A
fé em Jesus é condição primordial de poder segui-Lo. A fé consiste em Crer
Nele, pois Jesus é o Senhor que nos dá a certeza da eternidade. Para isso, precisamos
aceitá-Lo de coração. Jesus não veio ao mundo para ter poder momentâneo e nem
nos colocar em situação de privilégios.
Ele
veio ao mundo para mostrar o caminho para chegarmos à eternidade com Ele
através do seu corpo e sangue que vem até a nós pela Eucaristia. Somos chamados
a nos comprometer com a causa do Reino de Deus. Isso exige de nós desprendimento
e serviço desinteressado aos mais humildes e carentes da Palavra de Deus que transforma
a pessoa (1).
Bento
XVI, no Ângelus deste domingo, 26, na residência apostólica de Castel Gandolfo,
onde passa um período de descanso, sobre o Evangelho de hoje (cf. Jo 6, 60-69),
descreve a reação dos discípulos de Jesus após Ele ter dito. “Eu sou o pão vivo
que desceu do Céu [...] E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a
salvação do mundo” (Jo 6, 51).
O
santo padre destacou que a reação dos discípulos foi provocada conscientemente
pelo próprio Cristo e mostra que aqueles que o seguiam não compreenderam o
significado das palavras que Jesus dizia (2).
Bento
XVI explicou que a afirmação de Jesus era inaceitável para eles, porque “a
entendiam em sentido material, enquanto que aquelas palavras preanunciavam o
mistério pascal de Jesus, em que Ele daria a si mesmo pela salvação do mundo”.
O Evangelho destaca que “a partir de então, muitos dos seus discípulos se retiraram
e já não andavam com ele” (Jo 6, 66). Ao ver isso, Jesus perguntou aos
apóstolos: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6, 67) e, como em outras
situações, é Pedro que tomou a palavra e respondeu em nome dos doze: “Senhor, a
quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos
que tu és o Santo de Deus” (Jo 6, 68-69) [2].
Pedro
não diz sabemos e acreditamos, mas sim acreditamos e sabemos, explicou o papa
recorrendo aos comentários de Santo Agostinho sobre esta passagem, e destacou.
“Acreditamos para poder saber. Se, com efeito, tivéssemos procurado saber antes
de acreditar, não teríamos conseguido nem conhecer, nem acreditar. O que
acreditamos e o que soubemos? Que Tu és Cristo, Filho de Deus, isto é, que Tu
és a vida eterna e, através da tua carne e do teu sangue, nos dás aquilo que tu
próprio és”.
Bento
XVI salientou que Jesus sabia que entre os doze apóstolos havia um que não
acreditava: o Judas. “Ele poderia ter ido embora, como fizeram os outros
discípulos, ou melhor, deveria ter ido embora, se tivesse sido honesto”. “Ao
invés, ficou com Jesus”, prosseguiu o santo padre. “Ficou não por causa da fé,
nem por amor, mas com a intenção secreta de se vingar do Mestre. Por quê?
Porque Judas se sentia traído por Jesus, e decidiu que, por sua vez, iria
traí-lo”, explicou (2).
Judas
era um Zelota, e “queria um Messias vencedor, para guiar uma revolta contra os
romanos. Mas Jesus tinha decepcionado essas expectativas. O problema é que
Judas não foi embora, e sua culpa mais grave foi a falsidade, que é a marca do
diabo. Por isso Jesus disse aos Doze: ‘Um de vós é um diabo’ (Jo 6, 70)”,
destacou Bento XVI. O papa concluiu com o convite a rezar a Nossa Senhora,
“para que nos ajude a crer em Jesus, como São Pedro, e a sermos sempre honestos
com Ele e com todos”. Em seguida, concedeu a todos a sua Bênção Apostólica (2).
Queridos
irmãos e irmãs,
A
liturgia de hoje exige de nós uma escolha: ou ficamos com Jesus ou não. Isso
exige de nós honestidade na resposta e não falsidade. Muitos acharam melhor
sair do Redil de Cristo e foram embora, mas um ficou, mesmo não concordando com
Jesus. Esse queria entregar Jesus. Ele não pode ver onde Jesus ia chegar com
seu projeto de libertação que acompanhava com milagres. Muitos estão na Igreja
como Judas, não somam e provocam divisões nas comunidades.
São
oportunistas, querem ser bajulados e ser assistidos como necessitados, embora
não são. Eles vivem reclamando e ainda não ajudam a Igreja a crescer na força do
Espírito Santo. A voz do papa nos alerta para que sejamos honestos na nossa fé
que exige uma crença em Jesus, sem nenhuma falsidade. Ser de Cristo é ser
coerente na sua proposta salvadora e dar testemunho Dele em todos os lugares (1).
Amém!
(1)
José Benedito Schumann Cunha
Bacharel
em Teologia
26-08-2012
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