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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Os dados científicos da nova encíclica do Papa não são dados de fé, mas sim fruto de um sério estudo

Os dados científicos da nova encíclica do Papa não são dados de fé, mas sim fruto de um sério estudo

Em entrevista coletiva na sede da CNBB, Dom Sergio da Rocha, presidente da conferência dos bispos, responde a ZENIT sobre a nova encíclica do Papa Francisco. Bispos publicam nota sobre ideologia de gênero e Redução da Maioridade penal.
Por Thácio Siqueira
Brasília, 18 de Junho de 2015 (ZENIT.org)
Laudato si’, não é nem latim e nem italiano, mas, língua usada por São Francisco de Assis para compor o famoso Cântico das Criaturas, falou Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, em coletiva de imprensa nessa tarde, logo após a primeira reunião do Consep com a nova presidência da conferência dos bispos.
No começo da coletiva, o vice-presidente, Dom Murilo Krieger, leu duas notas dos bispos que foram publicadas hoje. Uma referente à inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação (leia aqui), na qual os bispos condenam o Estado "querer introduzir esta proposta de forma silenciosa nos Planos Municipais de Educação", sem promover discussão na sociedade civil, reafirmando, assim, o "papel insubstituível dos pais na educação de seus filhos"; e a segunda nota referente ao polêmico tema da Redução da Maioridade Penal (leia aqui), na qual os bispos se posicionam contra a redução da idade penal, e afirmam que o melhor caminho são "ações preventivas como educação de qualidade, em tempo integral; combate sistemático ao tráfico de drogas", entre outros.
No entanto, o grande tema que mais ocupou as perguntas dos jornalistas presentes nessa tarde, foi a recém lançada encíclica do Papa. Dom Sergio da Rocha tomou a palavra e explicou para os jornalistas os pontos principais da encíclica. 
Perguntado por ZENIT sobre se os dados científicos utilizados para elaborar a encíclica papal, com relação ao aquecimento global, de certa forma, não tinham sido dogmatizados pelo documento papal, cortando assim qualquer outra compreensão e interpretação de tais dados científicos, Dom Sergio respondeu que “Os dados científicos servem de apoio” ao documento, e “foram criteriosamente analisados e acolhidos”. Explicou também que “é bom ter presente que para que esta encíclica fosse publicada, elaborada, várias iniciativas foram realizadas, houve até encontros lá em Roma”, disse. “Dom Leonardo chegou até a participar de um desses encontros, onde grupos diversos, a pedido ou não do Santo Padre, procuraram refletir, procuraram conhecer melhor a realidade que está aí”.
Porém, segundo o prelado, “Fica claro que os dados científicos servem de base para uma análise mais aprofundada da realidade”. “Agora – esclareceu – nós sabemos muito bem que por mais que sejam seguros os dados científicos, sempre existem questionamentos, já que a ciência também tem, muitas vezes, não só dinamismo, mas tem também uma certa pluralidade na compreensão dos fenômenos”.
E continuou “Agora, aqui (nessa encíclica, ndr) eu tenho certeza que os dados que se utilizam são dados dos mais seguros possíveis”, garante. Todavia, “claro que não se pode excluir algum tipo de questionamento”. Até mesmo porque “por mais científica que fosse uma apresentação, de alguma maneira sempre há espaço para algum tipo de questionamento. De certa forma compreende-se, pela própria natureza do conhecimento científico, que não é algo dogmatizado”. E reitera que “O que há de dogma mesmo é aquilo que é dogma propriamente dito, aquilo que tem a ver com verdades da fé, com verdades que dizem respeito à Palavra de Deus”.
Por fim, o prelado, respondendo a ZENIT, convidou a acolher a nova encíclica com espírito de fé: “deve-se acolher também aquilo que se apresenta, uma vez que é fruto de um estudo criterioso, um estudo sério a respeito desses problemas ambientais. Ou seja, não é apenas opinião". Afirmou, então, que os dados científicos servem "de apoio para a compreensão da realidade porque, para se fazer uma análise ética ou teológica da realidade sempre é importante conhecê-la bem”, disse. E concluiu dizendo que “Eu diria que é uma contribuição, mas não é isso o principal para nós” e, mais uma vez, pediu que se acolha o documento pontifício “como encíclica, como ensinamento magisterial do Papa”, fazendo “isso sempre nessa perspectiva de fé, de luz da Palavra de Deus que está presente aqui na encíclica”, afirmou.
Outro jornalista presente perguntou ao prelado qual seria a maior novidade teológica da encíclica, ao que também Dom Sergio respondeu dizendo que “é uma revalorização da teologia da criação”, segundo o prelado “muito justa e muito necessária nos dias de hoje”. Recordou o livro do Gênesis, “Dois conceitos chaves – claro que não estão exclusivamente na encíclica, mas que aqui recebe um lugar todo especial", disse. "São aqueles dois verbos que se encontram no Gênesis, lá no relato da criação, que são os verbos ‘cultivar’ e guardar’”. E explicou que se trata da “ideia de que nós não somos senhores, nós somos administradores. Deus confiou aos cuidados do ser humano a administração de algo que não nos pertence. Deus é que é o Senhor, Ele que é o Criador, o Senhor da natureza”. Portanto, a nós ele confiou o cuidado da natureza, o cuidado da criação, o cuidado da casa comum”. “Esse – declarou Dom Sergio – é um dos pontos principais que pode não ser novidade absoluta, no sentido de nunca ter sido dito, mas em uma encíclica adquire um lugar bastante relevante, um espaço, praticamente uma chave de compreensão da espiritualidade ecológica ou da conversão ecológica que o Papa diz”.
fonte: www.zenit.org

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