ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

domingo, 20 de janeiro de 2019

Vivendo na nuvem virtual

Mara Narciso, médica-endocrinologia e jornalista

Estou vivenciando uma crise existencial, que se agrava. Enfrento uma perda de credibilidade em relação a coisas, fatos, pessoas e ciência sem precedentes. A culpa é minha por não estar preparada para a volatilidade e múltiplas interpretações dos acontecimentos. A labilidade das notícias me deixa insegura em relação a muito do que ocorre. Até se ocorre. Isso me tem feito perder o sono, mas não o apetite. Sorte minha ser psicanalisada há 17 anos, senão perderia de vez a racionalidade.

Uma notícia pode ser contada de forma igual, porém, se extraindo dela apenas o sumo, conforme o interesse de quem conta. Isso tem sido feito sistematicamente, o que gera insegurança em quem escuta a análise. Dizem por aí que o que falta é “interpretação de texto”. E isso deve estar me faltando. Ainda bem que não me falta interpretação das ações humanas. Não me importo com o que pensam, mas me importam as consequências desses pensamentos.

Ter ética é natural para mim, mesmo assim procuro me esforçar para tomar as decisões corretas. A profissão médica me traz um problema a cada meia hora. Isso é complexo. Preciso tomar uma decisão e dar uma solução de instante em instante, há 39 anos.

Até a ciência tem se mostrado fluida, diluída, incorpórea. Muitas tendências, num vai e volta, tudo solto no ar, até mesmo em relação à alimentação. Medicamentos e condutas consagrados são postos em cheque. Essa maluquice gera desconforto, desconfiança, incerteza.

Não é fácil escovar os dentes sempre da direita para a esquerda, primeiro a parte de cima e depois a parte de baixo e de repente ser obrigada a fazer absolutamente ao contrário. Até usando a mão não dominante. Dizem ser um ótimo exercício cerebral, que cria novas conexões melhorando o desempenho dos neurônios. Isso melhoraria a memória e facilitaria o aprendizado, afastando o Mal de Alzheimer.

Tudo faz mal nesse mundo excessivamente industrializado. A inteligência artificial avança sobre os humanos degolando-os e colocando-os em seus devidos lugares. A verdade da manhã é mentira à tarde. O certo será o errado e vice-versa.

Meu ceticismo atingiu seu ápice. Meus eternos questionamentos não descansam. Não acredito em mais nada. Quando eu disse isso à minha psiquiatra, ela não gostou. Mas eu emendei: na Psicanálise eu acredito.

Estou desanimada com a humanidade, mas quando vejo alguém arriscar a vida por um cão, em choro. Ao mesmo tempo em que me sinto frágil me fortaleço com minha determinação. Por exemplo, estou aborrecida com algum fato desagradável. Penso: não vou ficar chateada. E fico bem de imediato. Apenas o treinamento dá esse domínio.

Ainda assim minha incredulidade anda me incomodando. Especialmente com as declarações de pessoas que estudam, porém em fontes díspares das minhas. Ou elas usam óculos diferenciados que lhes dão uma visão peculiar do mundo, ou eu faço uso deles. Pessoas que vivem as mesmas experiências podem ter visões diametralmente opostas.

Não quero ferir susceptibilidades com a minha irreligiosidade. Mas não me furto em me posicionar, ainda que nesse tempo de pessoas armadas de paus, pedras, balas e palavras, não me faltem bordoadas. Ah, eu deixo barato. Eu deixo de graça. Eu não preciso retrucar. Mas também não sou obrigada a me conter. De vez em quando a casa cai.

Meus 19 anos de redes sociais, num tempo em que nem existia esse nome, me ensinaram que as letrinhas não têm entonação, que são geralmente ferinas, mesmo quando não são. Então, para que responder? Prefiro que os paus, pedras, balas e palavras fiquem sem serventia. E que as expressões doces sejam encontradas e disseminadas pelos poetas. Eu conheço alguns maravilhosos. De outros sinto falta, pois se calaram para sempre.

Hoje meus pensamentos se voltam para meu estimado amigo virtual Pedro João Bondaczuk, jornalista, escritor de muitos cabedais, íntegro, equilibrado, sábio, que nos presenteava com reflexões de imenso poder. Muitas vezes se perguntava: quem eu sou? De onde eu vim? Para onde eu vou? Pedro acreditava em Deus, força criadora do universo, mas não acreditava em vida após a morte. Para ele, envio minha insensatez e minha saudade. Há 103 dias Pedro partia e hoje seria seu aniversário de 76 anos. O vácuo permanece.

Domingo, 20 de janeiro de 2018

sábado, 19 de janeiro de 2019

O vinho é sinal de alegria, amor e festa


O vinho é sinal de alegria, amor e festa



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o 2º Domingo do Tempo Comum, que é o período de fazermos uma caminhada e revivermos os principais momentos do Mistério da nossa Salvação.

Estamos diante da  imagem do Casamento, que é o ápice da relação de amor do esposo que é  (Deus) fez com o seu Povo escolhido, a esposa. Vimos isso no episodio nas Bodas de Caná. Esta liturgia nos faz entrar na festa da grande alegria, pois é Deus que sempre garante a festa para nós, lugar que nós encontramos com todos e com Deus.

No livro do Profeta Isaias, temos a imagem do Casamento que nos mostra de modo maravilhoso a relação que existe entre Deus que caminha conosco com a humanidade toda. O nosso Deus é um Deus presente. Podemos dizer que Deus fez uma aliança de um casamento com seu Povo, Israel. Muitas vezes a esposa se afasta de Deus, buscando outros amores menores como adorar outros deuses que passa , enganando-se e dando-nos uma falsa impressão de verdade e felicidade.. (cf. Is 62,1-5)

Na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, nos fala dos carismas e dos dons que são dados a nós e isso é para demonstrar que o Amor de Deus continua se manifestando a nós. Deus sempre é fiel. Deus destina a todos os seus bens, mas isso é para proveito da comunidade. Há muitos dons e carismas, são como os nossos membros, mas o que nos une ao Pai, ao Filho e O Espirito Santos que se torna visível no amor infinito de Deus agindo no meio de nós.(cf.1Cor 12,4-11)

No Evangelho de São João, percebemos o primeiro sinal de Jesus na sua vida publica e ela nos revela uma realidade muito profunda. O que houve no episódio das Bodas de Caná é para atestar o amor que Deus tem a cada um de nós.. Deus quer a nossa alegria e felicidade plena. É a experiência da festa do Reino acontecendo entre nós. O noivo é entendido como Jesus, o esposo no meio de nós, pois e Ele está no mundo para celebrar as bodas de Deus com a nossa humanidade.

            A cena do casamento nos leva ao contexto da Aliança entre o Povo de Deus (Israel) com seu Deus. Sabemos que aliança há uma escassez quando se fala na falta do vinho.  Aqui o vinho simboliza o amor, alegria e a festa do esposo com a esposa.

A antiga aliança demostrou desgastada e seca, já não tinha um amor inflamado e nem alegria de estar com o Senhor. A festa já tinha perdido o brilho e ninguém queria mais festejar.. Algo já não proporcionava aquele belo encontro de Deus com seu Povo , Israel devido as varias transgressões e afastamento da aliança que Deus fez com esse povo, já perdeu todo sentido para eles. Como podemos identificar esta falência de relacionamento do Povo com Deus?

Isso pode se notar na "seis talhas de pedra destinadas à purificação dos judeus". Sabemos que o numero 6 nos transporto por imperfeição algo incompleto. A pedra nos leva ao contexto das Tabuas da Lei que foi dada a Moisés no Sinai e também a Ezequiel que dizia que o povo estava com coração de pedra. Sobre a purificação nos remete aos ritos e exigências da antiga Lei. O povo acha que era a lei impositiva de Deus e que era temido, mas não amado ao ponto de querer-se ficar perto do Deus da vida. As talhas vazias significam que esses utensílios já eram inúteis e ineficazes, já não serviam para aproximar os homens a Deus.

O que significa as Bodas de Caná sem o vinho? Isso nos reme a situação que o povo vivia, já sem motivação, desiludido e sem satisfação. O amor estava na observação da lei e nada mais disso. Jesus é o vinho novo, o que  era velho vai ser substituído pelo novo agir em gestos e palavra de Jesus no mundo. Um Cristo que atende ao pedido de Maria, a nova mulher: “façam tudo o que ele vos disser”. Agora Maria é diferente de Eva, pede para ter a alegria, vida e felicidade de volta ao casamento e não como foi Eva que fez cair sobre a humanidade o pecado e a morte.

            Aqui há algo diferente no cenário das Bodas  com atuação de personagem como:

1.                       Maria, a mãe que é previdente, ela percebeu que não havia mais o vinho, mas tem iniciativa e é providente, aponta um caminho para a solução que é Jesus, Ela é perseverante na aparente indiferença de Cristo quando diz O que quer de mim, ainda não chegou a minha hora,
2.     
             O Chefe de mesa, o que tem a responsabilidade de dirigir a festa, ele representa os dirigentes judeus daquela época. Esses não perceberam que a antiga Lei já não atendia mais, pois a Antiga Aliança caducou.

3.                     Os serventes são aquele que colaboram com o Messias, pois se mostram que estão disponíveis a fazer tudo que Jesus disser para que haja uma nova realidade em que Aliança seja renovada e vitalizada em Cristo.

4.                   Agora Jesus é o esposo fiel, um Israel fiel com a mulher fiel, representada pela mãe de Jesus, que dirige a Ele. Uma obra nova acontece com Jesus, o vinho torna-se presente e é o melhor. A transformação da realidade que deve partir da conversão e mudança de vida que vai ser percebido nas transformações de vida, sem pecado da pessoas.

                 Com Jesus, temos a alegria, a vida e o amor de volta. Sabemos que tudo isso é quando chegar a hora de Jesus, mas ela foi antecipada pelo pedido da mãe, mulher fiel aos desígnios de Deus, Maria. Então alegria vem para todos os convidados, o noivo e a esposa fiel, que hoje somos todos nós. . (cf. Jo 2,1-11)

                 Que esta liturgia nos ajude a vivemos uma vida de relações novas a onde priorizamos a alegria, a festa e o amor.

Tudo por Jesus nada sem Maria 

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

domingo, 13 de janeiro de 2019

Ameaça de desmaio: antes do preconceito a informação

POR Mara Narciso, médica-endocrinologista e jornalista

“Quem não sabe o que procura, não entende o que encontra”

Após um dia de trabalho anormal, de casos difíceis e exuberante stress, a médica pega seu carro na garagem do prédio do consultório e vai para casa. Tem cerca de meia hora para se preparar para um compromisso logo mais. Sai para a rua, anda dois quarteirões, e quando vira noutra rua, dá de cara com uma cena estranha: uma jovem está no passeio do lado direito, vindo na direção contrária ao carro. É magra, pele clara e, sem saltos, caminha cambaleante, na ponta dos pés, feito um equilibrista sobre cordas. Está com o pescoço esticado, como se quisesse ver ao longe, mas seu olhar está vidrado, parece não enxergar. Ela corre perigo, pois adiante há uma rua movimentada.

A médica encosta o carro junto ao meio fio e para. Desce, aborda a moça que está pálida, esquisita, alheia, como se estivesse sob efeito de entorpecente. Parecendo não ouvir, continua andando. Segura o braço dela e sente o suor frio, vê que não sabe de nada, nem mesmo dizer seu nome. Para ajudá-la, a mulher convida a moça para entrar no carro e a coloca dentro dele. Acomodadas, partem. Para onde? O que fazer? Vê então que a conhece de vista da ADNORTE - Associação de Diabéticos do Norte de Minas. Pergunta onde mora. Responde embolado: Morrinhos. É uma emergência. Precisa comer algo rápido, urgente. É um caso de hipoglicemia. A voz da moça é pastosa, e conversa como uma bêbada. Recostada ao banco, joga a cabeça para trás, passiva, inábil para tudo. Pode ser levada por qualquer um para qualquer lugar, que não se lembrará. Deve ter tomado sua insulina normal, caminhado, atrasado a refeição e a glicose abaixou muito.

A boa samaritana segue em direção ao bairro indicado. A moça não consegue dar seu endereço. No caminho a médica vê uma conhecida na porta de uma casa. Pede ajuda. A outra traz um copo de leite com açúcar. Com muito custo a moça consegue engolir um pouco do líquido. Ambas vão insistindo. O leite escorre, pinga na roupa. A moça não consegue engolir direito e nem entender que sua vida estava por um fio. Esperam, e pouco a pouco a vida ressurge no rosto dela. Com 15 minutos volta a si e conta que passou da hora de comer. Sua cor vai retornando, enquanto começa a se lembrar das coisas, passa a conversar de forma conexa e diz seu endereço. Mora com um irmão. Não se dão bem.

Passado o perigo maior, agradecem a ajuda e partem. Vão rodando por entre ruas estreitas, tortuosas e para a médica, desconhecidas e perigosas. Receia se perder na volta. Vira pra cá, vira pra lá, e após muitos minutos encontram a rua e finalmente a casa. Mesmo melhor, a moça não consegue descer e tomar as providências necessárias. Está fraca, sonolenta, como numa espécie de ressaca. Precisa de apoio para descer. Então, a médica desce, abre a porta do carona, mas pede a ela que espere. Vai até a porta indicada, e chama na campainha. É uma casa humilde, de fundos, lá adiante depois de um comprido e estreito corredor. Após alguma espera aparece um rapaz que, de longe levanta o queixo num gesto claro de “o que que é”? Explicado o problema, com má vontade ele vem abrir o portão. No momento de descer, a moça, levemente tonta, já recuperou toda sua capacidade mental. Amparada pela médica, é levada até o sofá da casa.

Na vinda, tinha contado que tem diabetes tipo 1 desde criança e que já teve hipoglicemia. Mais uma vez foi alertada sobre os riscos da crise, devendo prestar atenção aos primeiros sinais de queda da glicose, ter sempre consigo algum alimento, não atrasar nenhuma refeição, comer de três em três horas, antes do exercício, e antes de deitar. Diante de qualquer alteração, como visão turva, boca dormente, tonteira, fraqueza, suor, tremor, ameaça de desmaio, coração acelerado, medir a glicose e comer. Medir também de madrugada, preventivamente, para saber o que está acontecendo. Naquele tempo, há 18 anos, a moça não tinha glicosímetro, artefato caro, que estava longe de ser disponibilizado para a população.

Alerta geral! Uma pessoa pálida, mente desligada, suando frio, andando como um autômato pode não estar drogada. Sendo hipoglicemia, é preciso lhe dar algum alimento e aguardar sua melhora. Caso esteja desmaiada, pode ser colocado um pouco de açúcar em sua boca, enquanto se espera por socorro. Antes do preconceito, a informação.

Domingo, 13 de janeiro de 2019

O batismo nos habilita a ser missionário do Senhor


O batismo nos habilita a sermos missionários do Senhor


Queridos irmãos e irmãs, estamos iniciando o Tempo Comum e a liturgia de hoje nos apresenta o Batismo do Senhor, que é o inicio da vida publica de Jesus no mundo.

Esse inicio começa com a esta festa, O Batismo de Jesus. Ele não precisava disso, pois Ele é Deus, mas quis nos ensinar que se deve estar submisso a vontade de Deus Pai, assumindo compromisso com a nossa salvação e nós devemos abraça a missão de nos convertermos sempre e ajudar na missão evangelizadora da Igreja.

No livro do Profeta Isaías nos fala do servo, que para nós é Jesus Cristo. Aqui é escolhido por Deus e enviado a humanidade toda. A sua finalidade é restaurar a justiça e a paz. Isso vem através de gestos e palavras nas nossas ações no mundo. Jesus fez isso e nós devemos ser seus seguidores, renovando o mundo com nossas atitudes boas para que esse mundo seja melhor. (cf. Is 42,1-4.6-7)

No Livro dos Atos dos Apóstolos temos o Batismo de Cornélio. Aqui há testemunho de Pedro e uma demonstração de uma catequese valida  para os que abraçam a fé. Ele e toda a família são batizados, portanto ate as crianças são acolhidas e batizadas. Esse fato a Igreja primitiva e até hoje batiza crianças também de uma família cristã que vive plenamente a fé. Temos um pagão que vai participar da Igreja e Cornélio foi admitido por um Apostolo. Não podemos excluir ninguém que queira abraça ra fé em Cristo e por causa disso serem batizados. (cf. At 10, 34-38)

O evangelista Lucas nos mostra o Batismo de Jesus por João Batista no Jordão. Aqui vemos claramente que Jesus, o filho de Deus que é o enviado do Pai através do Espirito Santo em forma de pomba que repousa sobre os ombros de Jesus. O episodio do Batismo de Jesus se apresenta por três momentos de epifania que são: “Os céus se abriram” isso quer nos dizer que Deus encerrou o seu silencio a humanidade, agora é o próprio Deus que nos fala.

É um amigo que vem até nós , fazendo caminhada conosco rumo a salvação prometida de Deus a todos. "O Espírito Santo desceu sob a forma de Pomba": é sinal de libertação do pecado a nós, como foi no final do Diluvio a aonde a pomba veio com ramo de arvore anunciando que a terra esta livre e que poderíamos viver com segurança, pois Deus tinha dado uma oportunidade a humanidade sob comando de Noé e por fim "Ouviu-se uma voz do céu...":isso nos quer  dizer que foi rompido o silencio de Deus que ficou calado por 300 anos e o povo não ouvia a voz dos profetas.

Agora a humanidade recebe a Trindade, Isto na voz de Deus Pai, da presença do Espirito Santo e do Filho. (cf. Lc 3. 15-16.21-22) Jesus não precisava desse batismo, pois o Batismo de João era de penitência e conversão. O gesto de Jesus ir a João e pedir o Batismo era para mostrar o inicio da missão de Jesus que ia fazer no mundo. Ele assume as nossas dores e o nosso pecado para que possamos ser novamente agraciado pela graça da salvação trazido por Ele.

Que esta liturgia de hoje nos faça refletir da nossa missão de batizados e que possamos assumir compromisso com a Igreja de saída para que todos sejam evangelizados para poder viver bem no mundo, trazendo justiça e paz para todos.

Tudo Por Jesus nada sem Maria!

Jose Benedito Schumann Cunha

domingo, 6 de janeiro de 2019

“Idílio de Pórcia e Leolino"

POR Mara Narciso, médica-endocrinologista e jornalista

Depois de consultar 76 livros, o historiador e escritor Dário Teixeira Cotrim, baiano de Guanambi e radicado em Montes Claros desde 1968, escreveu “Idílio de Pórcia e Leolino” em 2005. A história se passa em 1844 na região de Brumado, na época Bom Jesus dos Meiras, na Bahia. Trata-se do romance proibido entre a bela menina Pórcia Carolina da Silva Castro, que tinha ficado órfã recentemente e o também jovem, casado e violento Leolino Pinheiro Canguçu. Segundo relatos da época, chega a raptar a moça, após esta ser hóspede na fazenda do seu pai.


A versão dada por Dário Cotrim, que é parente distante da protagonista, é um trabalho que reúne a paciência de uma freira carmelita, porém com a curiosidade voraz que o consome. Juntou sobre a mesa retalhos de várias fontes, analisou cada informação, contrapôs as partes duvidosas com documentos, e também recorreu à memória oral das famílias envolvidas. O romance dos dois agravou as familiares “contendas encarniçadas” dos Silva Castros e Mouras versus os Canguçus. Vinganças antigas e novas são apresentadas lado a lado com a espetacular ação. O longo tempo transcorrido entre os fatos e a narrativa obrigou esse estudo detalhado, em busca de verossimilhança. A minúcia do trabalho desperta admiração e confiança do leitor, que vai, pouco a pouco, acreditando na versão apresentada, que não se pretende definitiva, mas que servirá de ponto de partida para outras pesquisas e interpretações.

Para contar essa história foram citados e contestados inúmeras vezes Jorge Amado e seu “ABC de Castro Alves” e Afrânio Peixoto e sua “Sinhazinha”, contrapondo-se com documentos publicados nas Revistas do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e diversas outras fontes.

Pórcia era tia do poeta Antônio Frederico Castro Alves, cujos poemas foram salpicados em toda a obra “Idílio de Pórcia e Leolino” de 182 páginas. Esse detalhe enriquece o livro e contextualiza os acontecimentos no tempo e no espaço. As fazendas onde se passam os fatos são bem mostradas geograficamente, até mesmo com desenhos da época.

Em toda a obra o autor mostra erudição, usando palavras raras e citações em Latim. Portanto arme-se com um dicionário. Outra curiosidade é os nomes das pessoas, com sua genealogia e denominações esdrúxulas. Além dos personagens principais, quem queira escolher um nome diferente tem ali um verdadeiro arsenal de excentricidades: Anfrísia, Licurgo, Altanásio, Arquimino, Bibiana, Prudência, Exupério, Umbelina, Merência, Eufrásia, Teodora, Iria, Leodegário, Eliziário, Belarmina... O Word sublinha de vermelho quase todos eles. Será preciso reler o livro para colocá-los em seus merecidos lugares.

O Major José Antônio da Silva Castro se casa com a viúva Dona Joana de São João Castro, de amplas posses. De relacionamentos anteriores o Major traz duas filhas legitimadas Pórcia Carolina da Silva Castro e Clélia Brasília da Silva Castro. A bonita menina Pórcia chamava a atenção de todos, mas isso não explica tudo. Já havia as disputas e vinganças familiares entre os citados sobrenomes. O grande mistério é se Pórcia ficou na fazenda onde estava hospedada e conheceu Leolino, ou se seguiu viagem com as irmãs sob o comando do seu tio João Evangelista dos Santos e se no caminho teria sido raptada por Leolino Canguçu.

“Aconteceu no Sobrado do Brejo e durou apenas três semanas o romance entre eles, que teve as suas consequências por quase cinco anos, de lutas renhidas e bárbaros assassinatos”. Era um tempo em que a integridade de uma moça donzela era paga com a vida. “A honra era sagrada, e nada podia macular a alma das pessoas, principalmente das meninas-moça virginais”. Do ponto de vista ficcional, passou de boca em boca e foi escrito que Pórcia teve um filho que lhe foi arrancado, esquartejado e dado aos cães para destruir o fruto da desonra. Na verdade, segundo Dário Cotrim, o filho nunca existiu.

A pesquisa histórica e trabalho literário se completam, são agradáveis, têm grande valor, além de serem atraentes, pois amor e vingança permanecem temas universais.

Domingo, 06 de janeiro de 2018

Jesus é a luz que ilumina o mundo


Jesus é a luz que ilumina o mundo






Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o Dia do Senhor, hoje de modo especial a Epifania do Senhor, que significa Jesus menino se manifesta ao mundo através da visita dos Reis Magos em Belém.

A palavra epifania vem do grego e quer dizer manifestação. Para nós cristãos significa uma manifestação e grandiosa de Deus que se revela em fatos históricos a salvação da humanidade. Sabemos que Deus manifestou na antiguidade por muitas epifanias como a Abrão, no Monte do Sinai, na saída do Povo de Deus no Egito, nos profetas e hoje estamos diante da Manifestação de Jesus ao mundo. Nós sabemos que Deus sempre se manifesta em nossos corações e também através da sua escuta as intersecções dos nos santos junto a Ele. A luz vem para iluminar a nossa vida para podermos caminhar em direção ao Senhor.

No livro de Isaías nos fala da chegada dessa luz que é salvação de Javé a toda humanidade e Jerusalém é o sinal disso. Isso alegra a todos e muitos serão atraídos a cidade de Deus os povos de toda a terra. É uma visita de presentes e dons ao nosso Deus que vem simples, mas rei divino que está para servir e salvar a humanidade. (cf.Is 60,1-6)

Na carta de São Paulo aos Efésios nos exorta que a presença de Deus no meio de nós é salvadora e isso não é só para Jerusalém, mas para todos. Deus quer a salvação de todos e foi por isso que Ele veio até nós. Como não seguir um Deus que se faz pobre, despojado e humilde para estar conosco. Esse mistério veio até nós por Jesus e foi anunciado por muitos séculos e agora foi concretizado em Cristo que depois transmite aos apóstolos e a Igreja para que o anuncie da salvação seja  dirigida para todos (cf Ef 5,2-3.5-6)

O evangelista São Marcos nos mostra os sinais da chegada do Messias a humanidade que é atestada pela vista dos Reis Magos ao pequeno Rei que vem trazer a grande novidade, libertar o homem da escravidão do pecado. Eles aceitam esse dom da salvação através do menino Jesus em Belém. Essa narrativa não é uma visita de chefes de governo, mas é uma catequese para nós que nos mostra Jesus como Salvador de toda humanidade.

Belém já era profetizado pelos profetas e agora é a certeza que Deus cumpre o que promete. Os magos representa toda humanidade. Eles poderam chegar a Jesus porque decifraram  aos sinais e ficaram atentos a isso. Nesse caso é a estrela de Belém, e ela se inicia a onde moravam e foram movidos ate a gruta. Mas tiveram que ir a Jerusalém, a sede do poder, mas lá não conseguiram ver a grandiosidade que estava acontecendo, um Rei justo esta no meio de nós. (cf. Mt 2,1-12)

Hoje quantos sinais vêm até nós e não percebemos a presença de Deus entre nós, ficamo
s entretidos em outras coisas que ofuscam a nossa visão no Deus vivo e verdadeiro. Deus quer manifestar para nós hoje, mas é preciso que o nosso coração seja um lugar parecido da gruta de Belém.

Que esta liturgia de hoje nos ajude a perceber as epifanias de Deus nesse mundo cibernético e possamos ser promotores do bem, da justiça, do amor e da misericórdia ao mundo que é muito carente disso.

Tudo por Jesus nada sem Maria

Bacharel em teologia e filósofo Jose Benedito Schumann Cunha