ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sábado, 27 de julho de 2019

Devemos chamar Deus de Pai Nosso.


Devemos chamar Deus de Pai Nosso.

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Queridos irmãos e irmãs, a liturgia desse domingo nos faz pensar da marca e do sinal do cristão que é a oração. Como que devemos orar> e qual o sentido dela? São perguntas simples mas carregada de muito sentido e profundidade da nossa espiritualidade.

A liturgia bíblica nos dá exemplos de como deve ser a oração. Temos a pessoa de Abrão e de Jesus, nosso Senhor.

No livro de Gêneses encontramos a Abraão intercedendo por Sodoma e Gomorra. Notamos que a oração de Abrão é um forma de dialogo insistente a Deus e de um Deus que ouve, mas temos também a exigência de Deus e também um modo de compreensão e tolerância de Deus Pai. A oração é uma via de confiança, ousadia e insistência ´por parte de Abrão e do outro lado um Deus que quer atender. Toda a oração é uma esperança de quem pede. (cf. Gn 18,20-32)

No salmo 138 temos a invocação do salmista que invoca o Senhor, mas foi atendido. Deus não deixa que nós no vácuo, mas atende as nossas necessidades se for para o nosso bem. (cf. Sl 138)

Na carta de São Paulo aos colossenses nos mostra o sentida da oração se tivermos a confiança no Cristo, pois é ele que nos resgatou para sempre e ainda pertencemos a Ele para toda eternidade. (cf. Cl 2,12-14)

O evangelista Lucas nos mostra Jesus ensinando-nos que a oração é de confiança a um Deus que é Pai. A oração é de entrega a Deus que sempre nos atende. Não se deve ser de repetição mas de um pedido que brota do nosso coração de filho ao Pai amoroso. Jesus nos ensina a oração do Pai nosso. Uma oração que brota de nosso coração para atender as nossas necessidade humanas.

Aqui Deus é o Pai e nós somos irmãos e filho de um mesmo Pai em Jesus. Não se pode orar se nós não temos coração filial e também de pertença a Jesus Cristo, formando uma comum idade de irmãos numa família de Deus. . (cf. Lc 11,1-13)

Que esta liturgia nos ajude a sermos mais humildes e também aproximar de Deus na confiança e na fé para que sejamos melhores sempre e solidários aos mais necessitado de pão material e espiritual. Assim o banquete da vida se torna realidade e ninguém fica sem voz e nem vez.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo por Jesus nada sem Maria.

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

domingo, 21 de julho de 2019

Papa: contemplação e ação. Marta e Maria nos indicam o caminho

Português Rádio Vaticano  Noticiário (17:00 CET)


PAPA FRANCISCO ANGELUS ANIVERSÁRIO ESTADOS UNIDOS PAPA PAULO VI

Papa: contemplação e ação. Marta e Maria nos indicam o caminho

No Angelus deste domingo, Francisco pediu à Virgem Maria para nos conceder "a graça de amar e servir a Deus e aos irmãos com as mãos de Marta e o coração de Maria", e lembrou o 50º aniversário da chegada do homem à lua.

Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus, deste domingo (21/07), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice destacou a passagem do Evangelho deste domingo, em que o evangelista Lucas narra a visita de Jesus à casa de Marta e Maria, irmãs de Lázaro.

“Elas o acolhem, e Maria senta-se aos seus pés para ouvi-lo. Deixa o que estava fazendo para estar próxima a Jesus: não quer perder nenhuma de suas palavras”, disse Francisco, acrescentando:  

“Tudo deve ser deixado de lado porque, quando Ele vem nos visitar em nossas vidas, a sua presença e a sua palavra vêm antes de qualquer coisa. O Senhor sempre nos surpreende: quando nos dispomos a ouvi-lo realmente, as nuvens desaparecem, as dúvidas cedem o lugar para a verdade, o medo para a serenidade, e as várias situações da vida encontram o lugar certo. O Senhor sempre quando vem, ajusta as coisas e também a nós.”

Não se deixe levar pelos afazeres

Na cena de Maria de Betânia aos pés de Jesus, São Lucas mostra a atitude de oração do fiel que sabe estar na presença do Mestre para ouvi-lo e entrar em sintonia com Ele.

“Trata-se de fazer uma pausa durante o dia, de recolher-se no silêncio para dar lugar ao Senhor que “passa” e encontrar a coragem de permanecer um pouco “à parte” com Ele, para depois retornar, com mais serenidade e eficácia, para as coisas cotidianas. Louvando a atitude de Maria, que “escolheu a melhor parte”, Jesus parece repetir a cada um de nós: “Não se deixe levar pelos afazeres, mas antes de tudo escute a voz do Senhor, a fim de desempenhar bem as tarefas que a vida lhe atribui”.

Angelus de 21 de julho de 2019

“Depois, há a outra irmã, Marta. São Lucas diz que foi ela quem hospedou Jesus”, ressaltou o Papa.

“Talvez Marta fosse a mais velha das duas irmãs, não sabemos, mas certamente essa mulher tinha o carisma da hospitalidade. De fato, enquanto Maria está ouvindo Jesus, ela está completamente absorvida pelos muitos serviços. Por isso, Jesus lhe diz: “Marta, Marta, você se preocupa e anda  agitada com muitas coisas”. Com estas palavras, Ele certamente não pretende condenar a atitude do serviço, mas sim a preocupação com a qual às vezes se vive.”

Acolhimento e fraternidade

Segundo o Pontífice, “nós também partilhamos a preocupação de Santa Marta e, com o seu exemplo, nos propomos a fazer com que, em nossas famílias e em nossas comunidades, se viva o sentido do acolhimento, da fraternidade, para  que cada um possa se sentir “em casa”, especialmente os pequenos e os pobres quando batem à porta.

“ Portanto, o Evangelho de hoje nos recorda que a sabedoria do coração está em saber conjugar esses dois elementos: a contemplação e a ação. ”

“Marta e Maria nos indicam o caminho. Se queremos desfrutar a vida com alegria, devemos associar essas duas atitudes: por um lado, o “estar aos pés” de Jesus, para ouvi-lo enquanto nos revela o segredo de todas as coisas; por outro, estar atentos e prontos para a hospitalidade, quando Ele passar e bater à nossa porta, com o rosto de um amigo que precisa de um momento de descanso e fraternidade.”

Francisco concluiu, pedindo à Virgem Maria, “Mãe da Igreja, para que nos conceda a graça de amar e servir a Deus e aos irmãos com as mãos de Marta e o coração de Maria, a fim de que permanecendo sempre na escuta de Cristo, possamos ser artesãos da paz e da esperança”.

Após a oração mariana do Angelus, o Papa recordou que neste sábado (20/07), foi celebrado o 50º aniversário da chegada do homem à lua.

“Cinquenta anos atrás, como ontem, o homem pôs os pés na lua, realizando um sonho extraordinário. Que a recordação desse grande passo para a humanidade possa acender o desejo de progredir juntos em direção a metas ainda maiores: mais dignidade para os vulneráveis, mais justiça entre os povos, e mais futuro para a nossa Casa comum.”

A seguir, saudou todos os romanos e peregrinos presentes na Praça São Pedro, em particular, as noviças das Filhas de Maria Auxiliadora provenientes de vários países, os alunos do Colégio Cristo Rei de Assunção, no Paraguai, os seminaristas e formadores da Obra dom Guanella de Iaşi, na Romênia, os jovens de Chiry-Ourscamp, na França, e os fiéis de Cantù.

Por fim, desejou a todos um bom domingo e pediu aos fiéis para não se esquecerem de rezar por ele.


fonte : ttps://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-07/papa-angelus-contemplacao-acao-marta-maria-indicam-caminho.html

DEVEMOS SER UM POUCO DE MARTA E DE MARIA


DEVEMOS SER UM POUCO DE MARTA E DE MARIA

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Queridos irmãos e irmãs em Cristo, estamos celebrando hoje o 16º Domingo Comum, e a liturgia de hoje nos fala da importância do acolhimento e da hospitalidade,

Em cada domingo, nós encontramos na família de Deus, que é a Igreja, aqui acolhemos a todos e temos o dever de ter a virtude da hospitalidade, pois nem todos são iguais e há diferença entra as pessoas, e isso faz a riqueza da Igreja. Deus nos dá em Palavra e na Eucaristia.

A liturgia nos apresenta pessoas que acolheram o senhor nas pessoas que caminham conosco nessa jornada rumo ao céu. Não estamos sós nessa viagem, precisamos uns dos outros.

No livro do Gênesis temos a figura de Abraão que acolhe três pessoas. Ele estava sentado na frente da sua tenda e estava em prontidão para ajudar algum caminheiro que passa, mas três homens surgiram e Abrão prontamente os acolheu e se pôs a ter uma hospitalidade para aqueles peregrinos. Deu água e ainda deu a melhor comida a esses viajantes. Mas teve uma maravilhosa surpresa, eles deram a notícia que daqui nove meses voltarão e  o casal que os serviram terá um filho. É a promessa de Deus se realizando. Portanto devemos estar atentos, pois muitas vezes a oração que fazemos é atendida através de mensageiros que vem até nós. A Antiga Tradição da Igreja interpretou esses três homens como ação da trindade em nosso meio. (cf. Gn 18,1-10a)

Na carta aos colossenses, Paulo nos mostra o exemplo de sua vida configurada em Cristo. Ele diz: "É Cristo crucificado que vive em mim. Ele é o ministro de Cristo e tem consciência que deve acolher a todos em nome de Cristo. Nós devemos aprender que a Igreja deve comunicar e viver o amor de Deus em tudo que faz no mundo. Ser a voz da defesa da vida, da ética, do amor, da misericórdia e do perdão. Ser a Igreja de saída que vai ao encontro do irmão que mais precisa de nossa ajuda tanto espiritual como o material. (cf. Cl 1,24-28)

O evangelista Lucas nos adverte para sabermos usar bem o nosso tempo esse deve estar dividido no acolhimento e hospitalidade e o outro para as tarefas que temos que fazer. Se estamos na Igreja é para ouvir, medita e pôr em prática o que comprometemos como missão de ser evangelizadores de Cristo no mundo. Devemos ser porta voz da esperança e de amor a todos que encontramos no caminha da nossa jornada rumo ao céu.

Não se pode desperdiçar as oportunidade de fazer o bem, mesmo diante de tantas tarefas que devemos faze no mundo. Conforme o evangelho de hoje nos chama atenção para isso. Se estamos com Jesus é a melhor parte naquele momento as tarefas podem ser deixadas por um pouco de espaço tempo. A reclamação de marta se diluiu quando Jesus fala Maria escolheu a melhor parte. (Lc 10,38-42)

O mundo carece desse tempo para Deus e muitas vezes ficamos no vazio de nossas atividade que nos deixam muitas vezes cansados e desiludido.

Que esta liturgia nos ajude a ser um pouco de Marta e outra um pouco de Maria.
Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

sexta-feira, 12 de julho de 2019

O mundo precisa ter um olhar do Samaritano que compadece


O mundo precisa ter um olhar do Samaritano que compadece


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Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando nesse domingo o 15º Domingo do Tempo Comum, e a liturgia nos ensina o caminho da vida eterna, e ela passa pela solidariedade e partilha.
A liturgia bíblica desse domingo nos dará uma visão e nós vamos procurar o caminho correto para poder conquistar a vida eterna.

No livro do Deuteronômio nos convida a aderirmos aos mandamentos que Deus nos deu e nos dá para que não enganemos em promessas vazias do mundo que não ajudam a ter a alegria da esperança do Reino de Deus que vai dar a eternidade com Deus para sempre para todos.

Assim está escrito: "Ouve a voz do Senhor, teu Deus, e observa todos os seus Mandamentos”. E ainda nos lembra com essa premissa:  "Esta lei não está acima de tuas forças... pelo contrário, ela está bem perto de ti, está em tua boca e em teu CORAÇÃO" 

O ser humano quer ser feliz e a felicidade que traz a plena alegria que está em Deus.  Os mandamentos são guias seguras que levam a plena realização da pessoa que quer ser feliz com Deus e somente Ele traz a segurança para todos. (cf. Dt 30,10-14)

Na carta de São Paulo aos Colossenses nos mostra a cristologia que faz entender quem é Cristo e Ele é uma “imagem do Deus invisível “ e ainda nos indica que Jesus Cristo é  o "primogênito de toda a criatura". Isso nos faz ter a convicção que Jesus veio e nos mostrou o rosto de Deus que é bom, misericordioso, o balsamo que cura e ajuda os mais pobres e necessitados, assim Cristo é pastor que assume o ser humano em todas as suas dimensões e desse modo é bom pastor. (cf. Cl 1,15-20)

O evangelista São Lucas nos esclarece o caminho correto para a vida eterna e há pergunta do Mestre da Lei. São duas perguntas que nos questionam muito. O que fazer? A lei de Deus que eram 10, mas que aos poucos chegou-se a 613, mas Jesus resume em duas no amor a Deus e ao próximo. (cf. Lc 10,25-37)

Essa premissa que o mestre responde a pergunta  que Cristo  fez a ele:  o Que diz a Lei? Lá está a regra magna de poder chegar a vida eterna, portanto é o amor. Se tivermos amor, então vamos realizar a maravilha de ser irmão e irmã de todos, principalmente os mais necessitados e os que estão mais precisando de ajuda. Um pais que há milhões de desempregados e provavelmente estão passando miséria e fome tem que haver inciativas para sanar essa grave situação. Aqui entra atitude de samaritano que ajuda sem fazer condições, mas ajuda os que mais precisam. 

A lição do Bom samaritano nos faz a refletir quem é o próximo de cada um de nós e a reflexão nos leva aquele que está nas nossas ruas clamando por nossa ajuda para o pão que alimenta aos que passam fome, o pão que educa dos que estão fora da escola, o pão do emprego aos que estão desempregados e o pão da saudê aos doentes que mais precisam e em fim tudo para que tenham vida em abundancia para todos.

A liturgia desse domingo possa nos ajudar para que possamos fazer o bem a todos e que a mesa seja farta onde todos possam partilhar no banquete da vida. E que sejamos um Igreja onde somos comprometidos com todos, formando uma família em que todos sentem acolhidos para a vida para todos. Amém

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel de Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

sexta-feira, 5 de julho de 2019

O autismo e a inclusão social

POR Mara Narciso, médica-endocrinologista e jornalista

Quando o mundo ficou sabendo que Leonel Messi tem Síndrome de Asperger, um tipo de autismo, pôde-se concluir que o autista consegue tudo quando bem orientado, inclusive ser o melhor em sua atividade. Mas é preciso ter cautela nas expectativas, e entender que há vários tipos e graus de autismo, e cada um dos seus portadores tem uma maneira diferente de funcionamento cerebral. Partindo do princípio elementar da medicina de que “nem sempre e nem nunca”, também o autismo, em sua essência, dificulta a interação do indivíduo com o seu meio, impossibilitando a comunicação, a convivência e a socialização. A capacidade intelectual não está obrigatoriamente comprometida, mas a maneira específica de se comportar e de ver o mundo sim.

Historicamente o autista é visto como alguém que não olha nos olhos, que não manifesta afetividade, que não se enturma, e tem dificuldades em se comunicar, seja falar, seja entender. Tradicionalmente espera-se que o autista típico fique fechado em seu mundo, alheio, ausente, como se não visse e nem ouvisse o que o rodeia. As trocas interpessoais são menores, e há uma tendência a executar atividades repetitivas, e, desde o nascimento, observa-se que não fixa o rosto da mãe. Pode balançar o corpo por intermináveis vezes, olhar sem ver, parecer surdo e usar objetos de forma inapropriada. Porém, esse estereótipo não corresponde à totalidade dos autistas, pois muitos têm inteligência acima da média, e a fala normal, podendo se destacar entre seus pares e ter uma vida adulta de sucesso. Dentro de um quadro de transtorno global do desenvolvimento, no qual sintomas podem desaparecer, enquanto outros novos podem surgir, apenas a trajetória da pessoa poderá definir quem ela de fato é.

As causas são genéticas e ambientais, como a contaminação por metais pesados tais como chumbo e mercúrio. O problema é físico, portanto tem claras bases biológicas. Embora muito estudado, desde 1943, quando foi descrito, ainda é um transtorno sem uma definição final. A palavra autismo foi empregada pela primeira vez em casos de esquizofrenia, e foi tomada emprestada para explicar o isolamento do autista, que fica fora desse mundo. Pode não interagir por dificuldade em começar essa interação do que propriamente por não se interessar pelo que acontece em sua volta. 

Acomete 20 indivíduos em cada 10 mil, sendo quatro vezes mais comum no homem do que na mulher. Causas psicológicas, relacionadas com o ambiente vivido pela criança, não foram estabelecidas. Aqui o ambiente familiar parece não ter relevância no desencadear do problema. Os sintomas advêm de alterações físicas no cérebro e incluem inabilidade de comunicação, ausência ou linguagem atrasada, pouca imaginação, incompreensão de ideias, uso inadequado das palavras que podem ser faladas de forma desvinculada do seu significado. O relacionamento com eventos e pessoas é diferente do habitual. As variações são imensas, havendo, em geral, interesse por poucas atividades, e até mesmo ocorrer períodos em que se instala uma verdadeira ideia fixa. Não há padrão de imagem cerebral, ou dosagem laboratorial e nem mesmo escala de sintomas. Estes se estabelecem antes dos três anos de vida e podem incluir alterações do sono e da alimentação, fobias, agressividade e auto-agressividade. A sensibilidade aos sons e às dores também parece alterada. Apatia ou hiperatividade podem ocorrer.

O diagnóstico é feito pela observação clínica e o que se destaca é a necessidade de ser precoce para haver uma estimulação adequada, e uma retomada do desenvolvimento. Os tratamentos envolvem equipe multidisciplinar com neurologista, psiquiatra, psicóloga, fonoaudióloga e nutricionista. Usam-se estímulos com sons e figuras para direcionar o comportamento, ensinando-se cuidados consigo mesmo, o relacionar-se com o outro e a prática de tarefas. 

Algumas vezes, estabelecer-se um contato verbal com o terapeuta parece impossível, e a musicoterapia tem um lugar marcante nesse estabelecimento. A terapia do abraço, bem aos poucos, sem impor, e respeitando a escolha da criança, ajudam e quebram a resistência. Há quem defenda o uso de dieta restrita, e garanta que a suspensão de alimentos com sacarose, trigo, leite e derivados propicia um crescimento intelectual e da comunicação de forma gradual e constante.

Os remédios variam para cada caso. A dopamina e serotonina podem ser necessárias naqueles casos de tiques, estereotipias e agressividade. Cada autista é único, e os sintomas gerais devem servir apenas de eixo, pois há quem os tenha e não seja autista. Os transtornos de comportamento, todos eles, exigem atenção permanente, e estímulos adequados, para que a criança possa desenvolver-se dentro da sua capacidade máxima. 

Os autistas são pessoas que não pedem ajuda, assim, mais do que nunca, o tratamento deve ser exaustivamente individualizado. Aceitar, acolher e respeitar precisa ser a norma quando o objetivo é melhorar a vida do portador desse transtorno, cujo cérebro funciona a seu modo, avesso a respeitar regras. O autista precisa de aconchego e amor, para que se sinta feliz, podendo ser ele mesmo, sem proibição de ser o que realmente é.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

A missão é de cada um de nós


A missão é de cada um de nós


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Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando no dia 07 de julho, o 14º Domingo do tempo comum. Vamos refletir sobre a missão que Deus sempre escolhe para cada um de nós e ainda nos envia para que cumpramos  bem esse chamado.

A liturgia bíblica desse domingo nos fala de três envios que são: um profeta anônimo, Paulo e os 72 discípulos.

No livro de Isaias relata para nós um profeta que é enviado para proclamar o amor de uma mãe que tem para o seu filho. Sabemos que esse amor é desinteressado e ainda se enche do bem quere da mãe pelo Filho.

Assim está escrito: "Como Mãe que consola o filho, virei em pessoa para vos consolar." Isso nos dá a certeza que Deus zela, auxilia e cuida de cada um de nós com amor infinito que transborda a cada um de nós e esse é um amor gratuito de Deus pelo seu Povo. (cf. Is 66,10-14c)

Na carta de São Paulo aos Gálatas podemos notar que São Paulo se sente como enviado por Deus numa dimensão maior de testemunha da cruz de Cristo. Esta cruz não é para sentir derrotado por ela e nem ser indiferente dela, mas se gloriar na crus de Cristo que nos salva de modo admirável e para sempre a cada um de nós. Uma cruz redentora da humanidade inteira. (cf. Gl 6,14-16)

O evangelista São Lucas nos fala do envio de 72 discípulos por Jesus. É uma linda narrativo que descrê bem a missão da Igreja no mundo. Essa missão tem mão dupla uma de ida a missão e a outra de retorno da missão.

Deus envia a todos os povos e ninguém ficará sem a mensagem salvadora de Cristo. Interessante o número 72 tem um significado de todos os povos, isto é o conhecido da época. Hoje sabemos que a missão da Igreja é para todas as pessoas.

Devemos ser uma Igreja de saída. Nós somos mensageiros que vão a frente para levar a mensagem de Cristo como os apóstolos foram a frente de Jesus para preparar o ambiente para Jesus conseguir passar a sua mensagem de vida em abundancia para todos.

Jesus tem uma pedagogia no envio quando envia de dois a dois para missão. Acredito que é para que os discípulos não desanimem na caminhada que devam fazer, e assim um apoia o outro, fazendo com que a missão seja bem cumprida. Sempre deve alguém abrir o caminho para Cristo. (cf. Lc 10,1-12.17-20)

Para que tenha êxito devemos ser missionários orantes e pedir que venham operários dispostos a trabalhar numa messe grande. Jesus nos ensina a orar nesse sentido. Devemos ser portadores da paz e não de divisão, devemos ser pessoas que saibam trabalhar em equipe e a ainda fazer a missão de Cristo e não a nossa.  A pessoa de Jesus é que deve ser anunciado e não a nossa pessoa.

Que essa liturgia nos ajude a ser servos, missionários e bons operários da messe para que todos possam ouvir e decidir a sua vida para Cristo. Portanto sejamos dóceis ao Espirito Santo que age no nosso meio.


Tudo por Jesus nada sem Maria

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

terça-feira, 2 de julho de 2019

Laurita Alves de Araújo, sempre a caminho




Aconteceu na noite de sexta-feira, 28 de junho de 2019, no Centro de Evangelização Paulo VI (Rua Alagoas, 335, Cintra), Montes Claros/MG, o lançamento do livro “Os Caminhos de Laurita”. Quatro confreiras da Academia Feminina de Letras prestigiaram a solenidade de lançamento da obra literária: Maria da Glória Caxito Mameluque (Glorinha Mameluque), Nancy França Andrade, Alcione Gonçalves Ribeiro Vieira e Filomena Luciene Cordeiro Reis. O monsenhor José Osanan de Almeida Maia e Geraldo Matos Guedes foram outras autoridades presentes ao evento, que contou com participação considerável das comunidades da Paróquia Nossa Senhora da Consolação.

Geraldo Matos Guedes fez a apresentação do livro. “Este livro fala do amor que pulsa em cada ser humano. Você vai conhecer os fatos relevantes da história e dos caminhos de uma pessoa chamada Laurita Alves de Araújo - a estrela, assim apelidada por alguns companheiros(as) de jornada. Nascida no sertão norte-mineiro, onde o sol e o calor são predominantes naquela região: Vim pelas estradas empoeiradas e aqui cheguei nesta cidade, terra das formigas, assim chamada na época. Hoje cidade de Montes Claros. Vimos à procura de melhorar de vida. Com Deus na frente fortalecendo a esperança e ajudando a concretizar os sonhos e transformá-los em realidade. E hoje vim registrar estes fatos relevantes da minha vida, que faz parte deste trilhar caminhos”, destaca Guedes.

O posfácio da obra de 106 páginas e tiragem de 200 livros tem a produção de Glorinha Mameluque. “Com alegria recebi de Laurita a incumbência de ajudá-la a organizar este livro. Eram muitos textos e inúmeras fotos que tivemos de selecionar, organizar, escanear e inserir nos lugares próprios. Foram muitas idas à Gráfica Uni-Set, muitas revisões e ajustes. Já conhecia Laurita do Secretariado, sempre solícita e responsável, atendendo a todos com muita disponibilidade. Meu marido [Pedro Mameluque Mota] era admirador dela pela forma como o atendia sempre. Lendo o livro, tive a oportunidade de conhecer a sua rica história, cheia de lutas e desafios, mas também de conquistas e vitórias. Fiquei feliz em ajudá-la a realizar este sonho. Parabéns, Laurita!”, saúda Glorinha Mameluque, primeira presidente da Academia Feminina de Letras de MOC no mandato de 2009 a 2011.

Em entrevista, Laurita contou que foram três anos de labuta para pensar a obra. “A primeira parte é a minha caminhada. E a segunda parte é sobre a Família Alves de Araújo”, revela a agora escritora ao relatar que o livro traz detalhes sobre a sua vida, a caminhada na Arquidiocese de Montes Claros, no Seminário Maior Imaculado Coração de Maria, no Hospital Santa Terezinha (demolido), no Hospital São Lucas (hoje Fundação Dílson Godinho) e na Santa Casa.

Há também depoimentos do padre Antônio Carlos da Silva (falecido), do padre Antônio Alvimar Souza, do monsenhor Geraldo Marcos Tolentino e de catequistas com os quais trabalhou na Paróquia Nossa Senhora da Consolação. “Passava roupa no São Lucas com o ferro elétrico. No Hospital Santa Terezinha, pra gente descer as escadas com os pacientes para a parte de baixo, a gente descia com os pacientes na maca, na mão. Não tinha recursos”, recorda. 

Para ela, o fato mais importante da sua vida foi mesmo escrever um livro, além de trabalhar e ter feito faculdade. “São sonhos que a gente sonhava e nunca realizava. Eu mesma falar de mim mesma”, declara sem falsa modéstia. Só na Arquidiocese de Montes Claros foram 27 anos de serviços prestados. Depois de aposentada, trabalhou mais cinco anos como voluntária. Entrou em 1992 e saiu em 04 de fevereiro deste ano.

Nascida em um povoado chamado Atoleiro, município de Rio Pardo de Minas, no dia 24 de março de 1950, Laurita Alves de Araújo é filha biológica de Paulo Alves de Araújo e Maria de Jesus. “Éramos 14 irmãos. Cada um se espalhou para um canto e pra outro. De uns tempos pra cá, comecei a ter contato com os irmãos de sangue”, menciona. Ela reencontrou três irmãos. Laurita também teve 11 irmãos de criação. Com Mal de Alzheimer, a mãe que a criou hoje mora em Divinópolis aos cuidados de uma das irmãs. “Alugou a casa lá da gente. Morávamos no Cintra”, relembra.

“A vida era mais tranquila. Não tinha tanta violência. A gente trabalhava no pesado, mas a gente tinha uma vida saudável. Brincava muito. Tínhamos muitos momentos alegres, muitos momentos bons”, tem saudades Laurita de um tempo sem tanta agitação pós-moderna.

Ela se formou no ano de 2015 em Serviço Social no curso de educação à distância da Universidade Norte do Paraná (Unopar). “Foi muito bom. Tinha aula presencial, trabalho individual e em grupo. Exige mais da gente do que a gente na escola. Você estudar só exige muito mais de você. Pesquisei muito. Valorizei muito este estudo à distância”, testemunha. Fez monografia sobre violência doméstica. Tratou não só da violência física que sofrem as mulheres, mas também da violência psicológica. Destaca a importância da Lei Maria da Penha que, para ela, “aumentou mais a matação do que antes”. A legislação é importante, porém, “não tá resolvendo muita coisa não”. “Se as mulheres denunciam, o risco do agressor matá-las é maior”, considera.

Hoje Laurita mora sozinha à Rua Gerânio, 149, apartamento 103, Bairro Montes Alegre, CEP 39.410-494. “Vou à Missa na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na igreja do Cintra e na igreja do Batalhão. Sem compromisso. Saí da casa da mãe e fui para a casa da filha”, brinca ao se referir que a Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Bairro Monte Alegre pertence à Paróquia Nossa Senhora da Consolação. Faz fisioterapia por causa da tensão em virtude da preocupação em cuidar de uma das irmãs que está com câncer, internada em um quarto da Santa Casa. A irmã faleceu em meados de junho. Mas Laurita não perde a esperança em dias melhores, sempre a caminho. O exemplar do livro “Os Caminhos de Laurita” custa R$ 15 e pode ser comprado através do telefone particular da escritora: 38 9 9919 1829.