ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Escola de Contagem é alvo de ataques com referências nazistas

Funcionários chegaram para trabalhar na manhã desta terça-feira e encontraram a escola destruída e com várias ameaças nazistas

POR Manuel Marçal, Natália Oliveira e Rayllan Oliveira

Quatro dias depois do ataque a duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, realizado por um adolescente de 16 anos que vestia uma roupa com uma suástica, símbolo do nazismo, a Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também foi alvo de ataques com referências nazistas. Funcionários e alunos que chegaram à unidade de ensino na manhã desta terça-feira, 29 de novembro de 2022, encontraram as paredes pichadas com suásticas e mensagens com referências a Hitler, líder do nazismo alemão. Uma exposição em referência ao dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro, também foi destruída.

De acordo com um dos colaboradores da instituição de ensino, que pediu anonimato, a suspeita é de que os ataques tenham sido feitos por estudantes da turma do nono ano. "Nós descobrimos um perfil em uma rede social com imagens internas da escola", disse o colaborador. Além das imagens da unidade escolar, o perfil conta com diversas publicações do jogo de videogame "Bully". No jogo eletrônico de ação-aventura, um dos personagens realiza ataques em escolas.

A Polícia Militar esteve na escola durante a manhã de hoje e registrou um boletim de ocorrência. Segundo o colaborador da instituição de ensino, a perícia da Polícia Civil não chegou a ser acionada porque os funcionários já haviam entrado na escola, o que pode ter alterado a cena do crime. A Guarda Municipal de Contagem também foi deslocada nas proximidades da instituição e permanece na região durante a manhã.

Para o colaborador, essa é mais uma situação de insegurança nas escolas. "É uma preocupação e a gente tem acompanhado isso em todo o país. Existe um trabalho da Polícia para desmontar esse movimento de células neonazistas. A gente viu, recentemente, esse ataque no Espírito Santo. Não dá pra se sentir seguro", aponta. 

O ataque citado pelo colaborador ocorreu em Aracruz, na Região Norte do Espírito Santo. Um adolescente de 16 anos invadiu duas escolas e atirou várias vezes. Quatro pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas, conforme boletim da Secretaria de Estado de Saúde. A reportagem do jornal "O Tempo" entrou em contato com a Prefeitura de Contagem e até o momento não teve o retorno. A reportagem será atualizada com o posicionamento da Prefeitura.

Fonte: Jornal "O Tempo"

terça-feira, 22 de novembro de 2022

“Eu não quero ser tolerável, eu quero ser respeitado, pois o Brasil é um país laico que engloba várias religiões, não apenas de matrizes africanas”, comenta pai de santo

Em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra (Zumbi dos Palmares foi assassinado em 20 de novembro de 1695 em Alagoas), a população de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, Brazil Sociedade Anônima Multinacional, foi às ruas no último final de semana para participar da 7ª Marcha Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa. Organizada pela Prefeitura de Montes Claros, através da Coordenadoria de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e em parceria com o Conselho Municipal de Igualdade Racial, a 7ª Marcha percorreu as ruas do centro de MOC-MG, sendo finalizada no Largo Cultural Georgino Jorge de Souza Júnior, na Praça da Matriz, centro histórico do município norte-mineiro.

A manifestação aconteceu no sábado passado, 19 de novembro de 2022, concentrou-se na Praça da Catedral (Praça Pio XII) e foi marcada pela participação de grande número de casas de religiões de matriz africana, kardecistas, casas de axé da região e comunidades quilombolas, além de padres, pastores, estudantes e do grupo da Juventude do Centro Nacional de Africanidade Brasileira (Jcenarab), que serviu diversos pratos típicos, como muqueca de peixe, friquitê, massagô, mugunjá, acaça e feijoada ao final da manifestação social e religiosa.

“Eu não quero ser tolerável, eu quero ser respeitado, pois o Brasil é um país laico que engloba várias religiões, não apenas de matrizes africanas”, comenta o pai de santo Renato Italandê, do terreiro roça Niguzu Kaiala Mazana. Segundo ele, é preciso celebrar sempre este tipo de momento ecumênico e interreligioso para acabar de vez com a intolerância religiosa. “Vivemos numa sociedade onde católicos, evangélicos, umbandistas, quimbandistas, candomblecistas e kardecistas estão em paz, mas, infelizmente, uma minoria ignorante prefere manter o coração cheio de ódio e de preconceito, o que é lamentável”, desabafa.

Para o responsável pela Coordenadoria de Igualdade Racial e presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial, José Gomes Filho, a 7ª Marcha Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa foi um sucesso. “Esta marcha veio coroar as atividades do Mês da Consciência Negra, quando reafirmamos a importância de celebrarmos sempre o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), enquanto existir preconceito racial e intolerância religiosa”, comenta.

“A Marcha Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa já se tornou uma tradição em Montes Claros. E esta 7ª edição foi fechada com chave de ouro, pois cumpriu seu intuito de incentivar as comunidades a não deixarem que suas raízes, costumes e tradições sejam esquecidos”, comemora Aparecida Andrade, diretora de Políticas Sociais da Prefeitura de MOC-MG.




domingo, 20 de novembro de 2022

Papa em Asti: Jesus, Rei que nos abraça, mesmo com as nossas misérias

 Papa em Asti: Jesus, Rei que nos abraça, mesmo com as nossas misérias



Na homilia da missa na Catedral de Asti, pela Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, o Papa enfatizou que da cruz Jesus abraça todos, com pobrezas, fragilidades e misérias. Entretanto, nos pede que o chamemos pelo nome e que sujemos nossas mãos com ele, não como meros espectadores, mas "envolvidos", com coragem de olhar para nós mesmos e pelos sofrimentos do mundo, "fazendo-nos servos para reinar com Ele".

O abraço do Papa à comunidade de Asti, no norte da Itália, veio na manhã de domingo (20) na Catedral de Nossa Senhora da Assunção pela Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Após percorrer a cidade e saudar de perto as pessoas a bordo do papa-móvel, Francisco deu início ao seu segundo e último dia na região do Piemonte, terras em que o seu pai emigrou para a Argentina e onde veio "reencontrar o sabor das raízes", disse o Pontífice em homilia, ao fazer referência ao Evangelho de Lucas 23, 35-43 que "nos leva às raízes da fé" encontradas no "terreno árido do Calvário".

O nosso Rei de braços abertos

O Papa, então, convidou a fixar "o nosso olhar n’Ele, no Crucificado", despido na cruz, que ganhou a falsa imagem de realeza através de um letreiro na cruz. Mas, observando Jesus, alertou Francisco, "inverte-se a ideia que temos de um rei", "vemos que é completamente diferente. Não está sentado num trono confortável" e "comporta-Se como servo cravado na cruz pelos poderosos", "despojado de tudo, mas rico de amor":

“Do trono da cruz, já não ensina as multidões com a palavra, nem levanta a mão para ensinar; faz mais: não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços a todos. Assim Se manifesta o nosso Rei: de braços abertos – a brasa aduerte.”

E só entrando no seu abraço, continuou Francisco, é que compreendemos que Deus Se deixou levar até o paradoxo da cruz para abraçar tudo em nós: a nossa morte, o nosso sofrimento, as nossas pobrezas, as nossas fragilidades.

"Eis o nosso Rei, Rei do universo, porque atravessou os confins mais remotos do humano, entrou nos buracos negros do ódio e do abandono para iluminar cada vida e abraçar toda a realidade. Irmãos, irmãs, tal é o Rei que hoje festejamos! Não é fácil de entender, mas é o nosso Rei."

Esse é o modelo a seguir e a celebrar, acrescentou o Papa, por isso o convite para, "com frequência", nos colocarmos diante do Crucificado e dar a possibilidade de "nos deixarmos amar por Ele":

“Mas Senhor, é verdade? Com as minhas misérias, me ama assim? Cada um neste momento pense em sua própria pobreza: 'Mas, me ama com estas pobrezas espirituais que eu tenho, com estas limitações?' E Ele sorri e nos faz perceber que nos ama e deu Sua vida por mim. Pensemos um pouco sobre nossas limitações, mesmo as coisas boas, e Ele nos ama como nós somos, como somos agora.”

"E então compreendemos que não temos um deus desconhecido, lá em cima nos céus, poderoso e distante, não; um Deus próximo, a proximidade é o estilo de Deus: a proximidade, com ternura e misericórdia. Este é o estilo de Deus. Não tem outro estilo. Perto, misericordioso e terno. Terno e compassivo, cujos braços abertos consolam e acariciam. Eis o nosso Rei!"

O contágio letal da indiferença

Depois de termos contemplado Jesus na cruz, questionou o Papa, o que mais podemos fazer? Ser apenas um espectador - aquela grande maioria curiosa e indiferente que só observa e julga ao "assistir ao espetáculo cruento do fim inglorioso de Cristo"; ou quem se aventura e se envolve. O primeiro grupo, alertou o Pontífice, faz parte de uma "onda do mal", que "é contagiosa", feito uma "doença contagiosa" que acaba nos tornando em "cristãos de fachada, que dizem acreditar em Deus e querer a paz, mas não rezam nem cuidam do próximo".

É o contágio letal da indiferença. Uma doença feia é a indiferença, sabe? 'Isto não cabe a mim, não cabe a mim...' indiferença para com Jesus e indiferença também para com os doentes, para com os pobres, para com os miseráveis da terra. Eu gosto de perguntar às pessoas, e peço a cada um de vocês; eu sei que cada um de vocês dá esmola aos pobres, e eu lhes pergunto: 'Quando dá esmola aos pobres, olha nos olhos deles? Você é capaz de olhar nos olhos deles? Daquele pobre homem ou mulher que lhe pede esmola? Quando você dá esmola aos pobres, você joga a moeda no chão ou toca a mão deles? Você é capaz de tocar uma miséria humana?' Cada pessoa então faz a resposta hoje. Aquelas pessoas eram indiferentes. Aquelas pessoas falam de Jesus, mas não se sintonizam com Jesus. E esse é o contágio letal da indiferença: que cria distância com a miséria.

A onda do bem dos envolvidos

Entretanto, entre muitos espetadores no território do Calvário, continuou o Papa, há quem se aventura e envolve. E o Evangelho fala "do bom ladrão para nos convidar a vencer o mal, deixando de ser espetadores. E de onde havemos de começar? Da confidência, de chamar a Deus pelo nome", indicou Francisco, sem maquiagens:

"Por favor, não façam a espiritualidade de maquiagem: ela é entediante. Diante de Deus: sabão e água, somente. Sem maquiagem, a alma como ela é. E dali vem a salvação."

“Irmãos, irmãs, hoje o nosso Rei olha-nos da cruz a brasa aduerte. Cabe a nós escolher se sermos espectadores ou envolvidos. Vemos as crises de hoje, o declínio da fé, a falta de participação... E o que fazemos? Limitamo-nos a fazer teorias, a criticar, ou arregaçamos as mangas, comprometemo-nos na vida, passamos do «se» das desculpas ao «sim» da oração e do serviço? Todos pensamos saber o que está errado na sociedade, no mundo, até na Igreja, mas depois… fazemos alguma coisa? Metemos as mãos na massa, como o nosso Deus pregado no madeiro, ou ficamos a olhar com as mãos nos bolsos?”

fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-11/papa-francisco-missa-catedral-asti-visita-pastoral.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=NewsletterVN-PT

Jesus Cristo, o nosso Rei

 Jesus Cristo, o nosso Rei




 

Queridos irmãos e irmãs, hoje celebramos a Solenidade do Cristo Rei. E deste modo encerramos o Ano litúrgico do Círculo C. Ser Rei hoje em dia é visto como algo anacrônico e sem nenhum crédito. A Bíblia nos mostra muitos reis, alguns foram bons, mas muito se corromperam com falsas religiões, com corrupções e muita violência.

 

Jesus é Rei que foi honrado na cruz com uma morte terrível e injusta. Sua coroa é de espinho e a cruz o seu trono. Tudo isso para cumprir uma missão de salvar a humanidade do pecado que nos faziam escravos e sem o dom da vida verdadeira que só Deus nos pode dar.

 

No Segundo Livro de Samuel temos Davi sendo ungido por Deus para ser Rei dos judeus na justiça e na Paz.

 

Os profetas prometeram a chegada de descendentes de Davi que seria o acontecimento inédito. Essa espera foi por muitos séculos. Um Rei servidor sem nenhuma pretensão egoísta. Ele ia restaurar os corações para o amor verdadeiro, para partilha de dons, para solidariedade e fraternidade sem distinção de raça, de credo e de nação. (Cf. 2Sm 5,1-3)

 

Vamos ver no Evangelho deste domingo que Jesus é um Rei que se mostra humilde, servidor de todos e sem querer opulência, majestade e poder. É um Deus amor. Para aquela época, serve  para hoje, pois é  algo estranho, mas  também poderoso, porque Jesus, sendo Deus, se entrega a morrer na Cruz por nós. Por isso a Igreja está atravessando séculos, testemunhando que Cristo é o Rei de todos e do Universo.

 

A cena do calvário nos dá uma lição, pois um ladrão reconhece que Jesus é o Rei justo que salva e dá vida. Em cima da sua cabeça havia uma placa pregada no alto cruz que Jesus é Rei dos judeus. Isso é uma verdade incontestável. (Cf. Lc 23,35-43)

 

Na carta de São Paulo aos colossenses nos mostra um Hino Cristológico que afirma, sem nenhuma dúvida, que Jesus Cristo tem a soberania absoluta, tanto na obra da criação como na redenção para salvar a todos. Por isso Jesus é o Centro da vida e da nossa história. Isso podemos constatar que estamos há 2022 do nascimento de Cristo. (Cf. Cl 1,12-20)

 

O Salmo 122 nos exorta que é muito bom subir a Jerusalém para ir ao encontro do Senhor. E ele está sempre pronto a ter um encontro com todos que o procuram. A igreja nos lembra na liturgia de hoje com esta expressão: “Seu Reino, Eterno e Universal, é o Reino da Verdade e da Vida, Reino da Santidade e da Graça, Reino da Justiça, do Amor e da Paz". (Prefácio)

 

Portanto, irmãos e irmãs, a missão de Cristo era inaugurar um Reino Novo de Deus entre nós na justiça, no amor, no perdão e na paz. Hoje, nós como batizados, temos a obrigação e a missão de continuar a missão de Cristo para que o mundo seja de irmãos e irmãs que convivam bem com todos e também com a irmã natureza.

 

Que esta liturgia nos ajude a compreender e viver os valores do Evangelho e da missão de Cristo que devemos abraçar na família, na comunidade e no mundo. Estamos felizes porque temos um Rei diferente dos nossos governantes, que muitas vezes, são arrogantes e sem escrúpulos com as coisas públicas. Somos cidadãos do Reino de Cristo e que Ele seja nossa fonte, meio e fim. Amém!

 

Tudo por Jesus nada sem Maria!

Servus Christi Semper.

Jose B. Schumann Cunha

Marcha contra o Racismo e a Intolerância Religiosa em MOC-MG nunca teve participação de escolas municipais

Aconteceu na manhã do último sábado, 19 de novembro de 2022, na Praça da Catedral, centro de Montes Claros, Norte de Minas Gerais, a 7ª Marcha contra o Racismo e a Intolerância Religiosa. O presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial, José Gomes Filho, conta que a 7ª Marcha contra o Racismo e a Intolerância Religiosa "iniciou com o Grupo de União e Consciência Negra (Grucon) que era liderado por mim e casas de terreiros. Depois de muito tempo sem realizar a Marcha, um grupo do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) e representantes de terreiros, movimentos negros e Coordenadoria da Igualdade Racial retomou a Marcha, acrescentando o racismo e realizou a segunda marcha". 

"Daí pra frente, a Coordenadoria juntamente com o Conselho assumiu sozinha a Marcha em parceria com a Juventude do Centro Nacional de Africanidade Afro-Brasileira (Jcenarab) e casas de santo (terreiros) e até hoje é realizada muitas vezes. Parte da estrutura é patrocinada pela sociedade civil que faz parte do Conselho de Igualdade Racial. Este ano, a Marcha teve participação efetiva de padres católicos da igreja brasileira, evangélicos e, como sempre, das escolas estaduais. Estranho é nunca ter tido participação de escolas municipais, já que é um evento da pasta da Secretaria de Desenvolvimento Social", critica José Gomes Filho. 








quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Como falar sobre o luto na infância

POR Maria Carolina Scaranti

Finados: Psicopedagoga fala sobre o luto na infância e dá dicas para familiares acolherem os pequenos em momentos de perda

“A criança precisa sentir que não está só, que sua dor é compreendida”, explica Ivone Ferreira Santos

Perder quem se ama é sempre doloroso e difícil. Lidar com a ausência, as emoções e com a saudade abala todo e qualquer ser humano, inclusive as crianças. Nos últimos dois anos, muitas famílias tiveram que lidar com a perda precoce de seus entes, muitos filhos tiveram que dizer adeus a seus pais e avós e lidar com o luto. A situação que já não é simples para nós, adultos, precisa de um olhar ainda mais tento quando falamos desses pequenos seres em formação. Entender como e o que falar para eles é essencial. Conversamos com Ivone Ferreira dos Santos, psicopedagoga do Colégio Novo Tempo, localizado em Santos, litoral de São Paulo, para entender melhor o luto infantil.

Pandemia e Pós-Pandemia no retorno às aulas

“De fato, muitas crianças chegaram na escola relatando perdas familiares. Foi um período de muita dor, especialmente porque algumas famílias estavam isoladas e sequer puderam compartilhar a dor e receber o amparo de amigos e familiares, e o conforto necessário para abrandar o sofrimento natural nesse período de luto”, relata Ivone que uma das maiores dúvidas dos pais e familiares que a abordaram na escola foi sobre como e o que falar para a criança na hora de um falecimento.

“A minha opinião é que a verdade deve prevalecer, sempre levando em conta a maturidade da criança, usando uma linguagem apropriada relatando os fatos de forma menos impactante possível, ressaltando a importância das lembranças e das experiências compartilhadas”, diz a profissional que explica que a mentira pode causar perda de confiança, principalmente nos adolescentes. “Já conversei com alguns jovens que demonstraram conflitos existenciais e relataram que sentiram-se enganados por omissão de informações em relação à morte de pessoas importantes. Muitas vezes, no intuito de evitar o sofrimento da perda, camufla-se a verdade o que pode suscitar outros danos futuros irreparáveis como perda de confiança, insegurança, fobias, ansiedade”.

O que fazer se o meu filho me ver chorando? 

“É importante falar de suas emoções de forma verdadeira e clara. Seu filho compreenderá que adultos ficam tristes, choram, sentem saudade e podem expressar esses sentimentos através do choro que têm a função de represar toda a dor e trazer um alívio para o sofrimento emocional”, relata Ivone que expõe a importância da criança entender os sentimentos dos mais velhos e que, assim, ela não se sentirá mal quando também sentir dor. “De alguma forma, seu filho assimilará que também pode chorar e se sentirá muito melhor quando necessitar extravasar sua dor”.

O luto está muito ligado à fé e à religião de cada um. Cada família tem suas crenças e seu entendimento da morte, mas a criança, muitas vezes, ainda não atingiu a maturidade necessária para lidar com o luto. Por isso o acolhimento é essencial, assim como ter pessoas de confiança na hora da notícia. “É importante que a notícia seja dada por alguém que seja próximo da criança, que tenha bom vínculo e afinidade, para que se sinta à vontade para expressar suas emoções e receba o acolhimento necessário para esse momento”, avalia a psicopedagoga que declara que os adultos têm muito mais dificuldade em lidar com o luto da criança do que com o dele, afinal, ele também está em sofrimento. Nessa hora é importante o máximo de contato e acolhimento mútuo.

“O luto é necessário, precisa ser acolhido, um abraço funciona bem. A criança precisa sentir que não está só, que sua dor é compreendida, que receberá o cuidado necessário, que terá o amparo e a presença de outras pessoas, que é amada, que essa dor será transformada em saudade e que com o tempo amenizará”, detalha Ivone que dá algumas dicas para familiares lidarem com o luto dos pequenos: a notícia deve ser dada por alguém próximo e de confiança da criança; acolher o choro, sem tentativa de interromper. É necessário extravasar a tristeza da perda; respeitar a vontade da criança de acompanhar o velório para última despedida. Ela deve decidir se consegue participar ou não; oferecer escuta e mantê-la na companhia de pessoas queridas; alertar a escola sobre o luto e solicitar acolhimento; caso o luto se estenda por muito tempo e seja difícil de superar, buscar apoio psicológico.

Sobre a profissional

Ivone Ferreira Santos: psicóloga, pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, com especialização em Psicodrama. Atua na Educação há 22 anos. É psicóloga do Colégio Novo Tempo a partir de 2018 e, atualmente, acompanha os alunos e familiares da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.

Fonte: Canal Infantil

Editora InVerso sugere livro “O cara mais legal do mundo”, de Ana Paula Etienne

POR Maria Carolina Scaranti

Quem é a pessoa mais legal do mundo para você? Vivemos em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais egoístas e individualistas. Por vezes, andamos nas ruas e nem ao menos olhamos para o lado. Ficamos sempre tão envolvidos com os nossos problemas que não observamos as necessidades dos outros. Mas é preciso mudar! É preciso estar atento ao mundo ao nosso redor! E devemos ensinar isso aos nossos filhos!

Hoje quero trazer um livro que acabei de ler, da Editora InVerso: “O cara mais legal do mundo”. Escrito por Ana Paula Etienne e ilustrado por Enéas Ribeiro Corrêa, o livro é bilíngue (escrito em português e inglês) e conta a história de um homem que era o mais legal do mundo. Ele estava sempre disposto a ajudar o próximo.

Além de ajudar, ele sempre se preocupava em aprender, em estudar, em meditar… Mas o que ele mais gostava era ensinar! Ele vivia sua vida sendo feliz e não desperdiçava nenhuma oportunidade. E quando não tinha oportunidade alguma, ele mesmo a criava e mostrava que tudo é possível!

Ele viajava, voava, amava, trabalhava, se perdia e se encontrava… Estava sempre pronto para salvar o mundo pouco a pouco. Assim, ele levava esperança e alegria a quem o encontrava!

“O cara mais legal do mundo” é um livro que devemos ler e reler! Ele conta uma história que pode ser vivida por mim e por você! Não precisamos saber tudo ou estar sempre preparados, basta que tenhamos a vontade de fazer diferente por onde passamos!  Você pode ser o cara mais legal do mundo! Lembre-se disso! É só querer!

Fonte: Canal Infantil

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

"Levantai a cabeça porque a libertação está próxima”

 "Levantai a cabeça porque a libertação está próxima”


 


Queridos irmãos e irmãs em Cristo, este domingo vamos celebrar o penúltimo Domingo do Tempo Comum. O ano litúrgico está quase no final e a liturgia bíblica deste domingo vai nos mostrar bem isso. A vida é sempre assim: tem início, meio e fim, portanto tudo deve terminar em Cristo, que é o nosso Salvador que nos leva ao Pai no seu Reino eterno.

 

Tudo deve culminar no Reino de Deus, é a escatologia do mundo e das pessoas. Deus nos conduz sempre para algo bom, então por que não aceitar que Cristo é o Salvador que nos deu a vida com a sua Paixão, morte e ressurreição? O reino de Deus está sempre perto de nós e por isso devemos ter esperança e coragem de estar com Deus e com a comunidade cristã.

 

O profeta Malaquias nos descreve como é o Dia do Senhor. O contexto histórico é o retorno do Povo de Israel do exílio, lugar de falta de liberdade e longe de Deus. Agora o Povo de Deus estava cheio de esperança de dias melhores como promessas de paz, de bem-estar e de justiça. O que eles tiveram não foi bem assim, trouxe desilusão e desesperança.

 

Mas o profeta Malaquias vem em nome de Deus com palavras de conforto e de esperança diante de tanta dificuldade e os exorta que Deus nunca abandona o seu Povo. Assim vai ter o bem, a justiça e a verdade, pois é Deus que conduz a história. O nosso Deus é libertador e sempre esteve ao lado do seu povo, mesmo que este foi infiel. Malaquias não quer incutir medo do fim do mundo, mas colocar a esperança que renasce da vida em Deus que nos liberta das armadilhas do mal.

 

Hoje vivemos uma situação de desesperança e de caos, dá impressão que o mal vencerá, mas quem crê em Deus sabe que Ele nunca nos abandona e vai intervir na hora certa. (cf. Mal 4,1-2)

 

A Segunda Carta de Paulo aos Tessalonissences é direcionada a comunidade Tessalônica que estava abalada e desorientada pelas falas de fanáticos que pregavam o fim do mundo. E por isso estavam desanimados até de trabalhar, pois tudo vai acabar. Isso é um grande engano. Então Paulo os exorta que devemos trabalhar e viver dizendo: "Quem não quer trabalhar, também não deve comer...". Se queremos esperar a vinda do Senhor devemos trabalhar e procurar fazer o bem, partilhando os dons e serviços na comunidade cristã, na família, no trabalho e no mundo. Praticar a corrente do bem e construir a ponte do amor, da esperança e da fé em dias melhores com Deus e com os irmãos. (cf. 2Ts 3,7-12)

 

O evangelista Lucas narra um discurso escatológico, plenitude dos tempos finais. É a história da salvação que acontece em Cristo e na missão da Igreja. Sem essas bases não se pode ver e viver a realidade nova que Deus nos dá nesta terra na jornada que fazemos para o Reino definitivo.  Somos a Igreja peregrina.

 

Lucas escreve no contexto de 50 anos ocorridos após a morte e ressurreição de Cristo. O mundo daquela época estava um caos: como guerras, revoluções, destruição do Templo de Jerusalém e a perseguição e martírios dos primeiros cristãos provocado pelos romanos e judeus não convertidos. Eram momentos difíceis e muitos acreditavam que era o fim do mundo chegando.

 

Isso acontece ainda hoje diante de tantas calamidades, guerras, violências e ódios por toda parte do mundo e isso pode nos levar a desesperança e acreditar que o fim do mundo está próximo. Isso é um grande engano que pode nos levar a omissão da prática da nossa missão de proclamar que Jesus é o Senhor e Salvador, e tudo muda quando estamos em comunhão com Deus e com os irmãos na Igreja. O templo e a grandiosidade dele não superam quem é Cristo e a sua Igreja.

 

O que fica permanente é a Igreja, povo de Deus, que é o corpo ligado a cabeça que é Cristo. Infelizmente muitos acham que podem viver sem está na Igreja de Cristo, sem participar da comunidade de fé, da Palavra de Deus e da comunhão. Jesus dá o sinal de que será a escatologia do mundo e das pessoas.

 

Não devemos espantar pelos acontecimentos ruins, ruídos de guerras e de caos, pois muitos se enganam com falsos profetas que são proclamadores de desgraça e desesperança no mundo. Somos cidadãos do céu, mas devemos colocar os pés e a mão na massa do tempo presente, sendo portador do amor, do perdão, da misericórdia, da fraternidade, da solidariedade e da partilha. Onde existe isso não há miséria e nem desesperança e a mesa se torna farta no pão material e na Palavra de Deus para todos. (cf. Lc 21,5-19)

 

Que esta liturgia nos encha de esperança e de coragem de sermos missionários de Cristo, levando a todos a Palavra de Deus que salva e a consciência que devemos estar em comunhão com Cristo na sua Igreja, partilhando com todos o bem e vivendo a eucaristia. Sempre há o renascer de novo dia e de novo tempo, e nada se perde no mundo. Logo vamos iniciar o tempo do Advento de novos tempos, pois a salvação de Cristo está disponível a todos que querem tomar posse e viver construindo o jardim de flores que está na difusão do amor, da justiça e da fraternidade. 


Tudo por Jesus nada sem Maria! Servus Christi Semper! Jose B. Schumann Cunha

domingo, 6 de novembro de 2022

Solenidade de Todos os Santos, celebra a vida de todos em Deus

 Solenidade de  Todos os Santos, celebra a vida de todos em Deus


Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o 32º Domingo do Tempo Comum, estamos quase no final do ano litúrgico. Hoje celebramos a Solenidade de todos os Santos, pois há muitos santos que não estão canonizados, mas que foram pessoas que deram exemplo de santidade seguindo Cristo, a cabeça da Igreja. Isso pode nos dar a certeza que há a liturgia celeste onde todos vão estar com Deus e lá não há imperfeição e nem engano. Todos que querem seguir Jesus passam por tribulação e testemunho com sua vida e até a morte pelos maus que não querem Deus na sua vida e nem na história.

Deus sela os seus santos e ungidos e nós sabemos que pelo Batismo somos convidados a sermos santos e missionários para levar a Boa Nova da Salvação de Cristo. Quem nos dá vida é Cristo, pois ele já ressuscitou e está vivo para sempre. Esta verdade não se desfaz com as ideologias reinantes no mundo porque Deus é e sempre será. A felicidade consiste estar com Deus na sua presença, pois ele nos dá a liberdade verdadeira. A Lumen Gentium 14 nos fala da necessidade de estarmos na Igreja peregrina na terra e sermos batizados, crendo que Cristo é o mediador que nos salva e nos leva ao Pai. É pela graça de Cristo que somos salvos.

A santidade não é esforço humano, pois sem Cristo não podemos ser santos. Hoje vemos que o mundo esqueceu de Deus e da sua Igreja, muitos praticam ódio, violência, morte e toda forma de mal que está aos nossos olhos vistos. Os Sacramentos nos permitem estar unidos a Cristo, que é a Cabeça da Igreja e sem essa consciência, o mundo torna-se uma barbárie e caos.

Estamos caminhando para a morada eterna que é o céu, somos cidadão do céu e devemos tomar posse disso e viver como tal.  Isso nos confirma o que Paulo disse: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram nem o homem pode imaginar o que Deus preparou para aqueles que o amam" (1 Cor2,9). E mais ainda: "Agora vemos como num espelho, mas depois veremos face a face" (1 Cor 13,12). No céu não vamos ter o eterno descanso, mas uma vida ativa em Deus da vida.

Quando rezamos o Credo da Igreja e professamos que cremos na comunhão dos Santos e isso quer nos dizer que há a intensidade nas relações dos membros da Igreja peregrina, Igreja triunfante e Igreja padecente no purgatório. Comunhão dos Santos significa: - "Essa expressão indica em primeiro lugar a comum participação de todos os membros da Igreja nas COISAS SANTAS: a fé, os Sacramentos, os Carismas e outros dons espirituais". (CCIC 194)

- "Designa também a comunhão entre as PESSOAS SANTAS, ou seja, entre as que pela graça estão unidas a Cristo morto e ressuscitado.   Alguns são peregrinos na terra; outros, tendo deixado essa vida, estão se purificando ajudados também pelas nossas orações; outros enfim já gozam da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formamos em Cristo uma só família, a Igreja, para a glória da Trindade." (CCIC 195)

Que esta liturgia nos ajude a entender mais que é importante estar na Igreja, apesar de alguns dão mal testemunho, mas Ele é santa por causa de Cristo que age nos seus membros para serem santos através dos sacramentos, da sua Palavra que salva e da Eucaristia que nos ajuda a ser e buscar a santidade de Deus nas nossas vidas e na comunidade em que vivemos. Amém.

Tudo por Jesus nada sem Maria! Servus Christi semper!

Jose B. Schumann Cunha