Carta pastoral da Igreja na África do Sul: A corrupção rouba dos pobres
Bispos pedem exame de consciência e resistência à tentação da corrupção
Por Sergio Mora
ROMA, 17 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Conferência Episcopal da África do Sul (SACBC) divulgou em 15 de outubro uma carta pastoral na qual afirma que “a corrupção rouba dos pobres”. A SACBC reúne os bispos da África do Sul, da Suazilândia e de Botsuana. Os bispos pediram “mais atenção aos danos causados na sociedade e na Igreja pela corrupção galopante” e encorajaram todos “a trabalhar pela sua erradicação”.
A carta pastoral destaca que o papa Francisco recentemente se referiu à corrupção como “pior que outros pecados”, por se transformar num hábito que endurece o coração a ponto que nos deixar insensíveis aos sinais dos tempos e aos convites da graça de Deus.
Os prelados exortam a “examinar as nossas próprias atitudes como cidadãos, dentro da família, da sociedade e da igreja. A mudança de coração é um chamamento para caminharmos à luz do Senhor”.
“A corrupção afeta toda a comunidade. Quando os subornos se tornam habituais na vida dos funcionários públicos, dos empresários ou de pessoas da Igreja, essas pessoas corruptas deixam de lado o respeito pelas suas obrigações para tentar ganhar dinheiro para si mesmas”, prossegue o documento, explicando que a corrupção leva ao cinismo generalizado devido à falta de confiança mútua que provoca na sociedade.
"A corrupção rouba dos pobres", dizem os bispos. “O dinheiro que vai para o bolso dos corruptos deveria ser investido para se dar um teto às pessoas sem casa, para se dar atenção médica aos doentes ou para a satisfação de outras necessidades”.
Os bispos lembram que, de acordo com as estatísticas, no sul da África “aproximadamente a metade da população admite ter pagado suborno, em grande parte a policiais e funcionários do governo [...] Isto significa que o desafio de erradicar este mal é lançado para todos nós”, diz o documento.
Finalmente, o texto episcopal sugere três pontos de especial relevância:
“Em primeiro lugar, reconheça que a corrupção é um problema de todos. Precisamos examinar as nossas consciências, nos deixar interpelar pelo Evangelho à conversão e resistir à tentação de participar em atos de corrupção”.
“Em segundo lugar, se você for vítima da corrupção, denuncie. O suborno e todas as demais formas de corrupção prosperam em condições de segredo e de ocultamento, e persistem porque permitimos”.
“Em terceiro lugar, comprometa-se com mais transparência e honestidade em casa, na paróquia e no local de trabalho”.
A SACBC convocou a todos para uma campanha contra a corrupção. O departamento Justiça e Paz do episcopado sul-africano disponibilizará informações sobre como trabalhar para denunciar a corrupção e combatê-la.
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