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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Municípios banhados pelo Rio Pacuí são contra obra irresponsável da Copasa

Desde que o “Jornal de Notícias” existe que vem estampada em sua primeira página a campanha de conscientização: o Verde Grande agoniza graças à insensibilidade do governo. Copasa, sua maior poluidora. A Ditadura Civil-Militar Brasileira de 1º de Abril de 1964 também contribui para mais uma seca histórica que atinge o Norte Sertanejo de Minas Gerais com sua outorga para as ditas reflorestadoras utilizarem e abusarem da monocultura do eucalipto. Além disso, a distribuição descontrolada de terras pelos governos que nos administram possibilitou o agravamento do conflito no campo na região e acirrou os ânimos entre posseiros e grileiros a partir de 1950.

As três edições (1960, 1979 e 2008) do tradicional livro “Montes Claros: sua história, sua gente, seus costumes”, organizado pelo médico, historiador e folclorista Hermes Augusto de Paula, praticamente reforçam o saudosismo dos norte-mineiros pela preservação ambiental outrora dominante por aqui. Às páginas 72 e 73, está a descrição do distrito de São João da Vereda.

“A 27 de dezembro de 1948, a lei mineira número 336 desmembrou do distrito da cidade uma pequena parte e criou o distrito de São João da Verêda. Situação – A sede está situada a 42 quilômetros a oeste da cidade, à qual está ligada pela estrada de rodagem Montes Claros-Coração de Jesus. Limites – Ao norte – Miralta; a oeste e sul – o distrito da cidade; a leste – o município de Coração de Jesus. Superfície – 524 quilômetros quadrados. Número de casas – Na sede 144 (na zona urbana 138 e 6 no subúrbio); No distrito – 657. População – Na sede – 720 habitantes (690 na zona urbana e 30 no subúrbio); no distrito – 3.285 habitantes. Zona urbana – Parte do M-1, nos terrenos do sr. André Fonseca da Mota, com rumo de 50º 20’ NE em linha reta numa extensão de 608 metros (M-2) deste 90º à esquerda com 176 metros (M-3) deste 89º à esquerda com 296 metros (M-4), deste 99º 53’ à direita com 116 metros (M-5) na beira da barroca do Rebentão; deste  91º à esquerda pela barroca abaixo numa extensão de 192 metros; daí 11º 54’ à esquerda continuando pela barroca abaixo numa extensão de 104 metros (M-6) deste 81º 59’ à esquerda vai ao ponto de partida numa extensão de 324 metros. Zona suburbana – Parte do córrego Tamboril rumo 6º 30’ NE até aos 812 metros, daí 90º à esquerda até 1.000 metros, daí 90º à esquerda até o córrego Tamboril numa extensão de 780 metros e daí 40º à esquerda pelo córrego abaixo com 280 metros de extensão, ponto de partida. Instrução – A Prefeitura mantém na sede do distrito uma escola primária (Escola Corrêa Machado) com duas cadeiras, a cargo das professoras D. Zirval Oliveira e Maria Albertina Mota. Autoridades: Juiz de Paz – Joaquim Ferreira da Silva (Quincó); Escrivão de Paz – Luís Guimarães Rosas (interino); Delegado – Antônio Soares da Mota; Correio – Agência postal com telefone; Agente – D. Priscila Ezequielina de Oliveira.”

Na manhã de 31 de agosto de 2017, quinta-feira, representantes do Projeto de Desenvolvimento Rural e Urbano (Proderur), do Mandato Coletivo do Vereador Aldair Fagundes Brito e do Regional Norte do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) partiram por volta das 9h da Rua Januária, centro de Montes Claros, para a rodovia que dá acesso à Pirapora. Viraram à direita na estrada de chão de aproximadamente 30 km que chega ao distrito de São João da Vereda. A paisagem de sequidão predominava durante o trajeto. Apenas os ipês amarelos resistiam à histórica seca de soluções pouco sensatas. Em frente ao estabelecimento comercial “Fabiano Despachamos”, perto da Escola Municipal Alfredo Soares da Mota, paramos para perguntar ao povoado de São João da Vereda se os moradores locais são consultados sobre obras emergenciais na localidade. A resposta é negativa. Ainda apontam que “nem água tem no rio” Pacuí, distante cerca de 17 km do distrito. A água doce limpa e cristalina que ainda corre no hoje riachinho alcança no máximo 30 cm. Não chega nem ao joelho de uma pessoa de 1 metro e 70 centímetros de altura. Dá para “imitar” Moisés e atravessar as águas do Rio Pacuí.

Antes de chegar às obras da Companhia de Saneamento de Água e Esgoto (Copasa) no Rio Pacuí, passamos pelo Parque Estadual da Lapa Grande e pela Fazenda Rancho Alegre 3A, de propriedade de Antônio Augusto Athayde. Os vaqueiros aboiavam o gado e tentavam disfarçar a sequidão característica daquelas veredas. Estacionamos perto de um trecho do Rio Pacuí. Logo depois, por coincidência do destino, se ajuntam a esta missão lideranças do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ambos de Coração de Jesus, município que dista dali cerca de 16 km. Todos demonstram preocupação e apreensão com as obras da Copasa, sem nenhum planejamento para a área. A Copasa jamais desenvolveu atividades de preservação de nascentes de rios e seus afluentes. Apenas engorda seu cofre com cifras milionárias através do trabalho de captação, tratamento e distribuição da água doce regional.


O Movimento dos Sem Água (MSA) sai em defesa do Rio Pacuí e cobra ações urgentes de revitalização para não deixar o rio secar. “As comunidades erguem sua voz! O conflito já foi estabelecido! A COPASA está fazendo uma grande propaganda nos meios de comunicação em Montes Claros-MG e região sobre um projeto de construção de uma barragem para a transposição das águas do Rio Pacuí para o abastecimento da cidade de Montes Claros-MG. Tal projeto que a COPASA está divulgando de retirada da água não está levando em consideração os problemas que o Rio Pacuí e seus afluentes estão passando, porque os mesmos encontram-se já comprometidos por assoreamento, baixa vazão e secamento ao longo dos seus cursos e certamente isso acarretará grandes prejuízos para a população ribeirinha que depende do rio para sobreviver. Não aceitaremos este projeto de transposição a ser implantado pela COPASA para resolver o problema apenas de Montes Claros-MG porque o Rio Pacuí precisa de cuidado e revitalização por ser um grande afluente do São Francisco. A COPASA faz parecer tudo bem simples e fácil espalhando marketing mentiroso que mostra somente um lado, não ouvindo os principais interessados que é a população que vive dessa pouca água que corre atualmente. A população de Coração de Jesus-MG e Municípios banhados pelo Rio Pacuí todos unidos CONTRA esse projeto de transposição. Nenhuma gota de água a menos do Rio Pacuí!”, adverte o MSA.        

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