A
liturgia nos faz entender que devemos procurar algo mais que nos faz ser
melhores e ainda gratos pela graça de Deus que vem até nós abundantemente.
O
Livro da Sabedoria nos leva a entender como deve ser a nossa prece diante de
Deus. O jovem Salomão é convidado a fazer um pedido a Deus diante de um
sacrifício que muito o agradou. Deus, satisfeito, lhe diz: “Pede-me o que
queres... e eu te darei...”. Então Deus gosta do jeito que Salomão pediu e
fala: “Já que não pediste nem vida longa, nem riquezas, nem a morte de teus
inimigos, mas sim inteligência para governar meu povo... vou te dar o que pedes...
e também o que não pediste...”.
Essa
escolha que Salomão fez muito agradou a Deus e essa deve ser a nossa atitude de
cristão. Não podemos pedir coisas materiais, mas pedir algo mais que nos faça
pessoa livre e aberta à graça que vem de Deus (cf. Sb 7, 7-11).
Na
Carta aos Hebreus, nos faz dada uma exortação para acolher a Palavra de Deus.
Como está escrito: “Ela é viva, eficaz e mais penetrante de qualquer espada de
dois gumes”. Ela ajuda a discernir o bem e o mal e a fazer a escolha certa. Quem
esta atento à escuta da Palavra não pode fazer escolha errada, pois ela dá o
rumo certo para que possamos prosseguir na nossa jornada aqui na terra rumo ao
céu. A comunidade é o lugar ideal da escuta Palavra de Deus, pois ela é
alimento que nos sustenta e dá força para sermos cristãos autênticos (cf. Hb 4,
12-13).
O
evangelista Marcos nos mostra Jesus que está a caminho e ensina os discípulos.
Jesus mostra a eles as exigências do Reino e ainda os ensina a entender as
condições necessárias para se integrarem à comunidade messiânica. Um jovem
ajoelha diante de Jesus para perguntar como faz para conseguir a vida eterna.
Ajoelhar significa reconhecer em Jesus a sua divindade. Jesus mostra a ele que
deve cumprir os mandamentos de Deus, que são sinais para termos as credenciais
para ir e participar do Reino de Deus que é proposto para todos.
Ele
responde a Jesus que já os cumpria, mas queria algo mais que o completasse e
desse a paz ao seu coração. Então Jesus pede a ele que integrasse a sua
comunidade de modo pleno, desfazendo dos bens que ele tinha. Esses bens prendiam-no
a não ser pleno diante de Deus. Esse convite o afasta de Jesus e vai embora.
Não quis fazer a experiência da providência de Deus na sua vida em comunidade. Essa
generosidade, Deus pede a cada um de nós.
Não
podemos querer a segurança do mundo, pois passa e ainda podemos perdê-la. Jesus
nos fala: “Como é difícil a um rico entrar no Reino de Deus!”. Nós podemos
fazer uma escolha melhor que é o amor a todos, solidariedade aos que sofrem, misericórdia
aos que erram e partilha de bens com os mais necessitados. Muitos precisam de
uma palavra e de um estímulo nosso. A nossa missão não acaba na missa que
participamos, mas em uma adesão plena a Jesus.
Que
esta liturgia nos ajude a sermos mais humanos e que os nossos gestos sejam expressões
de uma fé autêntica em Jesus. Que a nossa Mãe do Céu nos ajude a responder a
Deus de modo pleno, sem nenhum medo de assumir a reponsabilidade que temos
diante da nova evangelização do mundo. Estar com Jesus é preciso, estar
disponível a ele também, e ainda fazer a melhor escolha e não ficar preso diante
de nossas ideias individuais e nem no materialismo que exclui os mais pobres,
os doentes e abandonados deste mundo.
Tudo
por Jesus, nada sem Maria (Mc 10, 17-30).
Amém!
José Benedito
Schumann Cunha
Bacharel em
Teologia
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