A liturgia do segundo domingo da
Páscoa nos mostra a comunidade que nasce da cruz e da Ressurreição. A Igreja se
reúne para viver a fé no ressuscitado. É na comunidade que temos a experiência
do Cristo vivo no nosso meio.
No Livro dos Atos dos Apóstolos nos é apresentada
a Páscoa que se vive na vida comprometida dos cristãos na comunidade (cf. At 4,
32-35). Cada cristão se coloca a serviço dos outros para que o Reino de Deus
seja vivido pelos seus membros que, agora, têm o impulso e a força de Cristo
vivo que está presente quando a comunidade se reúne para ouvir a sua palavra e
celebrar a Eucaristia que leva a todos a se comprometer com o bem comum e a partilha.
O evangelista registra como deve ser a
comunidade cristã de Jerusalém para ser exemplo para nós, que almejamos uma
comunidade ideal. Sabemos que a Igreja é a comunidade dos irmãos, com Cristo,
que vive a união e compromisso de seus membros. Isto serve para todas as épocas
em que a Igreja é chamada a ser sinal do Cristo ressuscitado e vivo no nosso
meio. Na comunidade, vive-se a experiência da partilha de bens e ninguém fica
fora do banquete da vida oferecido por Jesus na Páscoa.
Devemos ser testemunhas do Cristo Vivo
em nossas ações cristãs. Será que estamos comprometidos com Cristo Libertador e
com os irmãos em vista do bem comum, ou estamos acomodados nos nossos lugares,
confortados, sem pensar nos outros que precisam de nós?
“O fieis eram estimados por todos… e
cresciam a cada dia”. Este é o sinal da comunidade comprometida que ajuda a
difundir Cristo Vivo e Libertador nas nossas práticas cristãs, que ajudam outras
pessoas a vivenciar esta prática com os irmãos, aderindo à comunidade, lugar
ideal para viver como irmão e irmã.
Será que daria para dizer o mesmo de
nossas comunidades? Na Primeira Carta de João, temos a afirmação: quando amamos
a Deus e os irmãos de comunidade com toda a convicção, vivemos os valores
evangélicos. Colocamos em prática a nossa obediência aos mandamentos de Deus. Ele
é louvado em nossas ações cristãs.
Assim irradiamos Jesus Vivo e
Libertador em nossas ações solidárias aos que mais precisam de nós,
principalmente os excluídos de nossa sociedade capitalista (cf. 1 Jo 5, 1-6).
O Evangelho de São João descreve como a
Páscoa acontece na comunidade, onde todos enfrentam os seus medos e partilham
os seus dons e bens. Ninguém fica de fora da comunidade. Lá se vive a fé no
Cristo Vivo. Fazemos ali a experiência de vida comprometida com todos (cf. Jo
20, 19-31).
O evangelista descrê os dois encontros
pascais com Jesus vivo. É a presença de Jesus que se deixa ver na comunidade
dos apóstolos reunidos, embora eles estivessem trancados, com medo, devido à
tristeza provocada neles pela crucificação e morte de Jesus. Mas eles se sentem
felizes e alegres, motivados pela aparição de Jesus, no meio deles, que
encoraja a testemunhar para todos que Jesus ressuscitou para que todos vivam
juntos na promoção do amor e do bem comum.
Nesse primeiro encontro, Tomé não estava
presente e, quando é informado do ocorrido, ele hesita em acreditar e quer
provas. Mas Jesus novamente aparece e mostra-se a Tomé, o incrédulo, que Ele
está vivo e deixa-se ser tocado por Jesus.
Logo Tomé professa a fé em Cristo
porque viu, mas Jesus o repreende e fala. “Felizes os que acreditam sem ter
visto…”. Por isso o cristão não precisa de prova do Ressuscitado. Precisa vivenciar
a escuta atenta da sua Palavra na Celebração da Eucaristia, no Dia do Senhor,
em nosso dia a dia.
Jesus nos envia para a missão, impulsionado
pela força do Espírito Santo e ainda nos dá a experiência de que devemos fazer penitência
e da absolvição dos pecados cometidos que fazemos quando confessamos.
Temos aí, de modo claro, a instituição
por Jesus da confissão de nossos pecados aos sacerdotes, que nos perdoam pelo
ministério que receberam da Igreja. Então por que não praticamos a missão e
buscamos na confissão o remédio que nos cura do mal que o pecado provoca em nós
e na comunidade cristã?
Jesus é o centro da nossa comunidade e
ela se apresenta no testemunho dos seus membros na missão evangelizadora. Que a
liturgia que participamos seja sinal do verdadeiro do testemunho cristão no
Cristo Vivo que se apresenta sempre na vivência em comunidade onde a vida e a
partilha acontecem com todos.
Amém!!!
POR José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
18-04-2012
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