Neste momento em que a humanidade toda está inserida na pandemia mundial do Covid-2019, nós passamos a pensar em valores essenciais da vida e das coisas que vivemos e fazemos no dia a dia. Todos os atos humanos como pensar, refletir, questionar, viver, sentir, etc, nesta hora, a filosofia tem um papel importante e predominante.
Sabe-se que a filosofia teve uma participação relevante no passado no tocante de querer saber a origem das coisas, como que elas aconteciam e atuam na existência das pessoas e de tudo que existe ao nosso redor, desde o pensar do mais mais íntimo de ser até os fenômenos naturais que aconteceram na terra.
Durante a história das civilizações, a filosofia sempre esteve presente, mas muitas vezes foi contestada e perseguida pelo poder dominante ou até daqueles que não queriam compreendê-la com realidade vivida pelas pessoas. Hoje a filosofia vem para entender o que é preciso fazer algo diante de milhões de mortes, doentes e a sua interferência na vida econômica, social, política, humana e religiosa da sociedade atual.

Se não existir o homem, a filosofia desaparece porque o objeto dela é o próprio homem no universo de si e do mundo.
No mundo atual utilitarista, que pensa de modo equivocado, colocando a filosofia em segundo plano, quando quer que ela seja ignorada no aspecto de ajuda e colaboração para melhorar a realidade ou transformá-la através da análise e questionamento da situação vivida, a filosofia jamais ficará alheia à realidade social dos fatos do dia a dia da humanidade e do universo em que ela vive.
A Pandemia da Covid-2019 se espalhou e todos, desde os ricos e os pobres, foram atingidos de modo surpreendente, tornando uma inimiga sem arma e sem nação para poder combatê-la. Nessa hora, todos os cientistas, políticos, os médicos, os enfermeiros ficaram atônitos, buscando saídas para evitar a contaminação, morte e ainda buscando cuidados e a cura dos que ficaram acometidos por essa terrível pandemia.
Quando procura uma forma de combatê-la, surgem inúmeros protocolos políticos, científicos, sociais e sanitários, visando que diminuam as mortes das pessoas, as sequelas das doenças e a interferência nas pessoas quanto a conscientização do isolamento capital, do tratamento e da solução para que haja uma nova normalidade na sociedade em que vivemos.
Nesses meses, vimos a conscientização de muitos nos cuidados e ainda prevenindo-se com máscaras e precaução, diminuindo assim a onda de contágios. Mas também vimos a preocupação política e econômica que os governantes demonstraram diante da economia e da vida das pessoas de seus países. Aí veio o questionamento entre a economia e a vida. Qual deve ser priorizada em primeiro lugar? Houve países que perceberam que nada adianta que a economia se salve se a vida é disseminada pela doença.
A atitude filosófica neste momento crucial de nossa história vem ao encontro do que devemos mudar em nossa vida humana, social, urbana, religiosa e política.
Será que devemos mudar tudo ou reavaliar as nossas atitudes diante de nós mesmos, do próximo e do mundo da economia e do trabalho? Será que a resposta é fácil? Aqui entra a filosofia de avaliar a importância das coisas que envolvem o homem social, o homem político, o homem religioso, o homem faber e o homem no nível cósmico e ecológico em que ele se encontra?
Diante dessas inquietações, devemos encontrar as respostas mais imediatas que a filosofia nos dará para dar um sentido de nosso existir e da nossa própria preservação da vida. Não há lugar para frieza ou insensibilidade diante da Covid-2019, mas buscar caminhos para combatê-la diretamente através de medicamentos, atendimentos em hospitais, da busca de vacinas para neutralizar a doença tanto na sua cura como na sua prevenção.
Quanto à economia, ela deve estar na visão do futuro e também com o olhar no retrovisor da atualidade, buscando alternativas para dar assistência imediata como socorro e também mostrando alternativas para que ela possa sobreviver com o fôlego da economia para dar as bases de novos rumos e crescimento.
Infelizmente, quando a filosofia é desprezada ou desvalorizada, as ideologias que oprimem e dominam a maioria reinam, deixando muita as margens da sociedade e da economia, privilegiando apenas poucos e, ainda pior, pode favorecer governos e empresários corruptos que não se importam com a crise da pandemia e ainda querem tirar proveito para si próprios ou para grupos de classe dominante na sociedade.
Não podemos ficar na posição anti-filosofia sem nos preocuparmos com o redor em que vivemos como se nada estivesse acontecendo ou se nada nos afetasse. Esse foi o quadro em que vimos em muitas partes do mundo e também no Brasil. Alguns achando que a pandemia é algo alheio: ela atinge alguns e a outros nada poderá acontecer nem na vida e nem na economia. É o engano que tem preço alto. Mesmo que a doença não nos atinja, mas ela tem consequência devasta na vida de outras pessoas, na economia e na política.
Alguns pensadores podem nos ajudar diante deste desafio, como: “Prefiro trabalhar na crise, minha capacidade criativa é melhor, acho divertido”, afirmou certa vez durante o CEO Summit, evento para empreendedores que aconteceu em São Paulo. E destaca assim: “Tem uma frase que diz. ‘Animal de barriga cheia não caça’”, completou o empresário.
Portanto, o quadro atual que se apresentou no início como algo que a humanidade seria inapta a resolver, mas o homem é um ser que pensa e pode contribuir com saídas benéficas para que esta pandemia seja diminuída e controlada por vacinas. Aqui entra a ciência que não se deixa ser vencida e a filosofia se faz presente como alicerce para dar sentido e razão na defesa da vida e da sua preservação. Assim, na crise que o homem pensa para resolver, buscando soluções que trazem êxito para a ciência na busca da cura de qualquer doença ou pandemia.
Portanto, a ciência e a filosofia contribuem muito na solução que estão sendo apresentadas pelas descobertas de vacinas que podem deixar as pessoas imunes à essa doença terrível provocada pelo Covid-2019.
Esperamos que a ética seja atuada na vacinação, não só visando quem tem recursos, mas que busquem atender os mais necessitados e sofredores de nosso sistema político e econômico tanto na sociedade socialista como na capitalista.
Acreditamos que a humanidade e o mundo em que vivemos possam se sair melhores e que tirem uma lição da importância da vida e que a economia seja espelhada no valor da vida e da sociedade em seu todo.
José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
Professor de Filosofia
Edição: João Renato Diniz Pinto