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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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domingo, 11 de novembro de 2018

Acostumar-se ou habituar-se?

POR Mara Narciso

Quem está habituado ao conforto sofre ao mudar de status, da riqueza para a pobreza. Na direção oposta, facilmente se acostuma. Quem já morou em república de estudantes sabe que pessoas de costumes diversos brigam durante a morada comunitária. Enquanto curiosidade ou objeto de estudo, as diferenças culturais andam lado a lado, mas quando são impostas, causam guerras, com o país invasor impondo sua cultura ao país invadido. Os integrantes de uma mesma família, geralmente apresentam hábitos, costumes e comportamentos semelhantes, ainda que a genética somada ao meio ambiente não expliquem casos de irmãos criados na mesma casa e que apresentam diferentes qualidades de caráter. Não deveria, mas palavras como hábito e costume acabam se confundindo.



O mês de novembro conscientiza sobre as doenças masculinas, mas também sobre as doenças auditivas. Enquanto os carnavais vão passando, os órgãos dos sentidos vão se cansando, sendo comum na maturidade, o sistema auditivo apresentar perda progressiva da audição, falta de equilíbrio e zumbidos no ouvido. Estão disponíveis os aparelhos auditivos para a perda da audição, fato que pode se repetir em membros de uma mesma família. Há resistência ao uso desses aparelhos, mesmo os minúsculos e invisíveis, mas essa rejeição tem se reduzido com a melhora tecnológica. Cada usuário tem uma percepção diferente, e usá-los com naturalidade é uma questão adaptativa.

No cérebro, os neurônios do núcleo coclear dorsal se tornam hiperativos, emitindo um sinal fantasma que é percebido como um som interno, o zumbido ou tinnitus. O barulho é referido como apito, chiado, cigarra, bater de asas, cachoeira ou outro, acomete boa parcela da população, e leva a vítima à irritabilidade, uma quase loucura nos casos severos. O som gerado internamente não existe, mas é bem real, assim, não prestar atenção a ele é impossível. A cabeça parece crescer de tanto que incomoda. O silêncio da noite amplifica o som, sendo a hora de dormir o pior horário. A penitência de conviver com isso descontrola até o mais calmo dos viventes.

Muitas são as causas de zumbido e desequilíbrio, como cera no ouvido, infecções, tumores, mudanças na pressão arterial, oscilações da glicemia, uso de alguns remédios, abuso de açúcar, café e álcool, entre outros, cujo controle e retirada podem melhorar os sintomas. A Disfunção da Articulação Têmporo Mandibular também pode causar tal distúrbio, devendo ser usada a placa rígida para dormir. O uso de medicação antidepressiva e vasodilatadora, acupuntura, musicoterapia, meditação e Yoga podem auxiliar.

A combinação de medicamentos pode melhorar os sintomas em médio prazo, e busca encontrar o equilíbrio auditivo composto pelas suas diversas peças. Após várias tentativas e processos que alternam sons e silêncios, os médicos começam a falar em habituação, negando que seja o mesmo que se acostumar.

Não parece muito clara a diferenciação entre acostumar-se ou habituar-se ao zumbido. No tratamento é preciso aprender a não prestar atenção ao barulho estranho e absurdamente irritante. É bom esquecer-se dele, imaginar que não exista, não dar atenção, ignorá-lo. Para ajudar nesse treinamento, há 15 anos mandavam ouvir sons da natureza durante oito horas por dia, durante 18 meses seguidos. Sugeriam ruídos brancos como rádio ligado mal sintonizado noite afora, televisão fora do ar, som de chuva, água corrente, ondas do mar ou qualquer outro som monótono. Isso evita o silêncio e reduz a atenção ao zumbido, assim como a terapia de retreinamento para adquirir técnicas mentais para desprezar o tinnitus.


Os aparelhos auditivos internos emissores de sons liberam impulsos elétricos cronometrados, desencadeando uma espécie de saturação do nervo auditivo, levando à habituação após uma espécie de estafa. Pretendem não apenas camuflar o ruído fantasma, produzido internamente e erroneamente, mas emitir algo semelhante para se misturar ao original e neutralizá-lo, assim como, empiricamente, parar as emissões anômalas dos nervos danificados. Afora isso, o negócio é habituar-se ao zumbido, sem se impressionar muito com isso. Viver e não ter a vergonha de ser feliz” (Gonzaguinha), mesmo com um som incômodo no ouvido.

Sábado, 10 de novembro de 2018

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