Aconteceu
na noite de sexta-feira, 28 de junho de 2019, no Centro de Evangelização Paulo
VI (Rua Alagoas, 335, Cintra), Montes Claros/MG, o lançamento do livro “Os
Caminhos de Laurita”. Quatro confreiras da Academia Feminina de Letras
prestigiaram a solenidade de lançamento da obra literária: Maria da Glória
Caxito Mameluque (Glorinha Mameluque), Nancy França Andrade, Alcione Gonçalves
Ribeiro Vieira e Filomena Luciene Cordeiro Reis. O monsenhor José Osanan de
Almeida Maia e Geraldo Matos Guedes foram outras autoridades presentes ao
evento, que contou com participação considerável das comunidades da Paróquia
Nossa Senhora da Consolação.
Geraldo
Matos Guedes fez a apresentação do livro. “Este livro fala do amor que pulsa em
cada ser humano. Você vai conhecer os fatos relevantes da história e dos
caminhos de uma pessoa chamada Laurita Alves de Araújo - a estrela, assim
apelidada por alguns companheiros(as) de jornada. Nascida no sertão
norte-mineiro, onde o sol e o calor são predominantes naquela região: Vim pelas
estradas empoeiradas e aqui cheguei nesta cidade, terra das formigas, assim
chamada na época. Hoje cidade de Montes Claros. Vimos à procura de melhorar de
vida. Com Deus na frente fortalecendo a esperança e ajudando a concretizar os
sonhos e transformá-los em realidade. E hoje vim registrar estes fatos
relevantes da minha vida, que faz parte deste trilhar caminhos”, destaca
Guedes.
O
posfácio da obra de 106 páginas e tiragem de 200 livros tem a produção de
Glorinha Mameluque. “Com alegria recebi de Laurita a incumbência de ajudá-la a
organizar este livro. Eram muitos textos e inúmeras fotos que tivemos de
selecionar, organizar, escanear e inserir nos lugares próprios. Foram muitas
idas à Gráfica Uni-Set, muitas revisões e ajustes. Já conhecia Laurita do
Secretariado, sempre solícita e responsável, atendendo a todos com muita
disponibilidade. Meu marido [Pedro Mameluque Mota] era admirador dela pela
forma como o atendia sempre. Lendo o livro, tive a oportunidade de conhecer a
sua rica história, cheia de lutas e desafios, mas também de conquistas e
vitórias. Fiquei feliz em ajudá-la a realizar este sonho. Parabéns, Laurita!”,
saúda Glorinha Mameluque, primeira presidente da Academia Feminina de Letras de
MOC no mandato de 2009 a 2011.
Em
entrevista, Laurita contou que foram três anos de labuta para pensar a obra. “A
primeira parte é a minha caminhada. E a segunda parte é sobre a Família Alves
de Araújo”, revela a agora escritora ao relatar que o livro traz detalhes sobre
a sua vida, a caminhada na Arquidiocese de Montes Claros, no Seminário Maior
Imaculado Coração de Maria, no Hospital Santa Terezinha (demolido), no Hospital
São Lucas (hoje Fundação Dílson Godinho) e na Santa Casa.
Há
também depoimentos do padre Antônio Carlos da Silva (falecido), do padre
Antônio Alvimar Souza, do monsenhor Geraldo Marcos Tolentino e de catequistas
com os quais trabalhou na Paróquia Nossa Senhora da Consolação. “Passava roupa
no São Lucas com o ferro elétrico. No Hospital Santa Terezinha, pra gente
descer as escadas com os pacientes para a parte de baixo, a gente descia com os
pacientes na maca, na mão. Não tinha recursos”, recorda.
Para
ela, o fato mais importante da sua vida foi mesmo escrever um livro, além de
trabalhar e ter feito faculdade. “São sonhos que a gente sonhava e nunca
realizava. Eu mesma falar de mim mesma”, declara sem falsa modéstia. Só na
Arquidiocese de Montes Claros foram 27 anos de serviços prestados. Depois de
aposentada, trabalhou mais cinco anos como voluntária. Entrou em 1992 e saiu em
04 de fevereiro deste ano.
Nascida
em um povoado chamado Atoleiro, município de Rio Pardo de Minas, no dia 24 de
março de 1950, Laurita Alves de Araújo é filha biológica de Paulo Alves de
Araújo e Maria de Jesus. “Éramos 14 irmãos. Cada um se espalhou para um canto e
pra outro. De uns tempos pra cá, comecei a ter contato com os irmãos de
sangue”, menciona. Ela reencontrou três irmãos. Laurita também teve 11 irmãos
de criação. Com Mal de Alzheimer, a mãe que a criou hoje mora em Divinópolis
aos cuidados de uma das irmãs. “Alugou a casa lá da gente. Morávamos no Cintra”,
relembra.
“A
vida era mais tranquila. Não tinha tanta violência. A gente trabalhava no
pesado, mas a gente tinha uma vida saudável. Brincava muito. Tínhamos muitos
momentos alegres, muitos momentos bons”, tem saudades Laurita de um tempo sem
tanta agitação pós-moderna.
Ela
se formou no ano de 2015 em Serviço Social no curso de educação à distância da
Universidade Norte do Paraná (Unopar). “Foi muito bom. Tinha aula presencial,
trabalho individual e em grupo. Exige mais da gente do que a gente na escola.
Você estudar só exige muito mais de você. Pesquisei muito. Valorizei muito este
estudo à distância”, testemunha. Fez monografia sobre violência doméstica.
Tratou não só da violência física que sofrem as mulheres, mas também da
violência psicológica. Destaca a importância da Lei Maria da Penha que, para
ela, “aumentou mais a matação do que antes”. A legislação é importante, porém,
“não tá resolvendo muita coisa não”. “Se as mulheres denunciam, o risco do
agressor matá-las é maior”, considera.
Hoje
Laurita mora sozinha à Rua Gerânio, 149, apartamento 103, Bairro Montes Alegre,
CEP 39.410-494. “Vou à Missa na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na
igreja do Cintra e na igreja do Batalhão. Sem compromisso. Saí da casa da mãe e
fui para a casa da filha”, brinca ao se referir que a Comunidade Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro do Bairro Monte Alegre pertence à Paróquia Nossa Senhora da
Consolação. Faz fisioterapia por causa da tensão em virtude da preocupação em
cuidar de uma das irmãs que está com câncer, internada em um quarto da Santa
Casa. A irmã faleceu em meados de junho. Mas Laurita não perde a esperança em
dias melhores, sempre a caminho. O exemplar do livro “Os Caminhos de Laurita”
custa R$ 15 e pode ser comprado através do telefone particular da escritora: 38
9 9919 1829.
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