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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Seção de jornal chama doação católica de esmola

por João Renato Diniz Pinto
diniz_pinto@hotmail.com

A edição de quarta-feira, 14 de outubro de 2009, do “Jornal de Notícias” (Editoria “Nacional/página 03) informa na Seção “Últimas Notícias” que “Igrejas Evangélicas arrecadam no Brasil 1 bilhão de reais, por mês (mais do que os 680 milhões de reais da Igreja Católica)”.

Na nota, recorta-se a realidade religiosa nacional e noticia-se o seguinte. “Pesquisa feita pelo Instituto Análise com mil pessoas em 70 cidades brasileiras mostra que as igrejas evangélicas no Brasil recolhem, por mês, um 1 bilhão e 32 milhões de reais. A Igreja Católica, que tem mais adeptos, arrecada menos: são 680 milhões e 545 mil reais em doações. Entre os evangélicos, a pesquisa mostra que as igrejas que mais recolhem são as pentecostais, como a Assembleia de Deus, e neopentecostais, como a Universal do Reino de Deus. O estudo revela que seus cofres engordam mensalmente com doações que chegam a quase 600 milhões de reais. Cada fiel doa em média 31 reais - mais que o dobro das esmolas que os católicos deixam nas suas paróquias (14 reais). A pesquisa mostra também que o número de católicos no Brasil continua em queda”.

Ao fazer uma análise mais crítica dessa informação, pode-se orientar o pensamento para o Programa “Bolsa-Família”, do Governo Federal, que tem a proposta de beneficiar famílias carentes com R$ 15 por filho na escola. Sem entrar no mérito se o Programa cumpre totalmente o seu trabalho, ao voltar os olhos para a nota do “Jornal de Notícias”, qualquer ser humano minimamente capacitado chegará à conclusão de que se os R$ 14 que cada católico oferece à sua paróquia são “esmolas”, os R$ 15 do “Bolsa-Família” também é uma “esmola”. Mas, em função da miserabilidade do Brasil, essas “esmolas”, com todos os seus problemas, ainda ajudam a desenvolver pequenas economias de milhares de municípios brasileiros. Essas mesmas “esmolas” colaboram para que o sistema financeiro não vá à lona. É a pessoa mais pobre que tem a ousadia (ou a necessidade de sobrevivência a faz ter essa coragem) de tomar empréstimos dos bancos dos aposentados e outros genéricos que se espalharam como um vírus por este país afora.

A nota do “Jornal de Notícias” conclui que o número de católicos prossegue declinante no Brasil. Em um universo de mil pessoas, em uma nação com quase 200 milhões de seres humanos miscigenados culturalmente, é muito forçoso fazer tal afirmação. O mais próximo da verdade é que os católicos são mais “desleixados” e livres para agir no decorrer da vida, enquanto que também se verifica no país um vertiginoso aumento no número de ateus e no ceticismo dos brasileiros quanto a um futuro melhor. Tudo em virtude do aumento da corrupção em todas as áreas humanas, sobretudo a política e a educação. Enquanto isso, a maioria das religiões só cumpre o seu papel de conforto espiritual, ao invés de denunciar as deformações do sistema capitalista que continua se reproduzindo livremente, seja na mais simples comunidade rural ou no mais desenvolvido centro urbano.


João Renato Diniz Pinto, 30 anos, é cozinheiro formado pela Faculdade de Ciências Humanas (FCH) do então Centro Universitário Fumec. Já sabe fazer café, chá e lavar vasilhas, enquanto torce para o Clube Atlético Mineiro ser Campeão Brasileiro de 2009 e para que o Supremo Tribunal Federal (STF) reveja a sua decisão que desobriga a formação plena do profissional de Jornalismo para o exercício desta atividade de comunicação.

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