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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Papa usa a palavra 'genocídio' armênio e a Turquia protesta

Papa usa a palavra 'genocídio' armênio e a Turquia protesta

Depois que Francisco leu a mensagem sobre a deportação e extermínio de 1,5 milhão de armênios, Ancara afastou seu embaixador junto à Santa Sé e convocou o Núncio

Por Sergio Mora

ROMA, 13 de Abril de 2015 (Zenit.org) - O Santo Padre Francisco durante a missa celebrada no domingo (12), na Basílica de São Pedro, por ocasião do centenário da deportação e extermínio de 1,5 milhão de armênios, descreveu o acontecimento histórico como o primeiro genocídio do século XX, citando uma declaração assinada por João Paulo II e o Patriarca Arménio Karekin II, em 2001.

Na missa também a Sua Beatitude Nerses Bedros XIX Tarmouni lembrou o genocídio que começou em 24 de abril de 1915, e indicou que a Igreja Armênia declarará mártires, dia 23 de abril próximo, todos aqueles que aceitaram a morte cristã durante as deportações forçadas.

A Turquia reconhece a morte da população armênia deportada, mas nega que foi um genocídio e atribui o fato ao resultado da aliança dos armênios com a Rússia e as vicissitudes da Primeira Guerra Mundial.

Um problema que paira sobre o reconhecimento é que se a Turquia aceitasse o genocídio, surgiria então a necessidade de restituir parte do território dos armênios que foi ocupado.

Em protesto contra as palavras do Papa, o embaixador junto à Santa Sé, Mehmet PacacI, foi afastado. O diplomata tinha convocado uma conferência de imprensa na embaixada para o domingo (12), mas suspendeu no sábado.

Em 10 de fevereiro, quando o diplomata convidou para um almoço na embaixada três jornalistas, Fausto Gasparoni da agência de notícias ANSA, Andrea Tornielli do La Stampa, e Sergio Mora coordenador de Zenit em espanhol que assina esta matéria, considerou que a posição da Turquia sobre a deportação e morte dos armênios tinha começado a mudar com as recentes declarações do Presidente Erdogan e outras atitudes, mas admitiu que seria necessário muito tempo para conciliar a versão que indicam os descendentes dos deportados que sobreviveram.

Por sua parte, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu escreveu hoje em sua conta no Twitter: "A posição do Papa, tanto do ponto de vista histórico como jurídico é simplesmente inaceitável".

E pouco antes em outro tweet: "As funções religiosas não podem ser um meio para fomentar o ódio e animosidade através de argumentos infundados".

O Ministério das Relações Exteriores turco também convocou em Ancara, o núncio junto à Santa Sé, Dom Antonino Lucibello, para explicações sobre por que o Papa usou a palavra "genocídio" durante a missa na Basílica de São Pedro.

Em comunicado citado pela imprensa turca, e retransmitido pela agência AFP, o Ministério das Relações Exteriores turco manifesta sua decepção pelas declarações de Francisco, acreditando que ele "tomou partido", ignorando assim o sofrimento dos muçulmanos e de outros grupos religiosos no mesmo período. E acrescenta que as declarações do Papa "contradizem a mensagem de paz, de reconciliação e de diálogo" que Francisco anunciou em novembro, durante sua visita à Turquia.

Entre os sinais de abertura, o governo turco autorizou a construção de uma igreja cristã de rito siríaco no distrito de Yeşilköy, fora de Istambul, conforme notícia publicada em 5 de janeiro. É a primeira vez que isso acontece desde 1928, quando teve início a república, em um país onde menos de 1 por cento da população é cristã, com diversos ritos.

Ao regressar da Turquia, o Papa durante a Audiência Geral, indicou que teve a oportunidade de reafirmar a importância da garantia da liberdade de culto. Também recordou a declaração que assinou com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, na qual renova o seu compromisso de trabalhar para restaurar a "plena comunhão".

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