Você não ouve vozes de pessoas
Só barulho de veículos automotores
Parecido com o som de uma nota musical apenas
Próximo do funk ostentação e do forró universitário
Os indivíduos seguem o ritmo de motos, carros,
caminhões
O objetivo é caminhar sem rumo, olhar uniformemente
Pra comprar pechinchando e vender taxado
Murmúrios... Lamentações...
De vez em quando, um protesto
As portas das lojas se blindam
Um sapateiro negro grita com emoção sincera:
“Cadê o meu planeta azul?”
“Cadê o meu planeta azul?”
Só ouço vozes quando o caminhão de lixo passa
Os garis trabalham sempre alegres
Alegria de verdadeiros operários
Apesar dos “Boris Casoy” da vida
Na Ditadura Militar, arrochadas,
As pessoas, com medo, só trabalhavam
Poucos gestos revolucionários contra o regime de
exceção
Mudou alguma coisa em 30 anos de democracia
burguesa?
Damião é bandido ou profeta?
18 Horas, a Matriz toca o Ângelus neste vale de
lágrimas
Estamos no limbo
Uma moça passeia de mãos dadas com a filha e abana
o próprio rosto com um papel dobrado. Calor?
Por quem os sinos dobram?
Pra cada ação, uma reação com igual força contrária
Isso é Lei da Física entre dois corpos materiais
Ou vale também
para relacionamentos humanos?
Lei de Talião:
olho por olho, dente por dente
Se te agredirem,
reaja!, aconselham pais e mães
A sociedade capitalista tende a brutalizar homem e
mulher e transformar relações sociais humanas em meros negócios para gerir a máquina
público-estatal-privada
Enquanto seguimos a Lei da Física, o Estado segue a
Lei de Lavoisier: na sociedade capitalista, nada se cria, nada se perde, tudo
se multiplica seriadamente... Muita riqueza, muita pobreza, muito trabalho,
muito desemprego, muita casa pra alugar, muita gente sem casa, muita fartura,
muita panela vazia, muita corrupção, poucos protestos...
Mudou por que? Por que mudou?
20 de outubro de 2017
2018: Psiu Poético com o tema MÁQUINA, 200 Anos de
Nascimento de Karl Marx, 100 Anos de Nascimento de João Belquior de Marques
Goulart e 100 Anos do Fim da 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918) graças ao
grito de “Paz, Pão e Terra” dos sovietes russos contra o czarismo opressor
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