ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Papa diz um “não” à “medicina dos desejos”

O Papa diz um “não” à “medicina dos desejos”
Na audiência com o Pontifício Conselho dos operadores sanitários, Francisco exorta a estar do lado de quem sofre, deplorando o mito da “perfeição física” e da “eterna juventude”


Roma, 19 de Novembro de 2015 (ZENIT.org) Luca Marcolivio | 378 visitas


O respeito pelo "valor da vida" e, ainda mais, o ''amor pela vida”, torna-se prática, principalmente, no estar ao lado do próximo, no aproximar-se, no cuidar de quem sofre no corpo e no espírito”.

Foi o que disse o Papa Francisco ao receber na manhã de hoje, em audiência na Sala Regia do Palácio Apostólico Vaticano, os participantes da XXX Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho dos operadores sanitários com o tema “A cultura da Saúde e da acolhida a serviço do homem e do planeta”, aberto hoje no Vaticano e que terminará no sábado, 21 de novembro.

Depois de salientar a coincidência do Congresso com o vigésimo aniversário da publicação da Encíclica Evangelium vitae de S. João Paulo II, o Papa recordou que os valores da solidariedade, da proximidade e da compaixão, próprios dos operadores sanitários, serão colocados “em especial destaque durante o Jubileu da Misericórdia, que nos chama a estar perto dos irmãos e das irmãs que sofrem”.

É precisamente a Evangelium Vitae, além disso, que recoloca os “elementos constitutivos” da “cultura da saúde” na “acolhida”, na “compaixão”, na “compreensão” e no “perdão”; as mesmas atitudes que mostrava normalmente Jesus pela “multidão de pessoas necessitadas que se aproximavam dele todos os dias: enfermos de todo tipo, pecadores públicos, possuídos, marginalizados, pobres, estrangeiros", disse o Santo Padre.

A “inviolabilidade da vida”, como especificava a encíclica de João Paulo II, implica “exigências positivas” que “vão desde o cuidar da vida do irmão (familiar, pertencentes ao mesmo povo, estrangeiro que mora na terra de Israel), ao cuidar do estranho, até amar o inimigo” (EV n ° 41).

Esta cultura da proximidade reduz "toda barreira de nacionalidade, de origem social, de religião” e torna os homens mais semelhantes ao “bom samaritano” da parábola evangélica.

Assim sendo, supera-se também a distinção de classe em que “tanto nos Países ricos quanto nos pobres, os seres humanos são aceitos ou rejeitados de acordo com critérios utilitaristas, em particular de utilidade social ou econômica”.

Este tipo de mentalidade, acrescentou Francisco, desemboca na assim chamada "medicina dos desejos" que, especialmente nos países ricos, leva à "busca da perfeição física a qualquer custo, à ilusão da eterna juventude", levando a "descartar ou marginalizar aqueles que não são "eficientes", que é visto como um fardo, um incômodo".

Ao mesmo tempo, o “tornar-se próximo”, como afirma também a encíclica Laudato Si’, “traz consigo também assumir-se responsabilidades obrigatórias com a criação e a “casa comum”, que pertence a todos e foi confiada aos cuidados de todos, também das gerações vindouras”, recordou o Papa.

A Igreja tem a intenção de educar para "proteger" e "administrar" a "família humana" e a "criação como um todo", para que as gerações futuras a façam mais ainda “humanamente suportável", para alcançar os "mais pobres e excluídos" em nome da "dignidade humana".

O Santo Padre pediu que, nas vésperas do Jubileu “este grito possa encontrar eco sincero nos nossos corações, para que também no exercício das obras de misericórdia, corporal e espiritual, de acordo com as várias responsabilidades confiadas a cada um, possamos acolher o dom da graça de Deus”.

O desejo do Pontífice é que as jornadas de estudo promovidas pelo dicastério vaticano da saúde possam “contribuir para um novo desenvolvimento da cultura da saúde, compreendida, também essa, em sentido integral”.

Para isso, Francisco, finamente, incentivou os participantes a terem presente nos seus debates “a realidade daqueles povos que mais sofrem os danos provocados pela degradação ambiental, danos graves e muitas vezes permanentes à saúde”.

Nenhum comentário: