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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A condenação de Lula e as perspectivas conjunturais



A confirmação da condenação de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que ainda ampliou a sentença do juizeco Moro de nove para doze anos de reclusão em regime fechado, constitui uma marca mais que significativa do desenvolvimento da atual conjuntura das lutas de classes no país, que teve seu tiro de largada na deposição da presidente Dilma Rousseff.

Pode-se garantir com segurança que o golpe palaciano contra Dilma constitui ponto decisivo de aprofundamento de todo um processo de esvaziamento da democracia (re)instalada no país com a derrocada da ditadura militar de 1964-1985. Se é certo que o golpe palaciano não instalou uma ditadura burguesa aberta no país, desde que as instituições democráticas foram preservadas - como temos afirmado desde a instalação do processo de deposição da presidente -, a realidade é que tal golpe contra o governo dilmista abre um período de intensas lutas de classes no país cujo desfecho não poderá ser outro que não este: socialismo ou barbárie.

Socialismo ou barbárie porque, como ensina a história, a todos os períodos de confronto aberto e direto das classes sociais na disputa do poder político no interior do capitalismo segue um quadro de dominação aberta (ditadura militar, ou bonapartismo ou, do outro lado, socialismo). Explicação: é evidente que para nós comunistas a barbárie se concretizaria somente no caso da instalação de uma ditadura militar ou de alguma espécie de bonapartismo (fascismo inclusive), sendo o socialismo a única saída que nos interessaria, e interessará sempre, aos lutadores do proletariado armados do marxismo. É bom explicar isso para evitar confusões, mesmo que primárias. O que é certo é que já estamos vivendo, e viveremos no médio prazo de uns três ou quatro anos, tomando como referência os próximos mandatos presidenciais, um tempo que não poderá conduzir a uma democracia em razão da aludida guerra de classes que se prenuncia no campo da (ainda) democracia.

Fato absolutamente decisivo na consideração das perspectivas das lutas no país é que o capitalismo vive uma grave e profunda crise de reprodutibilidade, que tem como marco inicial a crise geral de pagamentos de 2008, o que obriga o sistema a recorrer a um aprofundamento estrutural da exploração dos trabalhadores em nível mundial a pontos sem precedentes desde 1ª Grande Guerra (1914-1918). Os sintomas são mais que claros, destacando-se a agressiva política de assalto aos direitos trabalhistas do proletariado nos quatro cantos do mundo, tendo ocorrido já em países dos mais diferenciados níveis de desenvolvimento econômico: Inglaterra, França, Espanha, Brasil, Argentina, Grécia, Portugal, México etc. - o que é testemunhado por um dos piores períodos de miserabilização que têm vitimado o proletariado em períodos de “paz”.

Falando em paz, as investidas bélicas imperialistas e interimperialistas atuais atingem progressivamente milhões de trabalhadores, principalmente no Oriente Médio e Norte da África, tipificando uma nova onda migratória, desta vez provocada por fatores diretamente bélicos, e não econômicos.

As investidas imperialistas sobre a Venezuela - econômicas, políticas e militares - mais que testemunham esta urgente necessidade do imperialismo de trilhar o caminho de esta espécie de neocolonialismo (desta vez em proveito principal do capital financeiro), estruturalmente necessário, como dissemos, à própria sobrevivência do capitalismo. É indiscutível que uma revolução proletária na Venezuela, com a instalação de uma ditadura do proletariado, influiria de modo decisivo no desenvolver das lutas de classes em todo nosso continente e mesmo no mundo. Ou seja, há uma motivação de natureza geopolítica para a intervenção já em andamento do imperialismo sobre a Venezuela. Mas não se pode esquecer que o imperialismo busca o petróleo venezuelano e seus demais - riquíssimos - recursos naturais.

Por tudo isso não se pode esperar que a burguesia abra mão da estratégia de extrair as últimas gotas de suor e sangue do proletariado brasileiro - afinal de contas uma das dez maiores economias de todo o mundo. É neste quadro que temos que entender a condenação de Lula. Um novo governo Lula somente se sustentaria no interior de uma estratégia socialdemocrata de, pelo menos, manutenção dos atuais níveis de vida do proletariado (salários, previdência e direitos sociais essenciais, como saúde, moradia, educação etc.). Como o sabe qualquer pessoa dotada de conhecimento político mínimo, a burguesia - qualquer burguesia, de qualquer lugar, em qualquer tempo - jamais se preocupou ou se preocupará com os trabalhadores como seres humanos, considerados por eles como simples máquinas que, infelizmente para eles, precisam de manutenção.

Mas no quadro da crise esta manutenção precisa, sob pena de desabar todo o edifício capitalista mundial, ser precarizada, mantidas apenas as gambiarras absolutamente indispensáveis. Concretamente, agora sem metáforas, a burguesia terá que reduzir ao mínimo do mínimo, como dissemos, o nível de vida geral dos trabalhadores. E atenção: um hipotético futuro governo Lula não poderá fazer isso. Em seus primeiros mandatos, Lula pôde distribuir benefícios - mínimos dos mínimos, é verdade - ao proletariado, mas preservando os enormes lucros dos capitalistas. Ele mesmo, Lula, garantiu que os capitalistas nunca tinham lucrado tanto quanto em seus governos. Segredo do cofre: os bens primários produzidos pela economia brasileira (ferro, soja, milho, laranja etc.) obtiveram em seus mandatos preços absolutamente estratosféricos no mercado mundial.

Bem, Lula pôde então servir um lauto banquete à burguesia (“o cara”, disse o simpático Obama), guardando as migalhas para o proletariado. Anote: hoje e em futuro previsível um governo Lula, ou qualquer governo brasileiro, não poderá servir sequer migalhas ao proletariado. Esta é a questão.

Em síntese, a burguesia não precisa de Lula e, ainda, não pode correr o risco de uma presidência Lula, imprestável e necessariamente inviabilizadora do nível de lucros que precisa para a própria sobrevivência do capital. Resultado: que Lula seja destruído. E assim foi feito. A própria sentença de Moro e sua confirmação pelos debiloides desembargadores da Quarta Região não pouparam esforços em humilhar, desqualificar, pisotear, achincalhar, injuriar o ex-presidente.

Em linguagem tão empolada quanto rasteira, ao nível do mais desqualificado dos bordeis frequentados pelos bacharéis do Império, os referidos rapazolas sequer tiveram o cuidado de observar os mais primários preceitos do direito penal burguês em vigência no país.

Mas se a candidatura Lula morreu, Lula não morreu. Nem o Partido dos Trabalhadores. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), como se sabe, já está divulgando a chamada a uma greve geral para o próximo 19 de fevereiro. Uma greve, é verdade, apenas declaratória, sem reivindicação concreta como condicionante de sua duração indeterminada, mas apenas demonstrativa de uma insatisfação. A exemplo de praticamente todas as greves do sindicalismo brasileiro pós-ditadura, um sindicalismo (praticado por todas as correntes do movimento sindical) ameno, democrático, de não confrontação, ao velho estilo reformista-gramsciano de “acumulação de forças e conquista de trincheiras culturais e ideológicas na guerra de posição”.

Bem, é o que há para o momento. De todo modo, o PT já prepara alternativas ao nome de Lula: Gleisi Hoffman, Fernando Haddad, Jacques Wagner, Tarso Genro e outros. E as outras forças reformistas e movimentistas que pretendem representar o proletariado brasileiro, como o PSOL e assemelhados, com absolutíssima certeza procurarão herdar, cada um para si, os votos de Lula. A hipótese de se juntarem todos em um boicote às eleições presidenciais - uma hipótese minimamente decente - jamais passaria pela cabeça de reformistas, gramscianos e trotsquistas. A história já o demonstrou à exaustão.

E a burguesia, por seu lado, não tem candidato até agora. Com a ausência de Lula do campo de disputa, o capitão Bolsonaro já não interessará à burguesia. A estupidez e a brutalidade do Trump brasileiro só interessaria à burguesia se fosse para uma luta contra Lula. Descartado Lula, descartado Bolsonaro. Mas há nomes na fila: o próprio juizeco Moro, Marina Silva e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa - todos eles aptos e capazes a tomarem corpo no período de transição como alternativas bonarpatistas-fascistas no período de aguçamento das lutas de classes.

Não cabe, pois, aos comunistas e a seus aliados atuais e futuros outra alternativa senão assumir como tarefa imediata e inadiável a de mergulhar com todas as forças neste quadro de aprofundamento das lutas e, nelas e através delas, constituir-se em alternativa revolucionária concreta.

Venceremos!!!

Segunda-feira, 29 de janeiro de 2017


Movimento Marxista Cinco de Maio (MM5)

Papa Francisco: contribuição dos estudos eclesiásticos para uma Igreja em saída missionária

Papa Francisco: contribuição dos estudos eclesiásticos para uma Igreja em saída missionária

Publicada a Constituição Apostólica "Veritatis gaudium" do Papa acerca das Universidades e Faculdades eclesiásticas. Francisco promove a renovação dos estudos católicos rumo a uma corajosa revolução cultural à luz da Tradição.

Papa em visita à Pontifícia Universidade Católica de Santiago do Chile (17-01-2018)

Cidade do Vaticano

“A alegria da verdade é expressão do desejo ardente que traz inquieto o coração de cada ser humano enquanto não encontra, habita e partilha com todos a Luz de Deus”: assim tem início a Constituição Apostólica Veritatis gaudium do Papa Francisco acerca das Universidade e as Faculdades eclesiásticas, publicada esta segunda-feira (29/01).

Síntese Veritatis gaudium

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“A verdade não é uma ideia abstrata, mas é Jesus, o Verbo de Deus, em quem está a Vida que é a Luz dos homens”, ressalta o texto, e “esta é a alegria que a Igreja, instada por Jesus, deve testemunhar e anunciar, sem interrupção e com uma paixão sempre nova, na sua missão”.

Renovação corajosa dos estudos eclesiásticos

No transformado contexto sociocultural a nível planetário, caracterizado por uma crise antropológica e socio-ambiental, o Santo Padre considera “urgente” uma “renovação sapiente e corajosa” dos estudos eclesiásticos, por uma mais incisiva missão nesta nova época da história como programaticamente proposta “na Evangelii gaudium”.

Universidades católicas por uma Igreja em saída

Partindo da exigência prioritária da transformação  missionária de uma Igreja “em saída” que deve envolver todo o Povo de Deus, o Pontífice evidencia que hoje os estudos eclesiásticos “não são somente chamados a oferecer lugares e percursos de formação qualificada dos presbíteros, das pessoas de vida consagrada e dos leigos engajados, mas constituem uma espécie de providencial laboratório cultural no qual a Igreja faz exercício da interpretação performativa da realidade que brota do evento de Jesus Cristo e que se alimenta dos dons da Sabedoria e da Ciência dos quais o Espírito Santo enriquece em várias formas todo o Povo de Deus: do sensus fidei fidelium ao magistério dos Pastores, do carisma dos profetas ao dos doutos e dos teólogos.

Revolução cultural à luz da Tradição

Trata-se de realizar uma mudança radical de paradigma, aliás, “uma corajosa revolução cultural” em que a rede mundial das Universidades e Faculdades eclesiásticas é chamada a levar a decisiva contribuição do fermento, do sal e da luz do Evangelho de Jesus Cristo e da Tradição viva da Igreja sempre aberta a novos cenários e a novas propostas, afirma Francisco.

Torna-se hoje cada vez mais evidente que “é necessária uma verdadeira hermenêutica evangélica para compreender melhor a vida, o mundo, os homens; não de uma síntese, mas de uma atmosfera espiritual de investigação e certeza fundamentada nas verdades da razão e da fé. A filosofia e a teologia permitem adquirir as convicções que consolidam e fortalecem o intelecto e iluminam a vontade... mas tudo isto só será fecundo, se for feito com a mente aberta e de joelhos”, afirma o Papa.

“O teólogo que se compraz com o seu pensamento completo e concluído é um medíocre. O bom teólogo e filósofo mantém um pensamento aberto, ou seja, incompleto, sempre aberto ao maius de Deus e da Verdade, sempre em fase de desenvolvimento.

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Descobrir Deus em cada homem

O Santo Padre indica 4 critérios de fundo para uma renovação e um relançamento da contribuição dos estudos eclesiásticos para uma Igreja em saída missionária: Antes de mais nada, critério prioritário e permanente é a contemplação e a introdução espiritual, intelectual e existencial no coração do querigma, ou seja, da feliz notícia, sempre nova e fascinante, do Evangelho de Jesus,  “que cada vez mais e melhor se vai fazendo carne»” na vida da Igreja e da humanidade.

Daí brota aquela fraternidade universal “que sabe ver a grandeza sagrada do próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe tolerar as moléstias da convivência agarrando-se ao amor de Deus, que sabe abrir o coração ao amor divino para procurar a felicidade dos outros como a procura o seu Pai bom”.

Daí o imperativo a escutar no coração e fazer ressoar na mente o clamor dos pobres e da terra,  para tornar concreta a “dimensão social da evangelização”  como parte integrante da missão da Igreja: porque “Deus, em Cristo, não redime somente a pessoa individual, mas também as relações sociais entre os homens”.

Diálogo com crentes e não crentes

Um segundo critério inspirador é o diálogo sem reservas: não como mera atitude tática, mas como exigência intrínseca para fazer experiência comunitária da alegria da Verdade e aprofundar o seu significado e implicações práticas. O que o Evangelho e a doutrina da Igreja estão atualmente chamados a promover, em generosa e franca sinergia com todas as instâncias positivas que fermentam o crescimento da consciência humana universal, é uma autêntica cultura do encontro,  antes – bem se poderia dizer – uma cultura do encontro entre todas as culturas autênticas e vitais, graças a um intercâmbio recíproco dos respetivos dons no espaço de luz desvendado pelo amor de Deus para todas as suas criaturas.

Unidade do saber diante de um pluralismo incerto e fragmentado

O terceiro critério fundamental é “a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade exercidas com sabedoria e criatividade à luz da Revelação”, segundo o princípio vital e intelectual da unidade do saber”, e isso também em relação ao fragmentado e não raro desintegrado panorama hodierno dos estudos universitários e ao pluralismo incerto, conflitual ou relativista, das convicções e das opções culturais.

O Papa cita Bento XVI quando na Caritas in veritate afirma que hoje há “uma carência de sabedoria, de reflexão, de pensamento capaz de realizar uma síntese orientadora».  Joga-se aqui, especificamente, a missão que está confiada ao sistema dos estudos eclesiásticos” a fim de que tenham uma “efetiva relevância cultural e humanizadora”.

Criar rede

O quarto e último critério diz respeito à necessidade urgente de “criar rede” entre as várias instituições que, em todas as partes do mundo, cultivam e promovem os estudos eclesiásticos, ativando decididamente as oportunas sinergias também com as instituições acadêmicas dos diferentes países e com as que se inspiram nas várias tradições culturais e religiosas, “dando vida simultaneamente a centros especializados de investigação com a finalidade de estudar os problemas de grandeza epocal que hoje investem a humanidade, chegando a propor pistas oportunas e realistas de resolução”.

Relançar a pesquisa

Ademais, Francisco afirma a grande exigência de dar um novo impulso à pesquisa científica em nossas Universidades e Faculdades eclesiásticas. Os estudos eclesiásticos não podem limitar-se  a transferir conhecimentos, competências, experiências aos homens e às mulheres de nosso tempo, desejosos de crescer em sua consciência cristã, mas devem adquirir a urgente tarefa de elaborar instrumentos intelectuais capazes de propor-se como paradigmas de ação e de pensamento, úteis ao anúncio num mundo marcado pelo pluralismo ético-religioso.

Teologia viva na fronteira

A teologia e a cultura de inspiração cristã estiveram à altura da sua missão quando souberam, de forma arriscada e fiel, viver na fronteira. O desafio de hoje é “um grande desafio cultural, espiritual e educativo que implicará longos processos de regeneração” também para as Universidades e as Faculdades eclesiásticas.

fonte vativanews

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Por que um casamento em pleno voo? Foi “irregular”? O próprio Papa nos explica

Por que um casamento em pleno voo? Foi “irregular”? O próprio Papa nos explica
  Redação da Aleteia | Jan 23, 2018

Osservatore Romano | AFP
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A celebração matrimonial que emocionou o mundo também gerou algumas perguntas. E o Papa Francisco as respondeu.
No voo de volta ao Vaticano após a visita apostólica do Papa Francisco ao Chile e ao Peru, não podia faltar de parte dos jornalistas alguma pergunta sobre o evento mais peculiar desta viagem: a celebração matrimonial dos comissários de voo Carlos e Paula a bordo do avião que levava o Papa rumo à cidade chilena de Iquique.

A questão apresentada por um dos jornalistas foi: de agora em adiante, o que o Papa recomendaria aos párocos e bispos quando os noivos lhes pedissem para celebrar seu casamento na praia, no bosque, num barco…?

E esta foi a resposta do Papa Francisco:
“Um de vocês me disse que eu estou louco por fazer estas coisas. Mas foi simples. O homem estava no primeiro voo. Ela não estava. Conversamos… Eu logo me dei conta de que ele tinha me sondado.

Falamos da vida, do que eu pensava sobre a vida da família. Realmente, uma conversa bonita. No dia seguinte estavam os dois. Quando tiramos as fotos, eles me disseram que estavam para se casar pela Igreja, que tinham se casado pelo civil, porque, no dia anterior – parece que eles eram de uma cidade pequena – a igreja tinha ficado destruída pelo terremoto. Não houve o matrimônio. E isto faz 8 ou 10 anos.

‘Ah, amanhã nos casamos’… Depois a vida, chega uma filha, depois a outra filha… ‘Nós sempre tivemos esse desejo no coração, mas não nos casamos’. Eu os interroguei um pouco e as respostas eram claras: para toda a vida. ‘E como vocês sabem estas coisas? Têm boa memória do catecismo?’. ‘Não, não, não. Nós fizemos os cursos de noivos’. Eles estavam preparados. Digo aos párocos que eles estavam preparados e eu julguei que estavam preparados.

Eles me pediram. Os sacramentos são para as pessoas e eu vi que as condições eram claras. E por que não fazer hoje o que pode ser feito hoje? Para que deixar para amanhã? Porque ‘amanhã’ talvez pudessem ser mais 8 anos. Esta é a resposta. Porque eu julguei que eles estavam preparados e sabiam o que estavam fazendo. Um deles também se preparou diante do Senhor com o sacramento da penitência. E eu fiz a cerimônia. Quando chegaram aqui, tudo estava pronto e eles se casaram.

Me contaram que eles tinham dito a alguém: ‘Vamos pedir para o Papa nos casar’. Não sei se era verdade ou não essa intenção. Mas aconteceu desse jeito. Digam aos párocos que o Papa os interrogou bem e eles disseram que tinham feito o curso… E eram conscientes de que estavam numa situação irregular”.

Além disso, o próprio Carlos, o comissário recém-casado, já tinha relatado o que o Papa Francisco lhes dissera sobre o porquê de presidir ao matrimônio:

“Este é o Sacramento que faz falta no mundo, o do matrimônio. Eu desejo que isto motive outras pessoas a celebrarem o matrimônio”.

A polêmica em torno ao verbo “casar”
Por fim, mais um esclarecimento é relevante neste contexto. É que em diversos veículos católicos de informação, levantou-se a polêmica em torno ao uso do verbo “casar” nos relatos que afirmavam que “o Papa casou dois tripulantes”.

Para ficar por dentro desta interessante discussão, confira o seguinte artigo:

A polêmica do verbo “casar”: afinal, o Papa casou ou não casou os tripulantes?

Quinze anos

POR Mara Narciso

Uma década e meia, já. Ninguém faz bolo com velas para homenagear alguém desaparecido há quinze anos. Debutar é apresentar-se pela primeira vez na vida social. O oposto daqui. No dia 28 de janeiro de 2003, Milena Narciso, a minha mãe, saiu do nosso convívio. Apenas com detalhada retrospectiva dos fatos, revejo os sinais sutis, de coisa pouca, quase nada, que indicavam que algo sério acontecia dentro do seu cérebro. 

Contava daquela impressão que lhe acontecia, talvez à mesma hora da manhã, uma dor de cabeça, uma leve fraqueza. Seria uma hipoglicemia? “Vou comer alguma coisa antes de vir o sintoma. Talvez não aconteça”. O médico cardiologista falou que seria stress. Foi quando houve o estranhamento de não saber onde estava. Falei: Mãe, você passa de carro e no sentido inverso. Agora, a pé e voltando, a avenida lhe pareceu outra. E a irritabilidade? Perdeu a serenidade. Então, a reprise do desconhecimento do lugar, precedido pela dificuldade em ler e escrever. Trocava as palavras. Não conseguia contar um fato, desconhecia pessoas próximas. A tomografia mostrou uma “mancha” cerebral, talvez uma isquemia. 

“Eu não acredito nisso. Tem ‘uma coisa’ aqui dentro”. Então, ela passou mal, teve uma forte dor de cabeça, que simulava um AVC [Acidente Vascular Cerebral, antigo derrame] hemorrágico. Foi submetida à cirurgia cerebral. A biópsia deu negativa. Isso nos encheu de esperança. Recuperou-se, voltou a andar, foi a Belo Horizonte, fez a Ressonância Nuclear Magnética, e o tumor estava lá, esparramando-se. Milena falou: “se tenho uma chance, eu quero tentar”. Da segunda operação - duas cirurgias em 19 dias -, ela não mais voltou a si. Teve outra hemorragia cerebral, entrou em coma profundo, ficou no respirador e morreu quatro dias depois, aos 68 anos.

Mãe foi uma mulher com fácil raciocínio matemático, observadora, expressando-se com facilidade, lembrando-se de cada palavra e circunstância. Esquerdista, contida, não conformada, fazia o gênero rebelde calada. 

Após o ensino médio, fora da escola por 15 anos, voltou a estudar, e, após um ano de cursinho passou no vestibular, formando-se aos 40 anos na 1ª turma da Faculdade de Medicina do Norte de Minas. Deixou a turma jovem para trás. Seu currículo foi o melhor, recebendo o Prêmio Carlos Chagas. Mudou a vida dela e a nossa. Trabalhou como ginecologista e obstetra durante 28 anos na Santa Casa de Montes Claros. Estava ativa, fazendo cursos, estudando, e apta para mais alguns anos de profissão, mas o Glioblastoma Multiforme, tumor dos tecidos de sustentação do cérebro, explodiu e a matou em 32 dias.

Milena me mostrou muitos bons caminhos. Ler, estudar, aprender era com ela. Responsável, cautelosa, humana, foi uma mulher vitoriosa, aquela pessoa confiável, que tinha crédito total comigo e os demais. Quer vitória maior do que esta? Só mentia quando afirmava gostar dos três filhos de maneira igual, pois gostava mais de Helder. Inesquecível como quase toda mãe, pelo menos duas vezes ao ano, nos aniversários de nascimento e de morte, eu faço minhas lamentações, rendo-lhe homenagens e cito seus feitos. Foram muitos e não conseguirei lhe fazer justiça, pois acabo me lembrando dos mesmos fatos. Passou exemplos e ensinamentos. Um deles: se um alfinete não é seu, nem olhe, largue onde está.

Apreciadora de viagens, Milena era pessoa de hábitos simples, gostava de comer degustando e nada a atrapalhava de dormir. Era a primeira a chegar para acudir quem dela precisasse. E chegava resolvendo. A minha mãe foi sim uma mulher inteligente e bonita, coisa que não deveria ter - pois não sou uma criança e não confundo as coisas -, mas tem tudo a ver com a bondade que ela distribuía.

20 de janeiro de 2018

domingo, 14 de janeiro de 2018

Papa incentiva sacerdotes a cuidar dos momentos de silêncio durante a Missa

Papa incentiva sacerdotes a cuidar dos momentos de silêncio durante a Missa

Queridos irmãos e irmãs, a celebração da missa deve ter vários momento de silencio interior para que toda liturgia se penetre no nosso coração. O sacerdote deve ser um homem de oração e que não tenha pressa de ler, de proclamar e de orar, pois toda liturgia torna um fato espiritual que nos faz estar unido a ele para caminhar nesta jornada rumo ao céu. (Jose Benedito Schumann Cunha)


VATICANO, 10 Jan. 18 / 08:30 am (ACI).- Em sua catequese nesta quarta-feira, 10 de janeiro, durante a Audiência Geral celebrada na Sala Paulo VI do Vaticano, o Papa Francisco refletiu sobre a importância do silêncio na liturgia da celebração eucarística e convidou os sacerdotes a cuidar desses momentos.

“Recomendo vivamente aos sacerdotes que observem o momento de silêncio e não terem pressa. Oremos para que se faça silêncio; sem ele, corremos o risco de subestimar o recolhimento da alma”.

O Santo Padre meditou sobre o canto do Glória e a oração da coleta na celebração da Missa e centrou-se no significado dos momentos de silêncio.

“Na liturgia, a natureza do silêncio depende do momento específico”, afirmou. Explicou que, durante o ato penitencial, esse silencia ajuda ao recolhimento, enquanto após a leitura ou depois da homilia, o silêncio convida a meditar brevemente sobre aquilo que se escutou. Do mesmo modo, após a comunhão, o silêncio favorece a oração interior de agradecimento.

Por outra parte, “antes da oração inicial, o silêncio nos ajuda no recolhimento, a pensarmos no porquê estamos ali”.


O Santo Padre destacou a importância de escutar nossa alma e de abri-la depois ao Senhor: “Talvez tenhamos tido dias de cansaço, de alegria, de dor e queremos compartilhar com o Senhor e pedir sua ajuda, ou pedir-lhe que permaneça perto de nós”.

Pode ser que “queiramos pedir por familiares ou amigos doentes, ou que estejamos atravessando provações difíceis”, ou simplesmente “pedir-lhe pela Igreja e pelo mundo. Para isto serve o breve silêncio antes que o sacerdote, reunindo as preces de cada um, expresse em voz alta em nome de todos a comum oração que conclui os ritos de introdução com a ‘coleta’ das intenções dos fiéis”.

“O silêncio – continuou – não se reduz à ausência de palavras, mas na disposição a escutar outras vozes: a de nosso coração e, sobretudo, a voz do Espírito Santo”.

“Precisamente, do encontro entre a miséria humana e a misericórdia divina ganha vida a gratidão expressa no ‘Glória’, ‘hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro’”, explicou o Pontífice citando o Missal Romano.

“Podemos dizer que o ‘Glória’, cantado ou recitado no domingo, exceto nos tempos do Advento e da Quaresma, e nas solenidades e festas, constitui uma abertura da terra ao céu, em resposta à inclinação do céu à terra”.

Recordou que “após o ‘Glória’, ou, quando não há este, logo após o Ato penitencial, a oração toma a forma particular na oração chamada ‘coleta’, por meio da qual se expressa o caráter próprio da celebração, variável em função do dia ou do tempo do ano”.

Além disso, destacou que “o Ato penitencial nos ajuda a nos despojarmos de nossas presunções e a nos apresentarmos diante de Deus como realmente somos, conscientes de ser pecadores, na esperança de ser perdoados”.

“Com o convite ‘Oremos’, o sacerdote nos exorta o povo a se recolher com ele em um momento de silêncio, a fim de tomar consciência de estar na presença de Deus e fazer emergir, no próprio coração, as intenções pessoais com as quais participa da Missa”.

Finalmente, convidou a que este silêncio reflexivo se estenda para além da Missa. “No rito romano, as oração são concisas, mas ricas de significado”. Por isso, incentivou a “voltar a meditar sobre os textos fora da Missa”, pois “pode nos ajudar a aprender como nos dirigirmos a Deus, o que pedir-lhe e quais palavras usar”.

fonte: ww.acidigital.com/noticias/papa-incentiva-sacerdotes-a-cuidar-dos-momentos-de-silencio-durante-a-missa-11073/

mensagem do papa para o dia mundial do migrante e do refugiado

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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO 2018
[14 de janeiro de 2018]
“Acolher, proteger, promover e integrar
os migrantes e os refugiados”

Queridos irmãos e irmãs!
«O estrangeiro que reside convosco será tratado como um dos vossos compatriotas e amá-lo-ás como a ti mesmo, porque foste estrangeiro na terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus» (Lv 19, 34).
Repetidas vezes, durante estes meus primeiros anos de pontificado, expressei especial preocupação pela triste situação de tantos migrantes e refugiados que fogem das guerras, das perseguições, dos desastres naturais e da pobreza. Trata-se, sem dúvida, dum «sinal dos tempos» que, desde a minha visita a Lampedusa em 8 de julho de 2013, tenho procurado ler sob a luz do Espírito Santo. Quando instituí o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, quis que houvesse nele uma Secção especial (colocada temporariamente sob a minha guia direta) que expressasse a solicitude da Igreja para com os migrantes, os desalojados, os refugiados e as vítimas de tráfico humano.
Cada forasteiro que bate à nossa porta é ocasião de encontro com Jesus Cristo, que Se identifica com o forasteiro acolhido ou rejeitado de cada época (cf. Mt 25, 35.43). O Senhor confia ao amor materno da Igreja cada ser humano forçado a deixar a sua pátria à procura dum futuro melhor.[1] Esta solicitude deve expressar-se, de maneira concreta, nas várias etapas da experiência migratória: desde a partida e a travessia até à chegada e ao regresso. Trata-se de uma grande responsabilidade que a Igreja deseja partilhar com todos os crentes e os homens e mulheres de boa vontade, que são chamados a dar resposta aos numerosos desafios colocados pelas migrações contemporâneas com generosidade, prontidão, sabedoria e clarividência, cada qual segundo as suas possibilidades.
A este respeito, desejo reafirmar que «a nossa resposta comum poderia articular-se à volta de quatro verbos fundados sobre os princípios da doutrina da Igreja: acolher, proteger, promover e integrar».[2]
Considerando o cenário atual, acolher significa, antes de tudo, oferecer a migrantes e refugiados possibilidades mais amplas de entrada segura e legal nos países de destino. Neste sentido, é desejável um empenho concreto para se incrementar e simplificar a concessão de vistos humanitários e para a reunificação familiar. Ao mesmo tempo, espero que um número maior de países adote programas de patrocínio privado e comunitário e abra corredores humanitários para os refugiados mais vulneráveis. Além disso seria conveniente prever vistos temporários especiais para as pessoas que, escapando dos conflitos, se refugiam nos países vizinhos. As expulsões coletivas e arbitrárias de migrantes e refugiados não constituem uma solução idónea, sobretudo quando são feitas para países que não podem garantir o respeito da dignidade e dos direitos fundamentais.[3] Volto a sublinhar a importância de oferecer a migrantes e refugiados um primeiro alojamento adequado e decente. «Os programas de acolhimento difundido, já iniciados em várias partes, parecem facilitar o encontro pessoal, permitir uma melhor qualidade dos serviços e oferecer maiores garantias de bom êxito».[4] O princípio da centralidade da pessoa humana, sustentado com firmeza pelo meu amado predecessor Bento XVI,[5]obriga-nos a antepor sempre a segurança pessoal à nacional. Em consequência, é necessário formar adequadamente o pessoal responsável pelos controlos de fronteira. A condição de migrantes, requerentes de asilo e refugiados exige que lhes sejam garantidos a segurança pessoal e o acesso aos serviços básicos. Em nome da dignidade fundamental de cada pessoa, esforcemo-nos por preferir outras alternativas à detenção para quantos entrem no território nacional sem estar autorizados.[6]
O segundo verbo, proteger, conjuga-se numa ampla série de ações em defesa dos direitos e da dignidade dos migrantes e refugiados, independentemente da sua situação migratória.[7] Esta proteção começa na própria pátria, consistindo na oferta de informações certas e verificadas antes da partida e na sua salvaguarda das práticas de recrutamento ilegal.[8] Tal proteção deveria continuar, na medida do possível, na terra de imigração, assegurando aos migrantes uma assistência consular adequada, o direito de manter sempre consigo os documentos de identidade pessoal, um acesso equitativo à justiça, a possibilidade de abrir contas bancárias pessoais e a garantia duma subsistência vital mínima. Se as capacidades e competências dos migrantes, requerentes de asilo e refugiados forem devidamente reconhecidas e valorizadas, constituem verdadeiramente uma mais-valia para as comunidades que os recebem.[9] Por isso, espero que, no respeito da sua dignidade, lhes seja concedida a liberdade de movimento no país de acolhimento, a possibilidade de trabalhar e o acesso aos meios de telecomunicação. Para as pessoas que decidam regressar ao seu país, sublinho a conveniência de desenvolver programas de reintegração laboral e social. A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança oferece uma base jurídica universal para a proteção dos menores migrantes. É necessário evitar-lhes qualquer forma de detenção por motivo da sua situação migratória, ao mesmo tempo que lhes deve ser assegurado o acesso regular à instrução primária e secundária. Da mesma forma, é preciso garantir-lhes a permanência regular ao chegarem à maioridade e a possibilidade de continuarem os seus estudos. Para os menores não acompanhados ou separados da sua família, é importante prever programas de custódia temporária ou acolhimento.[10] No respeito pelo direito universal a uma nacionalidade, esta deve ser reconhecida e devidamente certificada a todos os meninos e meninas no momento do seu nascimento. A situação de apátrida, em que às vezes acabam por se encontrar migrantes e refugiados, pode ser facilmente evitada através duma «legislação sobre a cidadania que esteja em conformidade com os princípios fundamentais do direito internacional».[11] A situação migratória não deveria limitar o acesso aos sistemas de assistência sanitária nacional e de previdência social, nem à transferência das respetivas contribuições em caso de repatriamento.
Promover significa, essencialmente, empenhar-se por que todos os migrantes e refugiados, bem como as comunidades que os acolhem, tenham condições para se realizar como pessoas em todas as dimensões que compõem a humanidade querida pelo Criador.[12] Dentre tais dimensões, seja reconhecido o justo valor à dimensão religiosa, garantindo a todos os estrangeiros presentes no território a liberdade de profissão e prática da religião. Muitos migrantes e refugiados possuem competências que devem ser devidamente certificadas e avaliadas. Visto «o trabalho humano, pela sua natureza, estar destinado a unir os povos»,[13] encorajo a que se faça tudo o possível para se promover a integração socio-laboral dos migrantes e refugiados, garantindo a todos – incluindo os requerentes de asilo – a possibilidade de trabalhar, percursos de formação linguística e de cidadania ativa e uma informação adequada nas suas línguas originais. No caso de menores migrantes, o seu envolvimento em atividades laborais precisa de ser regulamentado de modo a que se evitem abusos e ameaças ao seu crescimento normal. Em 2006, Bento XVIsublinhava como a família, no contexto migratório, é «lugar e recurso da cultura da vida e fator de integração de valores».[14] A sua integridade deve ser sempre promovida, favorecendo a reunificação familiar – incluindo avós, irmãos e netos – sem nunca o fazer depender de requisitos económicos. No caso de migrantes, requerentes de asilo e refugiados portadores de deficiência, deve ser assegurada maior atenção e apoio. Embora considerando dignos de louvor os esforços feitos até agora por muitos países em termos de cooperação internacional e assistência humanitária, espero que, na distribuição das respetivas ajudas, se considerem as necessidades (como, por exemplo, de assistência médica e social e de educação) dos países em vias de desenvolvimento que acolhem fluxos enormes de refugiados e migrantes e de igual modo se incluam, entre os beneficiários, as comunidades locais em situação de privação material e vulnerabilidade.[15]
O último verbo, integrar, situa-se no plano das oportunidades de enriquecimento intercultural geradas pela presença de migrantes e refugiados. A integração não é «uma assimilação, que leva a suprimir ou a esquecer a própria identidade cultural. O contacto com o outro leva sobretudo a descobrir o seu “segredo”, a abrir-se para ele, a fim de acolher os seus aspetos válidos e contribuir assim para um maior conhecimento de cada um. Trata-se de um processo prolongado que tem em vista formar sociedades e culturas, tornando-as cada vez mais um reflexo das dádivas multiformes de Deus aos homens».[16] Este processo pode ser acelerado pela oferta de cidadania, independentemente de requisitos económicos e linguísticos, e por percursos de regularização extraordinária para migrantes que possuam uma longa permanência no país. Insisto mais uma vez na necessidade de favorecer em todos os sentidos a cultura do encontro, multiplicando as oportunidades de intercâmbio cultural, documentando e difundindo as «boas práticas» de integração e desenvolvendo programas tendentes a preparar as comunidades locais para os processos de integração. Tenho a peito sublinhar o caso especial dos estrangeiros forçados a deixar o país de imigração por causa de crises humanitárias. Estas pessoas necessitam que lhes seja assegurada uma assistência adequada para o repatriamento e programas de reintegração laboral na sua pátria.
De acordo com a sua tradição pastoral, a Igreja está disponível para se comprometer, em primeira pessoa, na realização de todas as iniciativas propostas acima, mas, para se obter os resultados esperados, é indispensável a contribuição da comunidade política e da sociedade civil, cada qual segundo as próprias responsabilidades.
Durante a Cimeira das Nações Unidas, realizada em Nova Iorque em 19 de setembro de 2016, os líderes mundiais expressaram claramente a vontade de se empenhar a favor dos migrantes e refugiados para salvar as suas vidas e proteger os seus direitos, compartilhando tal responsabilidade a nível global. Com este objetivo, os Estados comprometeram-se a redigir e aprovar até ao final de 2018 dois acordos globais (Global Compacts), um dedicado aos refugiados e outro referente aos migrantes.
Queridos irmãos e irmãs, à luz destes processos já iniciados, os próximos meses constituem uma oportunidade privilegiada para apresentar e apoiar as ações concretas nas quais quis conjugar os quatro verbos. Por isso, convido-vos a aproveitar as várias ocasiões possíveis para partilhar esta mensagem com todos os atores políticos e sociais envolvidos – ou interessados em participar – no processo que levará à aprovação dos dois acordos globais.
Neste dia 15 de agosto, celebramos a solenidade da Assunção de Maria Santíssima ao Céu. A Mãe de Deus experimentou pessoalmente a dureza do exílio (cf. Mt 2, 13-15), acompanhou amorosamente o caminho do Filho até ao Calvário e agora partilha eternamente da sua glória. À sua materna intercessão confiamos as esperanças de todos os migrantes e refugiados do mundo e as aspirações das comunidades que os acolhem, para que todos, no cumprimento do supremo mandamento divino, aprendamos a amar o outro, o estrangeiro, como a nós mesmos.
Vaticano, 15 de agosto de 2017
Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria

FRANCISCO

[1] Cf. Pio XII, Constituição apostólica Exsul Familia, Titulus Primus, I.
[3] Cf. Intervenção do Representante Permanente da Santa Sé na CIII Sessão do Conselho da OIM (26 de novembro de 2013).
[5] Cf. Carta encíclica Caritas in veritate, 47.
[6] Cf. Intervenção do Observador Permanente da Santa Sé na XX Sessão do Conselho dos Direitos Humanos (22 de junho de 2012).
[7] Cf. Bento XVI, Carta encíclica Caritas in veritate, 62.
[12] Cf. Paulo VI, Carta encíclica Populorum progressio, 14.
[13] João Paulo II, Carta encíclica Centesimus annus, 27.

Mestre, onde moras? Esta é a pergunta que devemos fazer a Jesus

Mestre, onde moras? Esta é a pergunta que devemos fazer a Jesus

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Queridos irmãos e irmãs, após o período do Natal do Senhor, nós entramos na liturgia do Tempo Comum. As leituras de hoje vamos notar o inicio da vida publica de Jesus e o encontros com os primeiros discípulos.

A liturgia desse domingo nos fala do chamado de Deus que faz a cada pessoa.

Ao escutamos a leitura do livro 1 Samuel, percebemos o chamado de Samuel no silencio da noite, ele se encontra com Deus após ouvir três vezes. A inibitiva do chamado é de Deus, e gratuita e misteriosa. 

O profeta se torna profeta porque escutou o chamado de Deus para cumprir uma missão. Percebe-se que este chamado foi a noite longe das preocupações diárias que nos faz surdos para  escutar Deus. De primeiro momento ele não reconhece, mas com a ajuda do sacerdote Ele, Samuel deixa Deus falar a ele. Deus não desiste da pessoa e sempre nos chama. Deus nos dá desafios e com a sua graça cada vence e supera as dificuldades da missão. (1Sm 3,3b-10-19)

Na primeira carta de São Paulo aos coríntios, ele afirma que pelo batismo o cristão se encontrou com Cristo e ai se tornou um templo vivo do Espirito Santo, portanto não devemos manchar e profanar esse templo. Cada um de nós devemos ver o que está a fazer para esse corpo esteja a serviço de Cristo, sendo assim um templo onde Deus sempre nos fala. (cf. 1Cor 6,13c-15a.17-20)

O evangelista São João narra o encontro dos primeiros discípulos com Jesus. Vemos que a vocação nasce pelo testemunho de João Batista que indica quem é Cristo. Ele é o cordeiro de Deus que vai sacrificar por todos. Ninguém chega a Jesus sozinho. Sempre precisa ser anunciado por alguém. Eles ficam longe e tímido de aproximar de Cristo. Mas Jesus os interroga com uma pergunta o que queres? Eles respondem onde moras? Então Jesus fala vem e vede. Então é preciso que façamos a experiência com Ele para que possamos seguí-LO.

Assim que a gente fica sabendo quem é Cristo, nós tornamos missionário para que Jesus seja conhecido em todos os lugares. Como André e Felipe, nós devemos chamar mais gente para estar com Jesus e permanecer com Ele, pois é o único que nos preenche o nosso vazio existencial. . (cf. Jo 1,35-42)

Que esta liturgia de hoje nos ajude a ouvir Deus no nosso recolhimento interior e fazer a experiência de estar e permanecer com Jesus, depois ser missionário Dele em todos lugares.
Tudo por Jesus nada sem Maria 

Bacharel em Teologia e filosofo Jose Benedito Schumann Cunha

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Devoção a Nossa Senhora de Lourdes em MOC inicia com generosidade da Família Brant

O bairro que teve por muito tempo como morador Zé Coco do Riachão (1912-1998) celebrará em fevereiro de 2018 a festa da sua padroeira: Nossa Senhora de Lourdes (11/02), protetora dos enfermos. Em um mundo doente de espírito humano e religioso, a Comunidade Nossa Senhora de Lourdes da Paróquia Nossa Senhora da Consolação de Montes Claros festejará, de 1º a 11 de fevereiro, com sua vizinhança de fé encarnada na realidade social contemporânea o tema “Como Maria, somos leigos e leigas disponíveis e alegres à missão recebida” e lema “Aonde Deus o enviar, aí você precisa dar frutos”, em uma clara alusão ao Ano Nacional do Laicato, proclamado pelo papa Francisco para este ano, e à missionariedade do Evangelho, da Igreja em saída, do Livro do Êxodo, sempre a caminho, em peregrinação constante.

Na cartilha produzida e divulgada em agosto de 2016, comemorativa dos 50 anos da Paróquia, os fieis da Comunidade do Bairro de Lourdes relataram, com muita devoção, a sua história de fraternidade. “A história da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes começa com a doação de um terreno para a construção de uma capela. A generosa doação foi feita pela família Brant, que possuía a maior parte dos terrenos do Bairro de Lourdes”, introduziam os animadores da cartilha do Jubileu de Ouro Paroquial.

“Atendendo a um pedido dos doadores que sempre foram fervorosos devotos da Virgem de Lourdes, a comunidade nomeou como padroeira da capela Nossa Senhora de Lourdes”, acrescentavam os leitores. O quinto bispo diocesano de Montes Claros (1956-1988), dom José Alves Trindade (1912-2005), presidiu a solenidade de lançamento da pedra fundamental de construção da igreja eclesial comunitária. “A pedra fundamental da igreja foi inaugurada solenemente em 1972, com a missa presidida pelo saudoso dom José Alves Trindade. A partir de então, toda a comunidade se uniu e empenhou-se muito na construção da igreja. Se formos listar os nomes dos primeiros colaboradores, poderíamos cometer a injustiça de nos esquecermos de algum. Contudo, temos a certeza de que todos estão gravados no Imaculado Coração de Maria e que Ela já os levou ao seu amado Filho”, enobreciam os leitores da cartilha celebrativa do Jubileu de Ouro Paroquial.

Os leitores enumeraram as pedras na caminhada da igreja de bairro. “Enfrentamos muitas dificuldades desde o início, mas contamos também com iniciativas criativas que foram surgindo na comunidade para angariar fundos para a construção, cada um colaborando como podia. Foram feitas inúmeras celebrações, quando a capela possuía somente as paredes levantadas e céu estrelado como teto. Naquela época, todos participavam de pé, mas firmes e com os corações esperançosos de que um dia veriam a capela pronta como gostariam. Jamais poderemos nos esquecer da providencial e valorosa ajuda do padre Antônio Carlos da Silva que, com muito empenho, organizou, orientou e deu início às primeiras pastorais em nossa comunidade. Ele tinha um carinho especial pelo grupo Jovens Unidos à Virgem de Lourdes (Juvil) que, com as primeiras pastorais organizadas, dedicaram-se para concluir a igreja. Todos juntos trabalharam com afinco e amor”, garantiam os leitores da Comunidade. 

Era a época dos mutirões comunitários. O operariado religioso se unia, esquecia do Estado e fazia, por si só, os degraus concretos para erguer o Reino de Deus aqui nesta terra. A sociedade contemporânea já encontra meios de subsistência de seguir em frente, sem o atravessador chamado Estado, e desejar a tão sonhada sociedade libertária preconizada por Jesus, O Cristo.

Karl Marx (1818-1883) alertava em seu texto “Crítica ao Programa de Gotha”: “O Estado é quem necessita receber do povo uma educação muito severa”. E indicava: enquanto não acabarmos com a distância entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, as diferenças entre as classes sociais permanecerão gritantes. Observe como uma cerimônia religiosa agrega tão bem o serviço manual (rituais durante a celebração) e o serviço intelectual (reflexão de textos bíblicos). Os fieis ficam ao mesmo tempo proativos e focados. Será mesmo?  

POR Coletivus Urbanus


De acordo com informações do Google, a igreja de Nossa Senhora de Lourdes fica à Avenida Ampére, 299, Monte Alegre, em Montes Claros, Norte de Minas Gerais, CEP 39.401-496. Na localidade, também se encontra a Casa do Artesão. (Crédito da Imagem para Reprodução do Google de imagem de outubro de 2012)

Crédito da Imagem para Adriana Lisboa/G1

Crédito da Imagem para Reprodução 

domingo, 7 de janeiro de 2018

Em rito de batismo, Papa permite amamentação de bebês na Capela Sistina

Em rito de batismo, Papa permite amamentação de bebês na Capela Sistina


Queridos irmãos e irmas, a Igreja hoje celebra no Brasil Dia da Epifania do Senhor quando os Reis Magoe=s levam presentes preciosos ao menino que para Ele é o novo Rei de Israel que nasce, mas para nós é o Cristo, O rei dos Reis. 

Este episodio é muito imotante para todos Jesus é reconhecido com Rei que vem para traze a paz , isso não é só para os judeus mas para todo homem que queira fazer uma experiencia de encontrá-lo. Jesus está sempre de braços abertos, esperando que nos vamos ao encontro com Ele. Quem faz essa experiencia nunca mais quer ficar longe Dele, pois Ele é o único que nos dá segurança e não falha nunca. Nós devemos levar esse tesouro a outros que não conhece ou fica cego diante de outras alternativas da vida que passa. Muitos mergulham na vaidade, no ter, na ostentação, no prazer, na matéria e na descrença.
Hoje a Igreja de roma celebrou o Batismo do Senhor, Jesus se deixa a ser batizado para nos mostrar que o Batismos é a consagração do ungido de Deus que vem para anunciar a boa boa do Pai na força do Espirito Santo. Nós somos batizados para sepultar em Cristo o pecado original que não nos deixa estar com Jesus, Com Deus Pai e nem ser guiado pelo Espirito Santo. O cristão batizado é convidado e impelido a ser missionário, ser discípulo da esperança, do amor, do perdão, da misericórdia e da paz. (bacharel em Teologia e Filósofo Jose B. Schumann Cunha)

Francisco batizou 34 crianças neste domingo
   
POR REUTERS 07/01/2018 14:30 / atualizado 07/01/2018 14:57

Papa Francisco conduz cerimônia de batismo na Capela Sistina e permite amamentação caso crianças sintam fome - HO / AFP
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CIDADE DO VATICANO - O Papa Francisco batizou 34 crianças durante uma grande cerimônia na Capela Sistina neste domingo e disse às mães que poderiam sentir-se livres para amamentar os bebês ali se eles tivessem fome. Durante a cerimônia, que durou mais de duas horas, Francisco batizou 18 meninas e 16 meninos, incluindo dois pares de gêmeos.

— Se eles começam com um concerto (de choros), ou se estão incomodados, ou com calor, ou não se sentem bem, ou têm fome... Amamentem-os, não tenham medo, alimentem-os porque isso também é linguagem de amor — disse o Papa em uma homilia improvisada.

LEIA MAIS: Mães negras fazem ensaio fotográfico contra tabus da amamentação

Vídeo com produto que esconde amamentação revolta mães

Pesquisa rebate tese de que amamentação reduz risco de asma no bebê

As mulheres ainda enfrentam demonstrações de desgosto em alguns países por amamentarem seus filhos em público, embora a atitude esteja mudando.

O Papa já fez comentários similares em cerimônias passadas. Imagens de televisão mostraram ao menos uma mãe alimentando seu bebê com uma mamadeira.

O batismo papal é um evento anual restrito a filhos de funcionários do Vaticano ou da diocese de Roma.



fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/2018/01/07/582327-em-rito-de-batismo-papa-permite-amamentacao-de-bebes-na-capela-sistina