comunismo” ronda o mundo! Não é à toa a abrangente “Santa Aliança” formada entre Globo, reacionários de carteirinha como Sans e cia. e toda espécie de renegados do marxismo e oportunistas da falsa “esquerda” eleitoreira em sua cruzada contra o marxismo, as chefaturas do proletariado internacional, a violência revolucionária e a ditadura do proletariado. Estamos vivendo a Ofensiva Estratégica da Revolução Proletária Mundial! 

FASCISTAS NÃO PASSARÃO! Viva as Guerras Populares no Peru, Índia, Turquia e Filipinas! Viva Marx, Engels, Lênin, Stalin, Mao e Gonzalo! Abaixo o imperialismo, o revisionismo e toda a reação! Viva o marxismo-leninismo-maoísmo!


MEPR - Movimento Estudantil Popular Revolucionário


domingo, 19 de novembro de 2017

O amor está no ar...

Infelizmente, o proletariado negro valia mais na senzala durante a Monarquia, enquanto era tratado como propriedade, do que hoje como assalariado. A gente só vale porque trabalha. O trabalho descomprometido não traz lucro para a sociedade capitalista.   

“Rui é criticado por ter ordenado a destruição de documentos preciosos. Nesse sentido, Rui diminuiu nossas possibilidades de contato com uma realidade histórica que nos explica. Por outro lado, sua ordem também é justificada pelo contexto no qual vivia, quando a ameaça reacionária era constante. Com o benefício do retrospecto, o culpamos por nos privar de documentação histórica irrecuperável.” 

POR Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy em “Rui Barbosa e a polêmica queima dos arquivos da escravidão”     

Crônica:

Ele era de Campinas, São Paulo, branco, mais para mestiço, torcedor doente do São Paulo Futebol Clube (SPFC). Ela era de Montes Claros/MG, negra, da gema, torcedora doente do Clube Atlético Mineiro (CAM). Conheceram-se em uma festa de confraternização, em novembro de 2013, realizada pelo hotel onde os dois exerciam o papel social de recepcionista.

O pai dela, negro, de aparência muito séria, era moto-taxista, evangélico, rígido, ganhava bastante dinheiro, mas era competente, capitalista e conservador. Vivia simplesmente em sua casa, sem conforto algum, e doava tudo para a igreja neo-pentecostal à qual acreditava em Deus. A mãe dela era perfeita, socialista e liberal de bom-senso.

Os jovens duraram no serviço até janeiro de 2014. Enamoraram-se. O positivo se encontrou com o negativo. Relampejaram e trovejaram de alegria legítima. Geraram uma vida. O pai não aceitava de jeito nenhum descendente, caso o casal não contraísse núpcias em sua igreja. A juventude pediu aviso-prévio. Nove meses depois, você vê o resultado. Foram para Campinas e região, do Aeroporto da Cachaça Vira Copos, e onde a família do rapaz era mais liberal. Fumante inveterado, o jovem poderia trabalhar de vigilante armado e ganhar mais dinheiro para ajudar no sustento da família que criara.

Ela, negra, de lábios carnudos, sorrisos brancos cativantes, olhos pretos, corpo de violino, educação pessoal exemplar, quando saía do serviço, pedia gentilmente para o gerente acompanhá-la até o ponto de ônibus, pois, tinha caso de hóspedes que a cortejavam para dormirem com ela. Alguns chegavam até a ficar de plantão na hora da troca de turno. Ela negava, com classe. Sabia que, se cedesse, o cliente teria sempre razão.

Coletivus Urbanus