No
dia 07 de setembro, tivemos a celebração dos 190 anos da nossa independência. O
Brasil tornou-se um país soberano, onde todos podem participar. A cidadania se
faz pelo bom uso da liberdade com responsabilidade. Isso se consegue por
processo sociocultural, religioso e político através da educação de qualidade
para a vivência da democracia. Não se pode fazer a nação sem o respeito à vida
e do bem comum em vista da pessoa humana. Hoje se percebem muitas desigualdades
causadas por desgovernos que não levam em conta o bem comum das pessoas. A
corrupção e o jeito de tirar vantagens individuais para o proveito próprio têm
ofuscado a beleza da democracia onde o povo livremente escolhe os seus
governantes (1).
A
Igreja está no mundo para abrir ao homem caminhos que o leve à sua libertação e
dignidade humana. Formamos uma comunidade onde todos têm vez e voz, pois da
mesa do Senhor ninguém é excluído (1).
Segue
a argumentação segura de dom Leonardo: “Os leigos devem se engajar na política
por fidelidade à missão que o Evangelho nos propõe”, afirmou dom Leonardo
Steiner. Como escolher um bom político para governar a cidade, o Estado ou o
país? Esta é uma dúvida que perpassa a mente de muitos brasileiros que, em
especial neste mês, se preparam para escolher seus representantes municipais.
Simultaneamente a isso, neste mês de setembro, o papa Bento XVI coloca, em sua
intenção geral de oração, a conscientização dos políticos, para que hajam com
honestidade (2).
Na
última Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
realizada em Aparecida (SP), em abril deste ano, foi elaborada uma nota para
orientar a preparação para as eleições municipais. O documento elenca alguns
critérios para identificar o bom político. “Este (o bom político) deve ter seu
histórico de coerência de vida e discursos políticos referendados pela
honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum”, foi
o que disse secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner (2).
Mas
talvez a dificuldade da sociedade brasileira atual seja acreditar que esse bom
político existe, o que surge a partir de problemas como a corrupção. Em vez de
uma postura desanimadora e descrente, dom Leonardo defende a participação ativa
dos leigos na política, apesar de todo esse descrédito. “Os leigos devem se
engajar na política por fidelidade à missão que o Evangelho nos propõe. Não
somente como candidatos, mas também como educadores da política, ajudando os
irmãos e as irmãs no sentido da convivência democrática, da defesa do bem
comum, dos valores que o Evangelho nos propõe”, afirmou dom Leonardo (2).
Para
o secretário-geral da CNBB, o exercício político e o interesse por assuntos
relacionados à política já é um exercício da cidadania, talvez o maior deles. “Participar
ativamente buscando informações, dando informações, votar conscientemente é um
exercício da nossa cidadania”. E essa busca de formação é justamente um fator
para que os cidadãos possam escolher as pessoas a quem vão atribuir a tarefa de
governar o Estado, que, como lembra o bispo, é composto por todos. “O Estado
não é um ente que está aí gerindo e nós não sabemos. Nós sabemos quem são as
pessoas; todos nós formamos o Estado e delegamos a determinadas pessoas a
gerência do bem comum, mas para isso nós precisamos realmente participar e
diria até, depois, fiscalizar”, finalizou (2).
Assim,
cada cristão é responsável pela melhoria da nossa sociedade e ela passa pela
nossa participação consciente dos valores que priorizam a vida, a ordem, a
honestidade e o bem comum para todos. Não podemos nos omitir diante de uma
eleição e ela exige de nós uma reflexão crítica de cada candidato com seu
histórico de vida a serviço de todos. Não se deve governar para alguns, mas
para todos (1).
Embora
cada pessoa tenha o seu modo de ser e carrega em si uma história, uma cultura,
uma religião e uma formação, isso tudo deve conduzi-la para o bom desempenho
das suas atividades políticas, quando eleito. Como o próprio Jesus nos fala,
dai a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus. E, diante de Pilatos, ele
fala que a autoridade dada a um governante vem do alto. Jesus quis dizer que a
pessoa deve governar sem egoísmo ou autoritarismo, mas servidor de todos. Jesus,
mestre, lava os pés dos discípulos na Última Ceia para nos ensinar que devemos
estar dispostos a servir sem regalias ou privilégios os nossos irmãos e irmãs
que precisam de nós (1).
Amém!
(1) José
Benedito Schumann Cunha
De Cristina (MG)
Bacharel em Teologia
05-09-2012
CONVITE
Nenhum comentário:
Postar um comentário