por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com
A Igreja vive da Eucaristia, força para a missão. Não podemos ficar indiferentes aos problemas humanos e nem nos omitirmos em nossa missão de evangelizar. Somos a Igreja do pão partido. Somente Cristo nos satisfaz por inteiro. Ele é o Pão do Céu que nos convida à comunhão com Ele e com todos os irmãos de caminhada na comunidade e na vida. Se quisermos ser coerentes na vida cristã, precisamos nos nutrir da Palavra de Deus e da Eucaristia, pois só, em Deus, nós podemos encontrar o abrigo e o poeta seguro.
''Só na abertura a Deus, no acolhimento de seu dom, nos tornamos verdadeiramente livres”, afirmou o papa Bento XVI, quando presidiu a santa missa de encerramento do 25º Congresso Eucarístico Nacional da Itália, na cidade de Ancona, neste domingo (11/09). O encontro começou no último dia 03, sob o lema "Senhor a quem iremos? A Eucaristia na vida cotidiana".
Na homilia, o pontífice afirmou que é preciso recuperar o primado de Deus no mundo e na vida, porque é isso que permite reencontrar a verdade sobre o homem e conhecer e seguir a vontade de Deus, único meio para encontrar o verdadeiro bem. A Eucaristia é o ponto de partida para recuperar esse primado, indicou. "Mas o que comporta para a nossa vida cotidiana esse partir da Eucaristia para reafirmar o primado de Deus? A comunhão eucarística, queridos amigos, arranca-nos do nosso individualismo, comunica-nos o espírito do Cristo morto e ressuscitado, conforma-nos a Ele" [1].
"Uma espiritualidade eucarística, portanto, é o verdadeiro antídoto ao individualismo e ao egoísmo que frequentemente caracterizam a vida cotidiana. [...] É alma de uma comunidade eclesial que supera divisões e contraposições e valoriza a diversidade de carismas e ministérios, colocando-os a serviço da unidade da Igreja, da sua vitalidade e da sua missão. [...] É caminho para restituir dignidade aos dias do homem. [...] Ajudará também a abordar as diferentes formas de fragilidade humana, conscientes de que não ofuscam o valor da pessoa, mas requerem proximidade, acolhida e auxílio", apontou Bento XVI.
O santo padre destacou que não há nada de autenticamente humano que não encontre na Eucaristia a forma adequada para ser vivido em plenitude. É a relação com Deus que dá consistência à nossa humanidade e torna boa e justa a nossa vida. No entanto, acolher verdadeiramente esse dom significa perder-se, deixar-se envolver e transformar até o ponto de viver d'Ele [1].
"Muitas vezes confundimos a liberdade com a ausência de vínculos, com a convicção de podermos agir sozinhos, sem Deus, visto como um limite à liberdade. Na verdade, só na abertura a Deus, no acolhimento de seu dom, nos tornamos verdadeiramente livres, livres da escravidão do pecado, que desfigura o rosto do homem, e capazes de servir ao verdadeiro bem dos irmãos".
O papa também ressaltou que o Sacramento da Eucaristia é via de acesso ao dom da entrega do Senhor por livre ato de amor. "Deus se dá a nós, para abrir a nossa existência a Ele, para envolvê-la no mistério de amor da Cruz, para torná-la participante do mistério eterno do qual provimos e para antecipar a nova condição da vida plena em Deus, na expectativa da qual vivemos. [...] A Eucaristia sustenta e transforma toda a vida cotidiana".
Por fim, Bento XVI ressaltou que nutrir-se de Cristo é o caminho para não permanecer estranhos ou indiferentes às sortes dos irmãos, "mas entrar na mesma lógica do amor e de dom do sacrifício da Cruz". E pediu: "Como a Virgem Maria, tornemo-nos também nós 'ventre' disponível para oferecer Jesus ao homem do nosso tempo, revelando o desejo profundo daquela salvação que vem somente d'Ele [1].
Assim, com as orientações do nosso papa, podemos continuar firmes na fé em Deus, nutri-se da Eucaristia e ter sempre Maria na vida e no pensamento, pois ela é a mãe de todas as horas e nos leva sempre a Jesus. Não podemos seguir Jesus sem pensar em Maria, mulher corajosa e aberta a Deus sempre.
Amém!
[1] > FONTE - www.cancaonova.com
Bacharel em Teologia pela Pontificium Athenaeum S. Anselmi de Urbe (Roma/Itália) e Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História e Pedagogia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.
Texto pensado, produzido e escrito em 11 de setembro de 2011
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