Já imaginou como
seria se o livro "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa,
recebesse uma reedição dos corretores ortográficos mudernos? A máquina grifou
de vermelhinho a palavra "mudernos". Quanta mudernidade! Outro vermelhinho.
A máquina deve estar a serviço do Comando de Caça aos Comunistas. Como se
manifesta João Aroldo Pereira no Salão Nacional de Poesia Psiu Poético,
"pau na máquina".
Nonada! A máquina sublinhou de vermelhinho e queria substituir pela palavra "mônadas". Então o que seria se os nossos corretores ortográficos mudernos reeditasse o livro "100 Anos de Solidão", de Gabriel García Marquez, também uma obra cheio de maravilhosos recursos linguísticos e criações vocabulares?
Se escrever é colocar à tinta ou eletronicamente no papel como se pensa e aprende, os corretores ortográficos mudernos passarão a ser mais uma função disponibilizada e não utilizada. O problema é que a população brasileira morre de vergonha de escrever errado. Mas consegue lidar melhor com a retórica (oralidade, fala) do dia a dia.
Fala bem e escreve mal, do ponto de vista da língua padrão formalizada do português. E tantos livros já foram escritos sem ligar para a norma culta da língua. Quem será o próximo a criar um e-book com base no internetês e não no português?
Foi bom tc (teclar que quer dizer conversar) com vc (que quer dizer você). FMZ (firmeza)? BLZ (beleza)? É a siglanificação, outro grifo vermelhinho dela, a máquina, da nossa linguagem. Se isso é bom ou ruim, depende do repertório cultural e do juízo de valor que cada leitor faz da vida. Não chegaram até a dizer que "Grande Sertão: Veredas" é uma romance homossexual?
Diadorim se disfarça de jagunço para seguir no bando de Riobaldo, outro vermelhinho, e em nome próprio. Riobaldo se apaixona por Diadorim ou pelo jagunço? Cria-se aí a ideia de de um romance homossexual ou heterossexual? Não creio que Guimarães Rosa tenha tido a intenção de moralizar a história, ainda mais diplomático como ele era e sabendo da infinitude das relações sociais.
"Grande Sertão: Veredas" seria como a aldeia de Macondo fundada pela Família Buendia no livro "100 Anos de Solidão": libertária, sonhadora, mágica, realmente progressista e potencialmente humana.
Faço questã de defender seu modo de falar e escrever "errado" pro mode de nóis entrosar mais mió!!!
Pense então como o mais puro mineiro deve sofrer com um aparelho de telefone celular com corretor ortográfico, sô!!!
Nonada! A máquina sublinhou de vermelhinho e queria substituir pela palavra "mônadas". Então o que seria se os nossos corretores ortográficos mudernos reeditasse o livro "100 Anos de Solidão", de Gabriel García Marquez, também uma obra cheio de maravilhosos recursos linguísticos e criações vocabulares?
Se escrever é colocar à tinta ou eletronicamente no papel como se pensa e aprende, os corretores ortográficos mudernos passarão a ser mais uma função disponibilizada e não utilizada. O problema é que a população brasileira morre de vergonha de escrever errado. Mas consegue lidar melhor com a retórica (oralidade, fala) do dia a dia.
Fala bem e escreve mal, do ponto de vista da língua padrão formalizada do português. E tantos livros já foram escritos sem ligar para a norma culta da língua. Quem será o próximo a criar um e-book com base no internetês e não no português?
Foi bom tc (teclar que quer dizer conversar) com vc (que quer dizer você). FMZ (firmeza)? BLZ (beleza)? É a siglanificação, outro grifo vermelhinho dela, a máquina, da nossa linguagem. Se isso é bom ou ruim, depende do repertório cultural e do juízo de valor que cada leitor faz da vida. Não chegaram até a dizer que "Grande Sertão: Veredas" é uma romance homossexual?
Diadorim se disfarça de jagunço para seguir no bando de Riobaldo, outro vermelhinho, e em nome próprio. Riobaldo se apaixona por Diadorim ou pelo jagunço? Cria-se aí a ideia de de um romance homossexual ou heterossexual? Não creio que Guimarães Rosa tenha tido a intenção de moralizar a história, ainda mais diplomático como ele era e sabendo da infinitude das relações sociais.
"Grande Sertão: Veredas" seria como a aldeia de Macondo fundada pela Família Buendia no livro "100 Anos de Solidão": libertária, sonhadora, mágica, realmente progressista e potencialmente humana.
Faço questã de defender seu modo de falar e escrever "errado" pro mode de nóis entrosar mais mió!!!
Pense então como o mais puro mineiro deve sofrer com um aparelho de telefone celular com corretor ortográfico, sô!!!
08 de junho de 2017
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