ALVORADA

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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

domingo, 26 de fevereiro de 2023

"Papa: Jesus nos ensina a defender a unidade com Deus e entre nós dos ataques do "divisor

 "Papa: Jesus nos ensina a defender a unidade com Deus e entre nós dos ataques do "divisor

Apego, desconfiança e poder, três poderosos venenos que o diabo usou para tentar Jesus, assim como os usa para tentar também a nós, para separar do Pai e destruir a unidade entre nós. Como ele é mais forte do que nós, nunca devemos dialogar, negociar com ele, mas opor-lhe, com fé "a Palavra Divina que é a resposta de Jesus à tentação do diabo."

De quem e de que maneira o diabo separa, os três poderosos "venenos" que usa para destruir a unidade com Deus e entre nós e o que fazer para vencer suas tentações e insídias. Em síntese, foi o que o Papa propôs em sua reflexão neste I Domingo da Quaresma, antes da oração do Angelus.

O diabo sempre quer criar divisão

O Evangelho de Mateus (Mt 4, 1-11) proposto pela liturgia do dia, apresenta Jesus no deserto sendo tentado pelo diabo. Francisco, dirigindo-se aos cerca de 20 mil fiéis presentes na Praça São Pedro, explica inicialmente que diabo significa "divisor", ele "sempre quer criar divisão". E é o que se propõe a fazer em relação a Jesus.

Mas - pergunta o Papa - de quem o diabo quer separar Jesus, e de que maneira?

"Depois de ter recebido o Batismo de João no Jordão - recorda Francisco -, Jesus foi chamado pelo Pai "meu Filho amado" e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de pomba":

O Evangelho apresenta-nos assim as três Pessoas divinas unidas no amor. E não só: o próprio Jesus dirá ter vindo ao mundo para nos tornar participantes da unidade que existe entre Ele e o Pai. O diabo, ao invés disso, faz o contrário: entra em cena para separar Jesus do Pai e distanciá-lo de sua missão de unidade por nós. Divide sempre

Apego, desconfiança, poder

 Francisco então explica de que maneira o diabo tenta fazer isso:

O diabo quer se aproveitar da condição humana de Jesus, que está fraco porque jejuou quarenta dias e teve fome. O maligno então tenta incutir nele três poderosos "venenos", para paralisar sua missão de unidade. E esses venenos são o apego, a desconfiança e o poder.

Sobre o veneno do apego às coisas, às necessidades, o Papa diz:

Com um raciocínio persuasivo, o diabo tenta sugestionar Jesus: “Tens fome, porque deves jejuar? Ouça a tua necessidade e satisfaça-a, tens o direito e também tens o poder: transforme as pedras em pão”.

Depois o segundo veneno, a desconfiança:

“Tens certeza – insinua o maligno – de que o Pai quer o teu bem? Coloque-o à prova, chantageie-o! Lança-te do ponto mais alto do templo e faz com que ele faça o que tu queres."

Por fim, o terceiro veneno, o poder:

“Tu não precisas do teu Pai! Por que esperar por seus dons? Siga os critérios do mundo, pegue tudo para si e serás poderoso!”.

Separar-nos de Deus e nos dividir como irmãos

 "É terrível!", exclama Francisco, chamando a atenção para o fato de que o diabo usa em relação a nós esses mesmos três poderosos venenos para nos separar de Deus e nos dividir como irmãos:

O apego às coisas, a desconfiança e a sede de poder são três tentações difundidas e perigosas que o demônio usa para nos separar do Pai e não nos fazer sentir mais irmãos e irmãs entre nós, para levar-nos à solidão e ao desespero. Isso quer fazer o diabo, isso quer fazer a nós: levar-nos ao desespero!

Palavra de Deus, antídoto contra as tentações

 Mas o Santo Padre também recorda como Jesus vence as tentações: "Evitando discutir com o diabo e respondendo com a Palavra de Deus. Isto é importante: não se discute com o diabo, não se dialoga com o diabo. Jesus o confronta com a Palavra de Deus". E "cita três frases da Escritura que falam de liberdade das coisas, de confiança e de serviço a Deus, três frases opostas às tentações. Nunca dialoga com o diabo, não negocia com ele, mas refuta suas insinuações com as Palavras benéficas da Escritura":

É um convite também para nós: com o diabo não se discute, não se negocia, não se dialoga; ele não é derrotado tratando com ele, é mais forte do que nós. O diabo o derrotamos opondo a ele com fé a Palavra divina. Deste modo Jesus nos ensina a defender a unidade com Deus e entre nós dos ataques do divisor. A Palavra Divina que é a resposta de Jesus à tentação do diabo.

Como costuma fazer ao final de suas reflexões dominicais, Francisco propõe que nos perguntemos:

Que lugar a Palavra de Deus ocupa na minha vida? Recorro à Palavra de Deus em minhas lutas espirituais? Se tenho um vício ou tentação recorrente, por que, buscando ajuda, não procuro um versículo da Palavra de Deus que responda a esse vício? Depois, quando vem a tentação, eu o recito, o rezo confiando na graça de Cristo. Experimentemos fazer isso, nos ajudará nas tentações porque, entre as vozes que se agitam dentro de nós, ressoará aquela benéfica da Palavra de Deus.

Que Maria - foi seu pedido ao concluir - que acolheu a Palavra de Deus e com sua humildade derrotou a soberba do divisor, acompanhe-nos na luta espiritual da Quaresma.

As tentações continuam... nesse mundo

 As tentações continuam... nesse mundo



Queridos irmãos e irmãs, estamos no Tempo da Quaresma. E nós devemos procurar aprofundar no conhecimento do Plano de Deus em nossa caminhada de vida cristã no mundo. Somos chamados a ir ao deserto, lugar do encontro com Deus e também lá experimentamos as tentações que querem nos afastar de Deus.

A campanha da fraternidade nos chama e nos pede: Dai vós mesmos de comer ao Povo faminto e assim ninguém passará fome, pois haverá pão repartido.

Se estivemos com Deus mesmo, as tentações são afastadas e nós sairemos mais fortalecidos para a missão de evangelizar, principalmente os mais necessitados da Palavra de Deus.

Se afastamos de Deus as tentações nos fazem sair da comunhão com Ele como aconteceu no episódio de Adão e Eva. No jardim do Éden o homem e a mulher tinham tudo, pois a felicidade deles era estar em harmonia com todos e com Deus. Mas eles preferiram fazer o seu projeto sem Deus, caíram no pecado (que é afastar de Deus) e sentiram nu, porque estavam despojados da presença de Deus e a infelicidade os tomou de pavor.

O escritor sagrado não quer fazer uma descrição científica e histórica, mas dar a nós o entendimento que a pessoa sai da terra e é feita no sopro de Deus que dá vida. Deus nos fez para estar feliz e com Ele sempre. Uma escolha pessoal trouxe desarmonia e seu afastamento de Deus. Assim o mal se tornou presente devido a nossa ausência em Deus. Deus não criou o mal. Quando o Povo de Deus se afasta Dele e se acha autossuficiente, aí nesse momento começa reinar o mal, a exploração e a injustiça de toda ordem. (cf. Gen 2,7-9.3,1-7)

Na carta aos Romanos nos fala do novo adão que é Jesus, que venceu as tentações e não aceitou as propostas de Satanás. Sabemos que o Adão aceitou a proposta do mal e afastou do projeto de Deus e isso trouxe o pecado e morte, mas Jesus, o novo Adão é o que aceita a vontade Deus e se torna forte na força do Espírito Santo e vence as tentações que aniquilam a pessoa.

Quem adere a Jesus e ao seu esquema de vida, torna-se liberto e livre para prosseguir na jornada na terra  rumo ao céu. (cf. Rm 5,12-19)

No Evangelho de Mateus nos mostra as tentações que Jesus sofreu antes de começar a sua missão de evangelizar e salvar a humanidade. Os 40 dias no deserto significa os 40 anos que o povo esteve no deserto rumo à terra prometida. A fome que Jesus sente é reviver o que o povo sentiu no deserto. Mas Jesus não murmurou como fez o povo, mas se reforçou na oração e na Palavra de Deus que dá a confiança e esperança no Projeto de Deus Pai que lhe confiou.

 Jesus vence as tentações do ter, do poder e do prestígio, mas Jesus as vence que faz satanás fugir para voltar depois em outra ocasião, quem sabe poderia vencer no calvário, mas ele se enganou, pois Jesus foi obediente A Deus Pai até de morte de Cruz. Por que não seguí-Lo. ( Cf. Mt 4,1-11)

Se nos afastamos de Deus ou ignoramos o seu projeto de vida e liberdade para nós, ficaremos sujeitos às tentações e pior ser vencido por ela. Ainda hoje há muitas tentações do mal e é por isso que o mundo fica nas trevas do mal e do pecado.

Que esta liturgia nos ajude a fazer a caminhada quaresmal fortalecidos na oração, no jejum e na penitência para vencermos o mal do egoísmo, da indiferença com os mais pobres e desvalidos no mundo, da ingratidão a Deus e de forma que o mal nos coloca para afastamos de Deus.

Jose B. Schumann Cunha

Servus Christi semper!!! Tudo por Jesus nada sem Maria!!!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Mensagem do Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade 2023

 Mensagem do Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade 2023

Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2023 deste ano tem com o tema: “Fraternidade e fome”. A Mensagem de Francisco para a Igreja no Brasil e todos os fiéis brasileiros.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança, nesta Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro, a Campanha da Fraternidade de 2023, com o tema: “Fraternidade e fome”, juntamente com o lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14,16), incentivando assim nossas comunidades a assumirem suas responsabilidades ante a situação da fome que persiste no Brasil, a exemplo do Mestre Jesus.

Para a ocasião o Papa Francisco enviou aos fiéis brasileiros uma mensagem para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2023. Eis a íntegra da sua mensagem:

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Todos os anos, no tempo da Quaresma, somos chamados por Deus a trilhar um caminho de verdadeira e sincera conversão, redirecionando toda a nossa vida para Ele, que “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Ao preparar-nos para a celebração dessa entrega amorosa na Páscoa, encontramos na oração, na esmola e no jejum, vividos de modo mais intenso durante este tempo, práticas penitenciais que nos ajudam a colaborar com a ação do Espírito Santo, autor da nossa santificação.

Com o intuito de animar o povo fiel nesse itinerário ao encontro do Senhor, a Campanha da Fraternidade deste ano propõe que voltemos o nosso olhar para os nossos irmãos mais necessitados, afetados pelo flagelo da fome. Ainda hoje, “milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável” (Discurso no encontro com os Movimentos Populares, 28/X/2014).

A indicação dada por Jesus aos seus apóstolos “Dai-lhes vós mesmos de comer” ‹Mt 14, 16) é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos — do muito ou do pouco que temos — com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos: “eu estava com fome, e me destes de comer... todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” ‹Mt 25, 35.40).

É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima. leve não somente a ações concretas — sem dúvida, necessárias — que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome.

Desejo igualmente que esta conscientização pessoal ressoe em nossas estruturas paroquiais e diocesanas, mas também encontre eco nos órgãos de governo a nível federal, estadual e municipal, bem como nas demais entidades da sociedade civil, a fim de que, trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extirpar das terras brasileiras o flagelo da fome. Lembremo-nos de que “aqueles que sofrem a miséria não são diferentes de nós. Têm a mesma came e sangue que nós. Por isso, merecem que nina mão amiga os socorra e ajude, de modo que ninguém seja deixado para trás e, no nosso mundo, a fraternidade tenha direito de cidadania” (Mensagem para o Dia Mundial da Alimentação, 16/X/2018, n. 7)

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham incansável- mente para que ninguém passe fome, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 21 de dezembro de 2022.

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Devemos ser perfeitos como o Pai é

Devemos ser perfeitos como o Pai é



Queridos irmãos e irmãs em Cristo. Estamos celebrando o 7º Domingo do Tempo Comum. Aqui é o amor que é a medida do nosso agir. Se amarmos uns aos outros seremos imitadores do Pai que nos ama de modo pleno.

O Evangelho nos mostra duas maneiras de demonstra o amor que temos pelos outros. Um é o perdão e outro é o amor a todos, principalmente aos que nos fazem mal. Não podemos ter ódio no coração. O perdão vai além e ainda devemos orar para eles. Assim o mundo se torna mais humano de nossa parte.

Seguir Jesus é irradiar o amor e o perdão incondicional.

Jesus é exemplo que devemos segui, quando foi bofeteado no tribunal, então ele oferece a outra face. Quem ama perdoa também. (cf. Mt, 5,38-48)

Há muitos que fizeram isso exemplo: (M.L.King, Gandhi, Dom Romero...). então isso é possível se tivermos no seguimento de Cristo.

Somos filhos do mesmo Pai que é Deus. Então devemos ser perfeitos como o Pai é Perfeito, disse Jesus no contesto do sermão da Montanha. O amor de Deus é gratuito e é para todos. Precisamos estar com ele na vida de família, de comunidade e no mundo.

 O amor supera todo espirito de hostilidade, ódio e vingança. Assim seremos testemunho do Cristo.

 Já no Livro do Levíticos temos:  "Não guardes ódio no coração contra teu irmão; “Não procures vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas" e

. "Amarás o próximo como a ti mesmo..." ., Aqui esta a confirmação que Deus é amor(cf.  Lv 19,1-2.17-18)

Paulo nos fala da loucura do amor Deus por toda humanidade. Ele amou nos tanto que deu a sua vida na cruz, mas isso é sabedoria de Deus. Seremos um com Deus sempre. (cf. 1Cor 3, 16-23)

A eucaristia é a forma mais real que o amor de Cristo tem por nós. Somos salvos na crus de Cristo e renovados na Eucaristia. 

Que esta liturgia no ajude a sermos mais humanos e que possamos amar e perdoar a todos sempre.

Tudo por Jesus nada sem Maria, somos Servus Christi Semper.

 

J.B.S.Cunha

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Papa: os leigos não são "hóspedes" em sua própria casa. O clericalismo é uma praga

  Papa: os leigos não são "hóspedes" em sua própria casa. O clericalismo é uma praga



“Chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo”, disse o Papa em audiência no Vaticano na manhã deste sábado, 18 de fevereiro. Francisco reiterou o seu sonho de uma Igreja missionária, onde os leigos não sejam mais clerizalizados do que os próprios clérigos.

Os leigos não são “hóspedes” na Igreja, mas estão em sua casa: foi o que disse o Papa ao receber em audiência este sábado (18/02) os participantes do Congresso dos presidentes e referentes das Comissões para o Laicato das Conferências Episcopais. O Congresso é uma iniciativa do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com a finalidade de refletir sobre a corresponsabilidade de pastores e fiéis a caminharem juntos na Igreja.

Em seu discurso, o Papa se deteve sobre a dimensão “sinodal” desta caminhada, pedindo a superação de modos de agir autônomos, já que a sinodalidade encontra sua fonte e fim último na missão: “pastores e fiéis leigos juntos. Não indivíduos isolados, mas um povo que evangeliza”.

"Esta é a intuição que devemos ter sempre: a Igreja é o santo povo de Deus. Na Lumen gentium 8, 12 é isto, não é populismo nem elitismo. Não. É o santo povo fiel de Deus. E isto não se aprende teoricamente, se entende vivendo."

O sonho de uma Igreja missionária

Francisco resgatou sua Exortação apostólica Evangelii gaudium, onde expressa o sonho de uma Igreja missionária, mas para isso a Igreja precisa ser sinodal.

"Sonho uma Igreja missionária. E me vem à mente uma figura do Apocalipse, quando Jesus diz: 'Estou à porta e bato'. É verdade, era para entrar: 'Se alguém me abrir, entrarei e comerei com ele'. Mas hoje o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas a partir de dentro, para que o deixem sair! Muitas vezes a Igreja acaba prisioneira que não deixa o Senhor sair, o tem como propriedade, e o Senhor veio para a missão e nos quer missionários."

Para o Pontífice, este horizonte oferece a justa chave de leitura para o tema da corresponsabilidade, da valorização dos leigos. Isto não depende de uma alguma novidade teológica nem se trata de “reivindicações" de categoria, mas se baseia numa correta visão da Igreja como Povo de Deus, dos quais os leigos fazem plenamente parte com os ministros ordenados. "Eles não são donos, são os servidores".

Francisco afirmou que é preciso recuperar uma “eclesiologia integral”, onde deve ser acentuada a unidade, não a separação. O leigo não é um “não clérigo” ou um “não religioso”, mas batizado como membro do Povo santo de Deus. No Novo Testamento, disse o Papa, não aparece a palavra leigo, mas se fala de fiéis, discípulos, irmãos – termos aplicados a todos: leigos e ministros ordenados. Portanto, o único elemento fundamental é a pertença a Cristo. Os mártires, por exemplo, não se declaram bispos ou leigos, mas cristãos.

“Também hoje, num mundo que se seculariza sempre mais, o que realmente nos distingue como Povo de Deus é a fé em Cristo, não o estado de vida. Somos batizados cristãos, discípulos de Cristo. Todo o resto é secundário." Sacerdote, bispo ou cardeal que seja.

Leigos não são "hóspedes" em sua própria casa

Certamente os leigos são chamados a viver sua missão em ambientes seculares, mas isso não exclui que tenham capacidades, competências para contribuir para a vida da Igreja.

Neste processo, a formação dos leigos é indispensável para viver a corresponsabilidade. Formação não só acadêmica, mas prática, pois o apostolado laical é sobretudo testemunho. "Também neste ponto gostaria de destacar que a formação deve ser orientada para a missão, não só para as teorias, porque isso acaba nas ideologias. É terrível, é uma peste: a ideologia na Igreja é uma peste." Por sua vez, os pastores também devem ser formados, desde o seminário, a uma colaboração cotidiana e ordinária com os leigos.

Esta corresponsabilidade permitirá superar dicotomias, medos e desconfianças recíprocas.

“Chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo. Os fiéis leigos não são 'hóspedes' na Igreja, estão em sua casa, por isso são chamados a cuidar da própria casa.”

Francisco pediu uma maior valorização dos leigos, sobretudo das mulheres, na vida das paróquias e dioceses. E ofereceu exemplos de colaboração com os sacerdotes: na formação de crianças e jovens, na preparação ao matrimônio, no acompanhamento da vida familiar, na organização de iniciativas, trabalhando nos escritórios das dioceses e contribuindo inclusive na formação de seminaristas e religiosos, recordando que um leigo também pode ser diretor espiritual.

Clericalismo, uma peste na Igreja

“Poderemos dizer: leigos e pastores juntos na Igreja, leigos e pastores juntos no mundo”, concluiu o Papa, citando o livro Meditations sur l’Eglise, em que o cardeal De Lubac alerta para o clericalismo.

"O clericalismo deve ser expulso. Um sacerdote, um bispo que cai nesta atitude faz muito mal à Igreja. Mas é uma doença contagiosa e pior que um padre ou bispo clerical são os leigos clericalizados: por favor, são uma peste na Igreja. Leigo é leigo."

Francisco finalizou seu discurso recomendando que todos tenham no coração e na mente esta bela visão da Igreja: “Uma Igreja propensa à missão e onde se unificam as forças e se caminha juntos para evangelizar”.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

A filha de Dona Til se encontra com o papa Francisco...

Proletária do então prefeito de MOC MG Brasil, capitão Enéas Mineiro de Souza e moradora do Grande Cintra, Dona Til (Eva Gomes de Oliveira) sonha com este dia desde criança. Sua filha caçula nêga, a assistente social formada pelas Faculdades Santo Agostinho (Fadisa), Sônia Gomes de Oliveira, viaja para a Itália e visita o papa argentino Francisco. Emoção à flor da pele: açucena. Lampião e Maria Bonita se unem na Europa. Nascida em 28 de abril de 1969, MOC-MG, Nêga Sônia alça altos voos como presidenta reeleita do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB). Em MOC MG, o Conselho Arquidiocesano de Leigos (Coarle) ou Conselho Diocesano de Leigos (Codile) nasce no interior de São Paulo em 1987 com muitas margaridas presentes. Quem diria que aquela religiosa negra que viveu em São Paulo Capital da Congregação das Irmãs da Sagrada Família chegaria tão longe... Hoje ela está também na missa grande da Legião de Assistência Recuperadora (O Nosso LAR) Bairro São Judas Tadeu MOC MG...

sábado, 11 de fevereiro de 2023

O Cristão e a Lei, o dilema: seguir a Cristo e a Lei de Deus ou a lei dos homens

 O Cristão e a Lei, o dilema: seguir a Cristo e a Lei de Deus ou a lei dos homens



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando neste domingo o 6º Domingo do Tempo comum e a liturgia nos ajuda e entender e refletir a Lei de Deus. Ela é um guia e um caminho seguro de chegar a Deus. Mas muitas vezes a leis dos homens nos aprisionam, deixam-nos paralisado diante do mal e não podemos fazer devido aos tiranos deste mundo. Hoje há em muitos lugares cerceamento da palavra e da liberdade de expressão como estamos vem no país da Nicarágua.

A lei de Deus é diferente pois visa o homem na sua integridade para ser feliz. Não são proibições que nos afetam, mas sim nos ajuda a ser plenos livres. As nossas atitudes devem levar ao encontro do outro, espeitando o limite de cada um no amor reciproco.

No livro do Eclesiástico nos apresenta os 10 mandamentos dados por Deus e o povo do Êxodo os acolhe unanimente. Aqui o amor e a obediência a Lei de Deus é fundamento para manter um Povo unido com Deus para a jornada aqui e também caminhar seguro para o céu. Essa observância vai ser interiorizada como algo importa e não os externamente. (Cf. Eclo 5,16-21)

Paulo nos fala da "Sabedoria de Deus", que é tão diferente da dos homens. Deus é amor e a sua ação é no respeito da escolha de cada. Deus traça o caminho e nos orienta como chegar ao seu Reino. A liberdade, a justiça, o amor mutuo, o respeito, a coerência, o perdão, a solidariedade e a verdade, estes sãos pilares de um edifício que mantem firme nas relações de todos no mundo, na sociedade e na comunidade em que participamos. (cf. 1Cor 2,6-10)

O evangelista Mateus nos mostra Jesus que censura a nas atitudes em relação aos fariseus e escribas, pessoas entendidas de leis e da religião que eles praticavam. Jesus chama que atitude nossa deve ser pautada na justiça e não o modo operante daqueles que deveriam sem bons e justos com todos. A fidelidade a Deus não é algo esterno e nem aparente, mas brotar da atitude que vem de um coração amoroso e respeitoso com todos, principalmente com os pobres e marginalizados no mundo.

A finalidade da Lei de Deus é para garantir a vida em todo sua dimensão, protegendo e ajudando a todos ter vida plena.

Aqui podemos observar e falar o que está nos mandamentos:

 1) não matar, isto é preservar a vida em os sentidos como a do homem, das florestas, dos rios, dos animais etc. Devemos evitar outros tipos de morte que é a foca, a discriminação e racismo. É o que Deus diz: "Ouvistes: Não matarás... aquele que matar terá de responder em Juízo..." "Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, terá que responder em  juízo..."

2) não praticar o adultério pois destrói a família. É o que Diz Deus: "Ouvistes: não cometerás adultério (eram bem mais severos para as mulheres)."Quem olhar para uma mulher com desejo desonesto...já pecou em seu coração".

3) o divórcio é algo ruim porque traz sequelas a família. Assim diz Deus: "Ouvistes: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe um certificado de repúdio". A lei de Moisés "tolerava" o divórcio em certos casos (união ilícita), para preservar a mulher nesses casos: direito de igualdade. “Todo aquele que repudia sua mulher, faz com que ela adultere: E quem se casa com ela, comete adultério". 

4) O juramento e a palavra dada são a garantia da justiça. Assim diz Deus: "Ouviste: Não jurarás falso...” "Não jureis de modo algum... Vosso SIM seja SIM, vosso NÃO, NÃO. Tudo que for, além disso, vem do Maligno..." aqui é a condenação da falsidade, da falta de palavra dada, pois a única garantia da palavra dada é a verdade e a sinceridade dela. (cf. Mt 5,17-37)

Assim Jesus ratifica o que estava escrito nos mandamentos de Deus que são orientações seguras para o bom convívio na família na sociedade e no mundo.

Que esta liturgia nos ajude a sermos coerente, íntegros, justos na Igreja, nas nossas relações humanas e no mundo.

Tudo por Jesus nada sem Maria! Servus Christi Semper!!!

Jose B. Schumann


domingo, 5 de fevereiro de 2023

Devemos ser "Sal e Luz"

 Devemos ser "Sal e Luz"




Queridos irmãos e irmãs em Cristo, estamos celebrando neste domingo o 5° Domingo do Tempo Comum. Hoje continuamos com o tema da semana passada. Aqui o compromisso com o Reino de Deus, Jesus fala em símbolos no sal e na luz do mundo. Ser cristão é ser diferente dos não crentes, pois devemos ser promotores da paz, ser misericordiosos, ser justos, ser pobres com os pobres que confiam no Senhor e ter compaixão com o povo sofrido.

No livro do Profeta Isaías nos mostra como devemos ser luz para os outros. Isto está relacionado com testemunho de vida no amor e na bondade e não apenas nos ritos da Igreja no seu formalismo ainda na frieza de sentimentos humanos. Aqui é necessário atitudes concretas que levam a pessoa ser um sinal do amor de Deus no meio do Povo. Hoje percebemos que muitos estão insensíveis pela miséria e sofrimento do povo e vivem na ostentação e consumismo. (Cf. Is 58,7-10)

Na carta de São Paulo nos orienta que sermos luz, não é colocarmos a nossa esperança de salvação nas estruturas do mundo que visa o egoísmo, individualismo e cada um por si, mas se identificarmos com Cristo, modelo de despojamento e cumprimento da vontade Deus. (Cf. 1Cor 2,1-5)

O evangelista Mateus nos mostra Jesus que nos orienta como devemos ser a identidade do Cristão que é sermos luz do mundo e sal da terra. A luz se projeta no testemunho coerente do cristão e o sal da terra é sermos ativos nas atitudes que levam à transformação do mundo, tirando-o da cultura da morte para cultura da vida. É sermos uma pessoa que vai ser um sinal do amor de Deus no mundo através das nossas mãos que ajudam e solidarizam com os que estão mais sofrendo neste mundo. É sermos bálsamos regeneradores da esperança nos pobres e famintos no mundo.

Hoje é preciso que sejamos luz que ilumina a esperança de dias melhores e sal que dá o tempero certo na vida das pessoas para que sintam membros da Igreja e a confiança de chegar no céu a onde vamos ter a morada definitiva com Deus e com todos os santos que souberam viver os valores evangélicos de Cristo neste mundo.

Que esta liturgia nos ajude a sermos pessoas que fazem a diferença na comunidade através do serviço desinteressado para com todos, tendo os olhos de modo especial aos marginalizados no sistema capitalista. Cf. (Mt 5,13-16)

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Servus Christi semper!!!

Jose B. Schumann