ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Sou uma escritora que não escreve

POR Mara Narciso
médica-endocrinologista e jornalista

Quem me disse que eu era escritora foi Waldir de Pinho Veloso, em 2005, sendo que, desde 2001, ensaiava passos na Literatura, enviando crônicas aos amigos virtuais. Tinha publicado meu livro-desabafo “Segurando a Hiperatividade”, no qual conto a história do meu filho Fernando Narciso Silveira, portador de TDAH [Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade] e Síndrome de Asperger. Yvonne Silveira, presidente da Academia Montes-Clarense de Letras, apresentou meu livro e destacou que a minha escrita não tinha literalidade. Senti-me uma não-escritora, mas voltei a crer nisso quando Waldir de Pinho Veloso, também membro da Academia Montes-Clarense de Letras, da qual passei a fazer parte, afirmou que eu tinha essa habilidade. 

Aos três anos ganhei lápis para mudar a preferência da mão esquerda para a direita. Continuei canhota. Aos quatro anos fui estudar no SESC [Serviço Social do Comércio]. Meu pai, Alcides Alves da Cruz sabia a importância da escola. Naquela época poucos frequentavam o Jardim da Infância. No pré-primário aprendi a ler e escrever. Na vida escolar, muito estudo, cadernos cheios, redações longas, e na vida, diários, poemas, contos, letras de músicas copiadas do rádio, fitas e discos. Frequentei o Colégio Imaculada Conceição dos cinco aos 15 anos e depois o Colégio Marista São José, dos 16 aos 18 anos. No terceiro ano colegial, preparando-me para o vestibular, copiava tudo que era falado. Cheguei a escrever atas no colégio, e anos depois, fui secretária da Associação de Moradores do Bairro Morada do Parque, em 1991/1992. Escrevia o documento final durante a reunião.

Na Faculdade de Medicina (1974/1979) copiava o que os professores diziam. No primeiro ano, com o braço no ar, pois não tinha carteira para sinistros, copiei o Gardner Gray O’rahilly, livro de Anatomia, de 830 páginas, ditado de cor pelo professor Edvaldo Fróes. Ensinava o corpo humano de forma estranhamente poética, seduzindo os alunos, mesmo quando segurava uma metade de cabeça, recém saída do formol. Copiar aulas durou seis anos, com muitas papeletas escritas nos estágios hospitalares. Depois vieram as Residências Médicas, mais três anos escrevendo longos relatos dos pacientes. Já trabalhando em consultório, ia toda semana a Belo Horizonte para reuniões clínicas e na volta, lembrando-me dos debates, anotava tudo no ônibus. No hospital enchia papeletas e no consultório escrevia fichas, mantendo detalhados relatórios, pareceres, encaminhamentos, tudo escrito à mão. Fora os inúmeros congressos copiados de ponta a ponta.

Em 2006 fui para a Faculdade de Jornalismo, sendo quatro anos copiando o que os professores ensinavam. Entrevistava e escrevia ao ritmo da fala, para reportagens e biografias. Como escrevia o dia todo nas consultas e continuava na escrita a caneta à noite, a dor de tanto escrever, que já sentia no braço, considerando que também digitava parte do tempo, agravou-se. Desde então, passei a ter sessões de Fisioterapia. Melhorava, mantinha os alongamentos, mas copiava sem parar. O problema chegou ao seu ápice em setembro de 2016, quando houve perda da força e da habilidade. Tive de interromper tudo. Enquanto esperava ser criado o sistema personalizado para informatizar o consultório, meu filho me ajudou, após autorização do CRM [Conselho Regional de Medicina]. Escrevia para mim e eu assinava as receitas, pedidos de exames, encaminhamentos e relatórios.

Depois de cem sessões sequenciais de fisioterapia e alongamentos diários, além da constante dança flamenca e Pilates, sinto-me melhor, mas não posso fazer quase nada. Não escrevo à caneta, e algumas vezes a assinatura não confere. O uso continuado do computador completa o estrago. A LER - Lesão por Esforço Repetitivo (ou outro nome que queiram dar à doença) é restritiva e permanente. Qualquer coisa que eu faça, sinto dores em ambos os braços, pela sobrecarga compensatória. O uso dos músculos faz a inflamação dos tendões e nervos se manifestar com dor e incapacidade. As pessoas não entendem o porquê de eu não conseguir escrever. Olham o meu braço, que não sangra e nem mostra nenhuma avaria e riem. Por favor, ajam para se preservar dessa grave doença. Durante a pior crise eu não segurava o garfo nem a escova de dente. Eu achei que poderia escrever uma quantidade imensa de letras, que, enfileiradas, seriam capazes de ir até a lua e voltar, mas não pude. Sou uma escritora que não escreve.

Domingo, 25 de novembro de 2018

domingo, 18 de novembro de 2018

Catrumano

POR Mara Narciso
médica endocrinologista e jornalista

Distraída, só conheci a palavra “catrumano” em 1993, através do Restaurante Catrumano, na Vila Regina. Depois a cidade teve o “Território Catrumano Bar Cultural”, no Bairro Major Prates, do antropólogo João Batista de Almeida Costa. Sua tese de doutorado foi destacar a importância da cidade de Matias Cardoso no norte de Minas como fonte de alimento na mineração da região central do Estado. Em 2005 foi criada a “catrumania” e o Movimento Catrumano. Desde então, entendo essa palavra como um modo de vida roceiro, um autêntico vivente do sertão seco e violento.


Ildeu Braúna (16/05/1953 - 30/05/2015), registrado Ildeu de Jesus Lopes, foi político, escritor e compositor. Em parceria com Pedro Boi, compôs mais de cem músicas. “A lenda do arco-íris” e “Zumbi” são duas joias que eternizaram seus criadores. Compôs “Tocador de Boi”, com Téo Azevedo, gravada por Sérgio Reis. Em 1977 criou o Grupo Agreste, que ficou conhecido nacionalmente ao fazer parte da trilha sonora da novela “Rosa Baiana”. Morto de pneumonia aos 62 anos, o ex-secretário de Cultura de Montes Claros foi regiamente pranteado, quando amigos cantaram suas músicas de temática rural, na Câmara de Vereadores de Montes Claros, onde foi exposto. 

Escrever no modo de “falar errado”, ser autêntico e convincente, garantindo uma realidade rústica, sem encenação nem exageros, só mesmo para quem é catrumano de nascença e de vivência. Em caso contrário, cai no ridículo ao expor um artificialismo tosco. Pois a imersão na obra “Catrumano”, escrita por Ildeu Braúna e publicada em 1994, possibilita penetrar nas roças ermas de décadas antes, como num filme. A maneira de ele narrar suas histórias, numa linguagem capioa, natural, sem fingimentos, ecoa numa veracidade que possibilita enxergar o matuto falando, contando sua vida, e até mesmo sentir o cheiro de fumo de rolo. Os casos podem ter algo de ficção, mas tomam um ar de legitimidade.

Seu estilo, logo se nota, é coisa para iniciado, talentoso e inconteste escritor de costumes. O linguajar é sertão puro e indiscutível. Quantas vezes ouvimos e ainda é possível ouvir gente daqui falando daquele jeito? O modo de conversar se enraíza de tal forma no âmago de quem nasceu na roça, que mesmo que passe 30 anos numa escola, frequente mais de uma faculdade, entre pós-graduações, mestrados e doutorados, aquilo ali aflora, inesperadamente, porque vem da alma ancestral, sendo de fato a essência daquela pessoa.

Excetuando-se o inigualável João Guimarães Rosa e o seu “Grande Sertão Veredas”, em geral não gosto de ler coisa escrita em linguagem primitiva, mas, para Ildeu Braúna, entrego os meus pontos, devido ao seu dom de recriar. Destaco o conto que dá nome ao livro, e como crítica, faltou uma personagem feminina forte, narrando sua vida.

Ao final, tem um dicionário “curraleiro”, e, entre palavras resgatadas de um passado tão longínquo quanto o sertão norte mineiro, descobre-se o que vem a ser “catrumano”, uma ideia, até então, inconsistente para alguns. De cunho pejorativo, lá estão por sinônimo “matuto”, “bugre”, “capiau”, mas falta “caipira”, como Peré - Luiz Carlos Novaes se referiu a Ildeu Braúna nas orelhas do livro. Entre as curiosidades dos contos em que cada qual expõe sua história, sem travessões nem aspas, vi retornar fantasmas como “acoitou” = se escondeu, “bengo” = capim, “bruacas” = mala de couro cru, “bitelo” = grande, “capado” = porco para engorda, “deu a testa” = discordou, “encafifado” = preocupado, “estropiado” = cansado, “famiage” = toda a família, “gungunou” = balbuciou, “lusco-fusco” = crepúsculo, “mandaíba” = muda de mandioca, “matula” = bagagem, “melar” = embebedar, “pé d’água” = tempestade, “precatas” = alpargatas, “serventia” = utilidade, “surrão” = saco de couro, “tabatinga” = argila mole, “tilanguenta” = esfarrapada.

Após atravessar rapidamente as 82 páginas, treze contos e um glossário, fecha-se o livro já se pensando em relê-lo para se re-extasiar num novo mergulho no sertão. Ildeu Braúna percorreu esse caminho, conheceu essa gente de vida dura, nos lugares ásperos que exigem essas forças e essas vinganças. Só assim para entender o pensar, o linguajar e o agir do sertanejo. Por esse feito, é preciso oferecer fartos aplausos para o mestre.

Domingo, 18 de novembro de 2018

sábado, 17 de novembro de 2018

Surgirá um novo tempo


Surgirá um novo  tempo

Resultado de imagem para imagem 33 domingo do tempo comum


Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje o penúltimo domingo do Tempo comum, a liturgia desse domingo nos fala do fim do mundo com sua historia e desse tempo em que vivemos.
Se pensarmos bem é um convite à esperança, pois nesta jornada que fazemos nesse é de  total esperança em Deus. Aqui sabemos é Deus que vai transforma a noite do mundo numa aurora sem fim, pois a vida será iluminada para sempre em Deus.

A liturgia bíblica esta repleta de linguagem apocalíptica que nos faz caminhar na descoberta dos sinais desse mundo novo que Deus prepara para nós que estamos com Ele. Ela sai das cinzas do reino do mal que não é de Deus. Sabemos que a linguagem apocalíptica é uma forma  de falar e o povo daquela época entendi muito bem. São elementos fortes e cheio de simbolismo. O que vai interessar é a mensagem que esta linguagem quer nos revelar. Não é coisa de adivinhação, mas fala da realidade que o povo vive. Isso também não é para dar medo ou assustar, mas dar motivo de animo e esperança para o povo que quer ser fiel a Deus.

No livro de Daniel temos o Apocalipse  dele. O contexto vivido do povo de Deus é opressão vivida no domínio dos gregos. Era um sofrimento, muitos mudavam de religião para sobreviver da perseguição do opressor, porem Deus manda São Miguel, o defensor, para os que mantiveram firmes na fé. Esse livro de Daniel é para dar animo e fortalecer na fé no Deus vivo que nunca abando um povo que quer ficar unido a Ele em todas as circunstancia da vida. Aqueles que ficam firmes nas tribulações e Deus não os abandona  e vem ao socorro desse povo.
Uma curiosidade interessante, pois aqui vemos na Bíblia a primeira vez a fé que devemos ter na ressurreição. (cf. Dn 12,1-3)

No libro de Hebreus  constatamos que Jesus Cristo á o oferta perfeita que nos liberto da opressão do pecado e nos fez participantes da dinâmica da vida eterna. É uma nova trajetória de um mundo novo e de uma vida definitiva. A morte não terá mais poder sobre nós que estamos unidos a Cristo.. (cf. Hb 10,11-14.18)
O evangelho de São Marcos nos apresenta o seu Apocalipse de Marcos. Na época em que São Marcos escreveu o povo estava assustado devido a guerras e calamidades de toda ordem. Ele presenciara a destruição do templo de Jerusalém, lugar de adoração e encontro com o Senhor.

Aqui novamente temos a linguagem apocalíptica para acalmar o povo e dar esperança. Narra o caos cósmico e vindo de Cristo triunfante que vem julgar os maus e os bons. Esse "Discurso escatológico" de Cristo é o último antes da Paixão. Jesus anuncia a destruição do templo e uma nova era vai começar com a justiça do Reino trazido por Ele até nós. Aqui não é para ter medo do fim do mundo, mas tirar dos sofrimentos, da dor e das dificuldades os sinais de vida. Deus não abandona ninguém Ele é o justo que nos resgata para a vida eterna. Ninguém sabe quando é o final desse mundo, mas podemos ver os sinais e isso é para que não percamos o foco e a meta que é estar a caminho nesse mundo par a vida definitiva. Sejamos construtores de esperança e amor no mundo tão carente disso. (cf. Mc 13, 24-32)

Que esta liturgia nos ajude a inflamar em nós a esperança da vida eterna, de um mundo de irmãos e nos fortalecer na fé na ressurreição e na vida eterna. amém.

Tudo por Jesus nada sem Maria

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha

domingo, 11 de novembro de 2018

Acostumar-se ou habituar-se?

POR Mara Narciso

Quem está habituado ao conforto sofre ao mudar de status, da riqueza para a pobreza. Na direção oposta, facilmente se acostuma. Quem já morou em república de estudantes sabe que pessoas de costumes diversos brigam durante a morada comunitária. Enquanto curiosidade ou objeto de estudo, as diferenças culturais andam lado a lado, mas quando são impostas, causam guerras, com o país invasor impondo sua cultura ao país invadido. Os integrantes de uma mesma família, geralmente apresentam hábitos, costumes e comportamentos semelhantes, ainda que a genética somada ao meio ambiente não expliquem casos de irmãos criados na mesma casa e que apresentam diferentes qualidades de caráter. Não deveria, mas palavras como hábito e costume acabam se confundindo.



O mês de novembro conscientiza sobre as doenças masculinas, mas também sobre as doenças auditivas. Enquanto os carnavais vão passando, os órgãos dos sentidos vão se cansando, sendo comum na maturidade, o sistema auditivo apresentar perda progressiva da audição, falta de equilíbrio e zumbidos no ouvido. Estão disponíveis os aparelhos auditivos para a perda da audição, fato que pode se repetir em membros de uma mesma família. Há resistência ao uso desses aparelhos, mesmo os minúsculos e invisíveis, mas essa rejeição tem se reduzido com a melhora tecnológica. Cada usuário tem uma percepção diferente, e usá-los com naturalidade é uma questão adaptativa.

No cérebro, os neurônios do núcleo coclear dorsal se tornam hiperativos, emitindo um sinal fantasma que é percebido como um som interno, o zumbido ou tinnitus. O barulho é referido como apito, chiado, cigarra, bater de asas, cachoeira ou outro, acomete boa parcela da população, e leva a vítima à irritabilidade, uma quase loucura nos casos severos. O som gerado internamente não existe, mas é bem real, assim, não prestar atenção a ele é impossível. A cabeça parece crescer de tanto que incomoda. O silêncio da noite amplifica o som, sendo a hora de dormir o pior horário. A penitência de conviver com isso descontrola até o mais calmo dos viventes.

Muitas são as causas de zumbido e desequilíbrio, como cera no ouvido, infecções, tumores, mudanças na pressão arterial, oscilações da glicemia, uso de alguns remédios, abuso de açúcar, café e álcool, entre outros, cujo controle e retirada podem melhorar os sintomas. A Disfunção da Articulação Têmporo Mandibular também pode causar tal distúrbio, devendo ser usada a placa rígida para dormir. O uso de medicação antidepressiva e vasodilatadora, acupuntura, musicoterapia, meditação e Yoga podem auxiliar.

A combinação de medicamentos pode melhorar os sintomas em médio prazo, e busca encontrar o equilíbrio auditivo composto pelas suas diversas peças. Após várias tentativas e processos que alternam sons e silêncios, os médicos começam a falar em habituação, negando que seja o mesmo que se acostumar.

Não parece muito clara a diferenciação entre acostumar-se ou habituar-se ao zumbido. No tratamento é preciso aprender a não prestar atenção ao barulho estranho e absurdamente irritante. É bom esquecer-se dele, imaginar que não exista, não dar atenção, ignorá-lo. Para ajudar nesse treinamento, há 15 anos mandavam ouvir sons da natureza durante oito horas por dia, durante 18 meses seguidos. Sugeriam ruídos brancos como rádio ligado mal sintonizado noite afora, televisão fora do ar, som de chuva, água corrente, ondas do mar ou qualquer outro som monótono. Isso evita o silêncio e reduz a atenção ao zumbido, assim como a terapia de retreinamento para adquirir técnicas mentais para desprezar o tinnitus.


Os aparelhos auditivos internos emissores de sons liberam impulsos elétricos cronometrados, desencadeando uma espécie de saturação do nervo auditivo, levando à habituação após uma espécie de estafa. Pretendem não apenas camuflar o ruído fantasma, produzido internamente e erroneamente, mas emitir algo semelhante para se misturar ao original e neutralizá-lo, assim como, empiricamente, parar as emissões anômalas dos nervos danificados. Afora isso, o negócio é habituar-se ao zumbido, sem se impressionar muito com isso. Viver e não ter a vergonha de ser feliz” (Gonzaguinha), mesmo com um som incômodo no ouvido.

Sábado, 10 de novembro de 2018

sábado, 10 de novembro de 2018

Devemos ser despojado das coisas materiais

Devemos ser despojado das coisas materiais

Resultado de imagem para imagem da 32 domingo comum



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o 32º Domingo do Tempo Comum e já estamos quase no termino desse ano Litúrgico. No dia 25/11/18 vamos celebrar o enceramento do ano do Laicato e vai ser no dia da Festa do Cristo Rei. Cada liturgia nos ajuda a sermos mais misericordiosos e fraternos com todos.

Esta liturgia nos vai falar do espirito de despojamento de fazer ofertas, pois elas são para o bem e o crescimento do Reino de Deus entre nós na forma de partilha com todos. Vamos deparar na liturgia de hoje com duas viúvas que deram tudo o que tinham. Sabemos que na sociedade antiga a figura da viúva era frágil e carente, mesmo assim não hesitou de dar tudo de si por uma causa, sendo generosa em doar a quem precisa.

No Primeiro Livro dos Reis, temos a figura da viúva de Serepta com seu exemplo de despojamento, ela  deu o resto que tinha ao homem de Deus faminto. Nessa época o povo daquele lugar  estava numa temporada  de seca e fome, mesmo assim ela não hesitou em ajudar Elias que estava com muita fome e sede. Ele pediu a ela e assim ela dispõe do  punhado de farinha e azeite que restava  e oferece tudo ao Profeta Elias e por causa disso,  Deus recompensou esta sua generosidade de dar ao outro o que mais necessita, não faltando nada naquela casa.

Ela teve alimento em todo o período da seca, assim percebemos que Deus não abandona quem dá com alegria. É bom ser generoso. Deus é fiel quem pensa no próximo. (cf. 1 Rs 17,10-16)

Na carta aos Hebreus  temos o exemplo de Cristo, o verdadeiro Sumo sacerdote que se doa inteiramente a humanidade para que ela se salve da corrupção, da morte e do pecado. (cf. He 9,24-28)

Devemos confiar em Deus nas adversidades de nossa vida, pois Deus ampara a viúva e órfão e ainda confunde os maus e os oprime o homem. (Sl 146)

O evangelista Marcos nos mostra outro exemplo de viúva, que na sua pobreza dá tudo que tinha no cofre do Templo. Jesus estava ao lado desse cofre, observa a todos que colocavam a sua oferta nesse cofre. Jesus elogiou a atitude dessa mulher em relação a outros que davam com atitude de arrogância e poder para serem vistos por outros. Jesus viu que ela deu por que tinha amor e não pensou em mais nada e deu a sua esmola mesmo pequena, mas estava de todo o seu coração. (Mc 12,38-44)

O que importa é o amor que nós devemos fazer das coisas nesse mundo. Ajudar sem pensar em recompensa e nem elogios. Devemos ser balsamos que regenera a quem precisa.

Que esta liturgia nos ajude a sermos mais despojado, ajudar quem precisa e dar o nosso tempo a outros que necessitam de nossa ajuda.

Tudo por Jesus nada sem Maria!

domingo, 4 de novembro de 2018

Missão Profética no Norte de Minas

POR Mara Narciso
médica endocrinologista e jornalista

No dia 3 de janeiro de 1988 começava a Missão Profética da Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias Diocesanas da Encarnação - FMDE em Grão Mogol, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, uma das áreas mais pobres do Brasil. O livro “30 Anos de Missão Profética no Norte de Minas” vem a público contar a história dessas valorosas freiras, que são em número reduzido, mas imensas em amor e realizações. Nas 300 páginas dessa edição, podem-se observar falhas, erros, repetições, mas isso, apesar de mostrar que erramos em nossa humanidade, não nos faltou humanismo. O grupo heterogêneo de escritores, usando a história oral reafirma os feitos dessas religiosas, que não deixaram iguais os caminhos por onde andaram. Edificaram individualidade, consciência, dignidade dos que se cruzaram com elas. Nada querem em troca, apenas servir aos que nada possuem, seguindo os passos de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis.


Madre Raimunda Dorilene Pinheiro Pereira, a personificação da humildade e da coragem, nascida na Ilha do Mosqueiro em Belém do Pará há 65 anos, entre 11 irmãos, fez parte da Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Terezinha durante 18 anos. Sendo puxada para a missão junto aos mais carentes, veio para Minas Gerais, e fundou sua própria Congregação, inserida nas comunidades pobres. O Bispo Dom Geraldo Magela, de Montes Claros, foi co-fundador, e a Diocese auxilia as FMDE que atuaram em Grão Mogol, Cristália, Josenópolis e Padre Carvalho. Embrenharam-se nos mais inóspitos lugares a pé, a cavalo, de bicicleta ou de carona, visitando casas paupérrimas, ensinando higiene e o uso da multimistura da Pastoral da Criança, no combate à desnutrição.

Ligadas às Comunidades Eclesiais de Base - CEB’s, as FMDE levam a Palavra de Deus, ensinam como cuidar do espírito e do corpo, orientam sobre reivindicação de direitos e estimulam a formação de lideranças comunitárias. A Madre Raimunda Dorilene, segundo vários dos 14 autores, é meiga e dócil, porém firme. Dirige seu grupo de freiras, priorizando pessoas vulneráveis, ouvindo, acolhendo, repartindo o pão. Na sua caminhada, as irmãs FMDE despem-se de todas as vaidades, de vida pessoal, das famílias e de bens materiais, dão força aos excluídos, ensinam espiritualidade e cidadania.

A fé e a vocação à vida consagrada estão descritos pelas aspirantes, postulantes, noviças e freiras, assim chamadas após os votos perpétuos. O desejo de se consagrar vem em forma de revelação. Irmã Maria Valmeres da Silva Barbosa, com sua habilidade vocabular, informa que seguem os caminhos de Maria, que norteia as FMDE como mãe e serva. O carisma da Mãe de Jesus assume a personalidade do serviço, para em cada passo construir o Reino de Deus, levando ânimo, coragem e esperança. A peregrinação pastoral causa mudanças e avanços, contribuindo com a formação bíblica e catequética, despertando a consciência crítica e o anseio por transformações. As irmãs auxiliam na realização de sonhos, em que todos possam usufruir dos frutos do seu trabalho, com leis que amparem os fracos e oprimidos, para que conheçam as armadilhas que os possam afastar da liberdade.

O livro conta uma história viva, a ação dessas religiosas, que, por onde andam, alteram o caminho, salvam vidas, levam conforto intelectual, material e espiritual. Em 1998 vieram para Montes Claros, morando em vários lugares, até fazerem pouso no Bairro São Geraldo II, próximo ao “Lixão”, onde estavam seres abandonados. Foi criada a “Casa do Pão” e fundado um grupo de leigos da comunidade para o trabalho voluntário nas diversas pastorais. Os quatro anos da Missão na África, na Guiné-Bissau, sobre os quais pude escrever, são o clímax dessa doação sem fronteiras.

Conhecer a história de pessoas, que foram salvas, estudaram e se inseririam na sociedade, também muda quem lê: amai-vos uns aos outros. A ação dessas abnegadas é um chamado para fazer o bem pelo bem em si, ajudar, compartilhar, repartir, amando ao próximo como a ti mesmo. A grandeza despossuída das Irmãs Franciscanas Missionárias Diocesanas da Encarnação, em prol de uma causa nobre e justa, sensibiliza. Essas verdadeiras cristãs são exemplos de fé em Deus, humildade, compreensão, acolhimento e entrega de tempo e amor. Vivem de aposentadorias e doações. A classe média precisa se fazer presente.

Onde comprar o livro em Montes Claros-MG:

- Livraria Rainha da Paz: Rua Raul Correia, 408, Bairro Funcionários

- Escritório de Contabilidade Magis: Rua Dona Eva, 39, Centro

- Secretariado Arquidiocesano de Pastoral: Rua Januária, 371, Centro

Livraria Nobel: Montes Claros Shopping Center

- Livraria Católica Chama Viva: Rua Presidente Vargas, 31, Centro

“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet"


“Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet"

Resultado de imagem para imagem de rede de internet

Este tema do ENEM desse ano está muito atual e é uma preocupação de todos que se vê nessa difusão de dados pela internet. Sabemos que as TCIs estão ai aos nossos olhos e veio para ficar. São informações a toda hora que chegam até nós. E o que fazer diante dessa enxurrada de dados e informações? Como devemos comportar diante disso? Esta pergunta está no universo de todos aqueles que presam por uma informação correta.

As TICs  estão em todas áreas como na engenharia, no ambiente profissional, na educação, nas atividades econômicas, nas agronegócios, na politica e nas mídias sociais etc. Elas nos dá em segundo diagnósticos e noticias em todas as atividades que se fazem no trabalho, na medicina, no clima, nas noticias, na politica na religião etc.

Não podemos ter medo desses dados e nem controlá-los, pois ela nos ajudam, de modo admirável, na rapidez de atividades e informações. Mas deve sim evitar que propaguem assuntos ou noticias falsas que não correspondam com a verdade, prejudicando o discernimento delas no receptor.

Hoje em toda parte estão informatizadas com arquivos digitais e ligadas a internet.  Podemos visitar o mundo por elas, principalmente navegar pelas redes sociais e ficar sabendo de tudo. Podemos ler livros no formato e-book, jogar jogos fantásticos, visitar bibliotecas do mundo inteiro sem sair de casa, usar whatsapp, Facebook, Instagram, Twiters, sites  etc .

O problema é que não podemos ter preconceitos delas, deixar que elas possam exercer o seu papel em tudo, principalmente na escola também. A liberdade de expressão deve ser respeitada e o que se transmite deve passar pelo crivo do discernimento, da análise, da ética, do questionamento daqueles que são usuários desse meio para que as informações sejam verdadeiras para depois ser compartilhadas por todos.

Agora os agentes de comunicação, professores, a justiça e todos terão um papel importante para ser mediador das TICs, mostrando a todos, se bem usadas podem ser uma ferramenta de ajuda no conhecimento, na divulgação da boa noticia e da formação de opinião que levem a todos conscientizar das responsabilidades dessa difusão de dados pela internet  e que estes possam dar meios para descobrir o que é certo sem ideologia ou manipulação de pessoas mal intencionadas. Assim, podemos ver o mundo digital como grande aliado de todos.

Bacharel em Teologia e Filosofo  Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 3 de novembro de 2018

Aderir a Jesus, encorajado nos exemplos dos santos


Aderir a Jesus, encorajado nos exemplos dos santos

todos-os-santos-820



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje a Bem-aventurança dos Santos. Eles são todos que creram em Jesus e seguiram o seu exemplo. A Igreja coloca esse dia para homenagear todos todos santos e santas, mesmo aquele que não foram canonizados, mas já estão no céu vivendo e presenciando a gloria de Deus.
Hoje é o 31º Domingo do tempo comum, faltam apenas três domingos para findar esse ano litúrgico ao onde fizemos o caminho para a santidade nesse ano, ouvindo a Palavra de Deus e a praticando, participando da Eucaristia e vivendo-a na partilha de vida com todos.

Em todas as missas nós rezamos o Credo e tem uma parte que nós dizemos: “creio na comunhão dos Santos”. Esta é uma verdade e vamos aprofundar nesse mistério na Festas de Todos os Santos. A liturgia Bíblica desse domingo nos fala desta bela realidade para que possamos saborear e desejar para a nossa vida se configure em Cristo para sermos Santos como o Pai do céu é Santo.

No livro do Apocalipse nos exorta nessa direção, pois indica quem são os santos e quantos são? Temos a narração dos 144.000 de pessoas santas diante do cordeiro, este numero é simbólico e quer nos dizer 12x12.000 que significa todo o povo de Israel e mais uma grande multidão de pessoas de todo o mundo que foram fieis a Deus, vivendo de acordo com os mandamentos divinos. Como é o caminho da santidade? Ele se faz nos valores do Reino que são: amor, misericórdia, partilha, solidariedade, perdão e fraternidade com todos, pois formamos uma família que é a família de Deus no mundo rumo ao céu. (cf. Ap 7,2-4.9-14)

Na primeira carta de São João, nos afirma que é o amor de Deus como Pai de todos que nos faz Filhos de Deus e nos dá um chamamento de vivermos como irmãos que se solidarizam que vivem em harmonia, que estão dispostos a trabalhar para o bem comum sem barreiras de credo, de costumes, de raça ou línguas. Formamos a família de Deus e devemos viver como tal. A santidade que Deus quer de nós é estar comunhão com Pai e com filho na força do Espirito Santo. (cf. 1 Jo 3,1-3)
No evangelho de São Mateus, Jesus nos aponta o caminho que todos devem seguir para chegara a santidade. Ser santo é seguir Jesus nas Bem-Aventuranças. Uma pergunta se faz quem são os santos?  Será que são somente os que já morreram? Não, são todos, eles e nós que estamos nesta jornada rumo ao céu, buscando viver as bem-aventuranças que Jesus quer que as sigamos. Se vivermos a fé, se somos puros de coração, se somos pobres que confia na providencia de Deus, se somos misericordiosos com os que erram, se somos justos para com todos, buscando a equidade na distribuição do pão aos necessitados, dando condições para a pessoa viver e multiplicar os talentos recebidos e muito Mais.

Cada cristão deve buscar estar em comunhão com a Palavra de Deus, vivendo a Eucaristia e ser um balsamo na vida dos outros. A Igreja nos exorta para isso  , dizendo : "Todos os cristãos são chamados pelo Senhor à perfeição da santidade". (LG31) e na primeira carta de São Paulo aso Tessalonicenses nos diz: "Esta é a vontade de Deus, a nossa Santificação". (1 Ts 4,3). (Mt 5,1-12)

Portanto é vontade de Deus como vimos e para isso Deus nos dá a graça santificante que foi plantada nosso Batismo e que devemos cultiva-la sempre para que cresça em nós as virtudes da santidade para que possam o viver comunhão com Deus, com todos os santos e finalmente com os nossos irmãos de caminhada. Sejamos, portanto santos e santos de Deus.

Que esta liturgia nos ajude a entender que estamos caminhando para a eternidade na presença de Deus com ajuda de todos os santos e as santas que já estão no céu e com todos nós que queremos viver a santidade a cada dia com ajuda da Igreja e da comunidade. Amém

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em Teologia José Benedito Schumann Cunha