ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Tríduo Pascal, inicio de preparação para a Pascoa do Senhor

 Tríduo Pascal, inicio de preparação para a Pascoa do Senhor


Hoje iniciou-se o Tríduo Pascal com a celebração do santos óleos e renovação das promessas sacerdotais em todas as catedrais do mundo. Esta celebração é importante porque os santos óleos são usados durante o ano todo na administração dos sacramentos do Batismo, do Crisma, da ordem e da unção dos Enfermos. Também temos a noite a Missa do Lava-pés. “Nessa data, conhecida também como Quinta-feira de Endoenças, a igreja recorda o dia em que Jesus jantou com os seus apóstolos antes de ser morto na sexta-feira santa, episódio conhecido como Última Ceia.” (https://www.calendarr.com/brasil/quinta-feira-santa/)

Jesus antes desse gesto de lava-pés, Ele senta à mesa junto com os seus discípulos, fez a última ceia derradeira e nela instituiu para nós a Eucaristia. Jesus tomou o pão abençoou e deu aos seus discípulos o seu próprio corpo no pão partilhado e também tomou o cálice e deu aos seus discípulos o seu sangue que será derramado para nossa salvação.

Isso é o mistério da Fé. Temos Jesus presente na eucaristia em todos os sacrários do mundo e também quando comungamos fazemos sacrário vivo Dele em nossa vida. Um compromisso importante de todos que comungam, pois assim se fazemos pertença a Cristo e a sua Igreja.

No gesto de humildade, Jesus lava os pés dos seus discípulos e desse modo Ele sendo Mestre fez isso, nós cristãos devemos fazer o mesmo na vida de família, na Igreja, na comunidade e no mundo. O sentido de lavar os pés dos discípulos é colocar-se a serviço de todos, principalmente dos mais pequenos e pobres desse mundo.

Esse ano maioria dos lugares não houve a celebração do lava-pés, mas houve as celebrações da Eucaristia e a última celebração do dia tem um momento de adoração a Jesus no sacrário e não há benção final, mas com poucos participando, devido a pandemia que estamos presenciando no mundo inteiro. Todos saem em silencio para ficarmos na espera do Sábado Santo a onde vamos celebrar a Pascoa do Senhor a noite e é a celebração cheia de alegria e esplendor porque Jesus é vivo e ressuscitado e essa alegria enche a nossa alma porque um dia vamos estar eternamente na nossa Pascoa no céu.

Mas antes do sábado Santo onde vamos retornar a celebrar a Eucaristia, vamos passar pela Sexta-feira Santa a onde celebraremos a Paixão e Morte de Jesus as 15h. É uma liturgia simples, mas cheia de sentido porque vamos celebrar a memória de um Deus que se deixa morrer nas mãos de poderosos, gananciosos e autoritários daquele tempo que não fizeram do seu trabalho a serviço de todos.

Hoje muitos sofrem dor, angustia, morte prematura por doença, por covid 9, por aborto que elimina seres inocentes e temos ainda mortes por fome, por violência de toda ordem. Essas paixões do nosso mundo moderno é devido a negligencia de algumas pessoas, de governos, de sistemas de saúde, de justiça, de economia, de política que não funcionam para o bem comum etc. Tudo isso marca um cenário de tristeza, mas nós cristãos devemos ter a esperança e saber se posicionar diante da defesa da vida e da justiça social para todos.

Que esse tríduo que estamos celebrando assistindo através das nossas redes sociais e pelos meios de comunicamos, seja momento de reflexão e de mudança de atitude, buscando a humanização individual e coletiva para celebrar a vitória da vida diante da morte. Jesus é vencedor da morte e que possamos assumir e tomar posse dessa realidade irrefutável.

Viva Cristo. Viva a Igreja e via nossa mudança de rumo para que vida seja preservada e favorecida por as inciativas humanitárias de nosso tempo;

Tudo por Jesus nada sem Maria.

Bacharel em Teologia José B. Schumann Cunha

sábado, 27 de março de 2021

Hosana ao Rei e à Cruz da nossa salvação

 Hosana ao Rei e à Cruz da nossa salvação

 


Queridos irmãos e irmãs, estamos iniciando a Semana Santa. Uma Semana diferente a onde podemos contemplar e agradecer ao grande amor de Deus pela humanidade. Seu filho único sofre, padece, carrega a cruz e morre, mas ressurge grandiosamente no Domingo de Pascoa. Isso é mistério de nossa fé, quem quer seguir Jesus deve tomar a cruz do dia a dia e fazer a via crucis que é o nosso passaporte para o Céu.

A liturgia deste domingo de Ramos e da Paixão do Senhor tem dois momentos marcantes. Vamos reviver a entrada triunfante de Jesus a Jerusalém e lá o povo o aclama como Rei e Salvador com palmas nas mãos e cantavam alegremente o Rei dos reis.

Vamos ler e refletir esses dois momentos; uma que está narrado em Jo 12,12-16 e outro da leitura da Paixão de Jesus em Mc 14,1-15,47. Aqui deparamos com a dualidade, uma do triunfo de Jesus entrando em Jerusalém e a outra da humilhação, do sofrimento, da dor e da morte.

Esta semana vamos refletir muito os últimos acontecimentos de Jesus na terra. Temos a ceia em Betânia, vamos ver a última ceia de Jesus com os apóstolos e o lava-pés e o aceitar de Jesus no Mote das Oliveira para ser levado para condenação e depois vamos ver Jesus carregando a cruz como um cordeiro que vai ao matadouro.

Na hora da prisão, Jesus fala aos soldados: “Eu sou, isto significa que Jesus é Deus e de modo admirável aceita a ser entregue a morte injusta pelos poderosos da época. Jesus recebe o beijo de judas e repreende Pedro quando desembainha a espada para atacar o soldado romano. Vai ter um olhar de compaixão a Pedro que o trai três vezes, antes do galo cantar, na madrugada no lugar a onde Jesus estava sendo condenado. Era Noite, aqui simboliza o desprezo da justiça e da verdade, pois o julgamento foi feito às escondidas.

 A Semana Santa nos mostra a verdadeira identidade de Jesus como Deus, reconhecido pelo Centurião no momento que Jesus deu último suspiro, e também como homem. Duas naturezas em uma só pessoa que se entrega por nós por amor e obediência a Deus Pai no projeto de salvação da humanidade decida no pecado.

Jesus sofre todo tipo de escárnio e é torturado pelas autoridades religiosas e política daquele tempo. Essa semana vamos pensar no abandono dos discípulos e presença das mulheres e do apóstolo João aos pés da cruz. O consolo da mãe e doação de Jesus plenamente a nós, dando a sua mãe como nossa mãe e de toda humanidade.

Vamos ver José Arimatéia pedindo a permissão de Pilatos a enterrar Jesus numa sepultura nova, desse modo teve um enterro digno, mas o sepulcro não vai reter Jesus porque Ele ressuscita.

Há o ABBA, que significa Pai e a entrega plena Jesus a Deus Pai dizendo: Pai em suas mãos eu entrego  o meu espirito.

As mulheres sempre seguiram Jesus, desde a Galileia até na última hora em Jerusalém na hora de terror, dor e morte de cruz de Jesus. Essas mulheres e muitas de hoje são modelos de coragem que não temem a opressão do poder que mata de forma injusta muitas pessoas diretamente ou indiretamente. Um Deus que é morto por ganância de poder e dominação dos poderosos daquela época e ainda hoje também essa cena acontece no nosso mundo contemporâneo.

Que esta semana nos ajude a caminhar com Cristo, sentir o drama do Getsêmani que vemos hoje estampado na dor dos que sofrem e agonizam no sistema de saúde precário de muitos países. Que os poderosos deste mundo não sejam alheios e insensíveis a calamidade de milhares de mortes de pessoas que poderiam ser evitadas. Que as pessoas sejam sensíveis e solidários para consigo e também para com os outros para que não espalhem o vírus a si e a outras pessoas.

Que cada possa ver e admitir a gravidade deste momento que vivemos aqui e no mundo dessa pandemia e que não provoquem ainda mais a infecção em milhares de pessoas por dia.

Que a liturgia da Semana Santa nos ajude a converter o nosso coração a Jesus, servo sofredor e assumir a nossa a cruz e a dos outros, sendo um Cireneu, assim se tornam balsamos regeneradores da dor, do sofrimento e de solidariedade as famílias que perdem seus entes queridos juntamente da tristeza dos amigos e parentes.

 Boa semana Santa a todos!!!

Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 20 de março de 2021

"Se o grão morrer" poderá ter chance de nascer e dar fruto

 "Se o grão morrer" poderá ter chance de nascer e dar fruto



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando nesse domingo o 5º Domingo da Quaresma, e a liturgia nos ajuda a entender o mistério da Paixão, Morte e Ressureição de Jesus. Estes acontecimentos nos permitiram a ter esperança de nossa Pascoa trazida pela Pascoa do Senhor.

Para compreender esse grande Mistérios da Nossa salvação, a liturgia bíblica nos ajudará o sentido dos acontecimentos da Semana Santa.

Assim está escrito em Jr 31,31-34: 31Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; 32não como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão, para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram, mas eu fiz valer a força sobre eles, diz o Senhor.33“Esta será a aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, — diz o Senhor: — imprimirei minha lei em suas entranhas, e hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo. 34Não será mais necessário ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor! ’ Todos me reconhecerão, do menor ao maior deles, diz o Senhor, pois perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.

Sabemos que o povo fez um pacto com Deus, através de Moisés no Sinai, aceitando a Tabua da Lei dos 10 mandamentos que foi dada a Moises. O povo o Povo aderiu a essa Lei de Deus, mas apenas de boca e o coração ficou longe de assimilá-los.  Isso quer nos dizer que eles não comprometeram por completo a essa nova Lei de Deus e no decorrer da história da Salvação eles foram infiéis. O profeta Jeremias anuncia que Deus fará uma na aliança e essa será perpetua que ficará gravado nos corações quem aderirem de fato a Deus. Essa profecia se realiza plenamente em Cristo que nos renova, nos perdoa e nos faz pessoas restauradas para o Reino de Deus

Na carta de  Paulo aos Hebreus 5,7-9 nos fala: 7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido por causa de sua entrega a Deus.8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.

Ao refletirmos essa leitura podemos constar que a nova aliança sela em Cristo é permanente devido a obediência que Ele cumpriu ao Plano de se Deus Pai. Portanto se nós obedecermos a Deus estaremos certos de nossa salvação. Jesus nos dá salvação plena como graça e nós devemos aderi-Lo completamente sendo bons cristãos no mundo tão desafiador que nós vivemos. A esperança em Deus nunca nos decepciona.

O evangelista João nos pede a crer em Cristo que selou para sempre a Nova Aliança e foi com o seu próprio sangue na Cruz. Assim podemos refletir em (Jo 12,20-33): Naquele tempo, 20havia alguns gregos entre os que tinham subido a Jerusalém, para adorar durante a festa. 21Aproximaram-se de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: “Senhor, gostaríamos de ver Jesus”.22Filipe combinou com André, e os dois foram falar com Jesus. 23Jesus respondeu-lhes: “Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. 24Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. 27Agora sinto-me angustiado. E que direi? ‘Pai, livra-me desta hora? ’ Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. 28Pai, glorifica o teu nome! ” Então, veio uma voz do céu: “Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo! ” 29A multidão que aí estava e ouviu, dizia que tinha sido um trovão. Outros afirmavam: “Foi um anjo que falou com ele”. 30Jesus respondeu e disse: “Essa voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. 31É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, 32e eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. 33Jesus falava assim para indicar de que morte iria morrer.

Aqui vemos que os gregos que queriam ver Jesus quando estava em Jerusalém na ocasião para celebra a Pascoa que se aproximava. Foram a Felipe e André e pediu que queria ver Jesus. Aqui podemos constar a interseção de pessoas e por meio delas chegaram a Jesus. O sentido de ver Jesus é algo profundo no âmbito de conhece-Lo plenamente. Só podemos conhecer alguém se convivermos e comprometermos o que ele quer. Jesus nos mostra como é necessário Dele morrer para que tenhamos vida nova Nele. Jesus faz uso da imagem do grão de trigo que cai na terra e se não morre não poder gera a nova planta. Com a morte de Cristo na crus botou a Igreja Católica que é o sinal da universalidade no mundo, deixando a chave dela nas mãos de Pedro que hoje é representado na pessoa do Papa Francisco.

Se quisermos ter vida nova é preciso tirar todas as amarras que não nos deixam livre para seguir Jesus plenamente. E que esse período da quaresma a qual vivemos foi para prepararmos para receber com alegria de uma vida transformada no amor de Cristo por nós que sofre, padece e morre na cruz para ressurgir glorioso no domingo de Pascoa.

Que esta liturgia nos ajude a sermos comprometidos com a causa do Reino de Deus e viver de acordo com a vontade Dele e desse modo vamos celebrar, com muita alegria, a Páscoa do Senhor, mas antes devemos passar pela semana santa e entender o que é a teologia do sofrimento humano. Embora não é para ser alienar nos sofrimentos, mas naquilo que vem depois que é a vida em abundancia em Cristo.

Tudo por Jesus nada sem Maria.

 Jose Benedito Schumann Cunha

domingo, 14 de março de 2021

Deus é Juiz ou Salvador?

 Deus é Juiz ou Salvador?

 



Queridos irmãos e irmãs, estamos no 4º Domingo da Quaresma, Domingo Letare. Esse tempo é ideal para que mudemos as nossas concepções, ideias, o nosso agir diante da nossa vida e da vida em comunidade. Muitas vezes temos uma ideia equivocada de Deus, achando que Ele é juiz terrível, implacável no castigo e tudo isso atrapalha de estarmos livres para segui-lo e obedecê-lo como Pai que quer bem dos seus filhos e filhas.

 

Devemos mudar essa nossa concepção de Deus e a imagem que temos de Deus para que possamos caminhar com gratidão para a Páscoa do Senhor.

 

Se prestarmos atenção na Bíblia nos dá uma imagem diferente de Deus. Desde o começo de formar um Povo de Deus, Ele cria tudo e vê que é bom, cria o homem e a mulher sua imagem e semelhança e demonstra ser um amigo que caminha no jardim de Éden, fazendo comunhão com o ser humano.

 

No episódio do pecado de Adão e Eva, Deus dialoga com Adão e fala com Eva, e desse modo já traça um plano de salvação da humanidade. Durante a história da salvação mostrou-se um Deus presente, que dialoga, que faz aliança e demonstra amizade com a humanidade. Ele é um Deus fiel. Ele nos envia um Deus encarnado que é seu filho, Deus Emanuel, que caminha, sente as dores do povo de perto, cura, ajuda, ressuscita os mortos e liberta o homem da escravidão do pecado e do mal. Deus se faz misericordioso, acolhe o pecador e sempre faz com que a pessoa se arrependa para voltar a amizade com Ele.

 

No Segundo Livro das Crônicas, podemos ver de fato que Deus revela a sua justiça e misericórdia no exílio e age como libertador. Um Deus que é Libertação e Salvação. Aqui nós podemos enumerar a caminhada da salvação desde o Jardim do Éden que assim descreve: a narrativa do pecado do Homem, o castigo devido a transgressão e da desobediência e a demonstração do perdão misericordioso. E ainda podemos constatar que Deus, apesar da infidelidade do povo na Aliança e outras, sempre está próximo. Ele estende a mão e volta a ter compaixão ao Povo, a infidelidade do povo faz com que Jerusalém seja destruída e deportada para a Babilônia a onde não podia estar em oração a Deus devido ser escravo. 


Quando o Povo desobedece e não cumpre a aliança se vive a escravidão. Mas Deus 

tocou um rei pagão Ciro, que permitiu que o Povo de Deus voltasse a sua terra e reconstruísse o seu templo.  No Egito sofreram a escravidão, mas Deus ouviu o clamor e o sofrimento do povo, enviando um libertador Moisés que tira esse povo do cativeiro com mãos poderosas e prestígios, demostrando que é Deus conosco.

Faz uma aliança e dá os Mandamentos, que é a Lei, para que povo obedecendo a ela tornaria uma nação para ser um sinal para todas as outras que Deus é Senhor que é, e está no meio do Povo de Deus e no mundo. Devemos tomar consciência que Deus é misericórdia e a sua justiça se torna uma mão que ampara e levanta o homem decaído pelo pecado. (cf. 2Cr 36,14-16.19-23)


Na carta de São Paulo aos Efésios nos fala que o nosso Deus é misericordioso e a sua misericórdia não tem fim, pois o seu amor é eterno pelo homem que quer fazer comunhão com Ele. Quando estávamos “mortos” pelo pecado e pelas nossas faltas, Jesus vem até nós e pela fé Nele temos a salvação. Deus se faz presente em Cristo, a Ele o poder e a glória para sempre. É preciso crer e esse ato é de fé em Cristo e segui-Lo como Senhor e salvador. É por graça de Deus que somos salvos e ela tem caráter universal e incondicional por parte de Deus, mas depende de nós acatar a salvação de Deus que é dada por Jesus que é a fé e a conversão sincera . (cf. Ef 2,4-10).

O evangelista João nos mostra que Jesus é o salvador e não um juiz que vem só para condenar. O episódio com Nicodemos que vai a noite para conversar com Jesus, portanto aqui a noite  simboliza as trevas. Ele quer encontrar a Luz que é Cristo. São João fala no seu evangelho que Deus amou tanto o mundo que lhe deu o próprio filho e ele não veio para condenar mas para salvá-lo. O mundo aqui representa a humanidade e toda coisa na sua universalidade.

 

Quando o Povo de Deus que caminha no deserto estava morrendo pelas picadas das cobras, Deus pede para Moisés fazer uma haste com uma cobra no alto da haste e que quem olhasse para alto era curado. Embora eles cultuavam a cobra, mas esse acontecimento no deserto prefigurava a figura de Jesus que ia ser levantado na alto cruz. A luz é Cristo e é preciso ir ao encontro Dele, ouvi-Lo e crer Nele para que a salvação venha até nós, mas tudo isso passa pela nossa conversão a Deus.

 

Essa verdade assim está escrita no Evangelho de São João: "Quem nele crê, não é condenado. Mas quem não crê, já está condenado...A Luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas." O que quer dizer isso para nós? A resposta é simples, devemos desfazer dos projetos pessoais que desemboca no egoísmo e no intimismo, mas aderir de modo pleno na proposta de Jesus que é viver em comunidade, ser fraterno, ser solidário, ter compaixão dos outros e viver o amor incondicional aos mais necessitados desse mundo. (cf. Jo 3,14-23).

 

Que essa liturgia de hoje, que é uma celebração já de alegria, uma antecipação, a qual vamos viver no domingo de Páscoa, onde vamos viver o gosto e a alegria grande da ressurreição de Jesus, que traz a salvação a toda humanidade. A salvação se dá na graça de Deus por nós sem restrição de pessoas e tem caráter de universalidade, mas é preciso ter a fé em Cristo, crendo Nele e se arrependendo de todo pecado para podermos ficarmos unidos a Jesus.


Tudo por Jesus nada sem Maria!!!


Jose B. Schumann Cunha

sábado, 6 de março de 2021

Deus transformou a cruz em sabedoria e caminho de salvação

Deus transformou a cruz em sabedoria e caminho de salvação



Queridos irmãos e irmãs, estamos já no 3º Domingo da Quaresma, é um tempo de limpeza espiritual e material; e em cada dia devemos fazer uma faxina na nossa vida e nos tratos das coisas para transformar a nossa vida em algo libertado. Esse tempo é de purificação e mudança, pois devemos tirar os lixos que se acumulam ao nosso redor. São muitos como falta de tempo para outros, desperdício de tempo nas redes sociais que não faz nenhum sentido para o crescimento espiritual e matéria na nossa vida.

É fazer uma renovação de vida cristã e ver o que é de Cristo deve permanecer, mas o que não for deve ser descartado definitivamente de nossas ações humanas no mundo, na família e na religião. Deus nos deu Jesus que assumiu a cruz e ela é agora sinal de salvação e libertação.

A liturgia bíblica nos indica os pontos fundamentais da religião judaica que são a Lei e o Templo. Situações que são importantes e sinais de união a Deus, mas a rotina e o tempo fizeram deles algo corriqueiro e cheio de regras e ritos que mais atrapalharam do que ajudaram aos que praticavam a religião. Criaram muitas leis e ritos que distanciaram de Deus, ficando no aspecto mundano com a ótica ao materialismo simbolizado nas trocas de ofertas por dinheiro. O povo estava sedento de justiça e de Deus.

O tradicionalismo e o ritualismo trouxeram distorções daquilo que Deus é. Com advento de Cristo mostrou que Ele é restaurador da Lei e do Templo, pois Jesus transforma a Lei no mandamento do Amor a Deus e ao próximo como nós mesmos nos amamos.

No livro do Êxodo nos mostra que Deus é o libertador e não quer que ninguém seja escravo de ninguém. Quando Ele deu a Lei, o próprio Deus falou e nos fala hoje: "Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da escravidão do Egito". Os 10 mandamentos são frutos do amor de Deus libertador do Povo escravizado no Egito ou em qualquer tempo.

 Se observamos bem os 10 mandamentos, nós podemos tirar uma conclusão que  é uma Lei Moral e Espiritual que nos ajudam a viver bem com todos e ainda ter uma comunhão com Deus. Na Lei de Deus é nos mostra um respeito a vida e a liberdade, se a cumprimos estamos fazendo a verdadeira justiça de Deus porque não podemos distanciar de Deus e nem praticar o mal a si e nem aos outros.

Essa lei é a ordem de estar de bem consigo e com os outros, praticando a justiça e tendo harmonia com as outras pessoas. É uma Lei que vai ser compreendida melhor quando Jesus dá o sentido real do amor a Deus e aos irmãos e a nós mesmos. Jesus não veio para destruir a Lei e nem o Templo, mas dá o real valor deles sem ficar no intimismo e em na  alienação religiosa, social e político –econômico em qualquer tempo em que vivemos. (cf. Ex 20,1-17)

Na Primeira Carta de Paulo nos lembra bem que o plano de salvação de Deus passa pela Cruz de Cristo onde Jesus foi crucificado. Não podemos querer uma religião light e nem uma religião fácil que mostra o valor da matéria e do mundo como algo importante, pois tudo é passageiro porque somos peregrinos que caminham rumo ao Céu. A cruz não pode ser sinal de escândalo ou de horror para nós, mas um sinal de sabedoria de Deus que possibilita a cada um de nós percorrer o caminho da salvação com segurança até a Deus. (cf. 1Cor 1,22-25)

O evangelista São João nos mostra Jesus sendo um novo Templo. Na época o templo tornou-se um lugar de exploração para obtenção do sacrifício e oferta a Deus. Esse modo de proceder deles trouxe distorção, injustiça e enriquecimento dos que participam dessa realidade disfarçada de sacralidade. Jesus entra no templo e expulsa todos e tem um cuidado especial para os que vendiam rolinhas dizendo a eles tiram isso daqui e os demais foram expulsos de modo bruto por Jesus. Jesus os recriminou aqueles, os vendilhões, pois eles mudaram o sentido templo de Deus, que é a casa de oração e encontro com Deus libertador. Jesus diz que Ele é templo vivo e é Nele que devemos ir. (Cf. Jo 2,13-25) Isso não quer dizer que não deva ter templo físico, mas que esse seja um lugar de reunião de pessoas em comunidade, usando-o para vivenciar o amor de Deus com todos sem ostentações e nem exploração, tendo um cuidado especial com os mais pobres e humildes, que muitas vezes, ficam à margem da sociedade capitalista sem atenção nenhuma nos sistemas de saúde, de previdência social, política, Humana- econômica etc.

Devemos buscar viver o amor de Deus que em Jesus se entrega por nós por inteiro. Não tenhamos medo da cruz e que ela nos ajude a desmaterializar na dimensão espiritual, social humana e política econômica.

Boa Preparação para a Páscoa do Senhor que é nossa também  !!!

Bacharel em Teologia Jose B. Schumann Cunha

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Vamos escutar Jesus, uma ordem de Deus Pai

  

Vamos escutar Jesus, uma ordem de Deus Pai



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando neste domingo, dia 28/02, o 2º Domingo da Quaresma. Na comunidade reunimos na liturgia da Palavra para ouvir a Palavra de Deus e também o que Jesus quer falar para todos nós. Nós celebramos a eucaristia que nos fortalece na caminhada que devemos fazer rumo ao céu.

A liturgia da Palavra de Deus nos indica exemplos de pessoas que são modelos de fé para nós. Uma fé que se coloca nas mãos de Deus, confiando plenamente Nele.

No livro de Gênesis vemos a figura de Abraão. Ele demonstra uma fé em Deus na obediência incondicional a Ele. Isso faz parte da tradição dos patriarcas para o povo de Deus. Sabemos que Abraão saiu da sua terra para uma terra nova. Assim ele demonstra que confia em Deus, mas Deus ainda pede uma obediência total quando pede o sacrifício de seu filho único como um cordeiro para ir no monte. Ele leva seu filho que carrega um feixe de árvore seca para o sacrifício, chegando lá o menino diz ao pai onde está o cordeiro.

Abraão amarra o seu filho no altar e quando vai esfaquear, o anjo de Deus intervém dizendo não mate seu filho pois Deus gostou da sua obediência. Aqui é a vitória da vida e alegria para um povo que surge e segue no mundo como um sinal de Deus agindo no mundo. Esse fato é a prefiguração o que vai acontecer com Jesus, o filho de Deus que vai ao sacrifício da cruz como cordeiro obediente que morre para a salvação da humanidade. Isso a prova de amor intenso. (cf. Gn 22,1-2.9.10-13.15-18)

Na carta de São Paulo aos Romanos nos fala do menino Isaac que caminhava para Monte Moriá com as lenhas às costas para o sacrifício. Um único filho de Abraão que Deus pediu como sinal de obediência, mas Deus interveio e outro cordeiro foi sacrificado no lugar de Isaac.

Aqui podemos dizer com certeza que Isaac é prefiguração de Cristo que carrega nas costas a cruz para sacrifício em obediência ao projeto de Salvação de Deus para toda humanidade. Ele tornou-se o cordeiro que derrama o sangue no sacrifício cruento. Aqui podemos garantir que o amor de Deus é belo e que dá a razão de no fé, pois Deus é fiel a nós devido ao ser amor infinito a todos.(cf. Rm 8,31-34)

O evangelista Marcos nos mostra a passagem da transfiguração do Senhor no Monte Tabor. Jesus fez o anúncio da sua paixão e morte que iria acontecer com Ele em Jerusalém antes da Páscoa dos judeus. Esse anuncio entristeceu e abalou os discípulos, mas para encorajá-los ele leva três discípulos ao Monte Tabor e lá transfigura diante deles, mostrando toda sua divindade e ainda dialogava com Elias, que representa os Profetas e com Moisés que representa toda Lei.

Aqui está o cumprimento de tudo que falava de Jesus. Jesus é o exemplo do cumprimento de toda escritura. Uma voz, em uma teofania, que diz: escutai-O.  (cf. Mc 9,2-10) então devemos seguir Jesus e escutar e fazer o que Jesus diz. Devemos cristãos de saída, sendo missionário de Senhor, levando a mensagem de esperança, de amor e salvação a todos. Deus não exclui e nem exclui ninguém. Cabe a cada um de nós converter e transfigurar o nosso coração para Deus para sermos dignos de ser filhos de Deus para tomar posse do Reino de Deus.

Que esta liturgia nos ajude a sermos verdadeiros missionários que querem um mundo melhor para todos, onde reina justiça e misericórdia de Deus. Boa preparação para a Páscoa.

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em teologia Jose B. Schumann Cunha

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O deserto lugar de encontro com Deus e da Vitoria de Jesus contra o Diabo

   O deserto lugar de encontro com Deus e da Vitoria de Jesus contra o Diabo



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando hoje o Primeiro Domingo da Quaresma; é um tempo de parar um pouco para fazer um retiro espiritual. Esse é um período que ́ preparamos para a Páscoa do Senhor. O centro da fé cristã é a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo, que é a nossa páscoa definitiva um dia no Reino de Deus.

 

Pela tradição cristã, esse período era favorável para preparação do Batismo dos que creram no Senhor. Hoje somos batizados e isso é motivo de grande alegria. É a data que devemos comemorar com um uma breve reflexão da graça de sermos filhos de Deus em Cristo na força do Espírito Santo.

 

A liturgia bíblica nos coloca no itinerário da renovação batismal e nos chama a atenção para a conversão de vida Deus e dizer não ao Pecado.


No Livro do Gênesis nos mostra o dilúvio que podemos refletir com o Primeiro Batismo. Noé representa a primeira aliança e nossa História de Salvação. O dilúvio foi uma forma que toda terra renovasse e surgisse nela uma nova criatura que estava marcada no pecado. Deus sempre zela pelos justos que querem estar em sintonia com Deus. Há um sinal no céu depois que as águas abaixaram que é o arco íris que tem uma promessa de Deus que nunca mais vai ter outro dilúvio e assim a esperança de vida nova acontece. (cf. Gn 9,8-15)

 

Na primeira Carta de Pedro nos fala e faz a interpretação que a pessoa de Noé e do Dilúvio são prefiguração do nosso Batismo, pois nele somos todos purificados e aí surge uma nova criatura com a graça da Trindade para sermos dignos de ser filhos de Deus em Cristo. A Igreja antiga tinha isso como uma catequese batismal para que entendêssemos que o Batismo é  a chave do Reino que devemos querer e desejar para a nossa vida. (cf. 1Pd 3,18-22)

 

O evangelista Marcos nos mostra o início do mistério de Cristo no mundo. Como Jesus disse: "O Reino está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho". O cenário em que Jesus estava é o deserto. Ali foi o lugar da tentação que Jesus sofreu, mas a tradição nos fala que o deserto é lugar de encontro nosso com Deus e também um lugar de prova. Assim foi no Sinai quando Deus nos fez uma aliança e dá os mandamentos, no Êxodo do povo de Deus no deserto e nesse lugar também se revoltou contra Deus devido a fome e sofrimento causado pela saudade das batatas e cebolas do Egito. Portanto, “O deserto", para os judeus, é o lugar privilegiado do encontro com Deus e lá que acontece a manifestação de Deus numa Teofania. Para Jesus também foi o encontro com Deus e o discernimento do projeto do Pai a toda humanidade. Também o deserto foi o lugar que o diabo tentou Jesus, usando a Palavra de Deus, mas Jesus venceu através da sabedoria e da graça de Deus. (cf. 1,12-15),

 

Foi no deserto que o Povo experimentou o amor, a bondade e a solicitude de Deus e lá Deus propôs uma aliança, cabe ao homem aceitar ou não. Deus respeita a nossa escolha. A Salvação é um dom gratuito de Deus para nós.

 

O Papa Francisco nos falou hoje no ângelus: “onde Deus fala ao coração do homem”, uma dimensão existencial “para ficar em silêncio e escutar a palavra de Deus". Porém, também “é lugar da tentação” de Satanás. Sem medo, mas com cuidado, devemos nos preparar para combatê-lo como Jesus, disse o Pontífice, que "nunca fez um diálogo com o diabo, nunca". Quando o sedutor se aproxima, "não há diálogo possível. Somente a Palavra de Deus”. 


Os 40 dias que Jesus experimentou no deserto é um tempo simbólico e teológico que nos permite entender o tempo completado com êxito as provas para sermos fortes na tentação. O diabo é astuto, usou a Palavra de Deus na Tentação de Jesus, dando falso argumento de poder, ter e ser. 


Como disse o santo padre: “O deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem, e onde brota a resposta da oração, ou seja, o deserto da solidão, o coração separado de outras coisas e, somente naquela solidão, se abre à Palavra de Deus. Mas é também o lugar da provação e da tentação, onde o Tentador, aproveitando a fragilidade e as necessidades humanas, insinua a sua voz mentirosa, uma alternativa àquela de Deus, uma voz alternativa que te mostra outro caminho, um outro caminho de engano. O Tentador seduz.” Então devemos tomar o cuidado e ser uma pessoa que está sempre em sintonia com Deus para vencer as tentações deste mundo moderno que quer nos distancia de Deus.

https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-angelus-21-fevereiro-2021-i-domingo-quaresma.html

 

Sabemos que Jesus vai estar conosco três anos e depois experimentará a paixão, a dor da crucificação e a morte. Jesus experimenta o abandono dos seus discípulos, somente um fica ao seu lado e também as santas mulheres com Maria que ficam em pé diante da cruz de Jesus. 


Continua a Palavra do Papa a nossa reflexão:  “ durante os 40 dias vividos por Jesus no deserto, “começa o ‘duelo' entre Jesus e o diabo, que terminará com a Paixão e a Cruz. Todo o ministério de Cristo é uma luta contra o Maligno nas suas muitas manifestações: curas de doenças, exorcismos sobre os possuídos, perdão dos pecados”. Jesus, ao agir com o poder de Deus, “parece que o diabo tem a vantagem, quando o Filho de Deus é rejeitado, abandonado e, finalmente, capturado e condenado à morte”. Mas, não, disse o Pontífice, porque “a morte era o último ‘deserto’ para se atravessar para derrotar definitivamente Satanás e libertar todos nós do seu poder”. https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-angelus-21-fevereiro-2021-i-domingo-quaresma.html

 

O Papa nos dá um conselho e alerta dizendo-nos: “Na sua vida, Jesus nunca fez um diálogo com o diabo, nunca. Ou o afasta dos possuídos, ou o condena ou mostra a sua malícia, mas nunca um diálogo. E, no deserto, parece que há um diálogo porque o diabo faz três propostas e Jesus responde. Mas Jesus não responde com as suas palavras. Responde com a Palavra de Deus, com três passagens da Escritura. E isso é para todos nós. Quando o sedutor se aproxima, ele começa a nos seduzir: 'mas pense isto, faça aquilo...', a tentação é de dialogar com ele, como fez Eva. Eva disse: 'mas não se pode porque nós...', e entrou em diálogo. E se nós entrarmos em diálogo com o diabo, seremos derrotados. 


Coloque isso na cabeça e no coração: com o diabo nunca se dialoga, não há diálogo possível. Somente a Palavra de Deus. ” https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-angelus-21-fevereiro-2021-i-domingo-quaresma.html

 

Que esta liturgia nos ajude a dizer não ao diabo e nunca dialoga com ele, pois ele é astuto e desse modo pode nos vencer, mas as armas da nossa vitória contra ele é estar com Jesus na sua Igreja, fortalecendo na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia e também vivendo coerente com a vida cristão na comunidade, no mundo e na família.

 

Boa Preparação para a Páscoa!!!

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Bacharel em Teologia Jose B. Schumann Cunha

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Quaresma, tempo para repensar a vida para a conversão a Deus

Quaresma, tempo para repensar a vida para a conversão a Deus



 

Queridos irmãos e irmãs, estamos iniciando hoje o período da Quaresma, 40 dias antes da Páscoa do Senhor. Com a quarta feira de cinza marca o início desse caminho quaresmal. É um período de oração, jejum e penitência.

É um período propício para que repensemos a nossa vida e as nossas atitudes diante da nossa vida e da vida dos outros, fazendo assim uma guinada para Deus para fazer  a sua vontade. A vontade de Deus é que sejamos libertos do pecado e dos vícios que atrapalham a nossa caminhada para o céu.

O Papa Francisco hoje nos falou: “A Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos percorrendo, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende". (fonte https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-missa-quarta-feira-cinzas-quaresma-regresso-deus.html)

Uma forma segura é a conversão que se faz de modo concreto sem nenhum rodeio para que as mudanças em nossa vida sejam para o nosso crescimento espiritual e comunitário.

Devemos ser singelos e discretos para que a nossa mudança seja para o nosso bem e não para ser vista pelos outros. O orgulho deve dar lugar a humildade. O caminho pode ser considerado um novo êxodo para a libertação do nosso interior de tudo que ofusca a nossa vida de filhos de Deus.

Refletindo o que Papa nos diz: “A viagem da Quaresma é um êxodo da escravidão para a liberdade”, disse ainda o Papa. “São quarenta dias que recordam os quarenta anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto para voltar à terra de origem. Mas, como foi difícil deixar o Egito! Ao longo do caminho, nos seus lamentos, sempre se sentiam tentados pelas cebolas, tentados a voltar para trás, presos às memórias do passado, a qualquer ídolo. O mesmo se passa conosco: a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa. Para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões”. (fonte https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-missa-quarta-feira-cinzas-quaresma-regresso-deus.html)

Nesse período é garantido que a nossa volta a Deus seja como foi a volta do filho Pródigo. Este reconheceu que na sua miséria humana que perdeu está longe do Pai que sempre espera pela sua consciência que errou e que deva voltar para ter a dignidade restabelecida. Deus é como um Pai que espera de braços abertos para o retorno a graça e a nova libertação dos pecados para que possamos celebrar bem a Páscoa. É um caminho grande, mas o que ajuda é a oração, o jejum e a penitência para quebrar sempre o nosso orgulho e a nossa autossuficiência.

O gesto humilde de receber as cinzas na cabeça nos leva a refletir que devemos mudar e melhorar de vida. Assim diz o Papa Francisco: “Depois precisamos de regressar a Jesus, fazer como aquele leproso curado que voltou para Lhe agradecer. Somos chamados também a regressar ao Espírito Santo. As cinzas na cabeça nos lembram que somos pó e ao pó voltaremos”. (fonte https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-02/papa-francisco-missa-quarta-feira-cinzas-quaresma-regresso-deus.html)

A graça de Deus nos ajuda a voltar a Ele com o coração transformado para vivenciar o amor, o perdão, a solidariedade e fraternidade. Que esse período nos ajude a ser cada vez mais dócil ao Espírito Santo e nos esforçarmos para estar na presença de Deus a onde estivermos no mundo.

Desse modo, vamos sentir novamente o amor que Deus sempre nos dá. Sentir amado é algo muito grande e isso é a graça que transborda a nossa vida.

Tudo por Jesus nada sem Maria!!! Boa quaresma a todos.

Jose Benedito S. Cunha

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Os Excluídos são acolhidos por Jesus



Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o 6º Domingo do tempo comum, e vamos ver como é que Jesus se demonstra no mundo e nos mostra quem é Ele. Sabemos que Jesus é Deus que está ao lado do pobre e dos excluídos, principalmente os que não tem vez e nem voz nesse mundo. Todos têm vez com Jesus, mas há os que mais precisam de sua atenção e Jesus não os deixa de lado.

Jesus age com gestos e palavras. Ele é o libertador do homem em todas as suas dimensões. O que houve na casa da sogra de Pedro, Ele a cura, mas agora cura os excluídos que são aqueles que ficam à margem daquela sociedade e hoje Jesus tem um olhar especial também a eles.

No livro do Levítico nos mostra uma severa discriminação ao acometido pela doença da lepra. Tinha orientação na lei de Moisés sobre como deveria comportar os doentes e com a teoria do impuro ninguém poderia se aproximar daquele doente. Isso era a preocupação do contágio. E eles tinham o conceito de que aquela doença era castigo de Deus. Hoje não é muito diferente, alguns pensam que essa pandemia da covid 19 é castigo de Deus e afastamos e excluímos os que podem ter essa doença ou tendo uma atitude de indiferença para com os que sofrem de um mal. (cfr. Lv 13,1-2.44-46)

O apóstolo Paulo nos fala que devemos ser agente do amor e da caridade, tudo isso fazemos para  a glória de Deus. Nossa atitude deve ser de acolhida pelos doentes e ter uso e regras de precaução ditas pela OMS sem deixar de lado o doente nunca. (cf.1Cor 10,31-11,1)

O evangelista Marcos nos mostra a coragem de um leproso de aproximar-se de Jesus, assim ele estava desobedecendo a Lei de Moisés, mas Jesus não o excluiu. A atitude do doente de ajoelhar diante de Jesus já é um reconhecimento dele que Jesus é Deus. Ele declara a fé em Jesus dizendo: se queres pode me limpar. Jesus tem compaixão e cura.

Jesus é o restituidor da saúde e da liberdade. O que podemos notar é que Jesus também contraria a lei, colocando a mão no doente excluído da sociedade, curando-o. O gesto de Jesus nos faz pensar e questionar a nossa atitude diante de doentes e excluídos da nossa sociedade. Devemos ter o olhar de Jesus e procurar agir em conformidade com o amor cristão. Mas jesus não desobedece por completo a lei, indicando ao curado que fosse na presença da autoridade religiosa da época para atestar a sua cura na integridade, habilitando-o para viver novamente em sociedade. (cf. Mc 1,40-45)

Jesus é o integrador da pessoa humana e acolhe a todos na família de Deus e que possamos ser um porta voz de esperança e de amor a todos.

Que esta liturgia nos ajude a sermos solidários e fraternos com todos para que formemos uma grande família onde todos estejam aptos para participar da mesa do banquete da vida e da mesa da Palavra que nos alimente nos fortalece para sermos irmãos de todos.

Tudo por Jesus nada sem Maria!!!

Jose Benedito Schumann Cunha

sábado, 6 de fevereiro de 2021

O Sofrimento faz parte da existência humana

  O Sofrimento faz parte da existência humana




Estamos a celebrar o 5º Domingo do tempo comum no dia 07/02/2021e nesta liturgia vai nos ajudar a iluminar a nossa vida diante de tantas adversidades e situações de nossa existência. O sofrimento é uma delas que todos são atingidos sem distinção. Principalmente neste tempo de pandemia com os vitimados pela covid 19 e pelos milhares de mortes aqui no Brasil e no mundo.

Muitas vezes não entendemos o sofrimento e fazemos questionamentos sobre ele. Sabemos que o sofrimento faz parte da existência humana que pode ter origem pela nossa fragilidade humana e também de guerras, de ódios, de violência de toda ordem, calamidades, pobrezas devido a exploração dos sistemas capitalista e socialista, doenças etc. a pergunta que fazemos: quem é o culpado de tudo isso?  Seria um castigo de Deus? Seria o nosso pecado e desobediência a Deus? E a pessoa boa e justa por que sofre? E muitos outros questionamentos de toda a ordem sobre o sofrimento que a comete a todos, quem é o culpado? Como que explica o sofrimento de Jesus na cruz?

Essas perguntas que fazemos tem respostas diante da Palavra de Deus que nos fala como uma teologia do sofrimento.

No livro de Jó temos a experiência de Jó no sofrimento. Ele era um homem bom, justo e era fiel a Deus. Ele tinha muitos bens e uma grande família.

As leituras bíblicas nos dão uma resposta. Uma hora para outra tudo muda mudou na vida de Jó, perdeu os bens e a família e para piorar foi atingido de uma doença grave. Muitos amigos achavam que era castigo de Deus e Jó começou a questionar aquela situação triste que estava passando. Um sentimento de tristeza e de vazio levando isso a Deus. Uma revolta natural, mas logo encontra em Deus a confiança para tirá-lo desse sofrimento.

Aqui ele encontra em Deus a esperança e o sentido da sua própria existência. A experiência do sofrimento de Jó e como que ele se comportou é para nós modelo de fé em Deus. Reconhece que tudo e toda a maravilha que há é obra de Deus. Se Ele fez tudo de bom há de dar a solução para essa situação de sofrimento, de dor e de tristeza. Como nos comportamos diante do sofrimento atual em nós nos e outros? Jamais podemos achar que Deus é culpado e nem um mostro que gosta de ver o sofrimento da pessoa, mas devemos descobrir a ação verdadeira de um Deus compassivo e bom.

Isto nos traz a experiência da esperança e da fé em Deus.  Esse sofrimento nos faz crescer e entender a nossa fragilidade e criar em nós um coração solidário pela dor e  pelo sofrimento do outro. (cf. Jó 7,1-4.6-7)

Na primeira carta de Coríntios, Paulo nos chama para responsabilidade de evangelizar. Essa é uma responsabilidade que vem do compromisso do nosso batismo. O mundo necessita de evangelizadores comprometidos com a missão de levar Jesus, o bom pastor, que cuida de todas as ovelhas, principalmente as que mais sofrem. Não podemos agarrar na função de trabalho na Igreja, mas colocar a serviço daqueles que mais precisam de nossa ajuda. A igreja não é um aglomerado de pessoas, mas uma comunidade onde todo tem vez e voz. Sejamos um Igreja do pão partido e de saída para que a mesa da vida sejam todos participantes. (cf.1Cor 9,16-19.22-23)

 O evangelista Marcos nos mostra Jesus diante do sofrimento humano. Aqui temos a missão do Messias no mundo. Na Galileia começou a proclamação do Reino de Deus por Jesus. A realidade do mundo de Jesus é de sofrimento e dor causados, muitas vezes, pela insensibilidade das pessoas e também do sistema político e religioso da época. Nesse contesto Jesus traz a mensagem e a atitude para salvação e libertação da pessoa. Aqui vemos uma multidão de sofredores. E Jesus se solidariza com todos. Jesus é vencedor do mal e anuncia um mundo novo de liberdade e de vida plena que vem na conversão e mudança de vida.

Jesus sai da Sinagoga e vai à casa de Pedro, lá a sua sogra estava acamada e doente. Mas Jesus a cura no gesto de segurar na sua mão e pede para que ela se levante. Assim que restabelece a sua saúde, ela coloca-se para servi-los. Vemos Jesus curando muitos doentes e também Jesus orando no deserto de madrugada a Deus Pai. (cf Mc 1,29-39) Assim a oração é a comunhão que temos com Deus da vida.

 A oração é importante para quem quer servir a Deus numa missão nesse mundo. Devemos ser pessoas de oração e de atitudes para aliviar a dor de muitos de nossos irmãos e irmãs, principalmente hoje devido a pandemia. Muitos perderam a vida e muitos ficaram sozinhos e sem a presença de pessoas para solidarizar e ter compaixão devido a esse vírus e o medo de ser contagiados.

Que esta liturgia nos ajude a ter mais fé e se colocar na mão do Senhor para que o medo seja substituído pela coragem de ir ao encontro daquele que está em desespero devido a doença, ao desemprego, da falta de assistência de toda ordem. Que o amor vença as barreiras e que sejamos mais fraternos com todos. Amém

 Tudo por Jesus Nada sem Maria!!! Eis me aqui, envia-me.

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha