Que significa a palavra baal que encontramos na Bíblia?
Paraclitus <donotreply@wordpress.com>
Que significa a palavra baal que encontramos na Bíblia?
por Paraclitus
baal_ofertaA palavra baal significa senhor, no sentido de dono ou patrão. Na bíblia, essa palavra é usada como nome de lugar, por exemplo, Baal-Hermon(Jz 3,3), Baal-Gad(Js 11,17), ou Baal-Hasor(2Sm 13,23). Era usado também como nome de pessoa: Isbaal e Meribaal, que era filho de Jônatas e neto de Saul, primeiro rei de Israel(2Sm 4,1-4; 1Cr 9,39s.).
Mas esta palavra baal é usada, sobretudo, na Bíblia para indicar divindades diversas, que em verdade não tinha nada em comum além do fato de serem uma divindade.
Fala-se, por exemplo, do baal de uma árvore, do baal de um lugar(cf. Zc 12,11). Isso porque era comum naquela época e naquela região considerar determinado deus como sendo dono ou patrão de um lugar, isto é, a divindade que era adorada naquele lugar. Isso era o contrário do costume dos povos nômades, dos quais descendiam Israel, que consideravam as divindades como deuses dos pais, isto é, domo uma divindade que pertence ao clã familiar.
Esses deuses dos pais não eram adorados num lugar determinado, porque acompanhavam esses povos que, por serem nômades, andavam de um lugar para outro sem referência fixa.
Na terra de Canaã, atual Palestina, o deus Baal era o grande dispensador da fertilidade e era adorado sobretudo nas baixas colinas da região, onde era praticado o ritual da fecundação através das prostitutas “sagradas”.
Aos poucos, Baal passou a ser o nome próprio de um deus ao qual foram atribuídos os vários cultos que inicialmente eram atribuídos aos diversos baals, isto é, aos diversos deuses de vários lugares. Em ouras palavras, isso significa que determinado Baal assumiu o domínio e o poder sobre os outros baals.
Assim Baal passou a ser considerado como o grande adversário de Javé, Deus de Israel. E apesar da pregação e da oposição dos profetas, o culto a Baal e aos vários baals resistiu muito tempo em Israel.
Alguns reis favoreciam esse culto que era muito difundido entre a população que já habitava aquelas terras, antes da chegada do israelitas, e era popular também aos escravos de guerra que viviam em Israel, os quais identificavam esses baals locais com os próprios deuses.
Os reis da Israel chegavam até mesmo a consultar essa divindades locais e a promover-lhes o culto. O exemplo mais famosos é aquele de Acab, que, instigado, pela sua mulher Jezabel, fez tudo para incrementar o culto a Baal, o que provocou a furiosa reação do profeta Elias, que foi perseguido por causa disso.(1Rs 18,18).
Mas com a ajuda de Javé, o profeta Elias desafiou e venceu os sacerdotes de Baal naquele famoso episódio que aconteceu no Monte Carmelo, que podemos ler no primeiro livro dos Reis, capitulo 18. Boa leitura!
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