Um dado no mínino curioso

Uma informação que desperta curiosidade e aguça nossa vontade de conhecimento. A histórica Igreja da Comunidade Nosso Senhor do Bonfim dos Morrinhos pertence à Paróquia Santa Rita de Cássia de Montes Claros. Um dado interessante a respeito dessa Paróquia é que, na Igreja Matriz Paroquial, há poucos casamentos, enquanto que as pessoas preferem se casar muito na Igreja Senhor do Bonfim dos Morrinhos.

Por outro lado, os trabalhos pastorais na Comunidade dos Morrinhos, sobretudo a Catequese, são mais difíceis de se desenvolver. Os moradores dos Morrinhos preferem que seus filhos façam Catequese na Matriz de Santa Rita. Será por que isso acontece? Uma pergunta que merece um estudo minucioso.

Fé na cidade e no campo

Na próxima quarta-feira, 29 de abril de 2009, às 18h, no Salão da Casa de Pastoral Comunitária, a Arquidiocese de Montes Claros prossegue com sua Escola de Formação de Fé e Política, que pretende capacitar futuros candidatos a cargos eletivos na cidade e região. O endereço da Casa de Pastoral Comunitária é Rua Grão Mogol, 313, Centro de MOC, ao lado da Catedral. Outras informações com a assistente social e animadora das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) Sônia Gomes de Oliveira pelo telefone (38) 3221-2982.

Nesta noite, a Pastoral da Comunicação Arquidiocesana recebeu a informação de que sem-terras acampados em Rio Pardo de Minas foram violentados por capangas de fazendeiros da região. Há vários feridos em hospitais da cidade e em estado grave.

Memória: porque lembrar é resistir

No dia 24 de abril de 2008, estudantes de Montes Claros se manifestavam em frente à Prefeitura Municipal pela aprovação da Lei do Meio-Passe, que dá 50% de gratuidade no valor do transporte coletivo urbano a alunos de escolas públicas e particulares da cidade. A Polícia Militar, simulando uma defesa do poder público, agiu com truculência e começou a violentar os manifestantes para dispersar o protesto. Resultado: crianças e adolescentes que estavam na manifestação foram feridas na ação policial. O que era para ser um protesto pacífico, a Polícia Militar transformou em campo de batalha.

Qualificação profissional não é sinal de trabalho garantido no Brasil

No Brasil, passa-se a impressão de que o desemprego é maior nos trabalhos em que se exige mais força física, como na construção civil. Os anúncios de empregos alertam até que há vagas, mas que falta qualificação profissional. Outra balela. É alto o índice de desemprego entre aquelas pessoas que possuem grau de escolaridade mais avançado. Curso superior, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado não são garantias de emprego.

Muito pelo contrário. É mais fácil que o profissional mais qualificado fique desempregado do que o menos qualificado. Hoje, no país, ganhar a vida em cima de uma moto, de um caminhão ou vendendo cafezinho e salgadinho garante mais o pão de cada dia do que com um diploma universitário. O Brasil pode ter melhorado nos últimos 16 anos, mas falta muito para um salto qualitativo em que todos possam usufruir de uma situação mais privilegiada.

João Renato Diniz Pinto – jornalista
Voluntário da Pastoral da Comunicação
da Arquidiocese de Montes Claros

Andar de ônibus ou ler jornal

A partir da próxima segunda-feira, 13 de abril de 2009, o cidadão que transita por Montes Claros, utiliza o transporte público e gosta de ler os jornais impressos locais se encontrará diante de um dilema: andar de ônibus ou ler jornal? Para o trabalhador brasileiro e a trabalhadora brasileira que se esforçam para ter os R$ 465 mensais no bolso, ficará mais difícil a vida com a medida de aumentar a tarifa do vale-transporte de R$ 1,55 para R$ 1,90. A justificativa para o aumento foi que as empresas concessionárias do serviço público de transporte em MOC iriam quebrar, caso essa medida não fosse tomada.

Creio que é muito forçada essa argumentação. Essas empresas têm outros meios para arrecadar dinheiro. A publicidade nos ônibus hoje é intensa e muito lucrativa. Acredito que, mais uma vez, quem sofrerá será o trabalhador e a trabalhadora da cidade com esta nova tarifa de ônibus. E se se informar em MOC através dos impressos “Gazeta Norte-Mineira, “O Norte de Minas” e “Jornal de Notícias” já era complicado por causa dos preços salgados de um exemplar desses jornais, imagine agora com a nova tarifa do ônibus. Será que o cidadão trocará o seu meio de transporte por uma leitura de jornal? Duvido muito.

João Renato Diniz Pinto – jornalista
Voluntário da Pastoral da Comunicação
da Arquidiocese de Montes Claros

Modesta Proposta Número Oito

Muito se critica o trânsito “caótico” de Montes Claros. Apesar de não ser comparável ao movimento nas grandes cidades brasileiras, o trânsito no município norte-mineiro mereceria a execução de alguns bons projetos. Uma ideia interessante seria proibir a passagem de veículos automotores pela Praça Doutor Chaves, mais conhecida como Praça da Matriz, no centro histórico de MOC. Com essa medida, garantiríamos a preservação do patrimônio histórico do Conjunto da Praça da Matriz.

Outra ideia para melhorar o trânsito seria uma parceria entre a administração municipal e os diversos estacionamentos particulares existentes no centro comercial da cidade. O “Área Azul” terminaria e estacionar nas apertadas ruas do centro também seria impedido. A administração municipal incentivaria os proprietários de veículos automotores a utilizarem os serviços de estacionamento particulares e assim os donos desses estabelecimentos comerciais teriam dinheiro para pagar as taxas municipais, como o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), para o poder público começar a agir e asfaltar ruas, melhorar a segurança urbana, etc.

"Metrópole", "Expressão" e rádios piratas

O que a Rádio Unimontes 101,1 FM transmite hoje para os ouvintes montes-clarenses, a saudosa Rádio Metrópole 107,1 FM fez muito bem durante os anos em que pôde transmitir suas mensagens. Uma das duas rádios comunitárias legalizadas que existiam em Montes Claros - a outra é a "Expressão 104,9 FM" (www.expressaofm.com.br) -, a "Rádio Metrópole" era de propriedade de Flávio Andrade. Este a vendeu para o deputado estadual Ruy Adriano Borges Muniz (DEM), também dono da "Expressão FM".

Numa das recentes vistorias da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na região para confiscar as rádios piratas que influem e atrapalham os sinais dos aviões, por ironia do destino, a "Rádio Metrópole", que não era ilegal, cumpria parcialmente sua função social, mas estava irregular, segundo a Anatel, também foi lacrada. Após a venda da emissora comunitária para o deputado estadual, que até deu uma estrutura mais adequada à rádio, o problema passou a ser a concorrência com a "Expressão FM". A aparelhagem da "Metrópole" era sempre inferior à da "Expressão".

Essas disputas internas dentro das empresas do deputado estadual não vêm ao caso. O interessante é que muitas rádios piratas continuam a existir em Montes Claros e região. De vez em quando, a Anatel chega de surpresa e apreende os transmissores ilegais. Mas eles voltam novamente. A questão crucial é: há muitas rádios piratas que prestam um serviço social relevante no Norte de Minas. Por que elas dificilmente conseguem a concessão pública para exercerem livremente e tranquilamente o direito de informar a população local? A questão é complicada, mas exige esclarecimento rápido das autoridades competentes.

> A "Rádio Metrópole" funcionava numa sala do Edifício Pedro Montes Claros, localizado à Rua Presidente Vargas, no centro comercial da cidade

Modesta Proposta Número Sete

O que fazer com o Poliesportivo Presidente Tancredo Neves, um verdadeiro elefante branco para Montes Claros? Por que não reformar este Poliesportivo e gerar renda para o município? São raros os eventos realizados nesta herança montes-clarina. Parece-nos que apenas acontecem ali a final da Copa InterTV de Futsal, as incansáveis colações de grau da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o TocaMontes e outras minguadas apresentações religiosas.

O Poliesportivo está numa região em que há muita prostituição, assaltos a todo momento e pouca oportunidade de lazer para os moradores da área. Seria muito interessante revitalizar o Poliesportivo com um grande e bom estacionamento e um restaurante popular, além de abrir espaço para a prática esportiva de crianças e adolescentes depois da escola. Essa transformação social do Poliesportivo Presidente Tancredo Neves seria possível ou é uma agonizante utopia desta Pastoral da Comunicação?

Entre a devoção e a realidade

Hoje é 20 de janeiro, dia de São Sebastião, um dos santos com mais devoção popular no Norte de Minas Gerais. Uma possível causa dessa devoção nos orienta para o fato de que São Sebastião é o padroeiro chamado contra as pestes e a fome, problemas que resistem em continuar no Norte de Minas. Neste 20 de janeiro, Barack Hussein Obama tomou posse como presidente dos Estados Unidos. Tomara que a esperança que simboliza a sua chegada ao poder não seja apenas um símbolo e sim realidade.

“Idéia” perdeu o acento

Na Nova Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, uma das mudanças foi que algumas palavras não são mais grafadas com o acento agudo, como em “idéia”, que passa a ser escrita assim: “ideia”, uma palavra clássica, como bem observou Marcelo Alves Souto, editor e profissional formado em Artes pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Uma das justificativas para a Reforma Ortográfica é facilitar o ensino do português, unificar a linguagem e aproximar os cerca de 250 milhões de falantes portugueses.

Como também destacamos, esse é um dos argumentos da Nova Reforma Ortográfica do Português. Outro argumento, implícito no contexto, é o dinheiro fácil, que sempre aponta para a padronização das coisas e aqui, no caso, para a padronização da língua, numa época em que a diversidade cultural é mais valorizada na contemporaneidade mundial. Na Itália, como ensina o jornalista Attilio Faggi Junior, existe muitos dialetos e que são vistos como um bem cultural de cada região. Em Portugal e em países africanos falantes do Português, como Moçambique, pronuncia-se “contaCto” e lá “rapariga” não é sinônimo de “prostituta” e sim feminino de “rapaz”.

No Brasil, a maioria da população, que não tem escola e nem saúde de qualidade, mas trabalha e paga uma das maiores cargas tributárias do mundo, fala “menas”. O termo não está totalmente errado em uma frase. Ele utiliza a concordância de gênero, como no exemplo: “Era esperado menas gente no estádio”. Enquanto “idéia” perde o acento, muitas ideias também perdem o assento pelo mundo quando não têm incentivos para se concretizarem. Pena que nós, que escrevemos o Português, ao invés de motivar a pluralidade “lingüística” (agora é “linguística”, pois não se utiliza mais o trema, exceto para nomes próprios), partimos para uma unificação que ajuda muito pouco a compreender o que João Guimarães Rosa chamou de “Grande Sertão: Veredas”.