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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Irmã Raimunda Dorilene

Mara Narciso
médica-endocrinologista e jornalista

Saiu da Ilha de Mosqueiro no Distrito Administrativo de Belém do Pará, onde nasceu em 31 de agosto de 1951, e, anos depois, foi criar na cidade de Grão Mogol - MG, em janeiro de 1988, com o apoio do Bispo Dom Geraldo Majela de Castro, a Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias Diocesanas da Encarnação. Raimunda Dorilene Pinheiro Pereira, a primeira de 11 irmãos, é uma mulher de 67 anos, especialista em multiplicar bondade. Os feitos históricos da sua Irmandade foram publicados agora no livro “30 anos de Missão Profética no Norte de Minas”, lugar onde plantou suas sementes, especialmente em Montes Claros.


Graduada em Biologia e pós-graduada em Gerenciamento Ambiental, a Madre Superiora Irmã Raimunda Dorilene é pessoa de grande capacidade escondida, momentaneamente, por detrás da sua pequena estatura, cor parda e humildade gritante. Mal começa a falar, e já se destaca pela segurança, serenidade, sabedoria e coragem para mudar a vida de gente de perto e de longe. Aqui não é livro oficial, então posso deixar meu agnosticismo de lado e falar, sem contenção, do que vejo e sinto.

Pertenceu por 18 anos à Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Terezinha, mas criou sua própria Irmandade para trabalhar com a população mais esquecida da Terra: os mais perseguidos, os mais frágeis e os mais famintos. Seu lema é “ir aonde ninguém quer ir”, e para isso é preciso começar logo, acordar cedo, andar muito e, na caminhada, cada parte do dia poderá ser perigosa e imprevisível, numa batalha pelo resgate de pessoas e almas.

Contar sobre o trabalho dessa freira é falar de amor, fé, doação, desprendimento, abnegação e até negação de si mesma. É ver o seu eterno ajudar, sem pensar no sacrifício nem na dor do caminho, antevendo o resultado da ação, da intervenção, da construção, do acolher, ouvir, chorar, compreender. E adiante, colher frutos, vendo o renegado crescer e sorrir. Isso ainda existe e emociona!

Quando abracei a Irmã Raimunda Dorilene na festa de lançamento do livro da Congregação, disse a ela: hoje você é rainha, hoje você é gigante! E tudo estava acontecendo de uma maneira imensa, resultado da união, colaboração e serviço formiguinha da comunidade e amigos. A bondade e a compreensão que fluem dela espalham uma iluminação contagiosa. Nas proximidades, muitas outras podem brilhar.

A cerimônia constou de duas partes e aconteceu no auditório do Colégio Marista São José. A celebração religiosa foi oficiada pelo Arcebispo Dom José Alberto Moura e concelebrada pelo arcebispo adjunto Dom João Justino de Medeiros e mais seis padres, inclusive Padre Abraão Ambessum Sambú. Da Guiné Bissau, ele veio para a festa. Naquele país, recepcionou as freiras, que prestaram serviço na África durante quatro anos. Também estão na comunidade três moças guineenses chamadas Hortênsia, Lisandra e Teia. Seguindo as tradições do seu país, fizeram o Ofertório dançando e depois cantaram com voz de timbre angelical. Atenta, ouvi o Bispo Dom José Alberto Moura pedir menor apego ao ter, poder e prazer, ainda que sejam bens aceitáveis em pequenas medidas.


No auditório cheio, com participação das comunidades de base e autoridades, o lançamento do selo comemorativo dos Correios mostrou o reconhecimento da vitoriosa caminhada missionária das Irmãs Franciscanas Missionárias Diocesanas da Encarnação.

Um grupo de jovens fez uma representação da essência de São Francisco de Assis, levando paz e pão para quem precisa, acontecendo depois, o lançamento do livro. A obra conta, através de 18 autores, eu no capítulo africano, os 30 anos da missão das irmãs e o resgate de vidas. Os resultados dos destinatários, que prestam depoimento no livro, dão mostras do grande coração que possuem. E, para além da cerimônia e da Madre, outras pessoas abnegadas compõem a Congregação: Ana Francisca, Etelvina, Hortênsia, Lisandra, Lúcia Otávia, Maria das Graças, Maria Valmeres, Miraci e Teia.

É preciso falar em compaixão e acolhimento, divulgar ações e despertar o desejo de doação nos demais. Irmã Raimunda Dorilene é pessoa tão vocacionada para o amor e a caridade que se poderia falar em ardor profético. Da fortaleza da fé e da coragem dessa grande religiosa vem uma luz do bem, que impregna tudo em que toca, e assim, segue os passos de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis.

quinta-feira, 04 de outubro de 2018

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