Nós,
cristãos, somos chamados a dar testemunho de Cristo em todas as nossas relações
humanas. Pelo Batismo, estamos inseridos na Igreja e fazemos parte do corpo
místico de Cristo. A fé se renova a cada dia da nossa vida na medida em que
assumimos as nossas responsabilidades na missão evangelizadora da Igreja. Ela é
responsável por transmitir a fé e os sacramentos. O sacerdócio se faz serviço
na Igreja que mostra, por seus atos, servidora de Cristo nos pobres e doentes
de nossa sociedade. Não somos uma agremiação que se reúne por compromisso
efêmero, mas fazemos parte do Povo de Deus que caminha para O reino definitivo (1).
O
santo padre, o papa Bento XVI, consagrou os Santos Óleos durante a Missa do
Crisma, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Na manhã desta quinta-feira (05/04),
o Bento XVI presidiu, na Basílica de São Pedro, a Santa Missa do Crisma. A
liturgia é celebrada em todas as catedrais do mundo com a consagração dos óleos
dos catecúmenos, da unção dos enfermos e do crisma. Participaram da celebração
cerca mil e 600 cardeais, bispos, párocos romanos, sacerdotes diocesanos e
religiosos, que renovaram suas promessas sacerdotais.
É
nesta Missa que o bispo, através da imposição das mãos e da oração
consagratória, integra os padres ao sacerdócio de Jesus Cristo, para serem “consagrados
na verdade” (Jo 17, 19) (2).
“Mas
somos consagrados também na realidade da nossa vida? Somos homens que atuam a
partir de Deus e em comunhão com Jesus Cristo?”, questionou o papa em sua
homilia. Para isso são necessárias duas coisas, ressalta o papa: uma união
íntima, mais ainda, uma configuração a Cristo, uma renúncia àquilo que é
exclusivamente individual, a tão falada auto-realização.
De
fato, é pedido que cada um deixe de lado a própria vida para colocá-la à
disposição de Cristo. Então pode surgir outra pergunta: “O que ganho eu com
isso?” e ainda “Como se deve realizar esta configuração a Cristo, que não
domina, mas serve, não toma, mas dá. Como se deve realizar na situação tantas
vezes dramática da Igreja de hoje?” (2).
“Recentemente,
num país europeu, um grupo de sacerdotes publicou um apelo à desobediência,
referindo-se ao mesmo tempo também exemplos concretos de como exprimir esta
desobediência, que deveria ignorar até mesmo decisões definitivas do Magistério,
como, por exemplo, na questão relativa à Ordenação das mulheres, a propósito da
qual o beato João Paulo II declarou, de maneira irrevogável, que a Igreja não
recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer”, afirmou Bento
XVI.
Será
a desobediência um caminho para renovar a Igreja?, questiona ainda o papa.
Realmente, Cristo corrigiu certas tradições humanas que ameaçavam sufocar a
Palavra e a vontade de Deus, mas, para despertar novamente a obediência à
verdadeira vontade de Deus, a sua palavra sempre válida (2).
“Queridos
amigos, daqui se vê claramente que a configuração a Cristo é o pressuposto e a
base de toda a renovação”, enfatiza o sumo pontífice. Para saber como funciona
a renovação e como servi-la, basta olhar para os Santos, indica o papa. É
preciso entender também que “Deus não olha para os grandes números nem para os
êxitos exteriores, mas consegue as suas vitórias sob o sinal humilde do grão de
mostarda”.
O
Ano da Fé, instituído por Bento XVI em razão das comemorações pelos 50 anos da
abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965), deve ser uma ocasião
para anunciar a mensagem da fé com novo zelo e nova alegria, salienta o
pontífice. A fonte primária de conhecimento, sem dúvida, está na Sagrada
Escritura, mas os textos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja católica
são os instrumentos essenciais que indicam, de maneira autêntica, aquilo que a
Igreja acredita a partir da Palavra de Deus. “Não anunciamos teorias nem
opiniões privadas, mas a fé da Igreja da qual somos servidores”, destaca Bento
XVI (2).
Queridos
irmãos e irmãs, após as palavras do nosso papa que nos orienta para que assumamos
a nossa vida configurada a de Cristo, digo que Jesus não pregou a desobediência
às instituições, mas as corrigiu e enfatizou a obediência ao projeto de Deus,
fazendo a sua vontade no novo mandamento do amor doação-serviço que resumiu
toda a Lei e os profetas.
Hoje
o mundo prega um modismo que só traz confusão e decadência das relações
humanas. Jesus quis a Igreja e deu o primado a ela na fé de Pedro que hoje é o
papa Bento XVI. Se nos desligarmos da obediência, da voz do magistério, nós
estamos nos desligando da Igreja tão querida de Deus. Deus nos fala pela sua
palavra, pela sua Igreja, na voz do seu magistério.
Que
a virgem Maria, Mãe da Obediência, ajude-nos a ouvir a voz do Bom Pastor e a nunca
nos afastar da Igreja e nem buscar posição privilegiada nela. Devemos ser
servidores e nos colocar à disposição daqueles que precisam de nós, e não
ficarmos em nossos cômodos lugares em que nos instalamos confortavelmente.
Feliz
Tríduo Pascal a Todos (1).
(1) Reflexão
do teólogo José Benedito Schumann Cunha
(2) www.cancaonova.com 05-04-2012
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