ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Igreja precisa de operários

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Depois de celebrarmos a Festa de Conversão de Paulo, a liturgia nos apresenta a festa de dois discípulos e colaboradores de Paulo ao longo de sua missão: Timóteo, de família judaica, e Tito, que era grego. Eles são sinais do amor de Deus com a humanidade. Deus sempre suscita missionários para fazer crescer o Reino de Deus no mundo.

O Evangelista Lucas narra que Jesus envia 72 discípulos em missão como preparadores da chegada de Jesus às cidades e aos povoados. Foram enviados de dois a dois. E Jesus diz que os enviava “como cordeiros no meio de lobos”. Pois sabia que a missão seria difícil e perigosa. Eles vão às casas e não para as sinagogas, formando as igrejas domésticas, comunitárias (são as sementes do Reino). E tinham como missão curar os doentes e anunciar que o Reino de Deus estava próximo deles (Cf. Lc 10, 1-9). É a missão de todos os batizados e também de todos os que são investidos de mandatos, como padres, bispos, religiosos e religiosas.

Jesus alerta que “a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Lc 10, 2). Por isso, Ele nos exorta a pedir ao dono da messe que mande operários. E os instrui dizendo de não levarem bolsa, sacola, sandálias, nem cumprimentar ninguém pelo caminho (Cf. Lc 10, 4). Isto nos mostra as recomendações para que a missão seja proveitosa. A missão de levar a Boa Nova de Cristo deve estar alicerçada na Fé que encoraja e dissipa o medo entre nós.

O missionário é o enviado na Paz que vem do Nosso Senhor e Ele nos ensina a dizer: “A paz esteja nesta casa!”. Este era o sinal dos discípulos de Jesus e também o nosso. Nestas casas, a paz é acolhida e se faz presente. A partilha acontece naturalmente. Somos alimentados e saciados pela bondade daqueles que nos acolhem (Cf. Lc 10, 5-7). Não precisamos ter medo da missão de evangelizar, mas sempre pedir mais servidores para o Reino.

Que Deus possa ouvir o clamor do seu povo, pedindo mais padres, religiosos e leigos consagrados e engajados, homens e mulheres que se dispõem a levar esperança aos que estão marginalizados, oprimidos e empobrecidos na nossa sociedade. Não deixemos que o consumismo, o egoísmo, a ganância e o desejo de ter mais atrapalhem que a boa notícia de salvação e libertação seja propagada. Desse modo, Jesus faz morada no nosso coração e a nossa vida se enche da alegria de Deus.

O missionário deve ser sinal da presença deste Deus amoroso e bondoso no meio do mundo. A humildade, a fé e a esperança de nos lançar para o anúncio de que o Reino de Deus está no nosso meio deve ser inerente a todo missionário. A voz profética dos missionários anuncia que o Deus da vida caminha com o seu povo. Ele constrói uma nova realidade onde reina a cooperação das pessoas, a mutirão de boas ações e a fraternidade que irradia uma luz de vida nova, sem violência, sem prostituição e sem vícios.

Que haja o pão partilhado, que o trabalho seja comunitário e a justiça seja realizada plenamente na vida de cada pessoa. E, desse modo, a solidariedade se torna uma via que traz vida em abundância para todos. Assim podemos ver o Reino de Deus resplandecer entre todos nós.

Et dicebat illis: Messis quidem multa, operarii autem pauci; rogate ergo Dominum messis, ut mittat operarios in messem suam. (Lc 10, 2)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Holocausto nunca mais

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

No último dia 27, completaram-se 65 anos desde que as tropas soviéticas libertaram os judeus que ainda estavam detidos no campo de Concentração de Auschwitz na Polônia. Este campo serviu ao mais cruel extermínio de judeus [mais de seis milhões de judeus foram assassinados pelos nazistas]. O nazismo deixou para a humanidade uma cicatriz muita grande desse horror que é para ficar eternamente registrado na história humana.

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, condena o “cego ódio racial e religioso” que levou os nazistas a matar milhões de pessoas nos campos de extermínio, na maioria judeus, e fez votos para que “nunca se repitam crimes de tão inaudita ferocidade”. Diante de milhares de fiéis, o Papa lembrou o dia em memória daquele 27 de janeiro de 1945. Bento XVI afirmou que a libertação dos “poucos sobreviventes” e a entrada nesse campo revelou ao mundo “o horror de crimes de inaudita crueldade”.

O Sumo Pontífice acrescentou que é preciso recordar de todas as vítimas desses crimes, “especialmente da aniquilação planejada dos judeus”. Estas lembranças invadem o nosso coração para que nunca se repita esta crueldade e que tiremos a lição para que nunca haja outro holocausto. Que a humanidade procure incentivar a tolerância entre raças, religiões e ideologias. As barreiras do ódio e do desamor devem ser substituídas pelo diálogo, pela compreensão e pela paz.

“Comovidos, pensamos nas inumeráveis vítimas de um cego ódio racial e religioso que sofreram a deportação, a prisão e a morte naqueles lugares desumanos. A memória desses fatos, em particular do drama da Shoah que abateu o povo judeu, gera sempre o mais convicto respeito da dignidade de toda pessoa, para que todos os homens se sintam membros de uma grande família”, comentou o Papa.

Portanto, nós devemos sempre pedir a Deus para que esses acontecimentos abram o coração do homem e da mulher para o entendimento e a compreensão cultural entre os povos, e que seja varrido do meio de nós todo tipo de violência aos diretos fundamentais da humanidade. Holocausto nunca mais.

Et respondens Iesus ait illis: Habete fidem Dei! (Mc 11, 22)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Política

por Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Está sendo comum encontrar políticos e politiqueiros já iniciando as suas “honestas” campanhas. Este ano, pelo que parece, teremos pára-quedistas demais nesta “política arretada do Norte de Minas”. Já escutamos por aí alguns nomes que serão candidatos a deputados estaduais e federais. Para deputados estaduais, estão na concorrência Anderson da Codevasf, o Tadeuzinho, Arley Santiago, Gil Pereira e outros. E já para deputados federais, estão na concorrência Jairo Ataíde, Ruy Muniz, Salete Nether, Humberto Souto e outros.

Eu pergunto a vocês [leitores deste Blog; suspeito que este Diário Virtual tenha pouco ou nenhum leitor]: será que esses políticos serão eleitos e, mais, será que esses políticos nos representarão bem na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados, no Senado, no Governo do Estado e na Presidência da República? Querem conselho de [“]amigo[”]? Lá vai... Antes de decidir o seu voto, pesquise sobre a vida e a caminhada social destes candidatos [ou então votem logo nulo; lembrem-se: 00 + CONFIRMA = NULO].

Acredito que, desta turma toda, os únicos “ficha limpa” são a superintendente regional de Ensino, a professora Salete Nether, e o diretor da Funadem, o jovem Tadeuzinho, de apenas 23 anos, mas que diz ter uma vontade enorme em entrar para a Política [igual ao pai dele; que coincidência, não?]. Eu, particularmente, estou em fase de pesquisa e acredito que novos nomes devem ser bem aceitos sim, mas esses antigos devem mesmo sair de cogitação.

Ou seja, os [“]novos[”] nomes merecem pelo menos atenção no sentido de escutar as propostas e, a partir daí, cada um tira sua conclusão. Contudo, em relação aos antigos políticos [os dinossauros do mundo político], estes devem mesmo é “pegar o seu banquinho e sair de mansinho”. Enfim, vamos retirar estes dragões da política do patamar de [“]representantes[”] do povo, pois se eles fossem bons representantes, o Brasil estava em uma situação social um pouco melhor.

Então, gente, atenção! Não vamos nos deixar levar pelas aparências, pois elas podem ser as nossas maiores inimigas.


Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros e coordenador da Pastoral da Criança da Paróquia Santa Rita de Cásssia de Montes Claros. De vez em quando, escreve em parceria com um “fantasminha camarada”.

A PASTORAL DA COMUNICAÇÃO ARQUIDIOCESANA NÃO SE RESPONSABILIZA POR MOTIVAÇÕES POLÍTICAS DE SEUS MISSIONÁRIOS NA PRODUÇÃO DE MATÉRIAS PARA ESTE BLOG (DIÁRIO VIRTUAL)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Evangelizar por todos os meios possíveis

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

O cristão é chamado a evangelizar este mundo e a não se conformar com ele. Pelo Batismo, recebemos o dom da fé em Cristo. Somos convocados para agir em conformidade aos valores cristãos. Jesus, vindo ao mundo, mostrou a cada um de nós, com sua a vida, a verdadeira face de Deus. Deus realmente está conosco, e o seu amor é infinito. Ele ama este mundo e tudo que criou. Nada passou despercebido por Deus. Tudo que foi criado é bom.

O mundo carece de boa informação, da boa nova que Jesus trouxe à humanidade e da experiência da bondade de Deus. A cada manhã, Deus já se manifesta a todos e nos dá a oportunidade de realizar obras para o bem comum das pessoas. Ele nos dá os braços e as pernas fortes para agirmos a favor dos que mais precisam. Seguir Jesus é ser seu discípulo. Hoje precisamos de evangelizadores que use todos os meios possíveis para divulgar a mensagem de Cristo. Os meios de comunicação devem estar a serviço da boa informação para que a Palavra de Cristo, como Caminho, Verdade e Vida, seja ouvida por todos.

São Paulo nos exorta na Carta aos Romanos (Cap. 10) que comunicar é a condição para que as pessoas creiam. No século XX, na década de 1970 e depois, surgiu o discurso na Igreja que destaca, através de um de seus documentos, a afirmação de que o sentido dado pela Igreja às comunicações também esclarece de modo extraordinário os meios de comunicação e o papel que eles devem desempenhar, segundo o plano providencial de Deus na promoção do desenvolvimento das pessoas e da sociedade humana.

A Igreja Católica diz que o primeiro areópago dos tempos modernos é o mundo das comunicações, que está unificando a humanidade, transformando-a, como se costuma dizer, em aldeia global (Cf. JOÃO PAULO II, Redemptor Missio. Encíclica sobre a validade permanente do mandato missionário, n. 37). Sabe-se que o fenômeno da comunicação social, dada a sua influência na sociedade como um todo, está sendo assumido pela Igreja. A Igreja já tem usado, com sabedoria, os meios de comunicação para transmitir a mensagem do Evangelho.

A compreensão mútua e a boa vontade recíproca desabrocham naturalmente na justiça, na paz, na benevolência, na ajuda mútua, no amor e finalmente na comunhão. É por isso que os meios de comunicação social constituem um dos mais válidos recursos de que o homem pode usar para fomentar o amor e ser fonte de união. A Igreja, através da mensagem do Papa para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que foi apresentada à imprensa na Festa de São Francisco de Sales, Padroeiro das Comunicações Sociais, no âmbito do Ano Sacerdotal, destaca “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos meios a serviço da Palavra” (Cf. H2Onews - Newsletter 20/01/2010).

“Uma mensagem que há vários anos se interessa pela internet, seus usos e a presença da Igreja neste novo meio de comunicação, como destacou Jean-Francois Mayer, diretor do Instituto Religioscope, cuja sede e escritório se encontram em Friburgo, Suíça. Esse compromisso é de todos, desde o Vaticano até os leigos, passando pelos sacerdotes...”. “Da parte da Igreja Católica, sempre houve um interesse pelos diferentes meios de comunicação social e, por isso, a internet faz parte disso. O que se realizou no âmbito da Igreja Católica é também a publicação de vários documentos importantes que trataram de desenvolver uma reflexão sobre os usos da internet e a sua presença” (Cf. H2Onews - Newsletter 20/01/2010).

Por sua vez, a Igreja, como uma comunidade de fé, ao receber de Jesus a missão de levar a todos a Boa Nova, se vê desafiada a realizar uma comunicação da fé que seja libertadora e de uma mensagem que seja fonte de esperança salvadora utilizando-se também desses meios de comunicação.

“Quia si confitearis in ore tuo: Dominum Iesum! Et in corde tuo credideris quod Deus illum excitavit ex mortuis, salvus eris.” (Rm 10, 9)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Meios de comunicação, novas tecnologias, relações humanas e Campanha da Fraternidade Ecumênica

por Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

A cada dia que passa, estamos nos tornando mais e mais dependentes de aparelhos de celular, coisa que não é boa. Ao passar do tempo, todos gostam de trocar de celular, mas sabemos que essa não é uma boa alternativa para nós, pois só estamos contribuindo para um capitalismo cruel.

Vai chegar o dia em que ninguém mais vai encontrar presencialmente com alguém. Tudo será resolvido através de telefones celulares ou fixos, ou por e-mails. Acredito piamente que antigamente, quando não existia isso, as pessoas eram mais felizes. Existe caso de presos que vendem drogas por telefones de dentro dos presídios. É o sistema capitalista que contribui até para a organização do tráfico de drogas. Basta ter dinheiro. E isso o tráfico tem. E muito.

As pessoas podem argumentar que a tecnologia é boa. Mas, quando ela é viciante e estressante, o bom deve ser questionado. Temos que preparar as nossas almas muito bem nesta Quaresma, que começará no próximo dia 17, Quarta-Feira de Cinzas e Abertura Oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2010. O tema da CF deste ano é “Economia e Vida” e vem nos alertar para uma imediata conversão de coração e de alma.

A todos e a todas, eu desejo muita paz do Emanuel. Que possamos pensar seriamente e sem hipocrisia no lema da CFE - “Você não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24).


Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros e coordenador da Pastoral da Criança da Paróquia Santa Rita de Cásssia de Montes Claros.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A alegria verdadeira vem de Deus para nós

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Depois das festas natalinas, entramos no Tempo Comum na liturgia da Igreja. Somos convidados durante este tempo litúrgico a reviver os principais Mistérios da Salvação. Com o edito de Ciro, que autoriza a volta do exílio dos judeus e a reconstrução de Jerusalém (538 ou 537 Antes de Cristo), o profeta Isaías vê nesses acontecimentos a cidade histórica da salvação envolvida pelo Amor de Deus.

Este amor, que Isaías descreve com termos inspirados em uma festa de casamento, é a coroa, o diadema, os ramos. Podemos confirmar isto quando o profeta Isaías diz: “as nações verão a tua justiça, todos os reis verão a tua glória; serás chamada com um nome novo, que a boca do Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real nas mãos de Deus. Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada” ( Is 62, 1-5).

Esta imagem de casamento apresentada pelo Profeta Isaías quer revelar para nós que, entre Deus e a humanidade, há uma união profunda e que o amor de Deus é inquebrantável e eterno. Deus não olha as falhas passadas do seu povo, mas faz a renovação de um novo pacto de amor, como em um casamento. Nisso reside a grande alegria de Deus, pois Deus nos ama sempre.

São Paulo nos fala que o amor de Deus continua a se manifestar no meio de nós, através dos dons e carismas de cada um, que são colocados a serviço do bem da comunidade. Isto é confirmado quando ele nos exorta dizendo que “há diversidades de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidades de ministérios, mas um mesmo Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos” ( 1 Cor 12, 4-6). Estas palavras de São Paulo querem dizer para nós que os bens e serviços são sinais do amor de Deus para com todos.

O Evangelista São João narra as Bodas de Cana. Lá estavam Jesus, seus discípulos e sua Mãe na Festa. O vinho simboliza alegria e o amor entre o esposo e a esposa. Se faltar vinho é como se fracassasse toda a Festa. Maria percebe que estava a faltar o vinho. Ela vai até o seu Filho e diz a Ele o que estava ocorrendo. Jesus diz a ela que ainda não tinha chegado a sua hora, mas a mãe pede para que os empregados que fizessem tudo que Ele mandasse. Encheram as seis talhas de pedra e as levaram ao mestre-sala, conforme as orientações de Jesus. Então Jesus transformou a água em vinho de ótima qualidade (Cf. Jo 2, 1-11).

Este vinho é símbolo do verdadeiro amor e da alegria que Deus traz para cada pessoa. Bodas sem vinho, as talhas de pedra vazias, a mãe, o chefe de mesa, os serventes e Jesus... Cada um tem um sentido teológico para nós. Bodas sem vinho representa a situação do povo desiludido, insatisfeito e sobrecarregado por leis. O numero “6” evoca a imperfeição e o incompleto. A pedra nos lembra as tábuas da Lei do Sinai e os corações de pedra de que falava o Profeta Ezequiel, a purificação como ato necessário para aproximar de Deus.

A mãe que vai ao filho representa Israel fiel que esperava o Messias para transformar a realidade do Povo. O mestre-sala representa os dirigentes e as autoridades da época que eram apegados à letra da lei e não à do amor. Os serventes são todos os que colocam os seus dons a serviço e estão dispostos a fazer tudo o que Ele disser. E, finalmente, Jesus é Ele o Messias em que Israel fiel vai depositar sua esperança de ter nova vida e transformar a Lei na Lei do Amor.

Jesus é a perfeição. E é completa a obra de Salvação de Deus para nós na hora da sua entrega total na Cruz. Assim, Jesus nos revela Deus bondoso e quer que cada pessoa humana viva em comunidade de irmãos, pois Ele está sempre presente para não faltar o vinho do amor e da alegria na Festa do encontro de Deus com toda a humanidade.

“Hoc fecit initium signorum Iesus in Cana Galilaeae et manifestavit gloriam suam, et crediderunt in eum discipuli eius.” (Jo 2, 11)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Boas vindas

por Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Esta primeira semana de fevereiro foi muito especial para o Seminário Maior Imaculado Coração de Maria, que recebeu de volta das férias mais de 50 seminaristas. Eu quero dar as boas vindas a todos os seminaristas, sendo eles religiosos ou diocesanos. Que o nosso Bom Deus possa acolhê-los e motivá-los nesta caminhada missionária cristã. É na certeza de poder ajudar que peço a todos vocês que contem com a Pastoral da Comunicação neste ano para o que der e vier.

Encerro esta acolhida deixando uma breve oração. Senhor Deus de todo poder e misericórdia, peço-te que acolha no Vosso Coração todas as saudades e desânimos dos nossos seminaristas e dê forças a eles para continuar na caminhada e, seguindo o Seu Chamado, estarem sempre empolgados com o serviço pastoral. Amém!

A todos, o meu forte e fraterno abraço. E os meus parabéns para os diáconos provisórios (futuros sacerdotes) do Ano Centenário desta Igreja Particular Carlos Renato de Carvalho, Fábio Rodrigues Soares, Guaracy Júnior Trindade de Jesus e Paulo Roberto Marques. Aconteceu agora a pouco, nesta noite de sexta-feira, 05 de fevereiro de 2010, a Ordenação Diaconal desses seminaristas, na Catedral, pela imposição das mãos de Dom José Alberto Moura.


Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros e coordenador da Pastoral da Criança da Paróquia Santa Rita de Cásssia de Montes Claros.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Os pobres partilham a vida

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Deus se solidariza com os mais necessitados e nos chama a sermos solidários aos que mais precisam. Se olharmos a História da Salvação, narrada nas páginas da Bíblia, na tradição da Igreja e na vida dos Santos, percebemos como os pobres são despojados de si e se lançam para a ajuda mútua aos mais sofredores. Podemos citar alguns exemplos: a viúva de Serepta. Ela tinha pouca farinha e azeite. Isto quase não era suficiente para ela e seu filho para fazer o pão. Mas, ao hospedar o homem de Deus, chamado Elias, teve que servi-lo primeiro. Mesmo assim, não faltou nada naquela casa (Cf. I Reis 17, 7-16).

Quando Jesus nasceu, os primeiros que acolheram a Boa notícia, dada pelos anjos, foram os pobres pastores e eles foram onde estava Jesus, Menino Deus, pobre em uma manjedoura (Cf. Lc 2, 8-20). Jesus é o Messias, justo e pobre que “anunciará a Paz a todas as nações e o seu domínio irá de mar a mar, do Rio Eufrates, até os confins da terra” (Cf. Zc 9, 9-10). Jesus elogia os pobres de espírito e diz que deles é o Reino de Deus. O sentido teológico desta expressão significa o despojamento, a abertura e a participação ativa na mensagem salvadora do Cristo Libertador.

Certa vez, Jesus, sentado no templo, próximo ao cofre das ofertas, percebeu a grandeza do coração da pobre viúva, que dá tudo o que ela tinha naquele momento, sem fazer nenhuma reserva (Cf. Mc 12, 41). São Francisco era homem rico e despoja-se de tudo para seguir os conselhos evangélicos, que são a obediência, a pobreza e a castidade. Tudo isso para poder ficar livre e poder servir os que mais precisam. Temos muitos outros Santos que souberam colocar os seus dons a serviço dos necessitados.

Eles deram a sua vida para que outros tivessem um pouco de vida. Hoje vemos quantas pessoas que se tornam “pobres”, entregam-se ao serviço voluntário para socorrer as vítimas de catástrofes, doenças mortais, etc. Todos se mobilizam e se dispõem a ajudar aqueles que estão carentes de saúde, moradia, educação e trabalho. Na catástrofe que houve no Haiti em janeiro, vimos muitas pessoas que se entregaram à causa de resgate de pessoas soterradas. Outras se solidarizaram através da oração e da ajuda material e humana. Quantas crianças foram adotadas.

A mídia anunciou que uma haitiana adotou oito filhos de vizinhos que morreram no terremoto. Ela sobreviveu e teve sua casa e família preservadas. Moradora de bairro pobre, ela já tem três filhos e um neto, e mora em um bairro que foi praticamente destruído pelos recentes terremotos no país caribenho. Ela teve sorte: sua casa resistiu e a família toda sobreviveu. Mesmo assim, na sua pobreza, se dispõe para ajudar de modo concreto aqueles que foram vítimas e tornaram-se órfãos.

Nesse fato, vemos a mão Deus tocando o coração humano. A solidariedade e a fraternidade se entrelaçam, tornando a vida valorizada. Cada pessoa deve procurar sair do seu egoísmo e colocar os seus dons a favor do outro. “Queremos, como discípulos, aprender de Jesus, estar com Ele e, a partir d’Ele, anunciar o seu reino que significa gerar novo modo de relacionamento, convocar a todos para uma maior atenção aos pobres, aos pequenos, aos sedentos e famintos de justiça e de dignidade”, diz Dom Geraldo M. Agnelo.

Ainda, Dom Geraldo M. Agnelo nos lembra dizendo que “escrevendo a Timóteo, Paulo relembra a importância da fidelidade à opção feita e exorta a combater o bom combate, ou seja, a levar adiante o Evangelho de Jesus Cristo que nos deixou ‘o testemunho da verdade’”. “A nova ordem social embasada na paz, que é fruto da justiça, virá sim como resultado da fraternidade, da solidariedade, da misericórdia, do amor a todos”, escrevia o Arcebispo de Salvador, Bahia, o Cardeal Dom Geraldo M. Agnelo em 04 de outubro de 2007.

“Pauper et sedens super asinum et super pullum filium asinae.” (Cf. Zc 9, 9)

“Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho de uma jumenta.” (Cf. Zc 9, 9)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Volta às aulas

por Maicon Deivison Pinto Tavares
maiconmissionariodapascom@yahoo.com.br

Neste mês, sobretudo os estudantes do Ensino Médio voltam às suas rotinas de estudo. Neste ano é de suma importância que aconteça, em todas as escolas da rede pública e privada, capacitações, ou melhor, os educadores e as educadoras das instituições de ensino têm por obrigação conscientizar os alunos da importância do voto e da pesquisa de vida dos candidatos a cargos políticos nas Eleições de 2010.

Essa ação pode evitar que adolescentes e jovens não se tornem mais alguns “pelegos” da sociedade brasileira. Esta precisa urgentemente de transformação. Para isso, é necessária a sua politização. Não podemos deixar que corruptos enganem e comprem o voto e a confiança dos nossos jovens, que são o futuro desta nação tão “sucateada” por políticos desonestos que dizem querer o bem da educação, mas nunca levantaram e defenderam a bandeira dentro de seus respectivos ambientes de trabalho.

Temos que ser pessoas que fazem a diferença, mesmo essa diferença sendo nas coisas mais simples. Se cada um fizer sua parte, a educação vencerá. Esta educação é feita pela união de todos. Sempre gosto de enfatizar que juntos somos mais a favor do bem e da vida digna para todos.


Maicon Deivison Pinto Tavares é missionário da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Montes Claros e coordenador da Pastoral da Criança da Paróquia Santa Rita de Cásssia de Montes Claros.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Lei de Deus é atualíssima

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

A humanidade está organizada em sociedade e esta, para que viva em harmonia, precisa de regras, normas e leis. Se todos as seguissem, com certeza a nossa convivência seria harmoniosa e justa. Sabemos que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem. Deus deu tudo para que eles vivessem em paz e comunhão com o seu criador. Mas Deus fez apenas uma proibição, pois sabia que, quando eles a transgredissem, eles pecariam e morreriam. De fato, isto ocorreu (Cf. Gn 1-3).

Deus está sempre presente na história para salvar a criação. Em um determinado tempo histórico, tudo se descontrola - o pecado, as desordens morais e sociais se alastram. Então há o dilúvio. Uma família era fiel e foi convocada para salvar os casais de animais que existiam. Juntamente com eles, a Família de Noé também foi para uma arca. Choveu durante 40 dias e 40 noites. Tudo que era conhecido foi destruído e todos que estavam na barca foram salvos. Quando saíram da barca, Deus fez novamente uma aliança com toda a humanidade (Cf. Gn 6-10).

Mas, a soberba e auto-suficiência fizeram com que a humanidade se confundisse e causasse caos e separação (Cf. Gn 11, 1-8). Deus ama a sua criação e se dispôs a estar sempre com ela. Chama Abraão para formar o seu Povo e Ele seria o seu Deus. Deus fez uma aliança de amor e prosperidade com a humanidade (Cf. Gn 12). Com o decorrer do tempo, os homens e as mulheres vão esquecendo dos seus compromissos e quebram a Aliança com Deus. A consequência foi sofrimento e exílio no Egito, onde o Povo de Deus ficou escravo e a desolação foi completa.

Todos clamavam a Deus. Ele escutou o clamor do seu povo e enviou Moisés para ser o seu libertador. Deus fez muitos prodígios e o povo viu o poder de Deus na libertação do Egito. Para o Povo de Deus ficar junto, Deus dá a Lei a Moisés. Obedecendo-a, a humanidade encontra vida e pode viver em Paz. Deus entrega os mandamentos a Moisés no Monte Sinai. São eles: 1º) Amar a Deus sobre todas as coisas; 2°) Não tomar seu santo nome em vão; 3°) Lembre-se do dia de sábado para a santificação e de guardar o domingo para festas honrosas a Deus; 4°) Honrar pai e mãe; 5°) Não matar; 6°) Não pecar contra a castidade; 7°) Não roubar; 8°) Não levantar falso testemunho; 9°) Não desejar a mulher do próximo; e 10°) Não cobiçar as coisas alheias (Cf. Ex 20, 1-17).

São as leis que Deus nos deixou para saber se estamos seguindo a Sua Vontade e, desta forma, O estamos obedecendo. Se olharmos bem, estas leis são exigências do Amor para com Ele e com o próximo. Desta maneira, a humanidade pode encontrar a fraternidade, a justiça e a paz. Jesus observou e explicou a Lei. Jesus não veio tirar ou modificar os mandamentos, mas lhes dar sentido pleno. Prometeu também: “Quem praticar os mandamentos e os ensinar será considerado grande no Reino do Céu” (Mt 5, 17-20).

Estas são as leis de Deus que devem ser seguidas e ensinadas pelos Cristãos Católicos. Portanto, a Lei de Deus é atualíssima. Os três primeiros se referem aos deveres do homem para com Deus e podem ser resumidos em “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22, 37). Os outros sete mandamentos se referem ao amor ao próximo. E foi resumido assim: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12, 31).

Que cada cristão possa estar sempre em comunhão com Deus e com os irmãos, formando uma família e que, no mundo, realize plenamente o Reino de Deus que Jesus inaugurou com a sua vinda e missão salvadora da humanidade. A terra e o céu se aproximam no amor de Deus infinito, radiando a paz duradoura entre nós.

Consummatio timoris Dei sapientia et sensus (Eclo 21, 13)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.