Férias...

Julho... mês de férias. O que as crianças têm como atividade em nossa cidade para ocupar o tempo nas férias? Nada. Julho... Crianças de ensino primário e fundamental muitas vezes não têm nenhuma atividade para fazer e acabam fazendo coisas incoerentes para a idade. Passando na rua de moto neste período, a gente nota que pipas/araras estão sendo instrumento de atividade "cultural" para as crianças.

Pipa na mão de criança é um perigo. Nas férias, as crianças não encontram nenhuma atividade educativa para realizarem e acabam fazendo suas próprias atividades, que muitas vezes são prejudiciais a elas mesmas e a outras pessoas. Por exemplo, certo dia, uma criança vizinha soltava pipa com cerol e uma moto vinha de baixo e não visualizou a linha. Quase ocorreu uma tragédia.

Onde estão os trabalhos desenvolvidos pelas secretarias de cultura e de juventude, esportes e lazer? Temos que cobrar isso. Nós temos que pensar. Outro dia, um amigo falava: "Maicon, o povo tem que aprender a cobrar do governo, do estado. As pessoas têm que ser persistentes e cobrarem o que é delas por dever e direito". Foi aí que eu pensei: quantas vezes temos a oportunidade de estar na frente de um político que nós ajudamos a eleger, mas, ao mesmo tempo, não somos corajosos a ponto de cobrar os nossos direitos...

Onde estão os direitos da criança e do adolescente? Muitos jovens são até a favor da redução da maioridade idade penal. Crianças, por falta de instrução, cometem erros, até insuflados por alguém e acabam prejudicadas na vida. No último sábado, 27 de junho, aconteceu, no Auditório da Escola Técnica, Bairro Alto São João, em MOC, a Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Eu participei desta Conferência com o objetivo de representar a Pastoral da Criança, já que coordeno uma área em MOC do organismo de ação social. Na Conferência, fiquei perplexo com tanta injustiça e falta de instrução. Crianças e adolescentes frustrados. Jovens de abrigos desesperados e ansiosos em acreditar na construção de um país melhor.

Venho então humildemente, em nome de todos os excluídos de nossa cidade, pedir para você se juntar a nós e vamos ter a iniciativa de transformar esta triste realidade na qual vivemos. Vamos juntos ter ousadia de lutar e transformar a realidade social municipal.

Por exemplo, vamos pensar em uma colônia de férias para tirar as crianças da rua. Nós, população de Montes Claros, devemos ter atitude. Só assim construiremos um país melhor. Jesus abençoe a todos.

Maicon Deivison Pinto Tavares é estudante secundarista, voluntário da Pastoral da Criança da Paróquia Santa Rita de Cássia de Montes Claros e missionário da Pastoral da Comunicação Arquidiocesana

maicon_ptavares@hotmail.com