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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

80 anos da Crise de 1929

“O Mercado” comemora data com outra crise

Ele não sofre de tensão pré-menstrual, mas está sempre nervoso, ansioso e preocupado. Muito menos pertence ao universo do gênero feminino para isso. O másculo “O Mercado” preparou 2007 e 2008, e entrou 2009 imagine com quem ou com o que: com outra crise. Longe de ser “a marolinha” prevista e torcida por Luiz Inácio Lula da Silva, que não fala e não entende o economês, mas é o presidente do Brasil, a crise que afeta a humanidade neste final de primeira década do século XXI, sobretudo os “sem nada”, como costuma se referir o Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, Dom José Alberto Moura, àquelas pessoas desprovidas do acesso essencial à alimentação, à saúde e ao trabalho, não é sem sentido, como gostaria que fosse os capitalistas.

A crise que abate a contemporaneidade não é só uma simples crise do capitalismo financeiro, que há 80 anos era abalado por uma outra crise - o famoso “Crash da Bolsa de New York” ou Quebra da Bolsa de Nova Iorque, nos Estados Unidos. A crise que afeta desde os vendedores ambulantes que ficam nos arredores do Shopping Popular de Montes Claros ou na Praça da Catedral é verdadeiramente mais uma crise existencial humana com consequências mundiais. Foi mais ou menos assim que o Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, Padre Reginaldo Wagner Santos, analisou, baseado na Sagrada Escritura, o estremecimento atual da sociedade moderna na palestra “Reino de Deus e Promoção da Dignidade Humana”, no dia 04 de julho de 2009, tarde de sábado, na Casa de Pastoral Comunitária, durante o Seminário de Articulação para o 15º Grito dos Excluídos, 16º na Arquidiocese de Montes Claros.

Padre Wagner também se utilizou do Documento Final da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e Caribenho. Para ele, é preciso que todas as estruturas sejam geradoras de vida, afirmou o Sacerdote Diocesano e citou pensamento de Dom Helder Pessoa Camara (1909-1999). Se você pensa diferente me ajuda a crescer. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mais de um bilhão e 20 milhões de pessoas será atingida pela fome no mundo. Indicadores deste ano atestam que uma em cada seis pessoas passa fome no planeta Terra. No Brasil, são 54 milhões de pobres, e 27 milhões estão abaixo da linha da pobreza, dados de 2000.

Realismo

Promover o Reino de Deus atento à realidade humana, compreender a anestesia que impede os trabalhadores e as trabalhadoras de se manifestarem por melhores condições de vida, e pensar e agir pelo próximo que está em uma encruzilhada. Essas foram algumas orientações do Padre Wagner para tentar transformar o ambiente social atual. Ele contou que, na região onde é diretor espiritual, na Quase-Paróquia São José de Josenópolis e na Comunidade Nossa Senhora da Paz de Padre Carvalho, “no miolinho do Vale do Jequitinhonha”, como ele mesmo identificou, a polêmica questão da monocultura do eucalipto e o Programa Bolsa-Família paralisam pequenas ações camponesas, como a criação de frangos.

Mas, agora a expressão da moda é “flexibilização das leis trabalhistas”, que joga por terra milhares de trabalhadores brasileiros na precarização da vida. E o Estado do Bem-Estar Social o que faz: apenas aprofunda o mundo precário para dar vida, ou sobrevida, a um sistema que se sustenta com a produção de desumanidades. Hoje é ganhar na loteria o trabalhador que tem todos os direitos sociais básicos garantidos por uma determinada pessoa física, empresa, entidade ou até pelo próprio Estado.

A crise de hoje é por excesso de crédito, apontou Cledinei Carneiro Zavaski, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) na palestra sobre a Crise Econômica Mundial durante o Seminário das Pastorais Sociais. A prova disso é o incentivo do presidente Lula à população brasileira para que consuma, logo esqueça o que consumiu, e consuma novamente. Os milhares de bancos do aposentado e de incentivo ao crédito que são interiorizados pelo país podem ser um indício de crédito fácil e sem consciência para promover as tão afamadas “sociedades de consumo”, sejam elas de classe A, B, C, D ou E, como ensinava o francês Jean Baudrillard.

Solução?

Se já se minimizam os direitos sociais básicos dos trabalhadores brasileiros com o processo de sucateamento da máquina estatal, para os grandes especuladores financeiros - e o Estado é um deles -, a saída da crise é saquear a poupança suada dos trabalhadores, quando se verifica que o discurso dominante ainda é o da crise passageira. Então quem é o piloto? Sem querer culpar Sarney, FHC ou Lula, que são apenas gestores públicos nas mãos de uma imensa, complexa e intrincada rede de conveniência humana, a crise é séria e real, e quem mais sofre é o ser humano com menos base, seja ela material ou espiritual.

João Renato Diniz Pinto, 30 anos, era “baixarel” em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, desde 18 de junho de 2003 pelo então Centro Universitário Fumec (Fundação Mineira de Educação e Cultura), em Belo Horizonte, quando em 17 de junho de 2009 oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram pela extinção da obrigatoriedade do diploma para exercer o Jornalismo. Tudo isso para comemorar os 40 anos da lei que regularizou a profissão de jornalista e beneficiar oito mil e prejudicar 80 mil jornalistas por formação. Agora é cozinhar o tempo.

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