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Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

A alegria verdadeira vem de Deus para nós

por José Benedito Schumann Cunha
jbscteologo@gmail.com

Depois das festas natalinas, entramos no Tempo Comum na liturgia da Igreja. Somos convidados durante este tempo litúrgico a reviver os principais Mistérios da Salvação. Com o edito de Ciro, que autoriza a volta do exílio dos judeus e a reconstrução de Jerusalém (538 ou 537 Antes de Cristo), o profeta Isaías vê nesses acontecimentos a cidade histórica da salvação envolvida pelo Amor de Deus.

Este amor, que Isaías descreve com termos inspirados em uma festa de casamento, é a coroa, o diadema, os ramos. Podemos confirmar isto quando o profeta Isaías diz: “as nações verão a tua justiça, todos os reis verão a tua glória; serás chamada com um nome novo, que a boca do Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real nas mãos de Deus. Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua terra será Bem-Casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será desposada” ( Is 62, 1-5).

Esta imagem de casamento apresentada pelo Profeta Isaías quer revelar para nós que, entre Deus e a humanidade, há uma união profunda e que o amor de Deus é inquebrantável e eterno. Deus não olha as falhas passadas do seu povo, mas faz a renovação de um novo pacto de amor, como em um casamento. Nisso reside a grande alegria de Deus, pois Deus nos ama sempre.

São Paulo nos fala que o amor de Deus continua a se manifestar no meio de nós, através dos dons e carismas de cada um, que são colocados a serviço do bem da comunidade. Isto é confirmado quando ele nos exorta dizendo que “há diversidades de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidades de ministérios, mas um mesmo Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos” ( 1 Cor 12, 4-6). Estas palavras de São Paulo querem dizer para nós que os bens e serviços são sinais do amor de Deus para com todos.

O Evangelista São João narra as Bodas de Cana. Lá estavam Jesus, seus discípulos e sua Mãe na Festa. O vinho simboliza alegria e o amor entre o esposo e a esposa. Se faltar vinho é como se fracassasse toda a Festa. Maria percebe que estava a faltar o vinho. Ela vai até o seu Filho e diz a Ele o que estava ocorrendo. Jesus diz a ela que ainda não tinha chegado a sua hora, mas a mãe pede para que os empregados que fizessem tudo que Ele mandasse. Encheram as seis talhas de pedra e as levaram ao mestre-sala, conforme as orientações de Jesus. Então Jesus transformou a água em vinho de ótima qualidade (Cf. Jo 2, 1-11).

Este vinho é símbolo do verdadeiro amor e da alegria que Deus traz para cada pessoa. Bodas sem vinho, as talhas de pedra vazias, a mãe, o chefe de mesa, os serventes e Jesus... Cada um tem um sentido teológico para nós. Bodas sem vinho representa a situação do povo desiludido, insatisfeito e sobrecarregado por leis. O numero “6” evoca a imperfeição e o incompleto. A pedra nos lembra as tábuas da Lei do Sinai e os corações de pedra de que falava o Profeta Ezequiel, a purificação como ato necessário para aproximar de Deus.

A mãe que vai ao filho representa Israel fiel que esperava o Messias para transformar a realidade do Povo. O mestre-sala representa os dirigentes e as autoridades da época que eram apegados à letra da lei e não à do amor. Os serventes são todos os que colocam os seus dons a serviço e estão dispostos a fazer tudo o que Ele disser. E, finalmente, Jesus é Ele o Messias em que Israel fiel vai depositar sua esperança de ter nova vida e transformar a Lei na Lei do Amor.

Jesus é a perfeição. E é completa a obra de Salvação de Deus para nós na hora da sua entrega total na Cruz. Assim, Jesus nos revela Deus bondoso e quer que cada pessoa humana viva em comunidade de irmãos, pois Ele está sempre presente para não faltar o vinho do amor e da alegria na Festa do encontro de Deus com toda a humanidade.

“Hoc fecit initium signorum Iesus in Cana Galilaeae et manifestavit gloriam suam, et crediderunt in eum discipuli eius.” (Jo 2, 11)


Teólogo José Benedito Schumann Cunha é engenheiro. Tem ainda formação em História, Pedagogia e Filosofia. Nasceu em 03 de abril de 1957, em Cristina, Minas Gerais. Atualmente mora em Itajubá (MG). Além de colaborar com o Blog da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Arquidiocese de Montes Claros, ajuda na Pascom da Paróquia São José Operário de Itajubá. Preside também Celebração da Palavra nesta Paróquia e em algumas paróquias vizinhas. Já esteve, por dois meses e meio, experimentando a vocação religiosa.

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