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"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Os pobres partilham a vida

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Deus se solidariza com os mais necessitados e nos chama a sermos solidários aos que mais precisam. Se olharmos a História da Salvação, narrada nas páginas da Bíblia, na tradição da Igreja e na vida dos Santos, percebemos como os pobres são despojados de si e se lançam para a ajuda mútua aos mais sofredores. Podemos citar alguns exemplos: a viúva de Serepta. Ela tinha pouca farinha e azeite. Isto quase não era suficiente para ela e seu filho para fazer o pão. Mas, ao hospedar o homem de Deus, chamado Elias, teve que servi-lo primeiro. Mesmo assim, não faltou nada naquela casa (Cf. I Reis 17, 7-16).

Quando Jesus nasceu, os primeiros que acolheram a Boa notícia, dada pelos anjos, foram os pobres pastores e eles foram onde estava Jesus, Menino Deus, pobre em uma manjedoura (Cf. Lc 2, 8-20). Jesus é o Messias, justo e pobre que “anunciará a Paz a todas as nações e o seu domínio irá de mar a mar, do Rio Eufrates, até os confins da terra” (Cf. Zc 9, 9-10). Jesus elogia os pobres de espírito e diz que deles é o Reino de Deus. O sentido teológico desta expressão significa o despojamento, a abertura e a participação ativa na mensagem salvadora do Cristo Libertador.

Certa vez, Jesus, sentado no templo, próximo ao cofre das ofertas, percebeu a grandeza do coração da pobre viúva, que dá tudo o que ela tinha naquele momento, sem fazer nenhuma reserva (Cf. Mc 12, 41). São Francisco era homem rico e despoja-se de tudo para seguir os conselhos evangélicos, que são a obediência, a pobreza e a castidade. Tudo isso para poder ficar livre e poder servir os que mais precisam. Temos muitos outros Santos que souberam colocar os seus dons a serviço dos necessitados.

Eles deram a sua vida para que outros tivessem um pouco de vida. Hoje vemos quantas pessoas que se tornam “pobres”, entregam-se ao serviço voluntário para socorrer as vítimas de catástrofes, doenças mortais, etc. Todos se mobilizam e se dispõem a ajudar aqueles que estão carentes de saúde, moradia, educação e trabalho. Na catástrofe que houve no Haiti em janeiro, vimos muitas pessoas que se entregaram à causa de resgate de pessoas soterradas. Outras se solidarizaram através da oração e da ajuda material e humana. Quantas crianças foram adotadas.

A mídia anunciou que uma haitiana adotou oito filhos de vizinhos que morreram no terremoto. Ela sobreviveu e teve sua casa e família preservadas. Moradora de bairro pobre, ela já tem três filhos e um neto, e mora em um bairro que foi praticamente destruído pelos recentes terremotos no país caribenho. Ela teve sorte: sua casa resistiu e a família toda sobreviveu. Mesmo assim, na sua pobreza, se dispõe para ajudar de modo concreto aqueles que foram vítimas e tornaram-se órfãos.

Nesse fato, vemos a mão Deus tocando o coração humano. A solidariedade e a fraternidade se entrelaçam, tornando a vida valorizada. Cada pessoa deve procurar sair do seu egoísmo e colocar os seus dons a favor do outro. “Queremos, como discípulos, aprender de Jesus, estar com Ele e, a partir d’Ele, anunciar o seu reino que significa gerar novo modo de relacionamento, convocar a todos para uma maior atenção aos pobres, aos pequenos, aos sedentos e famintos de justiça e de dignidade”, diz Dom Geraldo M. Agnelo.

Ainda, Dom Geraldo M. Agnelo nos lembra dizendo que “escrevendo a Timóteo, Paulo relembra a importância da fidelidade à opção feita e exorta a combater o bom combate, ou seja, a levar adiante o Evangelho de Jesus Cristo que nos deixou ‘o testemunho da verdade’”. “A nova ordem social embasada na paz, que é fruto da justiça, virá sim como resultado da fraternidade, da solidariedade, da misericórdia, do amor a todos”, escrevia o Arcebispo de Salvador, Bahia, o Cardeal Dom Geraldo M. Agnelo em 04 de outubro de 2007.

“Pauper et sedens super asinum et super pullum filium asinae.” (Cf. Zc 9, 9)

“Ele é pobre, vem montado num jumento, num jumentinho, filho de uma jumenta.” (Cf. Zc 9, 9)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

Um comentário:

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha disse...

Jesus elogia os pobres de espírito e diz que deles é o Reino de Deus.

Errata: lê-se: Jesus elogia os pobres em espírito e diz que deles é o Reino dos céus.
teólogo Jose benedito Schumann Cunha