De origem italiana, jornalista Odoardo Focherini agora é mártir, de acordo com decreto do papa Bento XVI; Odoardo doou sua vida para socorrer judeus e morreu em campo de
concentração nazista
Deus
é glorificado na vida dos mártires e santos. A Igreja é ornada por esses homens
e mulheres corajosas que dão testemunhos da sua fé em atos concretos no Cristo
defendendo os mais necessitados. Como próprio Jesus fala, o melhor amigo é
aquele que dá a vida por seus amigos.
O
cristão é aquele que vive a sua fé em Jesus ajudando a todos. Não procura
regalias e nem conforto, e sempre está disposto a dar vida pelos outros. O
mundo seria ótimo se cada um assumisse realmente Jesus na sua vida. Quando
vemos pessoas como Odoardo e muitos
outros, sentimos a alegria de estar em comunhão com Deus ate no martírio. A
Igreja católica não procura honraria e privilégio, e está sempre disposta a anunciar
Jesus, as suas verdades e propagar a justiça e a paz. O sangue dos mártires
renovam a Igreja de Cristo (1).
DE MADRID, ESPANHA
17 de maio de 2012, às 13h e 45min
DA ACI
Odoardo Focherini era um
jornalista italiano, pai de sete filhos e líder da Ação Católica que foi
assassinado pelos nazistas aos 37 anos, depois de salvar numerosos judeus
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Este leigo foi declarado mártir
no dia 10 de maio através de um decreto aprovado pelo papa Bento XVI.
Focherini
foi um ardoroso católico que, desde muito jovem, se opôs ao fascismo, inspirado
pela encíclica “Non abbiamobisogno” (“Não temos necessidade”), de Pio XI,
conforme informa o site católico espanhol Religiónem Libertad (2).
Aos
19 anos, Focherini fundou os escoteiros católicos em Carpi, sua cidade natal,
chegando a ser chefe do movimento escoteiro em sua diocese e um dos referentes
em toda a Itália. Aos 23 anos se casou com Maria Marchesi, com quem teve sete
filhos e aos 27 foi presidente da Ação Católica na Itália, em uma época em que
as associações fascistas competiam por captar os jovens. O que o tornou mártir
guarda relação com sua luta por salvar judeus da perseguição pelas leis raciais
da época. Em 1943, com 36 anos, organizou uma rede para enviar à Suíça a mais
de cem judeus, e conseguiu que eles escapassem do fascismo italiano. Ao ano
seguinte foi preso pelos nazistas em um hospital enquanto atendia um judeu
doente (2).
Transladaram-no
ao campo de concentração de Hersbruck, onde as condições eram muito difíceis.
Nesse lugar, uma ferida na perna, que ninguém atendeu, ocasionou uma septicemia,
que custou-lhe a vida em 1944, aos 37 anos. Antes de morrer, ditou a seu amigo
a seguinte carta: “Meus sete filhos...
Quereria vê-los antes de morrer... Não obstante, aceita, oh, Senhor, também
este sacrifício, e protege-os Tu, junto à minha mulher, os meus pais, e todos
meus seres queridos. Declaro morrer na mais pura fé católica, apostólica, romana
e na plena submissão à vontade de Deus, oferecendo minha vida em holocausto por
minha diocese, pela Ação Católica, pelo papa e pelo retorno da paz ao mundo” (2).
“Peço que
digam à minha esposa que sempre fui-lhe fiel, que sempre pensei nela e que
sempre a amei intensamente”. Em sua memória, a União das Comunidades Judias
da Itália outorgou uma medalha de ouro em 1955 e o Instituto Comemorativo dos
Mártires e dos Heróis YadVashem de Jerusalém o proclamou Justo entre as Nações (2).
Esse
novo mártir nos ajuda a compreender e amar a nossa Igreja. Oxalá que este mundo
escutasse a voz de Cristo que clama nos injustiçados, nos pobres, nos
desvalidos, nos excluídos do sistema de saúde, de educação e de moradia. A vida
seria mais fácil se houvesse entre nós despojamento e abertura para a caridade
que dignifica o homem. Ninguém passaria necessidade se houvesse a partilha e a
solidariedade e vivêssemos mais na simplicidade e das coisas necessárias. Que a
morte dos santos e mártires nos encorajem na luta para o bem comum. Tudo por
Jesus nada sem Maria (1).
Amém!
(1) Reflexão do
Bacharel em Teologia, José
Benedito Schumann Cunha
(2) Notícia
recebida via o e-mail diocese@arquidiamantina.org.br em 21-05-2012