A liturgia nos
faz sentirmos acolhidos pelo Deus da Vida e Ele está presente em nossa vida de
comunidade, de família e de sociedade. No Livro do Profeta Amós, vemos que Deus
zela pelo seu povo e dá-lhe ânimo, pois o nosso Deus é comprometido e fiel à
sua aliança. Ele pode
corrigir e ainda espera a nossa mudança, mas nunca nos abandona e sempre está
atento e nos ajudando para encontrar o caminho correto, conforme está escrito.
Naquele dia,
reerguerei a tenda de Davi, em ruínas, e consertarei seus estragos,
levantando-se dos escombros e reconstruindo tudo, como nos dias de outrora. Deste
modo, possuirão todo o resto de dom e das outras nações, que são chamadas com
meu nome, diz o Senhor, que tudo isso realiza. Deus não nos deixa na tristeza e
nos dá a esperança de dias melhores.
Assim Ele nos
diz: “Mudarei a sorte de Israel, meu povo, cativo; eles reconstruirão as
cidades devastadas e as habitarão, plantarão vinhas e tomarão o vinho,
cultivarão pomares e comerão seus frutos”. Por que ficar
procurando o imediatismo e a solução momentânea em outros lugares, se o nosso
Deus é presente na nossa história humana? (cf. Am 9, 11-15).
Assim, o Salmo
85 nos fala e nos exorta: “Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que
ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao
Senhor seu coração”. E também nos
exorta: “O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas
colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos
seus”.
O Evangelista
Mateus nos mostra que os discípulos de João foram até Jesus e o questionaram
dizendo-lhe: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus
discípulos não?”.
Mas Jesus os explica
que eles não precisam fazer isso porque tem Ele em suas companhias. O que dá
alegria e paz é a presença de Jesus no nosso meio. Temos a sua palavra
proclamada na Igreja e os sacramentos que nos revigoram para termos vida em
abundância e a eternidade assegurada por Cristo (1).
Segue o
comentário ao Evangelho do Dia feito por São Pedro Crisólogo (c. 406-450),
Bispo de Ravena, Doutor da Igreja (2)...
O jejum dos
amigos do noivo: “Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os Teus discípulos
não jejuam?” Por quê? Porque, para vós, o jejum pertence à lei e não é um dom
espontâneo. O jejum em si mesmo não tem valor! O que conta é o desejo de quem
jejua. Que proveito pensais ganhar jejuando contrariados e forçados? O jejum é
um arado maravilhoso para lavrar o campo da santidade: converte os corações,
desenraiza o mal, arranca o pecado, enterra o vício, semeia a caridade; mantém
a fecundidade e prepara a colheita da inocência.
Os discípulos
de Cristo estão colocados no coração do campo maduro da santidade: recolhem molhos
de virtudes e gozam do Pão da nova colheita; por conseguinte, não podem praticar
jejuns doravante prescritos. [...]
“Porque é que
os Teus discípulos não jejuam?” O Senhor responde-lhes: “Porventura podem os
convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles?” Aquele
que toma mulher põe o jejum de lado, abandona a austeridade; entrega-se
totalmente à alegria, participa nos banquetes; mostra-se em tudo afetuoso,
delicado e alegre; faz tudo o que a sua afeição pela esposa lhe inspira. Cristo
celebrava as Suas núpcias com a Igreja: por isso, tomava parte nas refeições,
não recusava convites; cheio de benevolência e de amor, mostrava-Se humano,
acessível, amável. É que Ele desejava unir o homem a Deus, e fazer dos Seus
companheiros membros da família divina”.
Não precisamos
mais ficar tristes, pois Jesus está sempre conosco, dando força e coragem de
trabalhar pelo Reino de Deus e pela sua justiça entre nós. Desta maneira,
podemos assegurar dias melhores para todos, se estivermos comprometidos com a
causa do Reino e fieis a transformarmos a nossa realidade de pecado e morte para
uma realidade de vida e graça (1).
Amém! (1)
(1) José Benedito Schumann Cunha
Bacharel em Teologia
(2) arautos@evangelhodiario.org
07-07-2012
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