A
Igreja é missionaria por excelência e esta vocação vem do nosso Batismo. O mês
de outubro é reservado para nos dedicarmos à conscientização da missão de
evangelizar. Não podemos nos fechar no nosso mundo particular, pois muitos
precisam conhecer Jesus e ainda vivê-Lo intensamente nas nossas vidas. A
promoção humana e a evangelização precisam ter uma atenção especial por todos
os cristãos.
No
Livro do Profeta Isaías, tem a figura do “Servo de Javé”. Esse livro nos mostra
o Messias como uma pessoa sem significação e desprezada pelos homens. Nesse instante,
Ele se revela em vida plena e de salvação para a humanidade. Temos aí o
Messias, não como um Rei poderoso, mas como um servo sofredor que tudo sofre
por causa do Senhor. Ele nos reverte para Cristo, que veio ao mundo sem querer
privilégio, mas para servir. Ele tornou-se missão, fazendo a vontade de Deus
Pai (cf. Is 53, 10-11).
Na
Carta de São Paulo aos Hebreus nos é afirmado, em bom tom, que Jesus Cristo é o
sumo sacerdote que tem a missão de ser o mediador único entre nós e Deus. Jesus
nos fez o resgate pela sua cruz e nos olha sempre. Jesus nos ajuda a sermos fiéis
ao plano de Deus. Ele quer a nossa fidelidade, pois Ele é fiel sempre (cf. Hb
4, 14-16).
O
evangelista nos mostra Jesus educando os apóstolos para a Missão que é também
de todos nós que somos batizados. Jesus está a caminho de Jerusalém, onde tudo
vai acontecer. Jesus não fugiu das atrocidades que estavam por vir. Ele sabia
que lá seria o ápice da sua missão redentora da nossa humanidade. Um Deus que se
deixou morrer por nós. Quem faz isso? Devemos aprender a nos desprendermos do
nosso egoísmo que mata muitos irmãos que precisam da nossa ajuda.
Não
podemos tirar proveito próprio das nossas funções na Igreja. Somos missionários
pela força do nosso Batismo. Infelizmente, alguns querem privilégios, como
podemos constatar: “Mestre, faça que nos sentemos um à tua direita e outro à
tua esquerda, na tua glória”. Isso provoca indignação dos demais apóstolos.
Jesus os repreende: “Não sabeis o que pedis…”. Na Igreja de Cristo, não existe
privilegiados, Deus ama a todos. Jesus faz o 3º anúncio da sua Paixão (cf. Mc
10, 35-45).
Não
podemos pensar na grandeza e nem no poder quando estamos a serviço na Igreja. Jesus
veio para nos ajudar a encontrar o verdadeiro caminho. Nosso papa nos fala da
missão: “Chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade”. Que a liturgia nos
ajude a tomar consciência dos acontecimentos que a Igreja está celebrando que
são os 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), o Ano da Fé, que
estamos vivendo desde o dia 11/10, e o Sínodo dos Bispos em Roma sobre a nova
evangelização.
Nosso
papa ainda nos fala: “Os homens, à espera de Cristo, constituem ainda um número
imenso”, afirmava o Beato João Paulo II (1978-2005) na Encíclica Redemptoris missio
sobre a validade permanente do mandato missionário; e acrescentava: “Não
podemos ficar tranquilos, ao pensar nos milhões de irmãos e irmãs nossas,
também eles redimidos pelo sangue de Cristo, que ignoram ainda o amor de Deus”
(n. 86). Por minha vez, ao proclamar o Ano da Fé, escrevi que Cristo “hoje,
como outrora, envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho
a todos os povos da terra” (Carta ap. Porta
fidei, 7/ver mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões)
Que
a nossa coragem e nosso ardor superem o nosso medo de anunciar Jesus a todos,
pois só Ele é o caminho, a verdade e a vida, e ainda nos ajuda a sermos
melhores neste mundo em vista do céu.
José Benedito
Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
e filósofo
Mora em
Itajubá (MG)