Francisco reforça sua devoção
mariana
Estadão Conteúdo 25/07/2013 08h35
NÃO DEIXEM QUE LHES ROUBEM A
ESPERANÇA, DIZ PAPA EM DISCURSO
Um silêncio quase inesperado
paralisou a multidão em Aparecida quando o papa Francisco se recolheu, por
alguns minutos, na Capela dos 12 Apóstolos, no segundo andar da Basílica, um
pouco antes da missa. Ali mergulhou numa oração solitária, enquanto muitos fiéis
se perguntavam "mas o que ele está fazendo?".
O papa prostou-se diante da
imagem da Virgem, olhou-a sem pressa, e disse sem erguer o tom de voz:
"Mãe Aparecida, como Vós um dia, assim me sinto hoje diante do vosso e do
meu Deus, que nos propõe para a vida uma missão cujos contornos e limites
desconhecemos, cujas exigências apenas vislumbramos". Daí fez uma
paradinha e arrematou: "Mas (...) Vós, ó Mãe, não hesitaste. Eu não posso
hesitar".
Aquele instante de intimidade foi
acompanhado via telão tanto pela multidão de fiéis que lotava os bolsões fora
da igreja quanto pelas 15 mil pessoas que entraram no templo. O papa iniciava
seu trabalho religioso em Aparecida de modo confessional, sem foguetório nem
cantoria. Queria refletir um pouco. Até mesmo os cardeais, já dispostos em
círculo no altar, deram àquele momento uma atenção especial. Ali estava o
verdadeiro Francisco, o pontífice que vem quebrando protocolos para transmitir
seu desejo de conduzir uma igreja pobre, para os pobres. E reconhecendo abertamente
que nada será fácil para ele.
Sua devoção mariana ficaria ainda
mais evidente ao longo da celebração. Numa troca de presentes, Francisco deu a
d. Raymundo Damasceno, o arcebispo anfitrião, um cálice, mas levou em troca uma
imagem da Virgem Aparecida talhada em madeira por um artista do Vale do
Paraíba. Antes da bênção final, fez questão de erguer a imagem da santa, que
ficara o tempo todo no altar, direcionando-a aos quatro eixos da basílica.
Ao saudar o povo no lado de fora,
de novo voltou a se referir a Nossa Senhora em tom familiar e afetuoso,
perguntando em espanhol: "Uma mãe se esquece de seus filhos?" Diante
do "não" em massa, o pastor anunciou, todo sorridente: "Agora
vamos à bênção".
Na homilia concisa, Francisco
contou ao público que no dia seguinte à sua eleição como Bispo de Roma, foi
visitar a basílica de Santa Maria Maggiore "para confiar a Nossa Senhora o
meu ministério de sucessor de Pedro". E prosseguiu dizendo que agora tinha
vindo a Aparecida para novamente fazer um pedido: "Suplicar à Mãe o bom
êxito da Jornada e um bom destino para a América Latina".
Seu fervor mariano exibe
ingredientes típicos do processo evangelizador nas Américas, em que Maria,
trazida pelo colonizador, instala-se para sempre entre os colonizados, como mãe
poderosa e intercessora infalível. Daí a familiaridade do devoto com sua
protetora. "A Igreja sempre sai na esteira de Maria", afirmou nesta
quarta Francisco. Disse que gostaria de chamar a atenção dos jovens da Jornada
para três posturas simples de vida e de fé: conservar a esperança, deixar-se
surpreender por Deus e viver na alegria. Enfatizou que, diante de um Deus que
ama e de uma Mãe que protege, "o pecado e a morte foram derrotados. Então
o cristão não pode ser pessimista! Não pode ter cara de quem parece estar em
constante estado de luto!"
Comemoração
Antes de deixar a basílica,
Francisco prometeu: "Até 2017. Porque vou voltar". Muitos não
entenderam. Na verdade, anunciou que virá ao santuário para comemorar os 300
anos desde que a imagem santa foi encontrada por pescadores.
Aparecida já é o maior centro de
devoção mariana do mundo, com 10 milhões de visitantes anuais. Com Francisco a
bordo da Igreja, esse número vai explodir. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo
Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2013/07/25/francisco-reforca-sua-devocao-mariana.htm
fonte: www.bol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário