ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

domingo, 28 de outubro de 2018

Show de Beu Viana

POR Mara Narciso
médica endocrinologista e jornalista
 
Num sábado à tarde, entrei na sapataria em frente ao Chopp Time, no Ibituruna Center Shopping. Passei com os olhos e ouvidos esticados para um moço que tocava e cantava sobre um pequeno tablado. Foi a primeira vez que o vi cantar, e de cara percebi ser impossível ficar indiferente à presença e voz de Beu Viana. A sua maneira de se expressar é peculiar e única, e essa característica é clara desde a primeira audição. Fiquei atenta àquele fundo musical de repertório catado no melhor baú. Ao sair da loja, dei um tchau acompanhado de um sorrisão satisfeito. Era meu sinal de rasgada aprovação.
 
Outra vez foi no casamento de Rodrigo Marques e Lívia Sales, quando eu me desmanchei ouvindo sua banda cantar rock. O Tatarana Trio tem também Rafael Carneiro Lobão na bateria e vocais e Júlio Gonçalves no baixo e apresenta shows com repertório dos Beatles e Roberto Carlos, mais puxado para o rock. Segundo Alana Freitas do jornal "Gazeta Norte-Mineira", em 25 de agosto de 2017, a banda é considerada uma das mais técnicas no cenário atual de rock em Montes Claros e região”.
 
Registrado como Frederico Viana Pinheiro, Beu Viana, aos 40 anos, toca um violão e guitarra maravilhosos, aprendido em sua cidade natal, Porteirinha. Lá fez sua primeira apresentação musical, ainda menino, e foi se aperfeiçoando como músico. Fez Direito na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), torce pelo Cruzeiro, tem dois cachorros, mora no Bairro Morada do Parque e faz apresentações na Feirinha NaMorada. O “Samba Decantando” é uma música de sua autoria.
 
Na carreira solo, apresenta-se nos bares da cidade, seguindo uma agenda preestabelecida. No Twitter, se diz músico e poeta e convida para seus shows. Os locais mais recentes foram Degrau's, Bar dos Amigos - no sábado com Clássicos do Samba, Ana Terra Gastrobar e Agave.
 
Quando se vê a estrutura física do cantor, pode-se pensar que faça esforço para cantar e tocar, o que não ocorre. É exímio no dedilhar das cordas e cantar lhe é tão fácil, que desempenho e imagem se casam harmoniosamente. Seu natural é ser natural, e quando canta, incorpora os cantores de cada música que interpreta, de uma forma indescritível. Ao mesmo tempo em que veste parte da voz do cantor original, buscando a entonação de quem a gravou, simultaneamente canta de um jeito novo e cativante. Nem imagino como faz isso, o que se traduz em festa para quem o assiste.
 
Aparentemente contido, sua melhor comunicação é o canto, mas já elogiei poema dele. Numa entrevista dada a Ricardo Guimarães no Programa Viola, em 2015, Beu fala das inúmeras influências que sofre, ainda que tenha suas preferidas. Em seus shows, passeia por todos os bons ritmos, como MPB, Roberto Carlos, Raul Seixas, Clube da Esquina, Tropicália, Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, Rock e Pop Internacional.
 
Atende pedidos, inventa um roteiro, enquanto, da sua boa memória, brotam letras exatas e ótima pronúncia, quando canta em Inglês. De um jeito simples, apresentando músicas autorais e antigas - reclamam disso, mas “cantar música de velho, eu imputei como elogio”, diz Beu, acostumado ao assédio da plateia, que não lhe deixa sossegar, aplaudindo e indo ao palco elogiá-lo.
 
E quem o vê assim, concentrado, rosto virado para um lado e olhos semicerrados, cantando música nordestina, como a maravilhosa “Lamento Sertanejo” de Gilberto Gil e Dominguinhos, não imagina que ele já se fez acompanhar pela Orquestra Sinfônica de Montes Claros. Foi na Festa de Natal de 2013, quando também cantou “Sal da Terra”, de Beto Guedes e Fernando Brant.
 
No sábado, dia 13 de outubro, estivemos no Ana Terra Gastrobar, na Vila Regina. Naquela noite difícil, na qual a notícia da perda de Georgino Júnior nos sufocava, juntamente com o calor de 33 graus em plena 21 horas, vimos acontecer o impossível: a noite ser embalada pelo magnífico show de Beu Viana. Ao ar livre, debaixo de árvores, com boa comida e repertório para agradar o mais exigente dos ouvintes, nos deleitamos até o final. Declarei: Beu, você nos salvou! O músico se transporta e nos leva junto. Show é Beu Viana. Ou melhor, Beu Viana é show! Quanto ao estilo, o cantor é inclassificável, porém como artista, é fácil classificá-lo. É muito bom, porém, resulta num problema que tem remédio: exige bis.
 
Domingo, 28 de outubro de 2018

Vamos plantar porque a colheita vem


Vamos plantar porque a colheita vem

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"Quando me procurares, não me procures colhendo, mas plantando." Santa Teresa de Calcutá

Queridos irmãos e irmãs. Somos chamados a plantar nesse mundo o amor, a misericórdia, a compreensão, o desarmamento dos espíritos, o perdão, a partilha, tudo isso e mais outras coisas que devemos semear no mundo para que ele seja bom para viver até um dia podemos ir para a morada eterna.

O pensamento de Santa Teresa de Calcutá coincide com a fala de Cristo quando fala do semeador e dos talentos que Deus dá a cada um. O semeador é aquele que semeia a boa semente e tem que ter bom cuidado para produzir bem; mas se semear em terras, áridas, pedregosas e cheias de espinhos e obstáculos  nada cresce e produz.

Colocando na nossa realidade em que vivemos, nós devemos fazer a corrente do bem, promover a justiça, o bem comum e realizar obras boas para todos a fim de que a meça seja repleta de alimentos para que todos tenha vida em abundancia.

Fazemos parte da humanidade e não podemos difundir ódios, competições desleais e corrupção, pois isso mata e destrói  a dignidade de muitas pessoas que querem viver em paz. Por outro lado os talentos que Jesus deu a três pessoas conforme a capacidade de cada um desenvolver e produzir os frutos esperados. Quem recebeu cinco talentos multiplicou, o segundo que recebeu dois talentos também, mas um que recebeu um teve medo de arriscar e não produziu nada.

Deus premeia quem nesta vida produz não só para si, mas para os outros também ter alegria da partilha. Se todos colocarem em pratica os dons que Deus deu a cada um, o mundo se torna um canteiro de trabalho e o fruto dele dará a recompensa para que todos sintam felizes daquilo que produziram. Agora aquele que espera sempre dos outros e não produz nada, deixa o mundo mais pobre e em miséria. Não podemos partilhar miséria e carência porque Deus quer que todos tenham vez e voz na comunidade de irmãos e irmãs que vivem a partilha de dons.

O Brasil precisa aprende a lição do bom semeador e dos talentos e com equidade faremos a boa diferença a onde vive. Que esta eleição sejam eleitos pessoas que entendem que o  cargo que vão ocupar seja de serviço as pessoas e ao bem comum de Todos.

Viva a democracia e que esta celebração de irmos as urnas seja momento de esperança e fé no Brasil melhor para todos.

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 27 de outubro de 2018

Jesus dá a verdadeira visão


Jesus dá a verdadeira visão

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Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje 30º domingo do tempo comum, muitas vezes em nossa vida convivemos alguns momentos de trevas e é nessa hora que a Palavra de Deus será sempre uma luz que vai iluminar ajudar a nossa jornada que precisa de uma fé renovada e chia de luz para da esperança de dias melhores.

No livro do Profeta Jeremias nos fala de um sinal de luz para o um povo que sofre, que vivia nas trevas do exílio numa escravidão e de falta de liberdade. Os “Coxos e cegos mulheres grávidas e que deram à luz" voltaram à pátria, mas guiados por Deus da vida como um pai que cuida de fato dos filhos. O profeta dá animo e esperança ao povo, promovendo a confiança em Deus que sempre cuida dos seus filhos. Israel é o povo de Deus e sempre tem a proteção de Deus. Se formos fieis a Ele, tudo concorrerá para o bem de todos, porque Deus é fiel.(cf. Jr 31,7-9)

Na Carta aos Hebreus temos a exortação que diz que Jesus é o sumo Sacerdote que faz a mediação entre Deus pai e a humanidade toda, Nós não estamos sós quando estamos com Cristo. Ele nos ajuda a ver o outro como irmão e quer que todos tenham justiça, trabalho, educação e saúde para que esta passagem seja momento de paz e luz para todos. (Hb 5,1-6)

O evangelista Marcos narra para nós a cura do cego e também da graça da fé. Sabemos que o evangelista Marcos narra a caminhada de Jesus para Jerusalém, lá Ele vai ser julgado de modo injusto, morto cruelmente e ressuscita gloriosamente, por o nosso Deus é da vida. Esse é ultimo milagre de Jesus. A cegueira é também dos apóstolos, pois estavam sem a luz da verdade, pois aceitavam Jesus como Messias, mas não suportava a ideia da cruz que Jesus ia carregar.

Hoje acontece isso cremos em Jesus, mas não aceitamos as cruzes que o mundo nos impõe. Um cego em Jerico pede socorro a Jesus para curá-lo e faz o pedido a Jesus: "Filho de Davi, tem piedade de mim". ("Filho de Davi": título messiânico). Ele mesmo cego reconhece em Jesus o Messias prometido por Deus. Ele quer enxergar e ser autônomo, podendo vive sem depender dos outro, isso está no gesto de fé e confiança, ele joga o manto e o cesto das moedas e pede a luz da visão que vai libertar da sua dependência e bondade dos Outros.

Nós devemos aprender desse acontecimento, nós precisamos ter as ferramentas que nos fazem livres das ideologias dos governos populistas para ser uma pessoa autônoma e de iniciativa, como esse cego, já não precisa mendigar, porque após receber o milagre torna livre pode ser discípulo de Jesus, seguindo-o. .(cf. Mc 10,46-52)

Que esta liturgia nos ajude a ser mais livres das garras do assistencialismo, das ideologias escravizastes e das amarras do sistema politico, religioso, econômico e social que não deixa a pessoa independente e realizada. Que este dia em que as pessoas que estão escolhendo os representantes do estado e do país possam na liberdade da escolha para um a realidade de justiça, de paz e de vida em abundancia para todos.


Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em Teologia e filosofo Jose Benedito Schumann Cunha

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Por bares nunca dantes navegados

Mara Narciso
médica endocrinologista e jornalista

Karla Celene Campos abre as portas de todos os bares para seu leitor em “Os bares nunca fecham”, convidando-o a penetrar em suas reflexões, que existem em seu dia a dia de professora de Literatura e se intensificam nos ambientes de bar. Neles há confraternização, convívio, socialização. O álcool reina como catalisador de todas as afeições. Sobre brigas, ela não fala. Muitas letras de música e poemas, além de amores e rupturas, acontecem nos bares, embalados pela sinceridade sem freios e afetos desencadeados pela circunstância. Começa pelos botecos de Francisco Sá, o seu Brejo das Almas, depois, em Montes Claros, a menininha sonha com o bombom Sonho de Valsa do Bar e Sorveteria Cristal, seguindo na vida até os bares das pequenas e grandes cidades do Brasil, Espanha e Portugal.


Entrando e saindo de bares limpos e sujos, bons e ruins, nobres e pobres, num périplo de compreensão e tolerância, mesmo nos piores lugares garimpa algo positivo, seja valorizando o acolhimento do dono ou do garçom, ou apenas a temperatura da cerveja em lugares civilizados ou ermos. Vê o mundo de maneira apaixonada, e seus sentimentos de entusiasmo, coerência e aceitação saem poetizando mundo afora, viajando com seu inseparável diário, e tempos depois, dele extrai preciosidades.

Por conhecer a autora e muitos dos seus personagens, fui seguindo-a pelos bares da vida, e vendo as gentes envoltas nos burburinhos etílicos, especialmente, e de forma mais luminosa na Cachaçaria do Durães, o ponto alto do livro. O lugar, a seu tempo, foi uma referência das noites descompromissadas, para uma tribo sem cacique, onde se podia ser e fazer e dizer o que quisesse. Este bar, que não existe mais, marcou Karla Celene e todos os seus frequentadores, pois ouvi de outras bocas a mágica multicultural que o envolvia. Até cheguei a conhecê-lo, porém sem o brilho de antes. Era alternativo, e ao mesmo tempo um lugar seguro para porres e confissões de cabo a rabo.

O bar e seu aditivo etílico têm o efeito de automatizar uma estranha confiança entre desconhecidos. E por detrás daquele copo há uma alma alegre ou triste, que mente (antes da bebida) ou fala a verdade, porque tem a língua solta e as emoções afloradas pelo efeito alcoólico. A autora filosofa, cita escritores e letristas, como também fala por si mesma, com sua visão do mundo, peculiar e otimista, isolando-se do mal, mas sem, contudo, desconhecê-lo. 

De espírito libertário, Karla Celene participa de protestos, dança sobre a mesa de um bar, entra em qualquer botequim, respeita quem a serve, faz amizades. As confissões costumam ser verdadeiras, mas é certo, que “amizade de boteco”, assim como “filosofia de boteco” não têm grandes consistências, porém a escritora faz isso acontecer, deixando a superfície, aprofunda naquilo que vê, poetisa a vida, expõe o que sente. Conta histórias de garçons, donos de bar e frequentadores, enriquecidas pelo seu espírito de jornalista. Geralmente está só, mas também em grupos de colegas e apenas uma vez com a família, porém sem nomeá-la, pois intenciona universalizar o ambiente de bar, e não particularizá-lo.

O curioso é que os bebedores de chope e cerveja são notívagos e alguns são gordos. Karla Celene é magra, atleta e do dia. Acorda antes do sol, aprecia bicicleta e caminhada e dorme antes das 20 horas. Ficar acordada é sacrifício para ela, por isso, eu sei, aprecia as tardes de sábado, quando toma uma gelada.

Quem não vai a bares desconhece esse mundo, como se sua porta estivesse lacrada. Por outro lado, quem não lê encontra outras portas fechadas. Cada um dos bares que a poeta escancara, quando os descreve filtrados pela sua filosofia, tem personalidade e nessa seara, acaba por ensinar a viver de uma forma menos solene. Quem não frequenta bares perde algo bom: o lado autêntico da vida. E eu, que convivi com grandes bebedores de cerveja, e não aprendi a apreciá-la, sinto que perdi uma parte da festa, mas a ganhei de volta, lendo Karla Celene Campos, que encontra suavidade no mundo, mesmo sem álcool. 

Domingo, 21 de outubro de 2017

domingo, 14 de outubro de 2018

Amizade de teclado

POR Mara Narciso
médica-endocrinologista e jornalista

Cultivando amizades virtuais desde 2001, desperto e tenho afetos despertados através de letras. Nessa esteira, conheci Pedro João Bondaczuk, escritor e jornalista em fevereiro de 2007, quando, no curso de Jornalismo conheci o site Comunique-se. Logo me aproximei da sessão de Literatura. Pedro era um dos editores desde anos antes. Insatisfeito com as atualizações, que ele queria diárias, criou o Blog Literário, no qual atualizou como queria, somando 12 anos. Naquele espaço fui publicada semanalmente, desde sua criação.

Eu li Pedro Bondaczuk todos os dias, especialmente o Editorial. Assustei-me com a sua morte, pois desconhecia estar doente. Aos 75 anos, a partida se deu no dia nove de outubro, e no dia oito tinha postado no Blog Literário e no Facebook. Pasmada, mão no queixo, agradeço o quanto ganhei com esse convívio virtual. Escrevendo com qualidade, de forma compulsiva e na primeira pessoa, trazia informações de preciosa credibilidade. O seu cérebro destacado, somado ao afã por conhecimento, vivia pesquisando. Em cada um dos seus textos éramos convidados a refletir. Um absurdo perder tudo isso num fechar de olhos.

Quem escreve como ele escrevia já se imortalizou. Estas sede e fome de escrever miravam a justa imortalidade, tema preferencial, assim como a imensidão do universo e a morte. Ele não acreditava em nada depois dela. Discreto, íntegro, colocando a correta informação em primeiro lugar, evitava se abater com a pouca resposta dos leitores nos blogs (tinha também o Escrevinhador) e redes sociais. Estóico, imbatível, insistente, continuava seu caminho pelo prazer de semear ideias.

No Facebook, em meio às desconstruções, escrevia sobre temas edificantes. Utilizou a estratégia de dividir abordagens complexas em fragmentos e fotos, numa postagem atraente, aumentando os acessos. Os comentários cresciam quando reclamava de algo. Publicava em todas as mídias, jornais virtuais, impressos, blogs e Twitter, o local onde ele se manifestava politicamente.

Não comentava obras que não gostava, assim como não contava enredos. Apresentava autores do mundo todo e de várias épocas, especialmente os premiados. Falou muito dos não agraciados com o Prêmio Nobel de Literatura. Ensinava de forma profunda e simples, para se aproximar do leitor, um destinatário misterioso que sofria transformações. Seus escritores preferidos eram Jorge Luiz Borges, seu guru dos espelhos e dos labirintos e o poeta Mário Sampaio, seu amigo, entre centenas de outros novos e velhos.

Reverberava muito do seu pensamento e pouco da sua vida pessoal, a não ser sobre sua caótica biblioteca de mais de três mil livros e sobre sua rotina matinal de banho, café puro, jornal e meditação. Escreveu centenas de poemas à “Sua Doce Amada”, recebedora de amor e elogios pela sua ação humanitária, cujo nome só soube agora: Maria Ignês.

Campeão das citações e considerado arrogante pelo excesso de erudição, foi por mim citado em meu TCC de Jornalismo: Entrevista: paralelo entre a prática jornalística e a prática médica. Eu li tanto Pedro Bondaczuk, que ele se tornou um pouco meu, assim, sei mais sobre o que ele pensa do que sobre o que eu penso. Admito não conhecer ninguém tão bem quanto conheço Pedro, que dizia que as pessoas não querem pensar.

Andava de muletas devido à sequelas de Poliomielite contraída aos seis anos. Para salvá-lo, a família partiu de Horizontina no Rio Grande do Sul para São Paulo. Queria ser médico, foi jornalista de ponta, editor de Política Internacional. Queria ser jogador de futebol pela Ponte Preta, sua paixão, e foi técnico de futebol. Deu milhares de palestras. Doou ao CCV os direitos autorais do seu livro “Por uma Nova Utopia”.  Publicou “Lance Fatal” e “Cronos & Narciso”. Queria publicar “Copas ganhas e perdidas” e “Dimensões infinitas”. Não deu tempo. O que sei dele, conheci através do seu teclado criativo, e nunca ouvi a sua voz de profissional do rádio.

Quem vai me ofertar gratuitamente informação segura, útil e fresquinha? Está sofrido, como se eu tivesse perdido um tio. Partiu, deixando seus pensamentos filosóficos imortalizados, não só na Academia Campinense de Letras, sua outra casa, como também em mim, que pranteio sua perda. Eu não o enxergava, mas ele estava lá. Agora, se esgotou a mais doce e generosa fonte.

Domingo, 14 de outubro de 2018

sábado, 13 de outubro de 2018

Devemos fazer boas escolhas


Devemos fazer boas escolhas

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Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje o 28º Domingo do Tempo Comum, faltam apenas seis domingos para terminarmos esse ano litúrgico. Sabemos que durante a nossa vida, temos sempre que fazer escolhas. Elas podem ser boas ou não, isso é devido a nossa fragilidade humana na escolha.

Há muitas coisas que vem até a nós, mão não podemos tê-las todas. Isso é porque existe a brevidade do tempo em que vivemos. Quando escolhemos algo é porque renunciamos as outras coisas. Nesse caso devemos ver qual é a melhor escolha para a nossa vida pessoal, comunitária e a do mundo em que vivemos.

A liturgia bíblica nos vai dar uma luz sobre a escolha que devemos fazer. Isso que vai nos ajudar a fazer uma boa travessia desta vida para a eternidade.

No livro da Sabedora nos fala da escolha do Rei Salomão  que preferiu a Sabedoria a qualquer outro bem desta terra, porque  os outros são efêmeros e passam, mas a sabedoria nunca acaba e ela nos ajuda a fazer o bem e a justiça que traz vida plena para si e para os outros.

Salomão era recém-coroado e como fiel a Deus foi ao templo oferecer um sacrifício a Ele. Esse gesto lindo de Salomão, Deus ficou satisfeito e queria retribuí-lo dizendo: "Pede-me o que queres... e eu te darei...", mesmo diante disso ele reconhece a sua pequinesa e a sua falta de experiência, então quer um coração sábio  para  ser apto a jugar bem o seu povo e discernir de modo justo o Bem e o Mal. Deus se maravilhou-se desse gesto de Salomão e o agraciou não só com a sabedoria, mas de toda sorte de poder e riqueza. (cf. Sb 7,7-11)

São Paulo, na sua carta aos Hebreus nos exorta para a colher a Palavra de Deus, pois  “Ela é viva, eficaz e mais penetrante de qualquer espada de dois gumes”. A Palavra de Deus nos ajuda a fazer uma boa escolha e saber o que é bem e o mal nesse mundo em que vivemos. Nesse tempo em que devemos escolher os novos mandatários do estado e do país, devemos orar e pedir a luz do Espirito Santo para que façamos uma boa escolha.  Os eleitos sejam homens de Deus e faça o bem, a justiça e a equidade aos nosso irmãos e irmãs do nosso país, principalmente os que não tem vez e voz na nossa sociedade. Que haja trabalho a todos e pão na mesa dos que estão famintos. (cf. Hb 4,12-13)

No Evangelho Marcos nos narra o dialogo de Jesus com o jovem rico e propõe a ele uma alternativa e uma escolha. O jovem reconhece em Jesus que é Deus quando ele se dirige a Cristo dizendo Bom Mestre e se ajoelha diante Dele, pois só Deus é bom e ainda deve ser louvado. Jesus nos mostra qual é o caminho para a vida plena e mostra as exigências do Reino. A comunidade messiânica não pode ter acúmulo, ostentação e egoísmo. Quando não fazemos  a escolha por Jesus, nós caímos no hedonismo, na luxuria, na ganancia, no esfriamento da fé e do amor. Ficamos inertes diante de milhões que gritam por nossa ajuda e esses estendem as suas mãos vazias para ter um pouco de vida e de dignidade como ser humano que é feito a imagem de Deus.

O jovem queria a vida eterna, mas não conseguiu renunciar a favor de Jesus preferiu ficar com as suas riquezas e uma vida descompromissada com os outros. Não basta sermos fiéis nos mandamentos de Deus e sermos  assíduo as missa, mas é preciso irmos mais além, isto é sermos missionários em vista do Reino definitivo. (cf. Mc 10,17-30)

Que esta celebração da Palavra a onde somos chamados a dispor a nossa vida a serviço dos outros, buscando a sabedoria que ajuda a discernir entre o bem que devemos fazer e o mal que devemos recusar. Que haja mesa farta para todos e que miguem fique fora do banquete da vida nesse mundo até nos encontramos no Banquete celestial.

Tudo por Jesus Nada sem Maria!!!

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Irmã Raimunda Dorilene

Mara Narciso
médica-endocrinologista e jornalista

Saiu da Ilha de Mosqueiro no Distrito Administrativo de Belém do Pará, onde nasceu em 31 de agosto de 1951, e, anos depois, foi criar na cidade de Grão Mogol - MG, em janeiro de 1988, com o apoio do Bispo Dom Geraldo Majela de Castro, a Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias Diocesanas da Encarnação. Raimunda Dorilene Pinheiro Pereira, a primeira de 11 irmãos, é uma mulher de 67 anos, especialista em multiplicar bondade. Os feitos históricos da sua Irmandade foram publicados agora no livro “30 anos de Missão Profética no Norte de Minas”, lugar onde plantou suas sementes, especialmente em Montes Claros.


Graduada em Biologia e pós-graduada em Gerenciamento Ambiental, a Madre Superiora Irmã Raimunda Dorilene é pessoa de grande capacidade escondida, momentaneamente, por detrás da sua pequena estatura, cor parda e humildade gritante. Mal começa a falar, e já se destaca pela segurança, serenidade, sabedoria e coragem para mudar a vida de gente de perto e de longe. Aqui não é livro oficial, então posso deixar meu agnosticismo de lado e falar, sem contenção, do que vejo e sinto.

Pertenceu por 18 anos à Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Terezinha, mas criou sua própria Irmandade para trabalhar com a população mais esquecida da Terra: os mais perseguidos, os mais frágeis e os mais famintos. Seu lema é “ir aonde ninguém quer ir”, e para isso é preciso começar logo, acordar cedo, andar muito e, na caminhada, cada parte do dia poderá ser perigosa e imprevisível, numa batalha pelo resgate de pessoas e almas.

Contar sobre o trabalho dessa freira é falar de amor, fé, doação, desprendimento, abnegação e até negação de si mesma. É ver o seu eterno ajudar, sem pensar no sacrifício nem na dor do caminho, antevendo o resultado da ação, da intervenção, da construção, do acolher, ouvir, chorar, compreender. E adiante, colher frutos, vendo o renegado crescer e sorrir. Isso ainda existe e emociona!

Quando abracei a Irmã Raimunda Dorilene na festa de lançamento do livro da Congregação, disse a ela: hoje você é rainha, hoje você é gigante! E tudo estava acontecendo de uma maneira imensa, resultado da união, colaboração e serviço formiguinha da comunidade e amigos. A bondade e a compreensão que fluem dela espalham uma iluminação contagiosa. Nas proximidades, muitas outras podem brilhar.

A cerimônia constou de duas partes e aconteceu no auditório do Colégio Marista São José. A celebração religiosa foi oficiada pelo Arcebispo Dom José Alberto Moura e concelebrada pelo arcebispo adjunto Dom João Justino de Medeiros e mais seis padres, inclusive Padre Abraão Ambessum Sambú. Da Guiné Bissau, ele veio para a festa. Naquele país, recepcionou as freiras, que prestaram serviço na África durante quatro anos. Também estão na comunidade três moças guineenses chamadas Hortênsia, Lisandra e Teia. Seguindo as tradições do seu país, fizeram o Ofertório dançando e depois cantaram com voz de timbre angelical. Atenta, ouvi o Bispo Dom José Alberto Moura pedir menor apego ao ter, poder e prazer, ainda que sejam bens aceitáveis em pequenas medidas.


No auditório cheio, com participação das comunidades de base e autoridades, o lançamento do selo comemorativo dos Correios mostrou o reconhecimento da vitoriosa caminhada missionária das Irmãs Franciscanas Missionárias Diocesanas da Encarnação.

Um grupo de jovens fez uma representação da essência de São Francisco de Assis, levando paz e pão para quem precisa, acontecendo depois, o lançamento do livro. A obra conta, através de 18 autores, eu no capítulo africano, os 30 anos da missão das irmãs e o resgate de vidas. Os resultados dos destinatários, que prestam depoimento no livro, dão mostras do grande coração que possuem. E, para além da cerimônia e da Madre, outras pessoas abnegadas compõem a Congregação: Ana Francisca, Etelvina, Hortênsia, Lisandra, Lúcia Otávia, Maria das Graças, Maria Valmeres, Miraci e Teia.

É preciso falar em compaixão e acolhimento, divulgar ações e despertar o desejo de doação nos demais. Irmã Raimunda Dorilene é pessoa tão vocacionada para o amor e a caridade que se poderia falar em ardor profético. Da fortaleza da fé e da coragem dessa grande religiosa vem uma luz do bem, que impregna tudo em que toca, e assim, segue os passos de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis.

quinta-feira, 04 de outubro de 2018