ALVORADA

O SOL NASCE NO LESTE (VOSTOK) E PÕE-SE NO OESTE (EAST)

Frase

"(...) A história se repete: a primeira vez como tragédia. A segunda e outras vezes como farsa da tragédia anunciada. (...)" Karl Heinrich Marx (05/05/1818-14/03/1883)

Fatos

Gripe espanhola-estadunidense no início do século XX... Coronavírus no início do século XXI... Barragem de rejeitos minerários arrasa Mariana-MG em 05/11/2015... Barragem de rejeitos minerários arrasa Brumadinho-MG em 25/01/2019... Anderson Gomes e Marielle Franco são executados no Rio de Janeiro-RJ em 14/03/2018... Médicos ortopedistas são executados com 30 tiros em 30 segundos em restaurante na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro-RJ... (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...) (...)(...) (...) (...)(...) (...) (...) E por aí vai...

sábado, 4 de novembro de 2017

Acusado de matar jovem em carona do WhatsApp é agredido em presídio

POR Lisley Alvarenga

Detido no Presídio de Frutal, no Triângulo Mineiro, desde que confessou em depoimento à Polícia Civil que roubou e assassinou a bióloga Kelly Cristina Camaduro, de 22 anos, após ver a oferta de carona feita pela jovem no grupo de WhatsApp, Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos, foi agredido por outros detentos da unidade prisional, na noite da última sexta-feira (3).

O suspeito foi socorrido por agentes de segurança penitenciários do presídio, por volta das 18h40. O preso teve um corte no supercílio e foi atendido pela enfermeira da unidade. Depois das agressões, ele foi separado dos demais presos.

Em nota, a direção-geral da unidade prisional declarou que instaurou um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido. “Após a identificação dos agressores, eles passarão pela Comissão Disciplinar e sofrerão sanções administrativas”, informou.


CRÔNICA

O whatsapp substituiu a internet na sociedade capitalista contemporânea e cada dia mais posmodernosa. O facebook é o novo espaço público para protestos e demonstrações de afeto.  Homens ficam com homens e mulheres com mulheres. Os opostos não mais se atraem. Os iguais se complementam.

Ela pegava sempre aquela carona pela internet. Já era tradicional. Marcava data e horário pelo whatsapp. Tudo certo. O veículo automotor viajava com o motorista e mais quatro passageiros multiculturais. Porém, a crise econômica apertou e as viagens eram programadas para ocorrer conforme as circunstâncias. Ela quis viajar sozinha desta vez. O namorado a alertou para o perigo. Ela economizava para casar e constituir família.

A moça entrou no carro e, de repente, foi agredida pelo motorista. Era um homem que desejava “o amor invisível dos males da vida”. Por isso matou aquela mulher loira, de óculos vermelhos e grandes, operária, bem fisicamente e na flor da juventude. Apunhalou-a. Na prisão, a justiça do Brasil Real fez a sua parte. Enquanto o Brasil Oficial Caricato e Burlesco lavou as suas mãos com bastante água sanitária.   

Direitos mundanos, dai-nos providência à previdência

Ministra pede salário de R$ 61 mil e se justifica citando “trabalho escravo”
Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, enviou solicitação ao governo para acumular salário de ministra com a aposentadoria de desembargadora. Valor ultrapassaria o teto do funcionalismo.

A ministra Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, apresentou ao governo um pedido para acumular salário integral da atual função com a aposentadoria, o que daria R$ 61 mil, e, entre as justificativas, disse que trabalhar sem receber contrapartida “se assemelha a trabalho escravo”.

Trechos do documento de 207 páginas enviado por Valois à Casa Civil foram publicados nesta quinta-feira (2) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. A TV Globo confirmou o pedido feito pela ministra.

Atualmente, Valois recebe por mês R$ 30.400 pela aposentadoria de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. Como ministra, ela recebe R$ 3.300. O máximo das duas remunerações não pode ultrapassar R$ 33.700, que é o teto do funcionalismo público.

“O trabalho executado sem a correspondente contrapartida, a que se denomina remuneração, sem sombra de dúvida, se assemelha a trabalho escravo”, escreveu a ministra no pedido para acumular os salários.

À TV Globo, por telefone, Valois disse que está prestando serviço ao Estado brasileiro e acha justo receber por isso. Ela disse que apenas por analogia citou o trabalho escravo.

O Código Penal diz que trabalho escravo é aquele forçado, com jornada exaustiva, degradante. Além do salário de mais de R$ 30 mil, a ministra ainda tem direito a: carro, motorista e viagens de avião da Força Aérea para compromissos profissionais.


Crônica

Direitos mundanos, dai-nos providência à previdência

“Herói é aquele que não teve tempo de fugir”
(Personagem da Escolinha do Professor Raimundo)

Michel Temer se aposentou como procurador de São Paulo antes dos 40 anos e com um salário de R$ 30 mil. Após passar a rasteira em sua companheira de chapa nas eleições de 2010, Temer se elegeu presidente da República em 2016. Sua ministra de direitos mundanos quer ganhar R$ 61 mil de salário. Considera trabalho escravo ganhar só metade. Como ministra, além do salário de R$ 3.300, a nobre senhora, aposentada como desembargadora, tem ainda direito a carro, motorista e viagens da Força Área Brasileira (FAB) para compromissos profissionais.

Os cerca de 40% dos 200 milhões da população brasileira que possuem carteira assinada ganham o salário-mínimo de R$ 969 e que o governo vai abaixar, em janeiro de 2018, para R$ 965. Quatro reais de diminuição. A ministra dos direitos mundanos de Temer reclama de R$ 30 mil. Símbolo das notas de R$ 2, a tartaruga marinha resolveu protestar. Saiu do mar e foi ser ministra dos verdadeiros direitos humanos e não da farsante democracia burguesa.

Não acreditando mais nos discursos falaciosos de que o voto nulo ajuda o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto ou que votar nulo é jogar fora o direito de cidadania, a tartaruga marinha tirou o seu título de eleitor só para digitar zero mais zero mais zero mais confirma naquelas urnas eletrônicas com barulhinho irritante. 

   
VÍDEOS SUGERIDOS 
(clique nos títulos abaixo para ouvi-los)

Vai passar - Chico Buarque



NELSON CAVAQUINHO - QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE


Elizeth Cardoso - Barracão de Zinco





a vida deve ser sempre valorizada

a vida deve ser sempre valorizada

Resultado de imagem para imagem de de situações de moradores de rua e de fome

Queridos irmãos e irmãs, estamos vivendo em um mundo onde há muitos conflitos de ideias, pensamentos e doutrinas que muitas vezes entram em conflito com os nossos valores cristãos. O cristianismo já é um fato concreto nesse mundo tanto no ocidente como no oriente. Cada vez temos assistidos pelas mídias e redes desrespeitos ao ser humano. Nas nossas cidades, nas periferia próximas de centros econômicos ativos e igrejas, percebemos que há inúmeras pessoas em situações desumanas como moradores de rua, vitimas de dependência químicas e crianças preambulando sem pais presentes.

Assim, ficamos como pessoas que não querem ver estas realidades tristes de nossa sociedade. As pessoas que deparamos, nós nem as olhamos com os olhos de compaixão e nem de misericórdia para com eles com a finalidade de poder ajudá-los de alguma forma.

Se voltarmos ao tempo de Jesus, nós agimos como os  da parábola do Bom samaritano, muitos são " como os sacerdotes", " os fariseus" daquele tempo, que olham e nem enxergam a profundidade do problema que estas pessoas vivem, pois elas tornam invisíveis aos olhos deles, e aos nossos também, mas sempre há alguns que solidarizam e se comprometem em ajudar e tirar estas pessoas desse estado de carência para que eles possam ter uma dignidade humana de filhos e filhas de Deus

Nós somos feitos a imagem de Deus e a fraqueza juntamente com pecado são inerentes a nossa própria condição humana,  mas como cristãos que somos, devemos se comprometer a causa do ser humano que deve ser defendido desde do ventre materno até nas situações de risco que eles se encontram. É louvável varias ongs que defendem quase todos os seguimentos do tecido social, mas infelizmente há o que insiste em deixar quase de lado a problemática dos pobres e desvalidos desse mundo. Isso é devido a exploração do capitalismo selvagem, do egoismo e da ostentação de Alguns na nossa sociedade atual

Que as pessoas possam refletir e que o nosso engajamento a Cristo nos leve a sermos mais humanos e fraternos com todos principalmente os marginalizados de nosso tempo.

Bacharel em Teologia e Filosofo Jose Benedito Schumann Cunha)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O príncipe, o rei e o fim

Dois livros foram lançados sobre reais ídolos do futebol brasileiro nestes tempos históricos. Um em 2014. “O príncipe, a real história de Dirceu Lopes”, de Pedro Blank. E o outro. “Punho cerrado, a história do rei”, de Philipe Van R. Lima.




Dirceu Lopes se desenvolveu sob o brilhantismo da célebre conquista do Cruzeiro da Taça Brasil de 1966. Jogou sempre como um príncipe ao lado de outros craques como Tostão e Piazza. Mesmo sacaneado por presidentes ditadores militares facínoras, como Emílio Garrastazu Médici e técnicos dissimulados como Mário Jorge Lobo Zagallo, Dirceu Lopes manteve a simplicidade e a humildade que lhe é peculiar e a classe herdada da cidade onde nasceu: Pedro Leopoldo. Soube como nunca alegrar torcedores e não dirigentes esportivos, os mercenários do futebol. O seu autógrafo demonstra sua timidez e sua vontade pelo trabalho coletivo. Assina a seus fãs com um abraço fraterno.  

Viveu a angústia de ser convocado para a Copa do Mundo de 1970. Mas ingerências estatais o tiraram de sua merecida Copa do Mundo e retiraram o seu sonho de jogar ao lado de Pelé e Jairzinho. O título do Cruzeiro em 1966 e a potência azul daqueles anos forçaram o Atlético-MG a montar equipes também briosas, como a Campeã Brasileira em 1971. De lá foi trabalhada a genialidade de Reinaldo, outro jogador do interior e que sobreviveu aos comandos estadunidenses da Ditadura Militar Brasileira (1964-1985).

Crítico cultural e teórico da literatura brasileira, autor do livro “Alegorias da derrota”, Idelber Avelar, em artigo intitulado “Reinaldo e a Ditadura Militar”, introduz muito bem aquele período. “A história dos atritos entre o Galo e a ditadura militar começou em 1969, quando o ditador Emílio Garrastazu Médici exigiu a convocação de Dario, nosso Dadá Maravilha, para a Seleção Brasileira. João Saldanha, o João Sem Medo, então técnico da Seleção e homem de conhecidas ligações com o Partido Comunista, retrucou com a célebre frase: ‘o presidente escala o ministério dele que eu escalo o meu time’. Ela foi um dos estopins de sua demissão e substituição por Zagallo, figura bem mais dócil, obediente e antenada com o poder. Levando a equipe que Saldanha já havia armado, acrescida de mínimas modificações, como o recuo de Piazza para a zaga, Zagallo conquistou o tricampeonato de 1970 no México com Dadá no banco, sem atuar um minuto sequer. A vontade do ditador havia sido satisfeita” (página 240).

Foi nesse clima que se trabalhava no Brasil com imenso medo de repressão governamental. O arrocho salarial era gigantesco. O Brasil crescia sob a exploração intensa dos trabalhadores. As pequenas e médias empresas pagavam o custo de existir e eram suplantadas pelas grandes empresas e multinacionais, que tinham incentivos fiscais para entrar no país.

Mesmo sob essa repressão, os jogadores de futebol resistiram. Mas, à medida que iam entrando em questões político-econômico-sociais, os jogadores eram marginalizados. E foi o que aconteceu com Reinaldo. O craque de jogadas geniais comemorava os seus gols com o punho direito erguido e o braço esquerdo nas costas. Poucas pessoas tiveram a coragem de Reinaldo. Até o técnico Telê Santana repreendeu Reinaldo pelo gesto e não o convocou para a Copa do Mundo de 1986.

Naquela época, a marca Ping-Pong fez a coleção de figurinhas de jogadores de futebol se expandir pelo Brasil. O Futebol Cards de Reinaldo é o de número 427. Vem com sua imagem de jovem jogador, o seu primeiro nome e o clube ao qual ele pertencia: Clube Atlético Mineiro. No verso, o seu nome completo: José Reinaldo de Lima, nascimento em 11 de janeiro de 1957, em Ponte Nova, Minas Gerais. Tinha 1 metro e 73 centímetros de altura. Pesava 69 quilos. Sua posição era a de centroavante. Havia defendido, antes do Atlético-MG, a equipe do Pontenovense. Ganhou os títulos de Campeão Mineiro em 1976 e 1978 e de Campeão da Taça Minas Gerais de 1975 e 1976.       

As curiosidades sobre Reinaldo revelam que ele “veio de Ponte Nova, sua cidade de origem, diretamente para o Atlético, onde começou sua carreira em 1971. É um jogador rápido, de características sempre ofensivas. Para ele, a conscientização profissional e o zelo pela boa condição física são fundamentais na carreira de um jogador. Seu passatempo predileto é o jogo de xadrez. Caso não jogasse futebol, Reinaldo gostaria de ser médico. Ele considera o gol mais bonito de sua carreira, o que marcou frente ao América de Natal em 1978”.

O autógrafo de Reinaldo carrega toda a pressão exercida sobre os verdadeiros heróis do período. “Punho cerrado, a história do rei” é “a história de luta e alegria de ser atleticano” (Montes Claros, Norte Sertanejo de Minas Gerais, 26 de maio de 2017), de ser atlético, de ser perfeito intelectual e fisicamente, de ser olimpiano.

O fim da carreira do Rei implica em uma série de questionamentos do mesmo. Ele fica nu. “Reinaldo foi se isolando cada vez mais. O fim prematuro da carreira deixou o craque sem rumo, sem saber o que fazer da vida. Não sabia como preencher aquele vazio que estava tomando conta de seus dias. Desnorteado, passou a aceitar convites para participar de várias festas. Ele era o centro das atenções, muito querido pela torcida, e isso o ajudava a se sentir melhor. Mesmo assim, a tristeza pelos problemas que passava era grande, e Reinaldo acabou sendo vítima fácil para a mais difícil adversária que viria a enfrentar em sua vida: ‘Eu estava em uma festa quando apareceu aquele ‘indesejável penetra’, como dizíamos. Alguém me ofereceu cocaína e, pela primeira vez, aceitei experimentar. Depois disso, usei outras vezes, geralmente em festas. Sempre nos refugiávamos com uma turminha em um quarto ou banheiro para cheirar. Nas primeiras vezes, era algo mais eventual, depois foi ficando mais frequente, até a dependência...’” (páginas 196 e 197).

O êxtase que os seus gols provocavam nele, na torcida e na mídia foi transferido para a cocaína. Depois de recuperado do vício, Reinaldo investiu na militância política e na abertura democrática ampla, geral e irrestrita. Foi deputado estadual e vereador. Seu depoimento sobre essa experiência é cativante. “Mais tarde, quando comecei a fazer manifestações políticas, caí em um processo maquiavélico. Ganhei inimigos e de todas as maneiras, fui sabotado. Eu tinha consciência de que incomodava, mas como é que iria combater um inimigo anônimo, subterrâneo? Eu me posicionei e sofri todas as retaliações de pessoas que queriam criar falsas opiniões sobre mim. Eu sabia que era adorado pela torcida, mas não tinha a consciência de manipular e instrumentalizar esse apoio para questões políticas. Naquela época era mais aquela coisa de você jogar a questão e sair, não existia debate. Eu me manifestava, mas não podia ficar pondo a cara. A gente via que existia um anseio pela democracia. A abertura já havia começado, mas as manifestações ainda eram contidas. Todo mundo tinha medo. Ser conhecido me protegia. A ditadura fez muito mal pra gente, tolheu nossa liberdade, consciência. Hoje a gente vê a democracia e percebe que ela é quase que desperdiçada, não se tem uma visão social como deveria” (páginas 222 e 223).


Dirceu Lopes só incomodou zagueiros e foi incomodado pelos políticos. Reinaldo incomodou zagueiros e os políticos. Ambos sabem que o caminho é pelo socialismo, pois o desenvolvimento das forças capitalistas de produção já permite satisfazer as necessidades vitais dos nove bilhões de seres humanos do Planeta Terra. Por que isso não ocorre? Pergunte às religiões, aos políticos, à ciência, aos bancos, às operadoras de cartão de crédito, às financeiras.

O autor do livro do Rei dedica o livro "ao meu pai, com admiração". Fiquem então "naquela mesa" ou com "o mundo é um moinho", de Angenor de Oliveira, o legítimo Cartola (1908-1980), recordando que o mestre do samba compôs a letra da música para uma conhecida dele que estava lhe informando que entraria para a difícil vida da prostituição. Ou seja, nunca escutem músicas fora de seu contexto político, econômico e social.        

Enquanto o “Brasil Oficial Caricato e Burlesco” pede dinheiro, “o Brasil Real revela os seus melhores instintos”

Em sua edição dos dias 02 e 03 de novembro de 2017, o “Jornal de Notícias” de Montes Claros-MG traz na página 03 (Editoria de Política) e na página 04 (Editoria JN Serviço) os dois lados opostos da moeda tão brilhantemente definidos pelo genial escritor Machado de Assis“O Brasil Real é Bom: revela os seus melhores instintos. O Brasil Oficial é Caricato e Burlesco”.

Na página 03, com imagem da deputada federal Raquel Muniz, os gigolôs da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) voltam à tona, quando começa o período de chuvas no Norte de Minas Gerais. Fazia tempo que não chovia em um dia de finados na região, e choveu. Sob o título “Região exige solução para crise hídrica” e subtítulo “Audiência na Câmara dos Deputados discute os rigores da seca no semiárido mineiro”, a matéria, provavelmente paga, vem ocupar um quarto de página do “Jornal de Notícias”. Leia, abaixo, na íntegra.

Autoridades de Minas Gerais revelam quadro caótico da crise hídrica no estado e cobram soluções. A audiência pública conjunta da Comissão de Seguridade Social e Família e da Comissão Externa da Situação Hídrica dos Municípios de Minas Gerais, nessa terça-feira (31) era para discutir o saneamento básico e qualidade da água, porém, a qualidade ficou para segundo plano, em função da quase absoluta escassez de água.

Representante da Secretaria Estadual de Cidades e de Integração do Governo de Minas Gerais, João Bosco Senra, definiu a atual falta de chuva como “anomalia de precipitação sem precedentes na história”. “Nos últimos 120 anos, desde que se iniciou o processo de medição, é a situação mais grave que já passamos. Um período contínuo de cinco anos de seca, sobretudo no semiárido. E também em outras regiões de Minas, como é o caso de Belo Horizonte, que, pela primeira vez na história, ficou mais de 100 dias sem nenhuma chuva”, informou.

O resultado da crise hídrica é a queda recorde nos reservatórios de abastecimento de água, com reflexo direto na qualidade de vida da população e no desenvolvimento regional. Ao todo 181 municípios decretaram estado de emergência devido à seca em Minas Gerais. A situação mais crítica está no Norte do estado, região semiárida, onde há áreas em processo desertificação.

Prefeito de Bonito de Minas e presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), José Reis de Barros, descreveu o quadro de caos. “É fato que estamos assistindo lá no ‘Grande Sertão’ - cantado em verso e prosa de Guimarães Rosa -, rios, veredas, riachos... todos eles morrendo. E nós vendo nada acontecer. E daí, o nosso pedido: que possamos tirar do papel diversos e diversos projetos”, afirma.

Segundo ele, os prejuízos com a seca chegam a R$ 4,5 bilhões, só no Norte de Minas. As medidas emergenciais do governo estadual e das prefeituras que incluem campanha de redução de consumo em 30%; estudos sobre rodízio, sobretaxa e racionamento; ampliação do programa de perfuração e reativação de poços, entre outras, não foram suficientes. Barros citou projetos ou barragens que não saem do papel há anos.

O deputado Adelmo Carneiro Leão, do PT-MG, prevê que a falta de recursos financeiros tende a piorar com a aprovação do teto de gastos públicos (EC 95/16). “Esse Congresso Nacional fez algo que é incompatível com o desenvolvimento do Brasil. Eu tenho uma esperança danada de que seja revogada a Emenda Constitucional 95, que inviabiliza os recursos necessários para fazer enfrentamentos dessa natureza”.

José Reis sugeriu que os parlamentares apresentem propostas que facilitem as licitações e as parcerias público-privadas em obras emergenciais contra a seca. Ele também pediu melhores condições de financiamento por parte do FNE-Água, o Fundo Constitucional do Nordeste, específico para projetos de uso sustentável da água, com a redução do atual juro de 8% para 2% ao ano, carência de 12 anos e prazo de 30 anos para pagamento.

Coordenadora da Comissão da Situação Hídrica de Minas Gerais e autora do requerimento para a audiência, a deputada Raquel Muniz, do PSD, também cobrou rapidez nas ações dos governos federal e estadual. “Temos feito o diagnóstico, mas também queremos ações. E todos vocês saem daqui com o compromisso de cada um fazer a sua parte. Se não tem recurso, há que se pensar também em uma abertura para parceria público-privada”, sugeriu.

Quanta hipocrisia da nobre deputada do “Sim! Sim! Sim!” que, em 2016, ajudou a alicerçar o golpe de Estado contra a presidente Dilma Roussef (2011-2016) e libertar das profundezas do inferno o vice-presidente da República, Michel Temer.  A Sudene foi criada no governo de Juscelino Kubitschek em 15 de dezembro de 1959 e tinha as boas intenções do Brasil Real. Objetivava acabar com a putaria (perdoe-nos as putas) que virou o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) e que já foi chamado de Inspetoria de Obras contra as Secas (Iocs), em 1909. No entanto, no Brasil, o burlesco permanece contaminando o nosso podre tecido político público-estatal-privado dos piores vermes, vírus e bactérias capitalizados.

Vamos mencionar agora a matéria da página 04 do “Jornal de Notícias” destes dias 03 e 04 de novembro de 2017 e que nos faz crer na verdadeira esperança, na desparlamentarização do proletariado e naquele real marxismo clássico. A reportagem vem com três imagens de bairros de Montes Claros, Norte Sertanejo de Minas Gerais, de seres humanos com mãos, pés e fé calejadas. O versal indica: “COM AS PRÓPRIAS MÃOS”. O título escancara: “Moradores se juntam para resolver problemas crônicos”. E o subtítulo é esclarecedor: “Mutirão recuperou quadra poliesportiva e construiu uma praça no Nova Morada”. Segue abaixo a matéria completa. Conheça o Brasil Real de Machado de Assis e alegre-se por fazer parte dos descendentes do País chamados Canudos/BA, em 1896 e 1897.

Quando o poder público tarda, os próprios moradores colocam a mão na massa. No último final de semana, mutirão comunitário no Bairro Nova Morada recuperou quadra poliesportiva e revitalizou a praça da Igreja de Santo Agostinho e Santa Mônica (fotos acima), resolvendo problemas antigos. A iniciativa, apoiada pelo Instituto Holcim (Cimento Lafarge), reuniu mais de 130 voluntários, que executaram o trabalho em apenas dois dias. A nova praça tem espaço de lazer, jardim e brinquedos para moradores da região.

Moradora gostou

Albaniza Leal, de 47 anos, da associação de moradores e moradoras do bairro há mais de 20 anos, se surpreendeu com o resultado. “Foi um trabalho satisfatório, motivador, que trouxe muita alegria e esperança para a comunidade. Pudemos ver quantas pessoas talentosas temos ao nosso lado e que, juntos, somos capazes de transformar nosso bairro em um lugar melhor”, destacou, elogiando a iniciativa da Lafarge Holcim, que mobilizou o pessoal.

Linha férrea

Recentemente, moradores ao longo do trecho da linha férrea no Bairro São Judas Tadeu tomaram para si a incumbência de resolver definitivamente o problema de lixo e entulho no local, que perdurava por anos a fio: revitalizaram o espaço vazio (foto abaixo) que hoje serve apenas para as brincadeiras da criançada da vizinhança.

Esqueçam o poder público municipal, estadual e federal. Boicotem as taxas impostoras! Façamos de cada bairro uma Canudos/BA moderna. Sigamos o exemplo de Antônio Conselheiro que, traído pela esposa e pelo capitalismo, ao invés de recorrer à vingança, fundou o arraial que não fazia ninguém passar fome, ficar desempregado ou ter necessidade. O Leste da cidade sempre será o melhor lado, aquele em que o sol nasce!!! É onde a alvorada ocorre!

“Se nada somos neste mundo,/Sejamos tudo, oh produtores!”

E lembrem-se: nas eleições farsantes burguesas de 2018, votemos nulo, pois: “O Estado esmaga o oprimido./Não há direitos para o pobre,/Ao rico tudo é permitido./À opressão não mais sujeitos!/Somos iguais todos os seres./Não mais deveres sem direitos,/Não mais direitos sem deveres!/Bem unido façamos,/Nesta luta final,/Uma terra sem amos/A Internacional”. 

Ah! Antes dos 10 anos, agora neste ano de 2017, ainda crianças, os estudantes da Escola Estadual Francisco Sá, no centro da cidade de MOC-MG, idealizaram, trabalharam e revitalizaram o canteiro público que existe no local e onde a rua é espaço para a prática da educação física. Portanto, não precisamos de parlamentares. A urgência é pelo espírito infantil humano e não da retórica falaciosa e ação perversa dos políticos.  

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Livres!!!

Procuradoria de Nova Iorque denuncia autor de atentado por terrorismo

A Procuradoria Federal de Nova Iorque anunciou nesta quarta-feira (1º/11) que denunciará por terrorismo o  uzbeque Sayfullo Saipov, de 29 anos, autor do atentado que na véspera deixou oito mortos e 12 feridos em Manhattan.

Os procuradores divulgaram um documento no qual denunciam Saipov por apoio material e de recursos à organização estrangeira terrorista e por violência e destruição com veículo. 

O FBI - a polícia federal americana - informou no início da noite que encontrou o segundo suspeito - uzbeque - pelo atentado. Menos de uma hora após a divulgação de fotos de Mukhammadzoir Kadirov, 32 anos, o diretor de Informação do FBI, Bill Sweeney, revelou que o suspeito foi localizado. “Já não estamos buscando este indivíduo. Foi encontrado e vai ficar aqui”.


Argentinos são vítimas em atentado

Cinco de 10 amigos e profissionais argentinos que comemoravam os 30 anos de formatura em uma escola Politécnica de Rosário morreram nesta terça-feira (31/10) no atentado de Nova Iorque, um ficou ferido e quatro saíram ilesos. As vítimas são originárias de Rosário, terceira maior cidade do país.

Ariel Erlij, 48 anos, falecido: foi um dos promotores da viagem. Teve a ideia de fazer uma fotografia com todos os amigos abraçados no aeroporto vestindo uma camisa branca escrita “Livre”. Contribuiu com dinheiro para ajudar na ida de seus companheiros. Era um empresário com importantes negócios de produção e venda de artigos da indústria siderúrgica. Vivia em Funes, localidade próxima a Rosário.

Alejandro Damián Pagnucco, 49 anos, morto: era arquiteto. Deixou uma esposa e três filhos. Era chamado de “Picho”. Trabalhava em uma empresa vinculada à indústria da construção. Seus amigos e professores recordam que era simpático e piadista.

Hernán Ferruchi, 48 anos, morto: formou-se em Arquitetura na estatal Universidade Nacional de Rosário, uma das mais prestigiadas do país. Entre seus trabalhos mais importantes estão edifícios na exclusiva e remodelada zona do Porto Norte rosarino, às margens do rio Paraná.

Diego Angelini, 48 anos, morto: outro arquiteto que trabalhava em um estúdio conhecido na cidade.

Hernán Mendoza, 48 anos, morto: também graduado em Arquitetura. Representou a Argentina em um Campeonato Sul-Americano de Atletismo. Jogou rúgbi na equipe Duendes. Tinha um filho e duas filhas.

Martín Ludovico Marro, 48 anos, ferido: residente estável com sua esposa e dois filhos em Boston. O grupo o havia visitado nessa cidade. É graduado em Biotecnologia e chefe de projetos em institutos para pesquisa biomédica em Massachussets.

Iván Brajkovic (ileso): diretor de uma empresa de construção. Participou de empreendimentos de obras públicas na província de Santa Fé.

Ariel Benvenuto (ileso): arquiteto. Sua esposa Cecília Piedrabuena revelou à Rádio LT8 dados do ataque, de acordo com uma ligação de seu marido. “Os 10 estavam de bicicleta, em grupos de dois, conversando. Os que iam pela direita foram atingidos. Sentiu uma acelerada e um veículo passou por cima de seus cinco amigos a 150 km/h”.

Juan Pablo Trevisan (ileso):
É técnico mecânico e supervisor em empresas de manutenção.

Guillermo Banchini (ileso): também é arquiteto e mora nos Estados Unidos.


Crônica

Saipov Mukhammadzoir cresce a infância e a adolescência toda ouvindo aquela piadinha maldosa sobre os muçulmanos: “e você? O que faz aí no canto? Está de castigo por qual motivo?”. Ele responde: “fui reprovado no teste de homem-bomba”.

Meio sem jeito, Saipov viaja para o Brasil e conhece uma baiana do candomblé que só ficava cantando a música “Senhora das Candeias”, composição de Romildo e Toninho, e interpretada por Clara Nunes. A baiana cantava como se fosse a mãe do uzbeque: “(...) o seu lamento tem um jeito de acalanto que o rio feito um pranto vai levando para o mar. Meu coração é feito de pedra de ouro, o meu peito é um tesouro, que ninguém pode pegar... Eu não sou daqui, não sou... Eu sou de lá... Eu não sou daqui, não sou... Eu sou de lá... Eu não sou daqui, não sou... Eu sou de lá (...)”.

A baiana só tinha um defeito: odiava os argentinos por causa do amor abstrato à pátria de jogadores de futebol influenciados pela mídia ocidental economicista e tecnicista. Esses profissionais do esporte são considerados heróis nacionais, mas, quando se aposentam ou ficam desempregados, procuram outro ópio que os encha a alma: a moda, o sexo pago, a bebida alcoólica, o cigarro convencional, a cocaína, o crack, o forró universitário tecnológico, o funk ostentação. Tudo previamente pensado e financiado por grandes empresários e traficantes que propagandeiam o Grito do Ypiranga como se fosse o grande dia da história tupiniquim.

A baiana e Saipov se enamoram e casam-se após um certo convívio. Passam a deliberar suas emoções regados às novas músicas posmodernosas e de imenso sucesso na contemporaneidade. Enquanto o casal participa da economia superfaturada dos leilões de gado em uma exposição agropecuária qualquer, escuta atentamente para tentar entender a mais hedionda letra musical já produzida nestes últimos tempos históricos: “Paredão zangado/Grave tá batendo/Médio tá no talo/Corneta tá doendo/Pega a metralhadora/Tra tra tra tra/As que comandam vão no tra tratra tra tra/E acelera aê/Tratratratratratra/As que comandam vão no tra tra tratra tra”.

A nova onda do momento transforma o casal. Muçulmano naturalizado brasileiro e falsa baiana tentaram fazer amor (ou sexo?). Ao primeiro gesto dele de apertar os seios dela, a moça grita dores e não mais prazeres. O casal desembarca em Nova Iorque para experimentar viver a vida mais instantânea do capitalismo.    

Alugam um carro e observam um grupo de argentinos que andam de bicicleta a comemorar algo que os alegra: a formação intelectual aliada ao trabalho manual. Enraivados como se estivessem com calazar, o muçulmano naturalizado brasileiro e a falsa baiana aumentam o som do carro e curtem a sofrência machificada e vendida em série, sucesso momentâneo das paradas musicais do arrochado estado salarial do bem estar social: “Eu tô chegando na balada/curtindo um som envolvente/Cintura bem molinha/essa pegada aqui é quente/Se ligue meu DJ/toca esse som aí/As mina estão doidinha pra descer e subir/Eu tô chegando na balada curtindo um som envolvente/Cintura bem molinha/essa pegada aqui é quente/Se ligue meu dj/toca esse som aí, as mina estão doidinhas pra descer e subir/Arrocha, arrocha, arrocha, arrocha que ela gosta.../Dedinho na boquinha faz arrocha/Arrocha, arrocha,arrocha, arrocha que ela gosta.../Barriga de tanquinho.../Arrocha.../Arrocha, arrocha, arrocha, arrocha que ela gosta.../Dedinho na boquinha faz arrocha/Arrocha, arrocha, arrocha, arrocha que ela gosta.../Barriga de tanquinho.. arrocha!!!”.

O muçulmano naturalizado brasileiro e adepto a rachas de carros de Fórmula 1 pisa no pedal do acelerador e nem liga pelo que atropela pela frente. E não é que até deu saudade de “Falamansa”...  

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

IMPOSSÍVEL - Em 1935, Freud negou possibilidade de cura gay

De forma direta, o psicanalista diz “não podemos prometer esse resultado”, em reversão sexual; ele cita ainda exemplos de grandes pensadores e artistas que eram homossexuais. como Leonardo da Vinci

Em um carta escrita em 1935, Sigmund Freud, conhecido como pai da psicanálise, negou que a cura gay pudesse existir. A carta foi uma resposta para uma mãe que procurava ajuda ao filho, que se relacionava com outros homens. 

Em um trecho da carta, Freud diz que “homossexualidade não é nenhuma vantagem, mas ao mesmo tempo não é algo pelo qual deva se envergonhar. Não é um vício, uma degradação e nada que possa ser classificado como uma doença”. De forma direta, ele diz que fazer com que o filho da mulher que pede ajuda não pode se relacionar com mulheres apenas por fazer terapia. “Não podemos prometer esse resultado”.

Na sequência, o psicanalista afirma que “é uma grande injustiça e uma crueldade enxergar a homossexualidade como um crime”. Ele cita ainda exemplos de grandes pensadores e artistas que eram homossexuais: Platão, Michelangelo e Leonardo da Vinci. 

A carta vem sendo publicada em redes sociais depois de decisão da Justiça Federal em liberar terapia para reversão sexual, o que ficou conhecido popularmente por cura gay. 



Crônica

Ele se chamava Eustáquio. Foi advogado durante muitos anos. Homossexual assumido, fazia nas horas de folga mosaicos incríveis e sua obra artística chegou a ser comparada à do espanhol Antônio Gaudí, heterossexual. Indagava que Gaudí não havia conseguido terminar a igreja Sagrada Família porque era heterossexual. Não compreendia o motivo desse artista ser tão bom e, ao mesmo tempo, apreciar mulheres.

A arte é para quem tem sensibilidade. Há homens sensíveis? Há mulheres sensíveis? Os opostos se atraem ou os iguais se complementam? Se a matéria antecede a ideia, por que esperar que o ser humano não pensa e tenha condições de transformar as condições materiais de existência no Planeta Terra?

“Eu sou eu e minhas circunstâncias”, Ortega y Gasset. A sociedade capitalista não influiria no comportamento humano a ponto de fazer duas mulheres se beijarem e dois homens se amarem, ainda mais em tempos horrendos como os contemporâneos?


Em períodos de multinacionais e de multiculturalismos, a globalização sorri e mata a raiz humana!!!  Se isso é bom ou ruim, depende do seu repertório educacional e do seu juízo de valor!!!

IMPOSTÔMETRO - Em São Paulo, João Dória Júnior cria imposto para Netflix e Spotify

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), enviou projeto de lei à Câmara Municipal incluindo uma série de serviços na lista de atividades que devem recolher o Imposto Sobre Serviço (ISS). Entre eles, a “disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio e vídeo” - o chamado streaming, usado por empresas como Netflix e Spotify.

A taxa a ser cobrada é de 1,09% do valor do faturamento da nota. Serviços de hospedagem de dados também serão tarifados, assim como a criação de programas de computador.

O texto não tem data para a votação. O líder do governo na Câmara, Aurélio Nomura (PSDB), afirma que há outros projetos que são prioridade no legislativo, como o plano de privatizações de Doria, mas diz que tramitará o texto “o mais rápido possível”.

Segundo o tucano, “a expectativa de aumento na arrecadação é baixa”, uma vez que, segundo Nomura, “esse projeto serve apenas para adequar a tributação da cidade seguindo normas federais”.

Nomura se referia à lei complementar, assinada pelo presidente Michel Temer no ano passado, que instituiu a cobrança de streaming como sendo de atribuição dos municípios. “O imposto será pago onde o serviço é utilizado”, afirma o vereador, defendendo a municipalização da cobrança.

O projeto de lei do prefeito também institui a cobrança para outros serviços, como aplicação de piercing, reflorestamento, e monitoramento eletrônico, entre outros serviços.

A reportagem pediu um posicionamento da Prefeitura sobre o assunto, mas ainda aguarda resposta. Na justificativa enviada à Câmara com o projeto de lei - um documento de praxe - Doria afirma que institui as alterações no ISS para “adequar a legislação municipal” e “evitar a ocorrência de atos de improbidade administrativa” na capital.

A reportagem também pediu esclarecimentos para as empresas citadas. O Spotify informou que não comentaria. A Netflix ainda não enviou resposta.



Crônica

Ela acessava a internet paga e, com uma taxa, assistia a filmes inéditos, antes mesmo da estreia, no Netflix e ouvia suas músicas preferidas pelo Spotify diretamente de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Informou-se de que o Governo Municipal de São Paulo obrigaria o pagamento de impostos pelos serviços, doa a quem doer.

O Estado, seja ele nas esferas municipal, estadual ou federal, não perdoa na sociedade capitalista. É sempre impostor. Taxará também aplicação de piercing, reflorestamento e monitoramento eletrônico. Pensa ainda em cobrar Imposto Sobre Serviços em tatuagens. Ela se desesperou. Tinha tatuada a logomarca da Pastoral da Criança na sua coxa esquerda. Foi voluntária por mais de 30 anos do organismo de ação social em um tempo em que a desnutrição infantil batia recordes e não existia pilantropia.


Se até a Pastoral da Criança tem a sua marca patenteada pelos proprietários, o que esperar da sua reprodução em uma coxa feminina? Tributo sobre arte ou exploração sexual feminina? Amputa, Dória!!! E não se esqueça de pintar de cinza!!!    

Sem obrigação de placa vermelha, Senado aprova regras para aplicativos

O Senado aprovou na noite desta terça-feira (31), por 46 votos a dez (com uma abstenção), o texto-base do projeto que regulamenta aplicativos de transporte individual pagos, como Uber, Cabify e 99. A iniciativa endurece as regras para condutores desse tipo de transporte, mas emendas aprovadas suavizaram a lei - que agora terá que voltar à Câmara, para nova análise pelos deputados.

O PLC 28/2017 praticamente igualava os apps a táxis. O projeto aprovado pela Câmara em abril deste ano exigia placa vermelha, dizia que os municípios teriam o poder de criar regras específicas para os aplicativos (podendo até proibi-los) e fazia exigências quanto à segurança. Representantes dos aplicativos vinham repetindo que essa lei inviabilizaria a manutenção do serviço.

Os senadores apresentaram 20 emendas ao projeto original. Entre as questões principais acatadas pelo senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), encarregado de elaborar um relatório combinado, estão o veto à placa vermelha, à obrigatoriedade de o motorista ser dono do carro e a questão de o poder público municipal ter que autorizar o serviço, como faz com o táxi.

Foi uma vitória para os aplicativos. A emenda mais polêmica aprovada pelos senadores retira do município a possibilidade de regulamentar e autorizar ou não os apps, deixando apenas a fiscalização da plataforma.

Nas mãos dos políticos

O presidente da Uber, o iraniano Dana Khosrowshahi, afirmou na tarde desta terça-feira, após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que a permanência da empresa no Brasil depende da decisão do Congresso. Ele já havia dito que é a favor da regulamentação, mas não da forma como está sendo proposta.

“Não somos contra a regulamentação. Mas essas regras devem ser pensadas olhando para o futuro, e não para o passado. O PLC 28/2017 realmente tem o potencial de restringir o trabalho dos 500 mil motoristas do Uber no Brasil. Isso (...) vai levar o Brasil para a realidade de dez anos atrás, quando só existiam os táxis”, afirmou. Na véspera da votação, representantes da Uber levaram 815 mil assinaturas contrárias ao projeto para Brasília, numa tentativa de pressionar o Senado.



Crônica

Ele foi camelô durante 35 anos. Cansou de ter o seu carrinho apreendido pela fiscalização municipal a mando do poder público estadual e federal. Abandonou a profissão de ambulante. Foi ser taxista. O prefeito de Montes Claros, Ruy Adriano Borges Muniz, na gestão administrativa de 2013 a 2016, aumentou a frota de táxi para 200 na cidade e decretou que todos tivessem identificação e pagassem os impostos em dia. Dito e feito.

Com as altas taxas e a crise econômica cíclica capitalista que atinge o mundo desde 2008 e promete acabar em 2018 na celebração dos 200 anos de nascimento de Karl Marx e durante a Copa do Mundo da Rússia, o taxista perdeu concorrentes para mototaxistas e para a marca multinacional iraniana UBER. Enquanto isso, o transporte público coletivo aumenta o vale-transporte todo ano e consegue lucros exorbitantes, mesmo em períodos críticos.

As pessoas adquirem mais motos e carros e fazem aumentar o engarrafamento nas cidades, mesmo naqueles municípios interioranos, criados sob interesse partidário e acostumados à vida simples e tranquila, sem pó-acesso e sem tráfico de drogas financiado por políticos, empresários e operado por cracoleiros.  


Enquanto você lia a crônica de um jornal

Ele era escritor do jornal “Estado de Minas”. Escrevia muito bem. Suas crônicas nos deixavam no paraíso. Era torcedor doente por futebol. Mas morava em apartamentos. Não gostava de conviver com os seus vizinhos. Teve coragem de omitir socorro a uma gestante em trabalho de parto no andar da sua morada. A filha da senhora quase morreu, se não fosse o marido chegar a tempo.

O casal com a primeira recém-nascida se mudou de casa depois daquele episódio. Cancelou a assinatura do jornal “Estado de Minas”. E passou a assinar o jornal “Hoje em Dia”. No meio do caminho tinha uma pedra, poetizou Carlos Drummond de Andrade. O escritor torcia até contra o vento e contra as circunstâncias. Era o Roberto Drummond.


Sobrenomes não significam nada atualmente. Atos nobres ou quixotecos vão juntos nos caixões de padres, pastores, religiosos, leigos, mendigos, escritores, poetas. Mas, e se fosse um grande empresário ou uma grande empresária que estivesse grávida? Você ajudaria? Estenderia o tapete vermelho a ela e lamberia os seus calçados? O comportamento humano na sociedade capitalista tem sim classe social e nada disso sairá no Jornal Nacional.