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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Operação da Polícia Federal prende suspeitos de envolvimento no vandalismo em Brasília/DF

Equipes cumprem mandados expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Distrito Federal e em sete estados

POR Renato Alves

A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal desencadearam no fim da noite de quarta-feira (28/12) uma operação para prender suspeitos de participação na tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal e nos atos de vandalismo que resultaram em incêndios a carros e ônibus em Brasília/DF, no último dia 12. Foram expedidos mais de 30 mandados de prisão, busca e apreensão. A operação foi nomeada como Nero - em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma - e ocorre no Distrito Federal e em sete estados: Pará, Tocantins, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rondônia e Mato Grosso. Todos os alvos são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e também tramaram outros atentados. 

Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão. Até a manhã desta quinta-feira (29/12), ao menos três pessoas haviam sido presas, uma no Rio de Janeiro, um em Rondônia e outra em Brasília/DF, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal informou que um dos alvos de mandado conseguiu fugir. Ele estava em um hotel de Brasília/DF.

A pessoa presa na capital é identificada como Klio Hirano. Nas redes sociais, ela tem diversas postagens publicadas em acampamento em frente ao Quartel General do Exército, onde manifestantes pedem uma intervenção das Forças Armadas para evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela ainda fez um vídeo em frente à sede da Polícia Federal no dia do vandalismo. Na gravação, ela pede que “defensores da pátria” sigam ao local. “É hoje que a gente vai ter a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que a gente está tanto procurando”, disse. 

Já Átila Reginaldo Franco de Melo, de 41 anos, foi preso em São Gonçalo (RJ). Ele fez campanha para Bolsonaro e chegou a passar dias no acampamento do QG do Exército em Brasília/DF, com a esposa. Ricardo Yukio Aoyama, de 33 anos, foi preso em Rondônia. Conforme investigação da Polícia Federal, ele foi o responsável por comprar combustíveis para os atos de vandalismo em Brasília/DF. Nas redes sociais, se apresenta como fiel apoiador do presidente.

Os ataques à sede da Polícia Federal e a veículos estacionados nas ruas do entorno do prédio ocorreram naquela noite do dia 12 de dezembro após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro. Oito veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis estacionados em frente a um shopping, depredaram equipamentos públicos e a fachada da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.

Fonte: Jornal "O Tempo"

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