Devemos acolher os excluídos
Queridos irmãos e irmãs, estamos
no 6º Domingo do Tempo Comum, a Igreja celebra o dia do Senhor. Nós somos convidados a mergulhar no mistério
pascal de Cristo. A trajetória da liturgia nesse domingo vem nos mostrar quem é Jesus,
mas não com respostas abstratas e vazias, mas com fato concreto na ação de
Cristo na terra. Quer conhecer Jesus é ver nos seus gestos, na sua palavra e na
atitude da acolhida, principalmente os pobres, os doentes e os excluídos da sociedade. Hoje Jesus nos interpela para viver
o cristianismo com autenticidade de vida. Domingo passado, Jesus cura a sogra
de Pedro no gesto de estender a mão e ajuda alevantar-se da cama.
A liturgia desse domingo vamos
deparar com os marginalizados e excluídos da historia, no tempo de Jesus e podemos também detectar
essas situaçoes na nossa sociedade atual.
No livro do levítico nos alerta e
nos mostra a discriminação das pessoas para com os leprosos e esta situação
estava legitimada pela Lei de Moisés. Assim estava escrito: "O leproso
andará com vestes rasgadas, cabelos soltos e barba coberta...Viverá isolado,
morando fora do acampamento... Ao se encontra com alguém, deve gritar: sou
impuro..." (cf. Lv 13,1-2.44-46) Porque desse preceito na lei? A resposta é
a preocupação daquele tempo pelo contágio dessa doença para outras pessoas e também
a visão dos hebreus que acreditava que esta doença era um castigo de Deus. Essa
condição fazia deles excluídos da comunidade.
Na carta de São Paulo aos coríntios
nos faz uma exortação para "fazer tudo para a glória de Deus". O que
é isto na nossa prática cristã no mundo? Se fizermos o bem, procurando diminuir
as injustiças e praticar a inclusão de todos, nós estaremos colaborando com o
projeto libertador e salvador de Cristo. Esta libertação se dá nas nossas ações
de ajuda, de partilha, de solidariedade e de misericórdia para com todos
precisam de nossa mão que os sustente e os levante da situação ruim para
melhor. (cf. 1Cor 10,31-11,1)
No evangelho de São Marcos nós
deparamos com atitude de Jesus Cristo para com um leproso e Ele o ajuda, curando-o e desse modo o integra na comunidade novamente. Jesus não fica paralisado
diante dele devido a Lei de Moises, mas aproxima e ajuda o leproso a sair daquela
situação horrível em que se encontrava.
Atitude do leproso foi corajosa e
contrariou o que estava na lei e aproximou de Jesus, ajoelhando e disse a Ele: "Se
queres, podes limpar-me..." - Jesus "se compadece",
"estende a mão e toca-o..." e restitui a saúde: "Eu QUERO, fica curado...". Jesus também
contrariou a Lei, pois Ele o acolheu e tocou nele. Isso era proibido pela Lei
de Moisés. O bem foi feito, mas Jesus manda para o sacerdote do templo para
poder ter o veredito, atestando que o doente foi curado e consequentemente ele podia
ser integrado novamente a comunidade da época. (cf. Mc 1,40-45)
Essa atitude de Jesus é de
superação da lei, pois a caridade deve vencer a restrição legal imposta. Nós
devemos agir com caridade e buscar soluções para acolher todas as pessoas que
sofrem injustiças, exclusão e ainda ficam marginalizados em nossa sociedade
capitalista.
Que esta liturgia nos ajude a sair
do egoísmo que escraviza para uma vida cristã coerente onde o ser humano deve
ter primazia e desta forma teremos uma comunidade viva onde todos têm vez e
voz.
Tudo por Jesus nada sem Maria!!!
Jose Benedito Schumann Cunha Bacharel em Teologia.
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